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P1- Farmacologia Médica I 1 Raissa Fidelis - XLVI A farmacocinética estuda o trajeto da droga desde sua introdução até a absorção, distribuição, redistribuição, metabolização e a eliminação do fármaco. Além disso a farmacocinética diz que o organismo pode modificar o efeito de um fármaco. Então, a farmacocinética estuda as modificações que o organismo pode provocar ao efeito dos fármacos. A farmacodinâmica estuda as modificações que o fármaco vai provocar no organismo, ou seja, o mecanismo de ação das drogas. Como pode-se perceber, a farmacodinâmica é o inverso da farmacocinética, pois na farmacodinâmica, é a droga que vai modificar a ação de um determinado receptor ou enzimas do organismo, a fim de reverter uma patologia específica. Biofase: local de ação de uma droga. exemplo: atenolol vai ser absorvido, distribuído, biotransformado e quando ele voltar para a distribuição novamente, pode entrar na biofase, onde ele irá fazer a farmacodinâmica (mecanismo de ação da droga). É o intervalo de concentração de um fármaco dentro do qual existe uma alta probabilidade de conseguir a eficácia terapêutica com toxicidade mínima na maioria dos pacientes. Biodisponibilidade: quantidade do fármaco que terá na corrente sanguínea para agir. exemplo: se eu tomei alguma droga eu tenho que saber qual é a biodisponibilidade daquela droga. exemplo: zolpidem de 10mg – a biodisponibilidade dele é de 90-95%. Pq que eu tomei 100% e a biodisponibilidade é de 90%? Pq o fármaco tem que ser absorvido e depois tem que agir no organismo. Por via intravenosa a biodisponibilidade é de 100% porque o medicamento vai cair diretamente na corrente sanguínea, pronto para agir. O índice terapêutico tem que estar na dose efetiva mediana, mas ele não pode passar a dose tóxica, porque se ele passar a dose tóxica, o paciente pode ser intoxicado. No índice terapêutico temos: • Subterapêutico; • Terapêutico; • Potencialmente tóxico; • Tóxico. P1- Farmacologia Médica I 2 Raissa Fidelis - XLVI Por via oral é mais difícil chegar no índice terapêutico. exemplo: amoxiacilina demora 2 dias para chegar no índice terapêutico, já a penicilina por via Ivo índice terapêutico é no mesmo momento. Já vem a dose do adulto! Na criança até 30 kg tem que fazer conta. - ÍNDICE TERAPÊUTICO – Amplo (diferencia entre a dose efetiva mínima e a dose tóxica mínima) – a dose efetiva fica longe da dose tóxica. Estreito (o conhecimento do perfil farmacocinético é muito importante). Amplo: ibuprofeno - doses normais podem variar 400 a 3,200 mg/dia sem que haja diferença substancial no efeito ou na toxicidade. ✓ Ibuprofeno é um anti-inflamatório que bloqueia a COX-1 a COX-2. A COX age no ácido araquidônico para produzir o endoperóxido, o qual será prostaglandina. O ibuprofeno bloqueia a COX. Se bloqueia, não tem dor, febre etc. Estreito: Teofilina (concentrações sanguíneas 10- 20microgramas/mL). Concentrações abaixo de 10microgramas/mL não tem efeitos terapêuticos. Concentrações acima de 20microgramas/mL efeitos tóxicos graves (convulsões, arritmias e morte). ✓ A teofilina age dentro da célula pulmonar para fazer uma broncodilatação. Estuda as modificações que o fármaco vai provocar no organismo, ou seja, o mecanismo de ação das drogas. Farmacodinâmica é a droga que vai modificar a ação de um determinado receptor ou enzimas do organismo, a fim de reverter uma patologia específica. Toda droga tem que agir em um receptor. Receptores: qualquer molécula celular que se liga aos fármacos e medeiam suas ações farmacológicas. DROGA + RECEPTOR = RESPOSTAS. Os escitalopram bloqueia a recaptação da serotonina, fazendo com que a serotonina não volte para a membrana pré-sináptica. Serotonina aumenta na fenda pré-sináptica. O receptor é muito importante. Ele pode ficar na membrana, no citoplasma e no núcleo. Atenolol age em β1. Se bloqueia β1 tem diminuição do batimento cardíaco. PA= DC x RVP O DC é a frequência cardíaca X volume sistólico ou volume de ejeção. ✓ Se a frequência cardíaca diminui, diminui o débito cardíaco, se diminui o débito cardíaco, a PA diminui. P1- Farmacologia Médica I 3 Raissa Fidelis - XLVI Losartana potássica – bloqueador dos receptores da angiotensina II (BRAs). Ação: bloqueia os receptores AT1. Angiotensina 2 (AT1) aumenta a PA., porque ela causa vasoconstricção. Ela vai no túbulo contornado distal do nefron, reabsorvendo sódio, aumentando o retorno venoso e o volume sistólico e o débito cardíaco, aumentando a pressão arterial. INIBIÇÃO NÃO-SELETIVA COX-1 E COX-2: COX – 1 COX – 2 AUMENTA o risco de sangramentos. AUMENTO dos riscos cardiovasculares, como hipertensão e trombose. AUMENTAM os danos do trato gastrointestinal. MENORES efeitos sobre o trato gastrointestinal. Tylex (paracetamol com fosfato de codeína): o paracetamol bloqueia COX-1 e COX-2, que diminui a prostaglandina, a codeína é uma agonista parcial, agindo na encefalina (bloqueia a dor). É um senhor analgésico. A medicação quando passa pela biotransformação, as enzimas só vão biotransformar a medicação, fazendo com que ela caia na corrente sanguínea para agir. ✓ Exemplo: a codeína vai agir onde tem receptor da encefalina. ✓ No fígado tem a citocromo P450 – a codeína pode ser metabolizada por uma citocromo e pode inibir outra citocromo a qual pode inibir outra medicação – INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA. O GABA, é o neurotransmissor inibitório mais importante que tem no cérebro. • O benzodiazepínico barbitúrico age no canal do GABA. O benzodiazepínico age no receptor, o canal abre, o cloro entra, fazendo com que dentro da célula fique mais negativo (hiperpolarizado). Com isso, o neurônio tem dificuldade de gerar o potencial de ação (inibiu a célula). Por isso que o GABA vai inibir e não excitar. • Então, o benzodiazepínico abre o canal de GABA, o cloro entra e ele fecha. • O barbitúrico abre o canal do GABA, o cloro entra, entra, entra, entra para depois fechar. • Quem deixou entrar mais cloro? O barbitúrico. Então é ele que bloqueia mais a membrana. Manitol – por via IV, na corrente sanguínea, o líquido que está fora do vaso o manitol traz para dentro. O manitol age no néfron, no túbulo contornado proximal. Então o sódio é reabsorvido, mas a água fica com o manitol, fazendo com que o paciente urine mais. O manitol é conhecido como diurético osmótico. Usado em quem tem edema cerebral. Não age em receptor. Ele puxa a água do extracelular para a corrente sanguínea e depois faz isso no néfron, fazendo com que o paciente urine mais. Quando você aumenta a potência, você aumenta a resposta e a eficácia da medicação é melhor. P1- Farmacologia Médica I 4 Raissa Fidelis - XLVI Importância do Kd: afinidade da droga para com o receptor. Concentração de ligante em que 50% dos receptores disponíveis estão ocupados. Quanto menor o Kd, maior é a afinidade da droga com o receptor. - QUANTIFICAÇÃO DA INTERAÇÃO DROGA-RECEPTOR - A droga com o receptor, quando junta vai dar o efeito farmacológico!! Efeito farmacológico: A droga pode ser agonista ou antagonista. Quando a droga interage com o receptor, você tem o agonista e o antagonista. AGONISTA: se eu dou uma droga para o meu paciente e ela faz o mesmo efeito da adrenalina do receptor, ela será uma droga agonista. Então, ela faz o mesmo efeito no organismo que a adrenalina faz, que a noradrenalina, etc. ANTAGONISTA: se a droga bloquear o receptor, ela é antagonista. A droga antagonista não vai ter o efeito, mas vai ter a ação. exemplo: o atenolol bloqueia a β1, não tendo efeito dentro da célula. Porém, quando ele bloqueia a β1, a acetilcolina vai ter mais efeito no coração, causandobradicardia. Atenolol bloqueia, mas vai ter efeito dentro da célula. Emáx) É a resposta máxima produzida pelo agonista. Atividade intrínseca (k): é uma constante matemática que representa a capacidade de uma droga em ativar um mecanismo de transdução. Está relacionada com a eficácia de um agonista. ✓ Droga que age em β1 e age igual a adrenalina – a adrenalina age em β1, ativando a proteína Gs, a qual ativa a adenilatociclase, aumentando o AMPcíclico, que é o segundo mensageiro, causando taquicardia. ✓ Uma droga que age igual a adrenalina – age em β1 causando a mesma coisa que a adrenalina. Agonista total. ✓ Eficácia 1: quando age como agonista. ✓ Tem um agonista que age em um receptor, só que ao invés dele fazer igual a adrenalina, ele faz a metade do que a adrenalina faz – ele causa atividade intrínseca porque ele mexeu dentro da célula. Agonista parcial (0 até abaixo de 1). AGONISTA TOTAL: efeito máximo. AGONISTA PARCIAL: metade do efeito. AGONISTA INVERSO: um agonista inverso atua de modo a abolir essa atividade intrínseca (constitutiva) do receptor livre (não- ocupado). P1- Farmacologia Médica I 5 Raissa Fidelis - XLVI ▪ A histamina tem o receptor H1 e o H2. Ela age no receptor e quando isso acontece, ela pode causar uma inflamação. Se você for tomar uma medicação que age no receptor de histamina, ao invés dela inflamar, ela controla a sua inflamação. Faz modificação dentro da célula, mas ela controla. EC50) É a medida da quantidade do fármaco (dose) necessária para desencadear uma determinada resposta. Está relacionado com a afinidade (Kd). Se o Kd é menor, a droga tem mais afinidade pelo receptor. Se o Kd é menor, a potência é alta. Se o Kd é maior, a potência é baixa – droga com pouca afinidade pelo receptor. Importância do Kd: afinidade da droga para com o receptor. Concentração de ligante em que 50% dos receptores disponíveis estão ocupados. Nenhuma resposta: antagonista – não gera resposta na célula, mas tem um mecanismo de ação. exemplo: atenolol – diminui a pressão e causa bradicardia. Total: eficácia = 1. Parcial: eficácia intermediária. O fentanil é um agonista total – IV. Age no receptor que a encefalina age e faz a mesma coisa que ela. A codeína é um agonista parcial. Agonista inverso: é uma droga com alta afinidade para com o receptor inativado – liga-se ao receptor e tem efeito oposto ao do agonista. Agonista: . Agonista inverso: . ✓ A histamina gera resposta inflamatória no receptor H1, um agonista inverso como a Loratadina encaixa no receptor H1, produz resposta de desinflamação e também não permite que uma histamina se encaixe. P1- Farmacologia Médica I 6 Raissa Fidelis - XLVI ✓ Muitos medicamentos originalmente considerados apenas antagonistas, revelaram ser agonistas inversos. A droga vai agir no receptor, só que não terá atividade intrínseca e terá efeito terapêutico. ANTAGONISTAS: COMPETITIVO (RECEPTORES) – REVERSÍVEL E IRREVERSÍVEL. NÃO-COMPETITIVO (SEM RECEPTORES). • Adrenalina age em β1. Atenolol bloqueia o receptor da adrenalina. Atenolol está competindo com a adrenalina – antagonista competitivo. Atenolol bloqueou β1, se você tem uma descarga adrenérgica a sua adrenalina vai aumentar. Se você está tomando o atenolol, a adrenalina vai chegar e vai falar para ele sair porque ele está no receptor dela. Se eu tenho mais agonista eu tiro o antagonista – ANTAGONISTA COMPETITIVO REVERSÍVEL. • Feocromocitoma – tumor nas células de cromafins. Na medula da suprarrenal vai ter muitas células de cromafins. Esse feocromocitoma pode aparecer no pulmão, intestino. O feocromocitoma produz adrenalina. Se você der atenolol para esse paciente no OS não resolverá o problema, porque a alta carga de adrenalina não deixa o atenolol agir para causar bradicardia e diminuir a pressão arterial. Você tem que dar um antagonista que bloqueia o receptor de adrenalina, mas que seja irreversível. Fenoxibenzamina bloqueia α1 e α2 de forma irreversível – medicamento que consegue abaixar a pressão arterial e inibir a adrenalina. ANTAGONISTAS – NÃO COMPETITIVO (SEM RECEPTORES) – QUÍMICO E FISIOLÓGICO. Antagonistas químicos inativam o agonista antes de ele ter a oportunidade de atuar em outro receptor (por exemplo, através de neutralização química). Antagonistas fisiológicos produzem um efeito fisiológico oposto àquele induzido pelo agonista. Não competitivo: Agonista age no receptor e faz o efeito máximo. Antagonista age em outro receptor. O antagonista competitivo faz com que o agonista nunca consiga chegar em seu efeito máximo. O que mais tem é o antagonista competitivo. P1- Farmacologia Médica I 7 Raissa Fidelis - XLVI ANTAGONISTA COMPEITITIVO REVERSÍVEL E IRREVERSÍVEL Gráfico A: aumentei o agonista e ele fez o efeito máximo. Quando eu dou o agonista e o antagonista competitivo reversível, eu tenho que aumentar o agonista para que ele tire o antagonista para chegar no seu efeito máximo. Gráfico B: quando eu dou o agonista e o antagonista competitivo irreversível, pode aumentar o agonista que o antagonista não sai do receptor, porque ele fez uma ligação irreversível, fazendo com que ele não saia do receptor. - CURVAS DOSE-RESPOSTA DO AGONISTA NA PRESENÇA DO ANTAGONISTA - Antagonista competitivo reversível Magnitude do deslocamento depende: - concentração do antagonista. - afinidade do antagonista. Se você aumenta a concentração do antagonista, daí você consegue chegar, porque o antagonista sendo reversível tira o agonista. Antagonista competitivo irreversível Modo covalente ou com afinidade muito alta. Deslocamento para a direita - ↓efeito máximo. O receptor é destruído para que o núcleo da célula forme um novo receptor. Com o antagonista irreversível competitivo você nunca consegue chegar na resposta plena!! ANTAGONISTA COMPETITIVO ANTAGONISTA NÃO- COMPETITIVO Características: Características: A. Competição pelo mesmo sítio de ligação – deslocamento da curva para a direita de forma //. B. Reversível – reversão do bloqueio pelo ↑ [agonista]. C. Irreversível – não há reversão pelo ↑ [agonista]. A. Não há competição pelo mesmo sítio de ligação – afinidade do agonista não se altera. D. Redução da resposta máxima, mesmo na presença de ↑ [agonista].
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