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Word. Semana 3 - A Pessoa NAtural Segunda PArte - Fim da Pessoa Natural

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Universidade Estácio de Sá
Curso de Direito
2012.2
Professora Lucy Figueiredo
A PESSOA NATURAL – SEGUNDA PARTE
O nome civil. 
Registro civil. 
O estado civil
Alteração do registro civil. 
Domicílio civil
Comoriência e ausência: caracterização e efeitos jurídicos.
Declaração da ausência: finalidade
Morte presumida: caracterização
1. O NOME CIVIL
O nome civil é a designação pela qual se identificam e distinguem as pessoas naturais, nas relações concernentes ao aspecto civil da sua vida jurídica. É o sinal exterior pelo qual são reconhecidas e designadas as pessoas, no seio familiar e social. É o elemento externo distintivo da personalidade jurídica da pessoa. O nome Civil é o principal elemento identificador dos indivíduos no seio social, é regulado pelo Código Civil e pela Lei n. 6.015/73 - Lei de Registros Públicos ).
Principal característica do nome civil - imutabilidade relativa 
O nome civil somente pode ser alterado em circunstancias excepcionais, com justa motivação e desde que não imponha prejuízo para terceiros. (art. 58 da LRP).
Natureza Jurídica do Nome civil 
Divergência doutrinária 
A teoria mais aceita é a de que o nome civil é um direito da personalidade. 
Elementos componentes do nome civil 
 
Prenome ⎯próprio da pessoa, pode ser simples (ex.: João, José, Rodrigo, Laura, Aparecida, etc.) ou composto (ex.: José Carlos, Antônio Pedro, Ana Maria, etc.).
Sobrenome, patronímico ou apelido de família: identifica a procedência da pessoa, indicando sua filiação ou estirpe, podendo ser simples (ex.: Silva, Souza, Lobo, etc.) ou composto (ex.: Alcântara Machado; Lins e Silva, etc.).
Agnome: sinal distintivo entre pessoas da mesma família, que se acrescenta ao nome completo (ex.: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho).
Outros elementos 
Há outros elementos facultativos como o cognome (apelido ou epíteto),e o pseudônimo ou codinome.
Cognome (apelido ou epíteto)
Apelido: criado a partir de elementos do próprio nome (diminutivos ou aumentativos como Zezão, Zezinho, Tonhão); 
Epíteto: é um substantivo, adjetivo ou expressão que se associa a um nome para qualificá-lo, enaltece algum feito da pessoa. Ex.: Napoleão, o grande; Rui Barbosa, o Águia de Haia; Luís XIV, conhecido como "Rei Sol“; Teotônio Vilela, O menestrel das Alagoas; Duque de Caxias é "o Pacificador".
Alcunha: apelido criado por feitos puníveis - por feitos penalmente puníveis (Jack, Pisa Macio, Pezinho de Veludo);
Hipocorístico: é uma forma carinhosa de apelidar as pessoas: Bia (de Beatriz), Leninha (Helena), Quinzinho (Joaquim), Bel (Isabel), Betinho (Roberto, Adalberto). 
O pseudônimo ou codnome 
Pseudônimo: (para o exercício de um a atividade específica – cantor,ator, autor, etc) Normalmente utilizado no meio artístico ou literário para ocultar sua verdadeira identidade e ao mesmo tempo identificar sua personalidade. Com ele, dá-se publicidade a obra literária, artística ou científica. Há casos em que o pseudônimo substituiu ou é utilizado por seu possuidor como legítimo civil. 
O pseudônimo, assim como o nome verdadeiro, goza da proteção da lei quando usado para fins lícitos (art. 19 do Código Civil).
2. REGISTRO CIVIL. 
O Registro civil é a perpetuação, mediante anotação por agente autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dos fatos jurídicos de maior relevância em suas vidas, para fins de autenticidade, segurança e eficácia. Tem por base a publicidade, cuja função específica é provar a situação jurídica do registrado e torná-la conhecida de terceiros.
A matéria é regida pelo Código Civil e pela Lei n° 6.015/73 – LRP. 
O REGISTRO CIVIL do nascimento da pessoa natural dota de formalidade e publicidade aquele fato jurídico que é o nascimento com vida, início da personalidade civil; apresenta o indivíduo à sociedade, dando eficácia à sua personalidade. 
O registro de nascimento da pessoa natural é declaratório porque não é o registro que cria a personalidade que é adquirida com o nascimento com vida 
3. O ESTADO CIVIL
Ao nascer, como ao longo da existência, a pessoa possui determinadas características que a qualificam juridicamente. Ao complexo de atributos, com efeitos jurídicos, que determina a condição da pessoa perante a sociedade, chamamos estado.
Diz-se estado civil a posição jurídica que alguém ocupa, em determinado momento, dentro do ordenamento jurídico. 
O estado nasce de fatos jurídicos, como o nascimento, a idade, a filiação, a doença; de atos jurídicos, como o casamento, a emancipação; de decisões judiciais, como a separação, o divorcio, a interdição. 
Tais circunstancias levam a caracterização de três estados: o familiar, o político e o pessoal ou individual.
O estado civil indica posição da pessoa na família e na sociedade política.
ESTADO INDIVIDUAL: é o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde (são ou insano e incapaz) etc. aspectos que exercem influência sobre a capacidade civil.
ESTADO FAMILIAR: é o que indica a sua situação na família, em relação ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, divorciado) e ao parentesco por consanguinidade (pai, filho, irmão, avô), ou por afinidade (sogro, sogra, cunhado etc.)
ESTADO POLÍTICO: é a qualidade que advém da posição do indivíduo na sociedade política podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e estrangeiro. (CRFB/88 art. 12) 
Para o direito civil, importa o estado do indivíduo de filho, de solteiro, casado, viúvo, separado ou divorciado – tudo isso gera efeitos jurídicos no âmbito do direito de família –, como também importa o estado de maior idade, menor idade, emancipação, interdição, ausência, sexo masculino ou feminino – gerando efeitos no âmbito dos direitos da personalidade. O estado político, de brasileiro ou estrangeiro, importa ao direito constitucional. Em relação ao nosso estudo, destaca-se o estado individual, em que se enquadra o sexo (status sexual). 
O ESTADO INDIVIDUAL, em geral, é atributo da personalidade, ou seja, a integra. E, por isso, é protegido pelos direitos da personalidade. Além disso, “é também objeto de um direito subjetivo, o direito de estado, que protege o interesse da pessoa no reconhecimento e no gozo desse estado” 
O estado individual constitui um direito absoluto, oponível a toda a sociedade, que, portanto, todos devem respeitar; e público por ser reconhecido e protegido pelo Estado.( AMARAL, Francisco)
Características do Estado civil
Individualidade: é uno e indivisível; não é possível ter mais de um estado (casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e estrangeiro. A obtenção de dupla nacionalidade constitui exceção a regra.
Indisponibilidade: é relação fora do comércio por se tratar de reflexo da personalidade; é inalienável e irrenunciável.
Imprescritibilidade: não se perde nem se adquire o estado pela prescrição. É elemento integrante da personalidade e, assim, nasce com a pessoa e com ela desaparece. 
ALTERAÇÃO DO REGISTRO CIVIL
O registro gera a presunção relativa do estado da pessoa, vez que é ele que dota de oponibilidade erga omnes as situações jurídicas da pessoa perante a sociedade. 
Contudo, nem sempre a realidade jurídica retrata a realidade fática e, por isso, existem as ações de estado, afinal, é muitas vezes necessário “defender seu estado contra eventuais atentados aos direitos dele decorrentes”
Hipóteses de alteração do registro civil: Quanto ao estado e quanto ao nome
QUANTO AO NOME:
Regra Geral: Princípio da Inalterabilidade do nome civil, mas esse princípio não é absoluto uma vez que a LRP garante sua alteração em alguns casos.
Assim a inalterabilidade é relativa (art 58,LRP), sendo possível modificá-lo apenas, em situações excepcionais, previstas em lei.
Hipóteses de alteração do nome Civil
Quanto ao PRENOME
quando expuser o titular ao ridículo ou a situação vexatória, bem como se tratando de nome exótico; (Bráulio Pinto)
havendo erro gráfico evidente caracterizado por equívoco de grafia (Osvardo; Ulice, Millor); 
Para incluir apelido público notório - art. 58, Parágrafo único LRP. (Luiz Inácio Lula da Silva,Acelino Popó Freitas);
Pela adoção (ECA, art 47,§5° e CC. Art 1.627);
Pelo uso prolongado e constante de nome diverso;
Quando ocorrer homonímia depreciativa gerando embaraços profissionais ou sociais;
Pela tradução nos casos em que o nome é grafado em língua estrangeira. (John – João)
Quanto ao SOBRENOME
pela adoção (ECA, art 47,§5° e CC. Art 1.627);
pelo casamento, quando é facultado a qualquer dos nubentes acrescer o nome do outro (CC art. 2.565, § 1°), inclusive podendo ambos modificar o nome, acrescentando o nome do seu consorte;
pela separação judicial ou pelo divórcio, uma vez que o(s) conjuge(s) que alterou seu nome patronímico pela casamento poderá voltar a utilizar o nome que possuía antes de casar (CC. Arts. 1.571 § 2° e 1.578) – a regra geral é pela manutenção do nome só sendo alterada com a autorização do titular.
Para a inclusão de sobrenome de ascendente (inclusive abarcando a chamada inclusão de sobrenome avoengo na hipótese de acréscimo do patronímico dos avós), desde que não prejudique o patronímico dos demais ascendentes;
Pela união estável;
Pela anulação ou declaração de nulidade do casamento. 
HIPÓTESE IMOTIVADA PARA ALTERAÇÃO DO NOME
Na fluência do primeiro ano após a maioridade civil (ou seja, dos dezoito aos dezenove anos de idade), desde que não prejudique apelidos de família.
A QUESTÃO DO TRANSEXUAL 
(O transexual e o direito à mudança de seu registro civil).
Transexualismo: também conhecido como Síndrome de Benjamim ou síndrome da disforia de gênero.
Transexual é aquele que sofre uma dicotomia físico-psíquica, possuindo um sexo físico, distinto de sua conformação sexual psicológica; é aquele que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde- OMS, sofre de Transtorno de Identidade de Gênero.
Existe um interesse juridicamente relevante no gozo da identidade sexual. O conteúdo de tal interesse da pessoa é representado, essencialmente, no reconhecimento, sob todos os aspectos da vida social, privada e pública, como sendo a mesma pertencente ao próprio sexo. Com o transexual isso não acontece. Então, a principal inadequação é a factual com a jurídico-formal. 
Se o registro tem publicidade, autenticidade, eficácia, não existe reconhecimento social da situação daquele indivíduo, do seu estado. 
A identidade sexual transcende o aspecto morfológico, está no campo de se pertencer a determinado gênero sexual que se externa com o comportamento. 
A identidade sexual integra a identidade pessoal.
Resolução n°1.652/02 do CFM – transgenitalização independentemente de autorização judicial.
Mudança de estado no registro civil – procedimento especial de jurisdição voluntária perante o juízo de Família.
RS e SP decisões favoráveis à mudança do nome e do sexo no registro civil do transexual que passou por cirurgia de transgenitalização invocando os direitos fundamentais constitucionais da inviolabilidade, da intimidade, vida privada da honra e da imagem das pessoas.
“ a utilização de nome masculino por transexual que se submeta a cirurgia de mudança de sexo o expõe ao ridículo, razão pela qual admite-se a modificação para o prenome feminino”.
O Professor José Maria Leoni, sobre o direito à identidade, citando Lorenzetti, sinaliza que o indivíduo possui identidade estática e dinâmica. 
“A identidade estática ‘compreende o nome, a identificação física, a imagem. Isto está protegido pelas leis referentes ao nome, à capacidade e ao estado civil’”. 
Essa é, então, a resguardada pelo direito à identidade. 
O direito à identidade sexual como direito à identidade pessoal, constitui direito da personalidade.( OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Direito Civil: teoria geral do direito civil. 2ª ed. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000).
5. DOMICÍLIO CIVIL
Conceito Doutrinário: Domicílio é a sede jurídica da pessoa , onde ela se presume presente para efeitos de direito e onde pratica habitualmente seus atos, e negócios jurídicos. (Carlos Roberto Gonçalves).
Domicílio da pessoa natural “é o lugar onde ela, de modo definitivo, estabelece a sua residência e o centro principal da sua atividade” (Clóvis Beviláqua).
Conceito Legal: 
O conceito de Domicílio Civil da pessoa natural é determinado pela combinação dos artigos 70 e 71 do CC.
Elemento objetivo: residência
Elemento subjetivo: ânimo definitivo
Apenas encontraremos o domicílio civil se preenchermos os dois requisitos determinados no artigo 70 do NCC que são: 
Residência - é o objeto do conceito, sendo este palpável. É o elemento externo e visível. Ex: uma casa, um prédio, um apartamento.
Ânimo definitivo - este é o elemento interno do domicílio civil. Sendo evidenciado por reflexos do indivíduo que demonstram seu interesse em permanecer em tal domicílio. Ex: receber correspondência, receber as contas.
Distinção entre domicílio-residência-habitação
domicílio: é o centro habitual de negócios jurídicos da pessoa, a sua sede jurídica.
residência: - é o lugar onde a pessoa habita com intenção de permanecer, mesmo que se ausente eventualmente 
habitação, moradia ou estada: – local onde se está acidentalmente, sem ânimo de lá permanecer (casa de praia);
IMPORTÂNCIA DO DOMICÍLIO
É de interesse do próprio Estado que o indivíduo permaneça em determinado local no qual possa ser encontrado, para que assim seja possível se estabelecer uma fiscalização quanto as suas obrigações fiscais, políticas, militares e policiais. 
No campo do Direito Internacional Privado, é o domicílio, na maioria das legislações, que irá solucionar a questão sobre qual lei deve ser aplicada ao caso concreto. 
O domicílio, como salientou Roberto Grassi Neto, "tem especial importância para a determinação da lei aplicável a cada situação, para determinação do lugar onde se devem celebrar negócios e atos da pessoa, e onde deve ela exercer direitos, propor ação judicial e responder pelas obrigações“.
A PLURALIDADE DE DOMICÍLIO ART. 71, CC
- É admitida pela nossa legislação quando a pessoa natural tiver mais de uma residência, pois cada uma delas será considerada domicílio dessa pessoa.
Ex.: Uma pessoa abre escritórios de advocacia em Maceió e Aracajú, fixando residências nessas duas cidades e atuando em dias alternados.
Se um réu tiver vários domicílios, poderá ser acionado em qualquer um deles.
ESPÉCIES DE DOMICÍLIO ADMITIDAS EM NOSSA LEGISLAÇÃO
Na configuração traçada pelo Código Civil, fala-se em: 
a) domicílio da pessoa natural; 
b) domicílio da pessoa jurídica, de direito público interno ou de direito privado; 
c) domicílio necessário; 
d) domicílio legal; 
e) domicílio eleito. 
a) DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL
o local em que estabelece a sua residência com ânimo definitivo; e 
o local em que pratica a sua atividade profissional. (Se a profissão for explorada e exercitada em lugares diversos, em que se lhe concentram os interesses, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem).
ATENÇÃO MUITA ATENÇÃO MEUS ALUNOS!
Cabe advertir que não será qualquer emprego ou relação jurídica, por cuja execução se produza atividade laboral, que se capacitará a desenhar o local do trabalho como se domicílio fosse.
Domicílio profissional não se confunde com o simples local de trabalho, categorias jurídicas que se diferenciam ideológica, social e juridicamente. 
É preciso que se exerça atividade profissional fim, com domínio sobre o comando técnico, administrativo e econômico, e não atividade profissional meio, para que se possa caracterizar o local, também, como domicílio, ou seja exercício da profissão, que granjeia a certeza de que se trata de um sinal eloqüente capaz de diferenciá-lo do trabalho ordinário e dependente. 
Com efeito, não é correto dizer que o empregado comum, com vínculo jurídico subordinante e protagonista de uma relação jurídica, cujo desfazimento pode se consumar unilateralmente, pelo simples exercício da vontade de seu empregador, transforme o local em que presta serviço como extensão de seu domicílio, ainda que lá consuma jornada diária. 
DOMICÍLIO VOLUNTÁRIO: decorrede ato livre da vontade do sujeito de direito – art. 74
DOMICÍLIO LEGAL OU NECESSÁRIO: é fruto de determinação legal e, em atenção a condição especial de certas pessoas. Ex. incapaz, servidor público, marítimo, preso Art. 76 do CC - dos cônjuges art.1.569 
DOMICÍLIO ESPECIAL: pode ser o do contrato. (art. 78 CC) é a sede jurídica especificada no contrato ; e o de eleição (art. 111 CPC) que é o escolhido pelas partes para propositura de ações relativas às referidas obrigações e direitos recíprocos. 
Destaque-se que a pessoa natural pode ter: 
a) mais de um domicílio doméstico; 
b) mais de um domicílio profissional; e 
c) domicílio doméstico e domicílio profissional
O FIM DA PESSOA NATURAL 
Modos de extinção da pessoa 
Morte real – à luz do cadáver - (art. 6°)
Morte simultânea ou comoriência (art.8°)
Morte presumida:
Sem declaração de ausência - (art. 7°)
Com declaração de ausência. - (art.6°, segunda parte) 
MORTE
A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar consequentemente a personalidade jurídica.
A prova da morte faz-se pelo atestado de óbito ou por ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência (art. 7º), podendo, ainda, ser utilizada a justificação de óbito prevista no art. 88 da LRP – Lei n. 6.015/73. 
Art. 3° da Lei dos Transplantes: A cessação da vida se dá com a morte encefálica - (critérios clínicos de verificação - Resolução 1.480/97 do CFM)
EFEITOS JURÍDICOS DA MORTE 
Extingue a personalidade jurídica
Extingue o poder familiar
Dissolve o vínculo matrimonial,
Abertura da sucessão,
Extinção dos contratos personalíssimos,
Extinção da obrigação de pagar alimentos, que se transfere aos herdeiros do devedor.
O de cujus não é susceptível de ser titular de direitos e obrigações
MORTE PRESUMIDA 
ATENÇÃO: A morte presumida não implica extinção da personalidade. É permitida a abertura da sucessão provisória ou definitiva do desaparecido, para proteção de seu patrimônio. 
JUSTIFICATIVA DE ÓBITO 
O art. 77 da LRP permite a justificação de óbito, por meio de testemunhas, de perícia ou de documentos, a ocorrência de morte, bem como o dia, hora e local, para que o juiz, ouvido o promotor de justiça, dê por justificado o óbito, determinando a lavratura do registro respectivo. (cidades de interior)
Permite ainda no art. 88 da LRP a justificativa de óbito das pessoas que não se tem mais notícias, desaparecidas em naufrágios, incêndios, inundações, maremotos, terremotos, enfim, em grandes catástrofes. Não se trata de presunção de morte. 
A JUSTIFICATIVA DE ÓBITO NÃO SE CONFUNDE COM MORTE PRESUMIDA pois mesmo que acolhida uma justificação nesse sentido, nada impede que a pessoa surja posteriormente sã e salva, o que anula todos os atos praticados com sua morte justificada, protegendo-se os terceiros de boa-fé.
REQUISITOS: prova de que a pessoa estava no local em que ocorreu a catástrofe e de que, posteriormente, não mais há notícias dela.
COMORIÊNCIA
COMORIÊNCIA é a presunção legal de morte simultânea entre dois ou mais indivíduos que sejam sucessores recíprocos, por não se poder determinar quem morreu primeiro, ou seja quem precedeu aos outros.
RELEVÂNCIA JURÍDICA
A regra da comoriência tem relevância principalmente nas questões do direito de sucessão. Para que seja aplicada é necessário que tenham morrido juntos parentes que sejam sucessores recíprocos, ou seja, somente interessa saber qual delas morreu primeiro se uma for herdeira ou beneficiária da outra.
Exemplo prático:
André é único filho de “Carlos”. “Carlos " é casado com “Camila”. André e Carlos morrem em um mesmo acidente.
OBS.: Pela ordem de vocação hereditária, artigo 1829, inciso I, do CC., a sucessão legítima defere-se na seguinte ordem: primeiro herdam os descendentes, depois os ascendentes, depois o cônjuge sobrevivente e por último os colaterais (o cônjuge concorre com os descendentes e com os ascendentes). 
1º hipótese - Se na morte conjunta de “André” e “Carlos” (acidente de carro, por exemplo), for possível determinar que André (filho) morreu após Carlos (seu pai), haverá a passagem da herança de Carlos (pai) para André (filho), resultando que Camila(mãe) por ser a única herdeira de André (filho) ficará com herança todinha para ela. 
2º hipótese: Se na morte conjunta de André (filho) e Carlos (pai), explosão de um avião, por exemplo, for impossível a fixação do momento exato da morte de ambos, aplicar-se-á a comoriência, isto é, não haverá transmissão da herança, um não herdará do outro. Conseqüentemente, André não herdará do pai Carlos. A herança de Carlos passará para aos seus pais. Se vivos o pai e a mãe de Carlos, à Camila (esposa) restará um terço da herança de Carlos. 
AUSÊNCIA 
A declaração de ausência objetiva a proteção do patrimônio do desaparecido levando à sucessão provisória e à sucessão definitiva. Os fins do instituto são exclusivamente patrimoniais. 
O Código aponta que sejam consideradas mortes presumidas as situações que autorizam a abertura da sucessão definitiva (artigos 37 ss.). 
Ao se analisar o tempo que perdura a ausência, três momentos distintos podem ser destacados, a saber: 
PRIMEIRO MOMENTO - Curadoria dos bens do ausente: art. 22 CC 
Nesta fase o juiz declara a ausência da pessoa e nomeia-lhe curador. 
Quando o desaparecimento é recente e a possibilidade de retorno do ausente é, portanto, bem grande, o legislador tem a preocupação de preservar os bens por ele deixados, evitando a sua deterioração. 
Ao nomear o curador o juiz deve fixar os limites de seus deveres e suas obrigações (art. 24). Deve zelar pela administração e conservação dos bens do ausente. A nomeação deverá respeitar a ordem estabelecida pelo legislador no art. 25 do CC.
SEGUNDO MOMENTO - Abertura da Sucessão Provisória - art. 26
Decorrido um ano da data da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos no caso de haver sido deixado mandatário constituído, os interessados podem requerer a declaração de ausência e abertura da sucessão provisória do ausente. 
Estabeleceu o legislador um rol de pessoas que têm legitimidade para requerer a sua abertura: Art. 27,CC 
I ) o cônjuge não separado judicialmente. 
II) os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários. 
III) aquele que tenha direito a algum bem do ausente subordinado à sua morte, como no caso do donatário que recebe uma doação subordinada à condição suspensiva da morte do doador. 
IV) os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
Mesmo com a abertura da sucessão provisória a probabilidade de volta do ausente, remota, existe. Por isso prevê o Código:
a decisão que declarar a ausência só produzirá efeitos após 180 dias da sua publicação. 
a partilha dos bens deixados será feita, mas para que os herdeiros entrem na posse dos bens recebidos deverão prestar garantias (Art. 30, CC).
os bens imóveis do ausente não poderão ser vendidos, salvo exceção do art 31.
a renda produzida pelos bens cabentes aos descendentes, ascendentes e ao cônjuge, pertencerá a estes. (Arts. 29 e 33).
TERCEIRO MOMENTO - Abertura da Sucessão definitiva - art. 37
Decorridos dez anos do trânsito em julgado da sentença concessiva da abertura da sucessão provisória, é permitido que os interessados requeiram a abertura da sucessão definitiva do ausente, bem como o levantamento das cauções anteriormente prestadas. Tal faculdade será ainda conferida a eles no caso de se provar que o ausente conta com oitenta anos e há mais de cinco anos são suas últimas notícias (art. 38).
Uma vez imitidos na posse dos bens, os seus herdeiros ficarão responsáveis por representar o ausente em juízo, tanto em relação às ações em curso, quanto em relação àquelas que eventualmente vierem a ser propostas contra ele (art. 32).
SE O AUSENTE APARECER NO CURSO DOS DEZ ANOS SEGUINTES À ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA
VOLTANDO APÓS DEZ ANOS DA ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA
Avaliação continuada do pensamento crítico e da objetividade do educando, para medir a sua capacidade de analise, de síntese e de avaliação ao nívelcognitivo superior, através de questões de desenvolvimento oral ao longo da aula e resolução de exercícios.
Caso Concreto 1
Personalidade jurídica: modos de aquisição.
O registro civil de nascimento é gratuito para todos os brasileiros, e também é de graça a primeira certidão de nascimento que o cartório fornece. Apesar disso ainda é grande o número de brasileiros que não possuem o registro civil de nascimento, por isso o governo federal instituiu A Campanha do Dia Nacional pelo Registro Civil de Nascimento que movimenta centenas de cartórios por todo o país. 
MARIA DAS DORES DE SOUSA, 65 anos, portanto, maior e capaz, chegou cedo ao local para garantir a primeira via de sua certidão de nascimento. “Nasci em Cuiabá e ainda quando criança fui levada para morar no sítio. Para minha família era difícil vir à cidade e ter acesso a este serviço, por isso, não tenho a certidão até hoje. Tenho uma filha de 18 anos e não pude registrá-la até agora. A falta do documento me prejudicou. Tive sempre que trabalhar em casa, lavando roupa ou limpando quintais da vizinhança. Fiquei muito feliz em saber desta ação, que facilitará minha vida”, disse emocionada.
Pergunta-se:
a)       O fato de MARIA DAS DORES até os 65 anos de idade não possuir registro civil faz com que não possua personalidade jurídica? Por quê?
b)       Qual a função do registro civil das pessoas naturais?
c)       Qual a relação entre personalidade jurídica e capacidade jurídica?
.
Caso Concreto 2
Personalidade jurídica: aquisição e perda
 
BETO ESCALIBUR JR., playboy milionário e famoso, freqüentador conhecido da noite paulista e de preferências sexuais peculiares, aos trinta anos de idade, solteiro, sem filhos, descobriu ser portador de mal incurável e que lhe restavam poucos meses de vida. 
Em razão desse fato, dispôs sobre seu valioso patrimônio (um terreno de 10.000 metros quadrados em Búzios/RJ, uma mansão no bairro dos Jardins/SP, dois apartamentos na Riviera francesa, uma frota de 30 caminhões e 57 ônibus de turismo e um abrigo para alpinistas nos Alpes suíços) em testamento público, determinando que o mesmo fosse distribuído; sendo um terço para seu cão de estimação, da raça chow chow, chamado “Good Dick”, e os dois terços restantes para seus pais Giovanna e Roberto. 
Tendo em vista que pouco tempo depois de testar Beto faleceu, pergunta-se:
a)       Como é diagnosticado o evento biológico morte de Beto e quais as conseqüências jurídicas desse diagnóstico?
b)       O cão “Good Dick” pode receber a parte que lhe cabe da herança de Beto sob a forma de cuidados efetuados por pessoal especializado e ração canina de primeira qualidade?
.  
c)       “Good Dick” poderia ser representado por um curador?
QUESTÃO OBJETIVA
Natureza jurídica do nascituro.
Prof. Ronaldo
Assinale a alternativa correta e justifique sua escolha.
Em relação a aquisição da personalidade jurídica, no ordenamento jurídico brasileiro, podemos dizer que:
(a) para Maria Helena Diniz, o nascituro possui personalidade jurídica material;
(b) o registro do nascimento é um dos requisitos legais para aquisição da personalidade;
(c) o natimorto adquire a personalidade jurídica depois de nascer com vida;
(d) a teoria natalista não reconhece os direitos que a lei põe à salvo ao nascituro;
(e) começa para a pessoa natural, do nascimento com vida, segundo teoria natalista.
Art. 7º . Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do lançamento.
Art 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva.
Art 70 “ O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência co ânimo definitivo”. 
Art. 71. “Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”.
Art. 72. “É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida”.
CC. Art 70 “ O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência co ânimo definitivo”. 
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas
Art. 16 do CC. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 8°-Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Se o ausente aparecer no curso dos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva terá direito aos bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros ou demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Voltando após dez anos da abertura da sucessão definitiva perde o ausente o direito aos bens, pois a partilha torna-se irrevogável.
Não havendo interessados em requerer abertura da sucessão definitiva, a teor do artigo 39, § único, os bens arrecadados passarão para o domínio do Município ou do Distrito Federal, quando localizados nestas circunscrições, ou para o domínio da União. 
DOMICÍLIO = MORADIA + CENTRO DE ATIVIDADES
DOMICÍLIO = REIDÊNCIA + ÂNIMO DEFINITIVO
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