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aspectos éticos do fim da vida conceitos importantes da bioética eutanásia - Significa pôr fim à vida de um doente terminal. - Abreviamento da vida, a fim de aliviar ou evitar o sofrimento do paciente. - Não é uma conduta lícita em nosso ordenamento jurídico, e está tipificada no Código Penal. ortotanásia - Significa deixar viver apenas com cuidados paliativos, não se aceitando o prolongamento da vida através de meios artificiais. - O oposto da eutanásia. - Não é configurada como um crime pois a finalidade do médico que interrompe um tratamento ineficaz é reduzir o sofrimento do doente sem chances de cura, e não pôr fim a sua vida. distanásia - Significa o prolongamento da vida a qualquer custo, utilizando-se de todos os meios artificiais possíveis e disponíveis. - Pode ser considerada obstinação terapêutica (ou futilidade terapêutica), que consiste em iniciar ou continuar ações médicas que não tem outro objetivo além de prolongar a vida de um paciente quando ele está em processo irreversível de morte, prolongando o processo de morrer. cabe ao médico: · Usar os recursos disponíveis quando forem capazes de beneficiar seu paciente e não ferir sua dignidade. · Reconhecer quando esses recursos não mudarão o desfecho e poderão trazer mais sofrimento para o paciente e sua família. mistanásia - Significa uma morte que ocorre por omissão, por negligência, por incompetência ou insuficiência na assistência à saúde. aspectos éticos e bioéticos na assistência ao paciente terminal - A atuação médica é movida por dois grandes princípios morais: · Preservação da vida. · Alívio do sofrimento. - Eles quase sempre andam de mãos dadas, mas em alguns momentos, um deve prevalecer sobre o outro. - Se o paciente estiver dentro da categoria “salvável” (quando o arsenal e as medidas terapêuticas ainda são capazes de evitar o óbito e não apenas retardá-lo à custa de muito sofrimento ao paciente), o princípio que deve prevalecer é o de preservação da vida. - Se o paciente estiver em processo de morte inevitável – paciente terminal (quando as medidas terapêuticas não aumentam a sobrevida, apenas prolongam o processo de morte). O princípio que deve prevalecer é o alívio do sofrimento. - A aplicação dos princípios bioéticos deve ser realizada em uma sequência de prioridades: · Beneficência e Não Maleficência > Autonomia e Justiça. · A beneficência prevalece no caso de paciente salváveis. · A não-maleficência prevalece no caso de pacientes em processo de morte inevitável. OBS: SOBRE A AUTONOMIA - O princípio da autonomia está em segundo lugar pois: · Em alguns casos ele pode representar e a morte do paciente. · Muito pacientes não apresentam condições sensoriais e cognitivas adequadas para tomar uma decisão. conduta médica na assistência ao paciente terminal - A decisão sobre qualquer conduta na assistência ao paciente terminal deve ser feita de forma consensual da equipe e da família. - O médico deverá apresentar de forma imparcial a evolução do caso para a família, discutir as possíveis condutas, sempre visando os aspectos éticos e morais, orientar e recomendar uma opção, para que a família escolha uma opção. - A família só será capaz de participar de uma decisão quando passar pela mesma sequência de raciocínio que a equipe médica passou para entender o atual estágio da doença do paciente e quais as condutas mais adequadas. cuidados paliativos definição - De acordo com a OMS, cuidados paliativos são aqueles que previnem, identificam e tratam indivíduos que sofrem com doença crônica, progressiva e avançada. - Possuem o compromisso de promover o bem-estar do paciente, promovendo o conceito de morte sem dor, em paz, de maneira digna. indicações - Condições para as quais o tratamento curativo é possível, mas pode falhar (neoplasias progressivas e avançadas, doenças candidatas a transplante). - Condições sem chances realistas de cura da doença, mas cuja sobrevivência pode ser prolongada significativamente (infecção por HIV, fibrose cística, distrofia muscular crônica). - Doenças progressivas sem chances realistas de cura (doenças neurodegenerativas, doenças metabólicas progressivas). - Doenças não progressivas, mas irreversíveis (anoxia grave, malformações cerebroespinhais). pilares dos cuidados paliativos · Manejo da dor e outros sintomas: - Alívio do sofrimento através do manejo adequado dos sintomas físicos e dos agravos emocionais de pacientes e familiares. - O manejo adequado da dor é fundamental para o cuidado, sendo o ponto inicial para toda abordagem posterior. - No manejo da dor, deve-se seguir os passos: 1. Avaliação e explicação da dor 2. Manejo terapêutico e monitoramento 3. Atenção aos detalhes · Processos de comunicação e de decisão: - Deve haver uma comunicação eficaz através de uma relação médico-paciente-família harmônica, equilibrada, respeitosa e tolerante. - O papel do profissional de saúde é auxiliar o paciente e sua família a escolher aquela opção melhor para eles, aceitando suas escolhas e acompanhando-os durante o tratamento, ainda que essas decisões tenham como base valores e crenças diferentes da do profissional. princípios para a comunicação de uma má notícia - Escolher um momento, local e tempo adequados. - Avaliar o estado emocional e psicológico do paciente. - Preparar o paciente ou familiar sobre ser um assunto difícil de discutir. - Usar linguagem clara e simples. - Expressar empatia pela dor do paciente. - Dar a informação de forma gradual. - Se houver negação, o médico não deve discutir nem se colocar em embate com a família. - Verificar como o paciente e a família se sentem após terem recebido a notícia. - Assegurar a continuidade do cuidado. - Assegurar que o paciente tenha suporte emocional. princípios bioéticos na evolução da doença · Beneficência: - Relacionada a ações positivas para promover o bem-estar dos pacientes, reduzir e aliviar o sofrimento. · Não maleficência: - Não causar dano. - Evitar intervenções que determinem desrespeito à dignidade do paciente. · Autonomia: - O paciente deve ter o direito de escolher o que é melhor para ele. · Justiça: - Garantia do direito ao acesso à saúde. considerações éticas da ordem de não reanimação (onr) - Ordem para não reanimar é um instrumento que tem o objetivo de orientar o NÃO início das manobras de RCP de pacientes na fase terminal de doenças incuráveis ou em circunstâncias que tornem impossível a sua recuperação. - A regulamentação dessa prática depende que não ocorra transgressão dos princípios bioéticos da autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. - Quando a terapêutica é incapaz de trazer redução da dor e há desejo de morte pelo paciente terminal, é uma questão de justiça o médico aceitar a decisão do doente, tratando-o com dignidade e não realizando a reanimação -> respeitar o princípio da autonomia. testamento vital - Documento em que um paciente declara suas pretensões sobre seu tratamento futuro, diante da possibilidade de estar incapacitado por enfermidade grave para expressar livremente sua vontade. - A decisão deve ser feita antes do paciente ingressar na fase crítica da doença. - O paciente deve decidir com plena consciência. - Sua manifestação deve prevalecer sobre a vontade dos médicos ou parentes.
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