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Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 1 O cálculo da frequência, por coeficiente ou taxa, por meio da fórmula: Constante = potência de base 10 Obs.: Prevalência de período não é incidência, pois analisa número de casos já existentes + casos novos em uma população total, não necessariamente exposta ao risco. Prevalência de toda vida → não faz um recorte específico no tempo para se investigar determinada doença. Quando se pensa em taxa de incidência e incidência acumulada, se está pensando na morbidade → medida dinâmica onde o paciente não tem a doença, mas tem risco de desenvolvê-la. A mortalidade é uma particularidade da incidência, também é dinâmica. A taxa de incidência e a incidência acumulada são usadas tanto para doença quanto para morte. A partir desses coeficientes é que se constrói os indicadores de mortalidade, de morbidade e de qualidade de vida. Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 2 Incidência (medida dinâmica / expressa mudança no estado de saúde): Mortalidade, letalidade e sobrevida são conceitos derivados da incidência. - Casos novos ou casos incidentes: Indivíduos que não estavam enfermos no início do período de observação. Sob o risco de adoecimento e se tornaram doentes ao longo desse período. Mínimo de duas observações ao longo do estudo. (numerador). - Incidência acumulada: Utilizada quando todos os indivíduos do grupo representado pelo denominador foram acompanhados por todo período. - Densidade de incidência: Utilizada quando nem todos os indivíduos do grupo representado pelo denominador foram acompanhados por todo período. Pessoa-Tempo Exemplo: Se há uma incidência acumulada de 25%, a sobrevida é 75% pois é uma medida complementar à incidência acumulada, podendo ser usada tanto para morbidade quanto para mortalidade. A sobrevida é uma estimativa de probabilidade, no caso da mortalidade, do indivíduo não morrer. A letalidade tem a ver com a gravidade da doença. Relembrando... → fora da aula T0 = incidência Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 3 Populações abertas possuem duas variáveis Obs.: Coorte fixa – trabalhos observacionais e experimentais Incidência acumulada: - É uma proporção que representa uma estimativa do risco de desenvolvimento de uma doença ou agravo em uma população em um intervalo de tempo. - Expressão do risco médio referido a um grupo de indivíduos. - Sinônimos: proporção de incidência, incidência cumulativa ou taxa de ataque (risco). Densidade de incidência: - Pessoa-Tempo: • Período durante o qual um indivíduo esteve exposto ao risco de adoecimento e, caso venha a adoecer, será considerado um caso novo ou iniciante. • Somadas as experiências individuais, obtém-se o total pessoa-tempo gerado por uma determinada população ao longo do período em que se desenvolve determinado estudo. Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 4 A perda é a saída do indivíduo da pesquisa, independente da razão → ou a pessoa estava saudável e ficou doente ou estava viva e veio à óbito, de todo modo, a perda não refere o desfecho. Nesse espaço de 5 anos, pode-se observar que essa população é dinâmica, aberta, pois alguns indivíduos passam a fazer parte da pesquisa depois desta já ter sido iniciada (um indivíduo entrou após o primeiro ano e outro entrou após dois anos) – se fosse uma pesquisa com população fechada, todos os indivíduos iniciariam o acompanhamento em t0 e nenhum outro entraria ao longo da pesquisa. Ao final desse período de 5 anos, 4 pessoas ficaram doentes (D) → essas 4 contabilizam como número absoluto de caso incidente (numerador). No caso do indivíduo 1, por exemplo, ele contribuiu dois anos e meio para a pesquisa (tempo de segmento = denominador) e ficou doente. Por outro lado, o indivíduo 2, por exemplo, contribuiu por quatro anos e não ficou doente. Já no caso do indivíduo 5, houve a contribuição por dois anos e meio (denominador) e depois o indivíduo saiu (X) da pesquisa (não contabiliza no numerador). Colocando na fórmula para o cálculo da densidade de incidência: Normalmente, na população fechada, estacionária, todo grupo entra no início (t0) e segue todo o tempo de segmento. No caso de uma população onde todos entram juntos, mas algumas pessoas acabam saindo, é preciso colocar na metodologia que essas pessoas vão ser repostas para se completar o tempo de segmento → população aberta estável. 4 (2,5+4+4+5+2,5+1,5+5+5+4+3+3+1,5) = 0,09 pessoa/ano 4 41 = Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 5 O gráfico acima representa uma população aberta não estável, dinâmica. No caso da metodologia do autor acima é de que a cada dois anos 4 pacientes novos entravam na incidência, assim, o máximo de contribuição que um paciente do “grupo 1” teria é de 10 anos, o máximo de tempo de um paciente do “grupo 2” é de 8 anos e assim sucessivamente. Prevalência: Diferente da incidência, que avalia risco e é dinâmica, a prevalência é uma medida estática que representa a aferição do número de casos existentes em uma população (a longo prazo, doenças crônicas, etc) de modo que: Prevalência = Incidência x duração Logo, doenças crônicas tendem a ter prevalência maior, enquanto doenças agudas são autolimitantes. A prevalência abarca: - Frequência de casos existentes de uma determinada doença, em determinada população e em um determinado momento. - Casos “antigos” somados aos “novos” → que ainda estão vivos quando se realiza a observação. - Fração de indivíduos doentes naquele instante de tempo. Carga de doença → Fundamental para planejamento de serviço Relação entre prevalência e incidência: Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 6 Fatores que aumentam a prevalência - ↑ Número de casos novos → ↑ incidência - Doentes que migram → imigração aumenta o número de casos e emigração diminui - Letalidade da doença → desfecho em cura ou óbito Quadro importante para a prova!! O principal fator para o sucesso no planejamento de um serviço público ou coletivo é a informação dobre a epidemiologia de uma determinada patologia e de seus fatores de risco modificáveis, sobre os quais podemos atuar visando a promoção da saúde e a prevenção da doença. Prevalência de período: - Frequência de casos existentes de uma doença ao longo de um período ou intervalo de tempo de t0 a t (como um ano, por exemplo). → - Trata-se de uma agregação de medidas de prevalência pontual e de incidência. Prevalência de Toda a Vida: crônica ↑ Letalidade ↓ Prevalência Ex.: Ebola Ex.: HIV Ex.: notificação compulsória dos casos de sífilis Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 7 - Expressa a quantidade de indivíduos que já apresentaram determinada doença em qualquer momento desde o nascimento até a realização do estudo. - A cada indivíduo observado corresponde um intervalo (t0, t) particular. - O numerador inclui todos os pacientes, os doentes, já se curaram ou estão em fase de remissão. - Utilizado para soroprevalência e em doenças remitentes como artrite reumatoide. Inquérito de prevalências: Processo saúde doença: Risco de adoecer/morrer → Medida dinâmica → velocidade (t)/mudança Obs.: (extra) Estudos de soroprevalência - são uma denominação comum para inquéritos que utilizam marcadores sorológicos, sendo particularmente úteis para infecções virais e bacterianas que induzem à formação de anticorpos ou outros marcadores biológicos específicos. Este tipo de estudo tem sido utilizado para determinar a distribuição geográfica de inúmeras doenças, como por exemplo, hepatites A, B, C; HIV e também em inquéritos pré e pós vacinação em massa para avaliar soroconversão de anticorpos. Maria Raquel Tinoco Laurindo – MED 103 8 Estudos de prevalência repetidos - são estudos de prevalência realizados repetidamente em intervalos de tempo, geralmente anosou décadas. Diferem do estudo de coorte por não estudarem o mesmo grupo de indivíduos. (...) Estes estudos de prevalência repetidos são utilizados para avaliar o "status" de saúde/doença/infecção e tendência em grandes populações; são importantes para planejamento dos serviços de saúde e verificação de alterações de saúde ao longo do tempo. Alguns exemplos são os inquéritos nutricionais e de morbidade domiciliar nos censos. Relembrando... - Medidas de frequências - Taxa de ataque secundário: Mede o contágio de uma doença de transmissão pessoa a pessoa e, portanto, é de utilidade para avaliar a efetividade das medidas de controle de um surto ou epidemia. Expressa o número de casos de uma doença que aparecem dentro do período de incubação entre os contatos suscetíveis expostos a um caso índice, em relação ao número total de contatos suscetíveis expostos. - Medidas de mortalidade: Corresponde a um caso particular do conceito de incidência, quando o evento de interesse é a morte e não o adoecimento. A letalidade é uma medida da mortalidade restrita aos indivíduos que apresentam um determinado problema de saúde. Pode ser: • Mortalidade geral • Mortalidade por causa específica • Mortalidade por grupo de causas
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