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● Introdução: São substâncias orgânicas gordurosas ou oleosas, insolúveis em água, extraídas por solventes não polares (hexano, éter, clorofórmio) ● Função: Armazena energia química em uma forma mais eficiente e é precursor e transportador de várias substâncias importantes do metabolismo animal. ● Classificação: ➤ Lipídios Simples: São os triglicerídeos (mais importante na nutrição), que pode ser insaturado, caso possua ligação dupla, ou saturado, com ligações simples. Há também os esteroides não saponificáveis, que são precursores de hormônios, sais biliares e vitamina D. ☞ Derivados do colesterol: Cortisol, aldoste- rona, testosterona, estradiol e vitamina D. Outros lipídios simples são as Ceras e Cerídios, que são importantes na tecnologia de alimentos para proteção de outras substâncias. Essas substâncias não são quebradas por enzimas nem saponificáveis. ➤ Lipídios Compostos: São ésteres de ácidos graxos que contém outros grupos além do álcool e ácido graxo. Os fosfoglicerídeos que compõem a membrana celular fazem parte desse grupo. Há também os glicolipídios, que possuem um grupo carboidrato no lugar do ácido graxo na posição 1 ou 3 do glicerol. Estão presentes na membrana células e é um tipo de esfingolipídio. As lipoproteínas, responsáveis pelo transporte de lipídios, também são compostos. Elas se classificam de acordo com a sua densidade: ➤ Derivados Lipídicos: São complexos insaponificáveis; resíduos resultantes da saponificação da gordura natural. ● Ácidos Graxos: São os principais componentes dos lipídios e são responsáveis pelas suas propriedades. ➤ Nomenclatura: Sufixo de acordo com a saturação da cadeia. ☞ -anóico: Cadeia saturada. Saturada Substância C4 BUTANÓICO Ácido Butírico C5 PENTANÓICO Ácido Valérico C6 HEXANÓICO Ácido Capróico C8 OCTANÓICO Ácido Caprílico C10 DECANÓICO Ácido Cáprico C12 DODECANÓICO Ácido Láurico C14 TETRADECANÓICO Ácido Mirístico C16 HEXADECANÓICO Ácido Palmítico C18 OCTADECANÓICO Ácido Esteárico C22 DOCOSANÓICO Ácido Berenico ☞ -enóico: Cadeia com uma ligação dupla. Insaturado Substância C18:1 OCTADECENÓICO Ácido Oléico ☞ -dienóico: Cadeia com 2 ligações duplas. Insaturado Substância C18:2 OCTADECADIENÓICO Ácido Linoleico ☞ -trienóico: Cadeia com 3 ligações duplas. Insaturado Substância C18:3 OCTADECATRIENÓICO Ácido Linolênico Visua- lização: Quanto mais insaturada uma cadeia, menos estável é a substância. A temperatura de fusão é menor e a probabilidade de ransificação é maior. ➤ Energia: É diferente a depender da saturação ☞ Cadeia saturada: A energia bruta é diretamente proporcional ao número de átomos de carbono. Ácido Graxo Energia Bruta (Kcal/g) Ácido Acético 3,15 Ácido Propiônico 4,79 Ácido Butírico 5,80 Ácido Valérico 6,53 Ácido Capróico 7,36 Ácido Caprílico 8,75 Ácido Cáprico 8,48 Ácido Láurico 8,75 Ácido Mirístico 9,13 Ácido Palmítico 9,30 Ácido Esteárico 9,45 Ácido Berenico 9,73 ☞ Cadeia insaturada: A energia bruta é indiretamente proporcional ao número de duplas ligações; porém, ainda proporcional ao número de átomos de carbono. Abaixo há apenas substâncias de 18 carbonos: Ácido Graxo Energia Bruta (Kcal/g) Ácido Oléico 9,32 Ácido Linoleico 9,27 Ácido Linolênico 9,12 ➤ Grau de Fluidez: Quanto mais instável, mais fluído é ácido graxo. ☞ Cadeia saturada: Quanto maior o número de átomos de carbono, maior a temperatura de fusão. Aqueles com 12 ou mais átomos são sólidos na temperatura corporal. ☞ Cadeia insaturada: Além do número de átomos de carbonos, avalia-se o número de duplas ligações e a conformação destas. Quanto maior o número de ligações duplas, menor a temperatura de fusão. Caso a dupla ligação seja de conformação cis, a temperatura de fusão é menor quando comparada com a conformação trans. A estrutura trans é mais estável. Além disso, quanto mais afastada do carbono 1 for a ligação dupla, maior será o ponto de fusão. Comparação Nº de C : Dupla Ligação Ponto de Fusão (ºC) 18:0 (Esteárico) 69,6 18:1 (Oleico) 13,4 18:2 (Linoleico) -5,0 18:3 (Linolênico) -11,0 ➤ Metabolismo: Os ácidos graxos são interconvertidos. Desta forma, os insaturados são agrupados em quatro famílias. ☞ Famílias insaturados: Família do ácido linolênico (série n-3; ômega 3), do ácido linoleico (série n-6), do ácido palmítico (série n-7) e do ácidos oleico (série n-9). Família Membros Ácido Linolênico (série n-3) 9, 12, 15 – 18:3 6, 9, 12, 15 – 18:4 8, 11, 14, 17 – 20:4 5, 8, 11, 14, 17 – 20:5 7, 10, 13, 16, 19 – 22:5 (EPA) 4, 7, 10, 13, 16, 19 – 22:6 (DHA) Ácido Linoleico (série n-6) 9, 12 – 18:2 6, 9, 12 – 18:3 8, 11, 14 – 20:3 5, 8, 11, 14 – 20:4 7, 10, 13, 16 – 22:4 4, 7, 10, 13, 16 – 22:5 Ácido Palmítico (série n-7) 9 – 16:1 11 – 18:1 8, 11 – 18:2 Ácido Oleico (série n-9) 9 – 18:1 6, 9 – 18:2 8, 11 – 20:2 5, 8, 11 – 20:3 Conta-se a partir do carbono alfa (C1) onde se encontra a primeira dupla ligação. Prossegue-se contando as outras duplas ligações e onde se localizam para comparar com o posicionamento. Para se determinar o número da série, conta-se a partir do carbono ômega (último carbono) até a última ligação dupla da cadeia. ➤ Rancificação nos Alimentos: ☞ Rancidez Hidrolítica: Enzimas (lipases, lipoxigenases), produzidas por microrganismos e/ou agentes químicos (ácido/base). ☞ Rancidez Oxidativa: Pode provocar alterações indesejadas de cor, sabor, aroma e consistência do alimento. Também pode alterar o valor nutricional, principalmente de vitaminas. Fatores que afetam a oxidação: Quantidade de oxigênio presente, uma vez que a rancidez oxidativa não ocorre na ausência dele. A composição da gordura, já que o grau de saturação têm influência; visto que quanto mais insaturado, maior o risco de rancidez. A exposição a luz, sendo que ela acelera as reações de oxidação. A temperatura de armazenamento, visto que quanto maior ela seja, maior a velocidade de reação. A presença de catalisadores (pró-oxidantes), que são metais e grupo heme que aceleram a reação de oxidação. O último fator é a atividade de água dos alimentos, sendo que a presença dela livre aumenta a atividade catalítica dos metais, aumentando o risco de oxidação. Por esse motivo, alimentos ricos em triglicerídeos insaturados de origem animal costumam serem congelados para aumentar a vida útil. É o que ocorre na venda de frango. ● Digestão de Absorção dos Lipídios em Monogástricos: Se adapta ao perfil de ácidos graxos da dieta. Portanto consegue absorver as cadeias saturadas e insaturadas. A gordura estocada e produzida também se iguala ao perfil oferecido na dieta. ● Digestão de Absorção dos Lipídios em Ruminantes: Ocorre fermentação ruminal, que possibilita a transformação dos ácidos graxos insaturados em saturados por meio de biohidrogenação (acrescenta H+ para desfazer a ligação dupla). É importante se atentar que acima de um limite de gordura, há diminuição da fermentação ruminal e digestibilidade da matéria seca. Comparação da Alteração dos AG com a Fermentação Ruminal Ácido Graxo Antes Após Cadeia < C16 -- 5,0 C16:0 (Palmitoleico) 5,5 13,8 C18:0 (Esteárico) 5,8 31,7 C18:1 (Oleico) 21,6 30,2 C18:2 (Linoleico) 12,5 14,2 C18:3 (Linolênico) 54,6 5,1
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