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Resumo prova sanidade animal N2

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Aspectos epidemiológicos da sanidade animal – introdução (23.02.21)
- Epidemiologia: estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nos grupos (coletividade)
- Objetivos da epidemiologia: 
· Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações humanas
· Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades 
· Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades 
- Objetivo da notificação compulsória é coletar dados, para implementar medidas de prevenção e controle 
- Exemplos de perguntas utilizadas numa abordagem epidemiológica:
· A leishmaniose da cadela e a doença hepática do gato são casos isolados ou frequentes?
· Quais são os fatores que determinam essas doenças?
· Sera que a alimentação do cachorro levou ao desenvolvimento de sua doença?
· Da população de cães e gatos da Mooca, quem está mais sujeito a quais doenças? 
· Como mesurar se a população pet da Mooca esta tendo uma vida saudável?
· A incidência de doenças em pets da Mooca é similar a de outros bairros?
- Tipos de estudos:
· Observacionais e experimentais: Observacionais (não interagem, só se observa) e experimental (se interfere no comportamento do animal) 
· Descritivos e analíticos: descritivos (descreve os dados) e analíticos (além de descrever, se analisa os dados) 
- Teste descritivo:
· Metanálise: compilado de vários estudos já publicados em revistas cientificas para avaliar a uma conclusão, semelhante a uma revisão bibliográfica. 
· Relato de caso: utiliza um caso de interesse para avaliar a evolução de uma doença
· Série de casos: utiliza um grupo de casos de interesse para avaliar a evolução de uma doença
· Correlação (ecológico): estudo de uma população de forma indireta, onde você coleta dados a partir de um banco para avaliar a evolução de uma doença nos indivíduos dessa população 
· Transversal (seccional): avalia a população numa única vez (oportunidade), avaliando a variável dependente (doença) e independente (fator causal) 
· Ex: qual a relação do acumulo de lixo (indep) na incidência de leptospirose (depend) em cães da região sul de SP. 
· ESTUDO DE MOMENTO 
· Coorte: estuda a população pela variável independente (fator causal)
· Ex: escolhe regiões onde há um alto índice de acumulo de lixo para identificar a correlação com os casos de leptospirose 
· Caso-controle: estuda a população pela variável dependente 
· Ex: escolhe a população de cães acometidos de leptospirose para avaliar a evolução da doença. 
- Teste experimental: 
· Ensaio clinico: estudo onde é realizada uma intervenção (dieta, medicação ou outro mecanismo) e avalia-se a resposta em relação a um grupo controle
- Surto, Endemia, Epidemia e Pandemia: 
- Historia natural da doença: curso da doença desde o inicio até sua resolução, na ausência de intervenção. 
- Periodo de incubação 
- Periodo prodrômico 
- Periodo pré-patente
- Periodo pré-patogenico 
- Triade epidemiológica: 
· A doença depende do agente, hospedeiro e ambiente
· Hospedeiro: tem a doença 
· Agente: causa a doença 
- Hospedeiros: trata-se de um ser vivo de qualquer espécie que ofereça, em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso 
- Susceptível: individuo acessível ou capaz de ser infectado por um patógeno 
- Tipos de hospedeiro susceptíveis: 
· Definitivo: é aquele no qual o parasita atinge a maturidade ou passa a sua fase de reprodução sexuada
· Intermediário: é aquele no qual o parasita se encontra em fase larvária ou assexuada
· Paratenico ou de transporte: trata-se de um hospedeiro intermediário no qual o parasita não se desenvolve ou se reproduz; este hospedeiro apenas mantem o parasita viável até que ele encontre outro hospedeiro definitivo. 
- Reservatório: qualquer animal ou humano onde vive e multiplica-se um agente etiológico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros. Geralmente não desenvolve sintomas. 
Indicadores epidemiológicos (02.03.21)
- Indicadores epidemiológicos ou indicadores de saúde: representam a expressão numérica de vários eventos (doenças) que podem ocorrer em uma população. Os principais são coeficientes de natalidade, morbidade, letalidade e mortalidade. 
- Clinica visa a saúde do animal, a epidemiologia visa a saúde do coletivo 
- Testes epidemiológicos sempre se baseiam em dados
- Distribuição: o estudo da frequencia de uma doença na população. Em função de variáveis ambientais e populacionais ligadas ao tempo e ao espaço. 
1. O termo distribuição pode ser observado em qualquer definição de epidemiologia
1. Um primeiro passo em um estudo epidemiológico é analisar o padrão de correncia de doenças segundo 3 vertentes: PESSOAS, TEMPO e ESPAÇO, método este também conhecido como “epidemiologia descritiva” e que responde as perguntas Quem? Quando? Onde? 
- Todo indicador esta relacionado a um local (município, estado, país, continente), espaço de tempo (horas, dias, semanas, mês, ano, década) e determinada população (espécie, gênero (macho ou femea), idade, raça)... 
- Porque utilizar indicadores? 
1. Analisar a situação atual de saúde
1. Fazer comparações
1. Avaliar mudanças ao longo do tempo 
- Coeficientes (taxas): expressa o risco ou probabilidade que um individuo tem de morrer com a doença. 
- Morbidade: frequencia de doentes, ou infectados, numa população. Avalia a probabilidade de um individuo estar doente, ou infectado, numa dada população. 
1. Incidência: casos novos 
1. Prevalência: casos durante um período de tempo
1. Incidência (risco absoluto): calculo 
1. Prevalencia: mede a frequencia de casos de doenças existentes numa população em um determinado momento ou intervalo de tempo restrito, sem distinguir os casos novos dos casos antigos. 
- Letalidade (fatalidade): expressa o risco de morrer, por determinada doença, a que estão expostos os indivíduos por ela acometidos e oferece elementos para o prognostico da doença. 
- Letalidade: numero de mortos por dada doença / por total de acometidos pela mesma doença. Mortes por determinada doença! 
- Alta letalidade: é o grande risco de haver morte entre os indivíduos por ela acometidos 
- Mortalidade: são óbitos pela população geral, independente se esta doente ou não. Morrer por qualquer causa, durante o período considerado. 
1. Natimortalidade: numero de indivíduos que nasceram mortos em relação ao numero de nascidos 
- Natalidade: avalia-se a intensidade do crescimento populacional. Mede a velocidade relativa com que os nascimentos estão ocorrendo numa população 
Vacinas – (09.03.21)
- A vacina estimula respostas imunológicas protetoras do hospedeiro para combater o patógeno invasor 
- Para produzir uma vacina: 
1. Entender o ciclo de vida do patógeno: encontrar o melhor estagio para servir de alvo 
1. Entender os mecanismos imunológicos estimulados pelo patógeno: resposta imune celular/humoral 
- A resposta imune adaptativa funciona por meio de apresentação 
- Macrofago > apresenta para o linfócito T > que estimula o linfócito B > gerando a produção de anticorpos = resposta imunológica. (Demora em média de 7-10 dias) 
- Imunidade passiva extra uterina: 
1. Imunidade placentária: IgG (memória imunológica) – é passado os anticorpos para o filhote, porém, não dura muito tempo. Tendo em vista que são proteínas e desnaturam. E o filhote não produz as suas, por isso precisa ser vacinado. 
1. Imunidade colostro: IgG, IgM (anticorpo de fase aguda) e IgA (anticorpo de secreção). Funciona como o mecanismo da imunidade placentária. 
 
- Essas vacinações são por estímulo, por isso a repetição de doses. 
1. V8, V10 e V12: diferença são as cepas de leptospirose que previne. 
1. V8: L. canicola e icterohemoragiae 
1. V10: Pomona e gripnosa 
1. V12: mais 2 sorovare (que não tem no BR) 
1. Leishmaniose: vacina aplicada em locais endêmicos 
- Vacinas felinos: 
1. Não existe vacina para PIF 
- Vacina nacional X importada:
1. Nacional: não é considerada ética, é vendida sem restriçõesem agropecuárias ou aviários, muitas vezes conservadas de maneira incorreta perdendo sua eficácia e aplicadas pelo próprio balconista que não tem formação e não faz exame físico do animal. 
1. Importada: considerada ética, é vendida apenas para veterinários, conservadas e transportada de maneira correta, aplicada pelo veterinário que faz exame físico no animal. 
- Caracteristicas de uma vacina ideal: 
1. Vacinas contem antígenos que são alvos do sistema imune 
1. A vacinação deveria gerar uma imunidade efetiva (anticorpos e células T) 
1. Vacinas devem produzir imunidade protetora
1. Bom nível de proteção sem a necessidade de uma dose de reforço 
1. Seguras: uma vacina não pode causar doença ou morte 
1. Considerações praticas: baixo custo por dose. Fácil de administrar. Estável biologicamente. Poucos ou nenhum efeito colateral 
- Vias de administração: intramuscular; subcutânea; intradérmica; intranasal/aerossol; oral e transdérmica. 
- Tipos de vacina: 
1. Organismo atenuado: vacina viral. É promovido o enfraquecimento do vírus, para que ele não desenvolva a patogenia. 
- Se for dado em um animal doente (imunidade baixa), o animal pode desenvolver a doença, mesmo com o vírus atenuado. 
1. Vantagens: baixo custo, fácil administração, imunidade duradoura, capaz de induzir forte resposta de linfócitos T CD8. 
1. Desvantagens: instabilidade da preparação (sensível a temperatura), mutação reversão da virulência, não deve ser dada a indivíduos imunocomprometidos 
1. Organismo inativado: vacina de vírus morto/inativado. Não consegue se multiplicar (como o atenuado). Pode ser dada em pessoas com problema de imunidade. O vírus ainda possui seu material genético (proteínas), que são reconhecidos, desenvolvendo imunidade. Geralmente gera somente resposta imunológica humoral. 
1. Vantagens: sem mutação ou reversão, utiliza antígenos na sua conformação nativa (Acs neutralizantes), pode ser utilizada em pacientes imunocomprometidos. 
1. Desvantagens: somente imunidade humoral, repetidas doses (o vírus não multiplica), custo mais elevado, bactérias inativadas podem causar inflamação. 
1. Acelulares toxóide: vacinas bacterianas, toxóide inativado (substancia tóxica). 
 
1. Vetores recombinantes: usa-se um pedaço do material genético do vírus, que será colocado dentro de um vírus sem material genético. Esse vírus transportador com o material genético é inserido na vacina. 
1. Vantagens: imunogenicidade 
1. Desvantagens: instabilidade da preparação (sensível a temperatura), mutação reversão da virulência, não deve ser dada a indivíduos imuncomprometidos. 
1. Vacinas genicas ou de DNA: o DNA viral é jogado no citoplasma da célula do animal. 
1. Vantagens: imunogenicidade, segurança, facilidade de manipulação, baixo custo, fácil escalonamento, termoestáveis 
1. Desvantagens: baixa expressão, o DNA pode se incorporar ao DNA genomico do hospedeiro ou ao genoma de células da linhagem germinativa, aparecimento de anticorpos anti-DNA. 
- Produção de uma nova vacina:
Testes diagnósticos – 23.03.21
NO CADERNO!!!!!!
Doenças infecciosas de cães – 06.04.21
- Doenças que podem ser prevenidas por vacinas: 
· V8, V10 e V12
· Leishmaniose
· Giardíase
· Raiva
- Antirrabica: dose anual após 12 meses de vida. Inativada. 
- Parvovirose: 
· Doença altamente contagiosa provocada por vírus (parvovirus) que apenas afeta canídeos (cão, coiote, lobo, raposa, etc), que é responsável por gastroenterites agudas
· Não é zoonose
· Transmitida pelo contato com fezes contendo o parvovirus
· O vírus sobrevive em fômites: roupas, pisos, etc – por 5 meses e em condições adequadas 
· Os insetos e roedores podem também servir como vetores, isso significa que qualquer material fecal ou vomito precisa ser removido com detergente. Agua sanitária deve ser utilizada em roupas, pratos, pisos do canil e outros materiais impermeáveis que podem ser contaminadas 
· O período normal de incubação (tempo de exposição ao vírus para o momento em que os sinais da doença aparecem) é de 7-14 dias 
· O vírus pode ser encontrado nas fezes vários dias antes dos sinais clínicos e podem durar de 1-2 semanas após o inicio da doença 
· Vírus de difícil eliminação, os desinfetantes habituais não eliminam. Estável no ambiente durante meses e anos, resistente ao calor, detergentes e alcools. 
- Patogenia: 
· Após a exposição oral o parvovirus infecta os linfonodos regionais da faringe e tonsilas (amígdalas)
· A partir desse momento, o vírus entra na corrente sanguínea (fase de viremia) e invade vários tecidos, incluindo: Timo, Baço, Linfonodos, Medula óssea, Pulmões, Miocárdio e finalmente o Jejuno e o Íleo, onde continua a sua replicação.
· A replicação causa a necrose das criptas (base) do epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades. O vírus da parvovirose também pode causar lesões em outros órgãos que invade, contribuindo para múltiplos sintomas como linfopenia (medula óssea), miocardite (coração) e sinais respiratórios (faringe)
- Sintomas: 
· Vômito, letargia, anorexia, perda de peso, febre alta, diarreia com sangue e desidratação.
· Contagem de leucócitos reduzida leucopenia por linfopenia 
· A presença de bactérias gram negativas, parasitas ou outros vírus, pode piorar a gravidade da doença e deixar a recuperação lenta
· A maioria dos casos da doença são observados em cães com menos de 6 meses de idade, com os casos mais graves que ocorrem em cachorros com menos de 12 semanas de idade. 
· Pode ser visto em cães de qualquer raça, sexo ou idade. 
· Algumas raças de cães são mais propensas a contrair o vírus: Rottweilers, Dobermann e Labrador Retriever.
· Mucosas das gengivas e olhos podem estar amareladas/esbranquiçadas (anemia) 
- Diagnostico: 
· Hemograma (leucopenia linfopenia) 
· Bioquímico
· Testes de detecção: 
· ELISA: reação imunoenzimática
· PCR: reação em cadeia de polimerase
· IHQ: imunohistoquimica
· RIF: reação de imunoflorescência 
- Tratamento:
· Não existe tratamento eficaz contra o vírus – faz-se tratamento sintomático 
· Tratamento para restabelecer o equilíbrio eletrolítico, minimizar a perda de líquidos (secundários aos vómitos e à diarreia grave) e combater a endotoxemia.
· Fluídoterapia: No caso de desidratação severa (repor os fluídos corporais do animal)
· Estimulantes de apetite: Permitem que o cachorro possa continuar se alimentando evitando assim um estado de fome.
· Antibióticos: Destinados a controlar infecções secundárias que podem ter aparecido pela ação do vírus.
· Procinéticos: têm o objetivo melhorar os processos do trato digestivo. São os protetores da mucosa gástrica, os antidiarreicos e os antieméticos (destinados a evitar os vômitos).
- A morte resulta da excessiva destruição das células da mucosa intestinal, com desidratação, e da possibilidade de surgir um choque endotoxêmico.
- É comum nos animais afetados poderem existir infeções bacterianas e parasitárias simultâneas, que agravam o quadro clínico.
- Em cachorros, com menos de 5 semanas de vida, a doença pode, também, manifestar-se de uma forma miocárdica, na qual o vírus “ataca” o músculo cardíaco e o animal morre sem mostrar sinais clínicos. 
- Esta forma da doença é rara e ocorre apenas em cachorros que não foram amamentados ou que as mães não foram vacinadas. 
- Fatores que influenciam no sucesso do tratamento: 
· Quando a doença é diagnosticada numa fase inicial e o tratamento médico é rapidamente instituído, a maioria dos cães recupera. 
· A idade do aparecimento dos sintomas
· Vacinação
· Presença de outras infeções simultâneas como parasitas ou bactérias intestinais
· Fatores genéticos como a raça (Rottweiler e das raças nórdicas, como Husky Siberiano, Alaska Malamute são mais sensíveis)
- Prevenção: 
· Vacinação preventiva: A vacinação é a mais eficaz das medidas de prevenção, mas não elimina os riscos por completo. Cães vacinados também podem contrair parvovirose. A vacina contra parvovirose está incluída na v8 e na v10. 
· Limpeza do ambiente: Se você teve algum cão com parvovirose, limpeo local frequentado pelo cão infectado com hipoclorito de sódio, para evitar que outros cães contraiam a doença. Se seu cachorro faleceu por conta da parvovirose ou se ele ficou curado, não importa, limpe o local imediatamente. 
· Desinfetantes comuns podem não acabar com o parvovírus, pois eles são muito resistentes, o ideal é o hipoclorito de sódio.
· A introdução de cachorros não vacinados em locais onde existiu a doença deve ser evitada durante, pelo menos, 2 anos.
- Coronavírus: 
· A doença viral afeta independente da idade, raça ou outros fatores. Embora filhotes são mais suscetíveis a contrair 
· Doença de curso agudo sem cronicidade
· Período de incubação: 24-36h (após isso os sintomas aparecem) 
· Trata-se de uma doença tão contagiosa como prevalente, embora se for tratada a tempo não costuma apresentar nenhuma complicação nem sequela posterior.
- Patogenia: 
· Ataca as microvilosidades do intestino (células com função para absorção de nutrientes) e causa a perda de funcionalidade das mesmas, provoca diarreia e inflamação do aparelho digestivo 
· A eliminação do vírus ocorre pelas fezes o que pode gerar a infecção de outros animais
- Sintomas: 
· Febre
· Falta de apetite
· Tremores
· Letargia
· Vomito
· Diarreia com sangue e muco
· Desidratação
· Dor abdominal 
- Diagnostico: 
· Hemograma
· Bioquímico
· Testes de detecção (os mesmos da parvo) 
- Tratamento: 
· Não há cura: tratamento paliativo e sintomático 
· Fluídos: No caso de desidratação severa (repor os fluídos corporais do animal)
· Estimulantes de apetite: Permitem que o cachorro possa continuar se alimentando evitando ficarem fome.
· Antibióticos: Destinados a controlar infecções secundárias que podem ter aparecido pela ação do vírus.
· Procinéticos: Os procinéticos são aqueles medicamentos que têm o objetivo de melhorar os processos do trato digestivo, podemos incluir neste grupo os protetores da mucosa gástrica, os antidiarreicos e os antieméticos, destinados a evitar os vômitos.
- Prevenção: 
· Seguir com o programa de vacinação definido
· Manter condições de higiene suficientes nos acessórios do nosso cachorros, tais como brinquedos ou mantas.
· Também se deve lembrar que uma alimentação adequada e exercício físico suficiente ajudarão a que o sistema imunológico do cachorro se mantenha em ótimo estado.
- Hepatite infecciosa canina:
· Causada pelo adenovírus canino tipo 1 (CAV-1)
· Virus de DNA não envelopado (muito resistentes a desinfecção ambiental) 
- Sintomas e patologia: 
· A hepatite infecciosa canina é uma doença observada com maior frequência em cães menores de 1 ano, embora animais adultos também possam ser acometidos. 
· A forma hiperaguda da doença é caracterizada por colapso circulatório, coma e morte, que ocorrem em pouco tempo (entre 24 e 48 horas) após o início dos sintomas. 
· Os tutores podem imaginar que seus cães foram envenenados diante deste quadro.
· Na forma aguda da doença, os sintomas podem ser: febre, linfadenomegalia cervical, inapetência, letargia, conjuntivite, vômito com ou sem sangue, diarreia, tosse, taquipneia e icterícia. 
· Os sintomas neurológicos, como ataxia, convulsões, andar em círculos, cegueira, trombose ou hemorragia no sistema nervoso central, vocalização e “head pressing” (quando o pet pressiona a cabeça contra a parede) podem ser observados a qualquer momento após a infecção.
· Um marcante edema de córnea (olho azul) resulta da multiplicação viral nas células endoteliais da córnea, podendo haver uveíte anterior concomitante, com fotofobia e secreção ocular serosa. O quadro ocular pode ser mono ou bilateral e costuma afetar pelo menos 20% dos cães infectados pelo CAV-1
- Diagnostico: 
· Baseado na história clínica e exames complementares. 
· Febre, sintomas respiratórios e gastrointestinais, particularmente em animais com menos de 1 ano não vacinados ou durante o esquema de imunização inicial. 
· Ninhadas com mortes súbitas consecutivas, em particular em canis. 
· Leucopenia, linfopenia, trombocitopenia, indução marcante de enzimas hepáticas, hipoglicemia, hipoalbuminemia, hiperbilirrubinemia, proteinúria e prolongamento dos tempos de coagulação.
· O diagnóstico etiológico precisa de provas adicionais
· Histopatologia: 
· Amostra: Geralmente necropsia ou biopsia hepática 
· Objetivo da detecção: necrose hepática com inclusões intranucleares, antígeno do CAV-1 por IHQ
· Isolamento viral: 
· Amostra: Todas as secreções e tecidos corporais.
· Objetivo da Detecção: CAV-1.
· Reação em cadeia de polimerase (PCR): 
· Amostra: Sangue; Swabs retal, conjuntival e nasal; Urina; tecidos colhidos à necropsia.
· Objetivo da Detecção: DNA do CAV-1.
- Tratamento: 
· É estritamente sintomático, constituído de fluidoterapia para correção de desidratação e desequilíbrios hidroeletrolíticos, reposição de glicose, transfusão de sangue, antimicrobianos e antieméticos.
- Prevenção: 
· Vacinação
· Isolamento, atentando-se para os cuidados de desinfecção ambiental e limpeza de utensílios. 
· O CAV-1 sobrevive por dias em temperatura ambiente e fômites
· É inativado por derivados de iodo, fenol e hidróxido de sódio; ele também é inativado a 50-60°C por 5 minutos.
- Cinomose:
· É uma doença infectocontagiosa que afeta cachorros causada por um vírus da família Paramyxovirus, do gênero Morbilivírus. Ela é altamente contagiosa e costuma acometer cães que ainda não terminaram o esquema vacinal (filhotes) ou que não costumam receber o reforço anual da vacina múltipla (V8, V10 ou V12).
· Não acomete gatos nem humanos 
- Transmissão: 
· Contato com secreções, urina e fezes infectadas pelos animais doentes. 
· Além disso, casinha, cobertores e alimentos dos animais infectados também são fontes de infecção. 
· Locais pelos quais passaram animais doentes que eliminaram o vírus na rua, em parques ou outros locais públicos.
· Consultórios veterinários também requerem atenção. Se seu pet não possui o quadro de vacinas completo, não permita que ele tenha contato com outros cães, com o chão ou gaiolas que não foram higienizadas.
· Filhotes e idosos são mais susceptíveis
- Sintomas: 
· Apatia
· Perda de apetite
· Diarreia
· Vomito
· Febre
· Secreções oculares (remela em grande quantidade)
· Secreções nasais (pus)
· Convulsões
· Paralisias
· Tiques nervosos
· Falta de coordenação 
- Patogenia: 
· O vírus se replica nas células sanguíneas e sistema nervoso central do animal. 
· Nos estágios iniciais da doença, o sistema digestório é o primeiro a ser atingido, levando a diarreia. 
· Em um estágio um pouco mais avançado da doença, o sistema respiratório é acometido, sendo observadas secreções amareladas saindo pelo nariz e dos olhos.
· Na fase mais tardia da doença, acontece o acometimento do sistema nervoso central, que é quando o animal passa a ter o andar desorientado e tremores musculares que podem evoluir para crises de convulsões.
- Diagnostico: 
· Exame físico e histórico
· Hemograma (leucopenia devido à replicação do vírus no sistema linfático).
· PCR
· Sorológico (ELISA)
- Tratamento: 
· Não há medicamentos antivirais eficazes 
· No entanto, o tratamento consiste em tratar os sintomas :
· Antibiótico e anti-pirético para as infecções secundárias no sistema digestório e respiratório, além de aliar bronco dilatadores e antieméticos.
· Fluidoterapia para desidratação da diarreia.
· Anticonvulsivante
- Sequelas:
· O animal que teve a doença evoluída ao estágio de acometimento do sistema nervoso pode ficar com tremores musculares, andar desordenado e/ou crises convulsivas por toda sua vida, mesmo não portando mais o vírus.
· Neste caso, o animal terá de ter auxílio de sessões de fisioterapia para melhorar o quadro, além de fazer uso de anticonvulsivante em alguns casos.
- Prevenção: 
· Vacinação 
· Um cão infectado elimina o vírus pela urina, fezes e secreções (nasal e ocular) até 90 dias após a exposição ao vírus.
- Rotavírus:
· A infecção é causada por um reovírus, que contêm RNA de cadeia dupla e que têm características especiais no que diz respeito ao seu material genético. O Rotavírus, é responsável por diarréiase outros problemas gastrointestinais e pode atingir tanto cães quanto gatos.
- Patogenia: 
· Esta infecção limita a absorção de nutrientes pelo intestino e resulta em diarreia e desidratação. Localizado dentro de paredes intestinais, eles vão lesionar essa região em cães e gatos, destruindo as células na área que residem. 
· Como resultado, há absorção limitada da nutrição do intestino, ainda mais, resultando em diarreia e desidratação.
· O vírus é transmitido através do contato com fezes infectadas, ou pela inalação de partículas de vírus transportados pelo ar. 
· Estes vírus podem suprimir o sistema imunológico, fazendo com que o animal afetado desenvolva várias infecções
- Sintomas: 
· Geralmente têm sintomas leves:
· Diarréia 
· Irritação 
· Inflamação do nariz 
· Sintomas gripais (rinite)
· Complicações mais graves: 
· Conjuntivite
· Pneumonia
· Infecção do tecido cerebral (encefalite)
· Irritação do trato respiratório
- Diagnostico: 
· Exame físico 
· Hemograma
· Exame de urina 
· Os procedimentos de diagnóstico será destinada a diferenciar uma infecção reoviral de outros mais leves infecções respiratórias causadas por bactérias
- Prevenção: Uma vez que geralmente não é uma condição de risco de vida, vacinas para rotavírus não foram desenvolvidos, e medicamentos não são geralmente prescritos para estas infecções. 
- Tratamento: Vai se concentrar em garantir que o cão permaneça hidratado, que suas vias aéreas estão limpas e que o seu sistema nervoso está funcionando corretamente.
Doenças infecciosas respiratórias de cães 
- Conhecida como “tosse dos canis”, “traqueobronquite infecciosa canina” ou “gripe canina” tem etiologia mutifatorial
· Coronavírus 
· Cinomose (Paramixovírus)
· Retrovírus
· Parainfluenza (Paramixovírus)
· Adenovirose (Adenovírus tipo 2)
· Bordetella bronchiseptica
· Influenza canina (CIV)
- Parainfluenza canina: 
· Um vírus que pertence à família Paramyxoviridae
· O vírus fixa-se e replica-se nas células que recobrem a traqueia, os brônquios e os bronquíolos, a mucosa nasal e os gânglios linfáticos, causando principalmente um quadro clínico a nível respiratório.
· Período de incubação oscila entre os 4 e os 7 dias
- Sintomas: 
· Tosse seca severa (principal) 
· Descarga nasal e ocular
· Febre
· Letargia
· Perda de apetite
· Broncopneumonia 
· Tosse
· Vômitos
· Expulsão de fleumas 
- Diagnóstico: 
· Exame físico e histórico (sintomas podem ser semelhantes a parvovirose e cinomose)
· PCR
· Sorológico (ELISA)
- Tratamento: 
· Estritamente sintomático (antipiréticos, expectorantes, antibióticos, etc.)
- Prevenção: 
· Vacina V8 ou intranasal trivalente viva atenuada (contra parainfluenza, adenovirose respiratória e Bordetella bronchiseptica)
- Adenovírus canino tipo 2:
· Vírus DNA não envelopado 
· O adenovírus canino tipo 2 (CAV-2) causa tipicamente quadro de infecção das vias aéreas superiores. 
· É o causador principal da doença chamada “Tosse dos Canis” ou Gripe Canina. 
· O vírus se espalha através de secreções, incluindo matéria fecal contaminada, urina e saliva.
- Sintomas: 
· Tosse intensa
· Tentativa de vômitos
· Depressão
· Resistência ao esforço físico
· Respiração forçada
· Apatia 
- Diagnostico: 
· Exame físico e histórico (sintomas podem ser semelhantes a parvovirose e cinomose)
· PCR
· Sorológico (ELISA)
- Tratamento: igual ao da parainfluenza
- Bordetella Bronchiseptica: 
· A Bordetella é uma bactéria altamente contagiosa que se transmite por contacto direto ou através do ar, causando verdadeiros surtos nos lugares onde os cães vivem amontoados, como os canis ou os refúgios, daí o nome popular como se conhece a patologia.
· “Tosse dos canis”
- Patogenia: 
· A bactéria é excretada nas secreções orais e nasais. 
· A Bordetella coloniza o epitélio ciliado do trato respiratório do hospedeiro, produzindo infecções crônicas. 
· Estabelecida a infecção, os anticorpos aumentam rapidamente, mas desconhece-se durante quanto tempo persistem. 
· Os cães representam risco aos gatos
- Sintomas: 
· Tosse persistente
· Vômitos
· Perda de apetite
· Febre
· Letargia
· Expectoração de secreções respiratórias 
- Diagnostico: 
· Exame físico e histórico
· Cultura microbiológica
· PCR
· Sorológico (ELISA)
- Tratamento: 
· Antibióticos
· Antiinflamatórios
· Hidratação
- Prevenção: 
· Vacina contra bordetella 
- Influenza canina 
· Os principais hospedeiros do vírus Influenza são as aves e os porcos, que promovem mutações e causam infecções ao homem e, eventualmente, a equinos e cães.
· Influenza canina X gripe canina: a influenza é gripe, mas a gripe não é necessariamente influenza, pode ter varias causas, não só influenza 
- Sintomas: 
· Febre
· Secreção nasal clara a mucóide 
· Letargia
· Anorexia
· Tosse seca
· Pode ser assintomático
· Pode ocorrer pneumonia ou broncopneumonia devido à infecção bacteriana secundária.
- Diagnostico: 
· Exame físico e histórico
· PCR
· Sorológico (ELISA)
- Tratamento: 
· Sintomático:
· Broncodilatadores
· Antiinflamatórios
· Em casos de infecção bacteriana secundária, recomenda-se a antibioticoterapia
· Animal hidratado e com vias aereas limpas 
- Prevenção: Uma vez que geralmente não é uma condição de risco de vida, vacinas não foram desenvolvidos, e medicamentos não são geralmente prescritos para estas infecções
Doenças infecciosas de gatos – 27.04.21
- As 10 principais doenças infecciosas de gatos:
· Panleucopenia felina
· Leucemia felina (FeLV)
· Imunodeficiência felina (FIV)
· Calicivirose
· Rinotraqueite felina
· Clamidiose
· Raiva (zoonose)
· Toxoplasmose (zoonose)
· Esporotricose (zoonose)
· Peritonite infecciosa felina (FIV) 
- Vacinação:
- Panleucopenia felina: diminuição de todos os leucócitos 
· NÃO é zoonose
· Doença viral extremamente contagiosa
· Destrói a célula tronco 
· Conhecida como a parvovirose dos gatos; cinomose felina, enterite ou gastroenterite infecciosa 
· O FPV (vírus da panleucopenia felina) esta presente nas secreções nasais, fezes e urina 
· Ele é transmitido através de contato direto e fômites 
- Fisiopatogenia da FPV: 
· Após a ingestão, o vírus entra no corpo por meio do intestino delgado 
· A viremia (vírus na corrente sanguínea) ocorre e o vírus infecta as células que se dividem rapidamente (particularmente enterócitos, linfócitos e medula óssea) 
· As manifestações clinicas do FPV são variáveis com base na dose do vírus, a idade do gato, as predisposições em potencial da raça e a imunidade anterior a partir dos anticorpos maternos, exposição previa ou vacinação 
· Em filhotes pode afetar cerebelo e miocárdio (pois esses órgão estão em reprodução, divisão celular rápida, e o vírus de instala lá) 
- Sintomas FPV: 
· Alguns gatos demonstram menos sinais clínicos ou nenhum 
· Febre aguda, vomito (mais comum), decúbito esternal com pernas abduzidas e inclinação da cabeça, descarga nasal e conjuntivite
· Diarreia (menos comum do que em cães com parvo), pode ser sanguinolenta 
· Tremor intencional ocorre naqueles com hipoplasia cerebelar 
· No geral, ocorre alta mortalidade em filhotes clinicamente afetados e mortes súbitas podem ocorrer 
- Diagnostico: 
· Associação entre anamnese, exames físicos e complementares: hemograma, proteínas totais, ALT e AST
· REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR) – SANGUE OU FEZES
· ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) – FEZES
· Imunofluorescência indireta (RIFI) 
· Microscopia eletrônica – amostra de fezes 
· Técnica de imuno-histoquimica 
- Tratamento: em infecção viral sempre são tratamentos sintomáticos 
· Tratamento suporte com fluidoterapia para balanceamento das perdas hidroeletrolíticas, suprir as necessidades diárias, além de corrigir distúrbios acidobásicos 
· Antieméticos, suplementos vitamínicos e antibioticoterapia (para evitar infecções secundárias) podem ser usados de acordo com o quadro do paciente 
· Em felinos com hipoproteinemia e anemia pode ser necessário a realização de transfusão sanguínea 
· E em alguns casos também pode ser necessária a realização de nutrição enteral ou parenteral 
- Prevenção:
· Isolamento de animais infectados 
· Vacinação 
- Leucemiafelina (FeLV):
· NÃO é zoonose
· A leucemia felina é uma doença infecciosa importante para os felinos domésticos, causada por um vírus da família retroviridae, sendo denominado gammaretrovirus 
· O vírus da leucemia felina (FeLV) é um trovirus oncogênico, ou seja, induz a formação de neoplasias tais como o linfoma, além disso, existem outras enfermidades degenerativas e proliferativas associadas 
- Fisiopatogenia da FELV: 
· A leucemia é uma alteração na produção de leucócitos, alteração da célula tronco por uma célula tumoral, gerando a produção de células tumorais e aumento de produção celular 
· Vírus transmissível 
· A eliminação de partículas virais ocorre principalmente por secreções respiratórias. Mas pode ser também por fezes, urina, sêmen e leite
· Os linfócitos infectados deslocam-se para a medula óssea, onde o vírus infecta rapidamente células precursoras em divisão e subsequentemente as células linfoides e epiteliais 
· Assim que ocorre a infecção de células epiteliais dentro das criptas intestinais e glândulas salivares, o vírus é disseminado em quantidades massivas na saliva e fezes 
· Uma vez que o gato é infectado, o mesmo acaba por sucumbir as doenças associadas em poucos meses ou anos, tais como a infecção pelo vírus da imunodeficiência felina, complexo respiratório viral felino, toxoplasmose, micoplasmose, linfomas, leucemias e carcinomas epidermóides 
- Manifestações clinicas: variam de acordo com o órgão acometido
· Anorexia
· Pirexia
· Emagrecimento 
· Desidratação 
· Apatia
· Linfadenomegalia 
· Mucosas pálidas (pela anemia, tendo em vista que afeta a célula tronco)
· Gengivite 
· Estomatite (afecção bucal)
- Diagnóstico: 
· Associação da anamnese detalhada aos exames físicos e complementares 
· Hemograma completo: aumento de células jovens “blastos” (indicativo de processo leucêmico) 
· Teste sorológico para detecção do antígeno viral p27
· ELISA
· Testes rápidos imunocromatográficos 
· Imunofluorescência indireta (IFI)
· PCR
- Prevalência da FELV: 
· A prevalência mundial de ocorrência do vírus da felv varia de 1 a 38% nas populações de gatos mundial 
· Não só gatos, mas felinos selvagens também podem ser infectados 
· A prevalência no BR foi detectada por meio de pesquisas sorológicas e PCR, tanto em gatos de rua como domiciliados, em SP, RJ, RS e MG, sendo de 8 a 63% 
- Tratamento da FELV: 
· O tratamento da infecção do vírus da FELV em felino domésticos depende do tipo de doença concomitante 
· Quando a forma neoplásica esta presente, a quimioterapia pode ser empregada mas o prognostico é desfavorável 
· No caso dos linfomas, deve ser realizada quimioterapia associada a terapia suporte, com o uso de antibióticos, fluido e suporte nutricional 
· No caso das leucemias, a quimioterapia apresenta resultados ruins, com remissão em torno de 27% em gatos tratados 
· Para inibir a replicação viral o interferon felino recombinante ômega pode ser utilizado. No entanto, não há comprovação de eficácia na eliminação do vírus. 
- Prevenção: 
· Isolamento de animais infectados
· Vacinação: para administrar a vacina o animal não pode ter o vírus 
- Não há cura, somente tratamento sintomático e de suporte 
- Cerca de 85% dos gatos em infecção progressiva, morrem em até 3 anos após o diagnostico 
- Alguns animais mesmo infectados, não apresentam sintomas. 
- Imunodeficiência felina (FIV):
· NÃO é zoonose
· Causada por um retroviridae, subfamília lentivirus, sendo morfologicamente semelhante e antigenicamente distinto do HIV
· É uma doença infecciosa que acomete principalmente gatos machos e mais velhos que tem acesso a rua
· A media de idade de gatos saudáveis naturalmente infectados é de 3 anos, e de gatos doentes é de 10 anos 
- Fisiopatogenia:
· Replica-se em varias células do sistema imunológico, tais como linfócitos (principalmente CD4, que comanda/organiza o sistema imune) e macrófagos, e pode acometer felinos selvagens, como puma, leão e leopardos
· A infecção inicial geralmente é caracterizada por febre, diminuição dos neutrófilos sanguíneos e aumento dos linfonodos de forma generalizada
· Depois dessa fase, o animal pode apresentar infecção subclínica, que tem tempo variável. Porem, após alguns meses, ocorre uma queda importante da imunidade do gato, semelhante ao que ocorre na AIDS em humanos. 
- Coinfecções:
· Infecções (bactérias ou vírus) oportunistas, pela baixa imunidade 
· Coinfecções pelo vírus da leucemia felina podem potencializar a imunodeficiência causada pela FIV
· As síndromes clinicas que podem ocorrer associadas a infecção pelo vírus da FIV são as gastrointestinais, glomerulonefrite, hematológicas, neoplásica, neurológica e estão relacionadas a diversos agentes, tais como bactérias e vírus. 
- Manifestações clinicas: dependem da coinfecção 
· Anorexia e emagrecimento
· Anemia
· Pirexia
· Linfadenopatia generalizada
· Diarreia crônica
· Insuficiência renal 
- Alterações comportamentais/neurológicas: 
· Agressividade e permanência em esconderijos
· Higienização inadequada
· Demência, convulsões, ataxia e depressão
· Alguns gatos podem passar a vida sem manifestação clinica
- Diagnostico:
· Associação da anamnese detalhada aos exames físicos e complementares
· Hemograma completo: leucopenia por linfopenia 
· Citologia da punção aspirativa da medula óssea
· Bioquímica serica
· ELISA = ideal por ser altamente especifico 
· PCR ou western blot 
- Tratamento: 
· Prioriza-se a recuperação clinica do animal em relação a potenciais síndromes clinicas que o gato apresente em associação com a infecção da FIV
· Caso exista coinfecção com outra doença infecciosa, tratar a coinfecção 
· Fármacos anti-lentivirus, o interferon 
· Medicamentos imunomoduladores podem ser utilizados, mas sem comprovação de eficácia por estudos
· A eritropoetina pode ser utilizada para aumentar o numero de hemácias e leucócitos no sangue 
- Prevalencia: 
· A prevalência de anticorpos contra FIV é muito variável nas diferentes regiões geográficas no mundo, dependendo do estilo de vida e da região, sendo de 2,5% na américa do norte
· No BR, um estudo realizado em 1993 detectou a prevalência de 6,5% da FIV em gatos assintomáticos. Gatos com gengivite apresentam uma taxa de infecção pelo vírus da FIV maior do que 50%. 
- Prevenção: 
· É recomendado que os gatos não tenham acesso a rua, e que permaneçam dentro das casas para evitar ocorrência de brigas e transmissão do vírus 
· Antes da introdução de um novo gato, deve ser feito o teste 
· Fora do hospedeiro, o vírus sobrevive apenas alguns minutos, sendo suscetíveis a desinfetantes, como sabão comum 
· Em casos de gatos soropositivos, os mesmos devem permanecer dentro dos domicílios para evitar a transmissão do vírus para outros animais, bem como diminuir infecções oportunistas
· Filhotes de gatas positivas não devem ser aleitados por ela, para que não sejam infectados
· A vacina tem eficácia questionável 
Clamidiose
· É uma infecção bacteriana que afeta o trato respiratório e ocular dos gatos, provocando sintomas como conjuntivite e rinite no animal
· Agente etiológico: bactéria intracelular obrigatória Chlamydia psitacci var. felis
· É mais comum em locais em gatos jovens e onde há muitos gatos aglomerados, a doença é bastante contagiosa
· É uma zoonose, mas é rara.
· Pega mais em animais bem jovens
Fisiopatogenia
· Principal forma de transmissão – contato direto, fômites ou por secreções de um gato saudável com um animal contaminado. Infectam constantemente as células epiteliais dos sistemas ocular, respiratório, gastrintestinal e geniturinário.
· Coinfecções com outros agentes como o calicivírus felino, herpesvírus felino tipo 1, Bordetella ou Mycoplasma aumentam a gravidade clínica da infecção.
Manifestações Clínicas
· Conjuntivite
· Corrimento nasal e ocular persistente
· Espirros
· Dificuldade respiratória
· Pneumonia
· Febre
· Letargia
· Claudicação
· Falta de apetite
· Perda de peso
Prevalência de clamidiose
· O DNA da C. felis não é detectado em swabs conjuntivais de gatos saudáveis. 
· Em gatos de abrigos, a prevalência da infecçãopor C. felis varia de 0% a 15%. 
· Em gatos de 218 abrigos de resgate europeus, a prevalência da infecção em gatos sem doença respiratória foi de 3%, em comparação a 10% nos gatos com evidência de doença respiratória.
Diagnostico de clamidiose
· PCR é o método de eleição (coleta é feita da conjuntiva do animal)
· A cultura de clamídias de swabs conjuntivos foi tradicionalmente considerada o padrão ouro, porém, atualmente é executada principalmente em pesquisas
· Em geral, o ELISA apresenta sensibilidade e especificidade mais baixas, em comparação à cultura celular e PCR, para detecção de infecções felinas
Obs.: o PCR é mais indicado do que o ELISA no caso de clamídia 
Tratamento de clamidiose
· As infecções por clamídia em geral são tratadas com antibióticos da categoria das tetraciclinas. 
· A administração oral de doxiciclina na dose de 5 a 10 mg/kg duas vezes ao dia por 3 a 4 semanas resulta em resolução clínica na maioria dos gatos. 
· Recomenda-se o tratamento de todos os gatos de uma colônia por 4 semanas. 
· O tratamento deve continuar pelo menos por 2 semanas depois que os sinais clínicos se resolverem. (não é para parar de dar o antibiótico mesmo que sessem os sintomas, já que pode gerar uma resistência bacteriana, por que ainda vai restar algumas bactérias mais resistentes, mesmo depois que o gato não tem mais sintomas); 
· O uso de terapia tópica não é recomendado, por causa da natureza sistêmica da doença, porque o problema não é no olho, é um caso sistêmico;
Prevenção da Clamidiose
· a transmissão pode ser minimizada por meio de boa higiene, quarentena, alojamento individual e práticas de desinfecção em situações de gatil. 
· As clamídias são facilmente inativadas por soluções detergentes. 
· Vacinação;
Calicivirose
Não é uma zoonose
Transmissão
· É uma doença altamente contagiosa, sendo transmitida, principalmente, por meio do contato direto entre um felino sadio e um doente, podendo também ser transmitida por objetos como brinquedos ou acessórios de animais contaminados.
Fisiopatogenia da calicivirose
· É uma doença infecciosa provocada por um vírus que afeta os gatos. 
· A forma mais conhecida da doença envolve uma infecção no trato respiratório superior, isto é, manifestando sinais clínicos em narinas, seios nasais e traqueia
· Pode manifestar-se como uma doença que atinge articulações (pode gerar claudicação) ou como uma forma mais rara e grave, que acomete o animal de maneira rápida e induz uma doença febril e anêmica de curso mais grave.
Sintomas da Calicivirose
· Tosses, Espirros e corrimentos nasais;
· Febre;
· Diarreia;
· Letargia;
· Inapetência;
· Afecção ocular, como conjuntivite (o que pode gerar dúvida se é clamidiose ou calicivirose);
· Gengivite, com ou sem presença de ulceras;
· Ferimentos na boca, focinho e dificuldade em se alimentar;
Diagnóstico da calicivirose 
· Associação da anamnese detalhada aos exames físico e complementares
· Hemograma completo
· Ensaio imunoenzimático (ELISA)
· PCR
Tratamento da calicivirose
· Sintomático
· Antitérmicos
· Analgésicos
· Esteroides
· Antibióticos
· Controle de infecções secundárias 
Prevenção
· Isolamentos de animais infectados
· Vacinação
Rinotraqueíte
· Não é uma zoonose
· É uma doença causada por um vírus (herpesvírus felino tipo 1, ou apenas FeHV-1) e que atinge o trato respiratório superior dos gatos, não sendo contagiosa para humanos
Transmissão da rinotraqueíte
· Contato direto, de forma bastante semelhante à nossa gripe, através de contato com as secreções do nariz ou olhos, também podendo ser transmitida indiretamente por espirros. 
Sintomas da rinotraqueíte
· Suas principais características são lesões de focinho e olhos, apresentando secreção nasal e oral.
· Espirros;
· Secreção nasal;
· Conjuntivite; 
· Falta de apetite;
· Apatia,
· Febre (intermediaria a alta).
Diagnóstico da rinotraqueíte
· O diagnóstico é realizado associando-se os sintomas à procura do vírus em secreção ocular, nasal ou de mucosa oral. 
· Ensaio imunoenzimático (ELISA) ou
· PCR
Obs.: as três doenças citadas anteriormente são muito parecida, e na hora de pedir o PCR precisa ser para uma doença em especifico, ou seja, tem que conhecer muito bem a clínica e fazer uma exame físico muito bem feito. Se não for a doença em que você pediu o PCR por exemplo, vai ter que pedir outro PCR para outra doença.
Tratamento de rinotraqueíte
· Amenização dos sintomas como utilização de remédio para controlar a febre, inalação, e se julgar necessário, antibióticos. 
· Também é indicado estimular o apetite do paciente, utilizando alimento palatável, de fácil aceitação e deglutição (como dietas pastosas e aquecidas).
Prevenção
· Isolamento de animais infectados
· Vacinação
Peritonite Infecciosa Felina (PIF)
· Não é uma zoonose
· Foi descrita pela primeira vez na década de 60 e, desde então, foram relatados casos em felinos domésticos e selvagens em todo o mundo. 
· O agente etiológico foi identificado como um coronavírus, denominado de vírus da peritonite infecciosa felina (FIPV), que é uma mutação do coronavírus entérico felino (FECV). Por faz inflamação do peritônio (ou seja, causa problemas entéricos);
· Essa doença não tem vacina!!!
Fisiopatogenia de PIF
· A transmissão ocorre por contato com as fezes, fômites ou de forma transplacentária (ou seja, da mãe para o filhote). 
· O vírus entra pela região nas oral por contato com fezes de um animal contaminado.A aquisição de tropismo (o vírus gosta ) para macrófagos/monócitos é crucial para o desenvolvimento da PIF. 
· Durante os primeiros dias pós-infecção, a replicação do FIPV nos macrófagos ocorre de forma muito lenta. 
· Ao fim de 10-21 dias dá-se um aumento dramático na replicação e na libertação de partículas virais, e infecção de novos macrófagos, com generalização sistémica do vírus associado aos monócitos.
· Ao atingir os tecidos alvos, os monócitos infectados começam por aderir às células endoteliais (células da parede dos vasos), que contribuem para a vasculite (é um processo imunológico chamado de hipersensibilidade tipo III – ocorre a formação de complexos ag-ac, que vai gerar a fixação dos complexos imunes que não foram fagocitados à parede dos vasos, que vai ativar de complemento (proteínas que são ativadas em cascata, que vão auxiliar no processo de opsonização (é uma sinalização para que ocorra a fagocitose(fagócitos – macrófago e neutrófilos) os fagócitos vão chegar e não vão conseguir fagocitar pelo o complexo imunológico estar muito grande, eles se juntam e começam a formar uma obstrução no vaso, chamado de lesão vascular, situando o processo de vasculite).
· Depois de terem aderido ao endotélio de pequenas vênulas, os monócitos libertam proteinases que enfraquecem as junções intercelulares endoteliais, permitindo a sua diapedese (monócitos saem do vaso e consequentemente, a entrada do vírus nos tecidos ao libertá-los quando morrem) e a extravaso de plasma. 
· Os macrófagos ativados liberam citoquinas pró-inflamatórias, em particular enzimas vasoativas, fatores quimiotáticos e mediadores da inflamação
· O resultado é o piogranuloma, ou seja, um processo inflamatório sob a forma de vasculite que se caracteriza por um infiltrado composto principalmente por macrófagos com um exsudado rico em proteína. 
· Nesta lesão, neutrófilos e linfócitos T constituem minorias e os linfócitos B encontram-se na periferia em redor dos infiltrados granulomatosos.
· Com a viremia começa a produção de anticorpos numa tentativa do organismo em debelar a infecção, embora sem eficácia. 
· A infecção é, às vezes, ajudada pelo conceito da intensificação dependente de anticorpo, na qual a presença de imunoglobulinas contra o FECV aumenta a entrada do vírus em macrófagos.
· O número crescente de linfócitos B e de plasmócitos a delimitar as lesões granulomatosas e de vasculite providencia novos anticorpos e a formação de complexos imunes. 
· A ativação do receptor Fc e do complemento aumentam a atividade fagocítica dos macrófagos e também a infecção de novos macrófagos. (Por isso que não tem vacina porqueo que o vírus gosta de macrófagos e quanto mais anticorpo mais macrófagos vão ter, o qie só vai piorar o desenvolvimento da PIF);
· A imunidade na infecção por FIPV é complexa por várias razões, nomeadamente pelo fato de a imunidade humoral contribuir para a patogênese da doença. 
· Além disso, o tipo e a magnitude da resposta imunitária parecem determinar a forma que a infecção terá.
· Resposta Imunitária Humoral: Como referido anteriormente, os anticorpos na PIF parecem não conseguir bloquear a infecção. (só atrapalham)
· Resposta Imunitária Celular: É a resposta mais eficaz contra o FIPV, visto que os gatos que sobrevivem à infecção têm os linfócitos T CD8+ (Linfócitos T citotóxicos) altivados.
Prevalência de PIF
A incidência maior ocorre em animais filhotes e jovens, com 3 meses a 3 anos de vida.
Após a infecção com o FCoV, o gato pode sofrer quatro possíveis destinos:
· Desenvolver PIF (5-12%) que entraram em contato com a PIF;
· Tornar-se um portador para o resto da vida (13%);
· Ficar temporariamente infectado, excretar o vírus durante alguns meses, tornar-se soropositivo, deixar de excretar e sororeverter, ficando de novo susceptível à infecção (a maioria dos casos);
· Ser naturalmente resistente à infecção (pequena minoria).
Manifestações clínicas de PIF
· Os três sintomas mais frequentes: Pirexia (febre); Aumento abdominal gradual (ascite); Anorexia e perda de peso
· Letargia
· Sinais neurológicos
· Apatia
· Crescimento retardado
· Pelagem opaca e áspera
· Icterícia
· Alterações oculares
Diagnostico de PIF
· Hemograma completo 
· Exame de transaminases hepáticas: ALT, AST, Bilirrubinas (Direta, Indireta e Total) (as vezes a função hepática pode estar comprometida);
· Ureia e Creatinina (para avaliar função renal);
· Análise de Líquidos Cavitários (para ver se está com ascite u não);
· Sorologia: Imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM) (para identificar se tem o vírus ou não);
· PCR (para identificar o vírus);
· Imunohistoquímica;
· Ultrassonografia abdominal (para avaliar a região abdominal, ver se tem uma grande quantidade de líquidos);
· Biopsia de alça intestinal (para ver a possível presença de piogranulomas); 
· Histopatologia;
· Necrópsia (post mortem);
**Diagnóstico definitivo é realizado por meio da necropsia, histopatologia e realização de imuno-histoquímica
Obs.: A doença é classificada em formas efusiva/exsudativa/ úmida e não efusiva /seca), com base na quantidade de derrame cavitário (ascite ou hidrotórax). Aproximadamente 75% dos casos clínicos de PIF são da forma efusiva e ocorrem em gatos com forte resposta humoral
Tratamento de PIF
· Não há tratamento específico e quase sempre a terapia é ineficaz. 
· Na forma efusiva (que tem uma grande quantidade de liquido) pode ser necessário realizar abdominocentese (drenagem do líquido do abdome), mas é paliativo;
· A febre é irresponsiva ao uso de antibióticos. 
· O animal deve receber cuidados de suporte como fluidoterapia e cuidados alimentares, se necessário pode se fazer uso de sonda nasogástrica ou esofágica. 
· É importante tratar infecções e lesões secundárias. Pode ser utilizado imunomoduladores ou imunossupressores, mas o uso desses ainda é questionável.
Não há cura
· Não tem vacinação
· Na maioria dos relatos, a doença evolui para morte em 1 a 12 semanas, com a maioria dos gatos morrendo 2 meses após o início dos sinais clínicos. A mortalidade de ambas as formas é de aproximadamente 100%.
Brucelose bovina – 04.05.21
- Outros nomes: Doença de bang / aborto contagioso / aborto infeccioso
- Zoonose
- Pode estar presente em varias espécies animais
- Doença infecto-contagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella 
- Caracteriza-se por provocar abortos geralmente no terço final da gestação, nascimento de bezerros fracos, retenção placentária, repetição de cio e descargas uterinas com grande eliminação da bactéria, podendo ainda transmitir-se ao homem. 
- Bacteria gram negativa (vermelha), coco-bacilos, não tem motilidade (nem cílios, nem flagelo), não encapsulada, não esporula, coloração acido resistente (NÃO se cora) 
- Geralmente em animais se causa alterações reprodutivas, em humanos não, em humanos tem infecção generalizada (febre recorrente) 
- Brucella melitensis (caprinos), brucella abortus (bovinos), b. suis (suínos), b. ovis (ovinos) e b. canis (cães)
- Doença no homem: febre de malta e febre ondulante 
- Destruição: 
- Plano de ação de prevenção:
· Vacinação: deve ser acima de 90%, somente em bezerras até 8 meses de idade 
· Identificar e eliminação de portadores (eutanásia e incineração) 
· Eliminação dos focos
· Certificação de propriedades livres
· Controle de transito animal 
· Classificação das UFs quanto ao risco com implantação de planos de ação 
- No BR a brucella melitensis não é considerada de perigo em saúde publica 
- Importancia econômica: perdas para a pecuária:
· Abortos
· Repetição de cio
· Bezerros fracos 
· Diminuição na produção de leite
· Redução do tempo de vida produtiva
· Custos de reposição de animais
· Limitação de comercialização de animais 
- Cadeia de transmissão:
· Fonte de infecção: animais infectados (bovinos, suínos, cães, ovinos...)
· Vias de eliminação: feto e anexos fetais, secreções vaginais, leite, fezes e urina
· Vias de transmissão: agua, pastagem e fômites contaminados, sêmen, leite e derivados crus 
· Porta de entrada: oro-faringea, mucosas (conjuntiva, respiratória e genital), pele com soluções de continuidade
· Suscetíveis: mamíferos domésticos e silvestres, homem 
- Patogenia:
· Após a entrada do antígeno, o macrófago fagocita vai para o linfonodo e apresenta o antígeno para o linfócito. 
- Doença na femea: 
- Nos humanos:
· PI: varia de 5 dias a vários meses
· Na forma aguda, os sintomas podem ser confundidos com os da gripe: febre intermitente/recorrente/ondulante, sudorese noturna, calafrios, fraqueza, cansaço, inapetência, dor de cabeça, no abdômen e nas costas
· Na forma crônica, os sintomas retornam mais intensos. Os mais característicos são: febre recorrente, grande fraqueza muscular, forte dor de cabeça, falta de apetite, perda de peso, tremores, manifestações alérgicas (asma, urticaria), pressão baixa, labilidade emocional e alterações da memoria 
· Afeta vários órgãos, entre eles o SNC, coração, ossos, articulações, fígado e aparelho digestivo 
- Combate a brucelose bovina:
- Vacinação: bovina
· B19: lisa, viva atenuada 
· É estável e causa reações mínimas 
· Protege cerca de 70% dos animais
· Imunidade por aproximadamente 7 anos
· Dose única
· Não tem ação curativa
· Persistência de anticorpos em animais vacinados acima de 8 meses de idade
· Patogênica para humanos 
· Não pode ser utilizada em femeas prenhes 
- Diagnostico:
· Diretos: Presença do agente etiológico 
· Isolamento do agente em meio de cultura e identificação bioquímica
· Detecção de DNA (PCR)
· Indiretos: 
· Pesquisa de AC específicos 
· Sorologico: 
· Fácil execução e interpretação 
· Rapidez na obtenção dos resultados
· Baixo custo 
· Provas padronizadas internacionalmente 
Tuberculose 
- Doença infectocontagiosa causada por micobactérias, cujo agente mais importante é o Mycobacterium tuberculosis 
- Não se cora, nem com gram 
- Coloração de Ziehl-Neelsen 
· M. tuberculosis tem uma camada incomum de cera em sua superfície celular (principalmente acido micólico), o que torna as células impermeáveis a coloração de Gram. 
- Agravantes:
· Tuberculose associada ao HIV: já que o HIV causa imunossupressão 
· Tuberculose multidrogarresistente 
- Tuberculose no Brasil:
- Doença que mais emblematicamente caracteriza a determinação social da pobreza no processo saúde/doença de uma população 
- Populações mais vulneráveis para a tuberculose:
- Transmissão 
- Suscetibilidade
· Infecção no BR ocorre em qualquer idade, geralmente na infância
· Nem todos os expostos se tornam infectados > 90% nem geram sintomas
· Infecção tuberculosa sem doença = bacilos presentes com sistema imune mantendo-os sob controle
· Nos infectados maior probabilidade de adoecer: HIV+,desnutrição, diabetes, drogas, doenças imunossupressoras
- Viabilidade
· Até 1h em suspensão no ar (ao abrigo de luz solar)
· Até 2 anos em estábulos, pastos e esterco
· Até 1 ano na agua
· Até 10 meses nos produtos de origem animal 
- Reservatório: 
· Principal: homem, porem pode acometer bovinos, outros mamíferos, aves 
- Periodo de transmissão e incubação 
- Sintomas em humanos: 
· Tosse por mais de 3 semanas
· Febre geralmente a tarde
· Suor noturno
· Falta de apetite
· Perda de peso, cansaço e dor no peito
- Determinantes da infecção: estado imunológico, carga bacilífera do inóculo, ambiente 
- Quadro clínicos nos bovinos;
· Em geral, parecem saudáveis por muito tempo, transmitindo a doença. Os sintomas aparecem no estagio final da doença. O animal sofre grande perda de peso, apresenta dificuldade respiratória, tosse seca e fraqueza geral. 
- Diagnóstico: 
· Se houver inchaço após a aplicação, significa tuberculose + 
· Alem do teste da tuberculina pode se fazer também: 
- Prejuizos da doença: 
· Perda de peso
· Atraso na primeira lactação
· Menor numero de lactações
· Menor duração da lactação 
· Perdas econômicas pelo sacrifício de animais reagentes
· Entraves para o comercio nacional e internacional 
· Possibilidade de contaminação humana
- Medidas preventivas:
- Tratamento: 
· A fase inicial ou intensiva consiste em 2 meses com: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol 
· E a fase de continuação consiste em 4 meses com: rifampicina e isoniazida 
· Em bovinos: Eutanásia. Uso de isoniazida. 
Programa nacional de sanidade dos equideos (PNSE) – 18.05.21
- Numero de equinos no mundo: 
- Estratégias do PNSE: 
· Para prevenir, controlar ou erradicar doenças dos equideos, o PNSE promoverá as seguintes atividades 
· Educação sanitária
· Estudos epidemiológicos
· Fiscalização e controle do transito de equideos
· Cadastramento, fiscalização e certificação sanitária de estabelecimentos; e
· Intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença de notificação obrigatória. 
- Doenças de notificação obrigatória
· Qualquer membro da comunidade deve comunicar, imediatamente, toda suspeita ou ocorrência de doenças de notificação obrigatória a unidade mais próxima do órgão executor das atividades de defesa sanitária animal
· Os esforços para prevenir a introdução de novas doenças no brasil concentram-se no controle das importações de animais vivos, de material de multiplicação animal e de produtos com potencial de transmissão dos agentes etiológicos 
- Porque algumas doenças são de notificação obrigatória: 
· Doenças de impacto econômico elevado
· Rápida difusão em uma mesma unidade geográfica
· Pouca eficiência em procedimentos terapêuticos 
· Possibilidade de erradicação do agente causador
· Sanidade animal e reserva de mercado 
- Fontes de informação do sistema de vigilância epidemiológica:
· Inspeção em matadouros
· Fiscalização de estabelecimentos
· Fiscalização de eventos pecuários 
· Fiscalização do transito de animais 
· Monitoramento soroepidemiológicos 
- O governo faz a vigilância epidemiológica 
- Papel dos proprietários de equideos: 
· Observar o dispostos nas normas sanitárias, em especial as exigências para o transito de equideos e participação em exposições e demais eventos de aglomeração (Guia de transito animal – GTA e exames sanitários) 
· Manter atualizado o cadastro junto ao serviço veterinário oficial 
· Comunicar imediatamente ao serviço veterinário oficial qualquer alteração significativa da condição sanitária dos animais 
· Utilizar somente insumos agropecuários registrados no MAPA
· Manter o registro do transito de animais, da ocorrência de doenças, dos medicamentos, produtos veterinários e demais insumos agropecuários utilizados na criação 
- Doenças de equideos da lista da OIE:
· Mormo
· Piroplasmose equina
· Influenza equina
· Rinopneumonia equina
· Encefalomielite equina (leste e oeste)
· Encefalomielite equina venezuelana
· Febre do oeste do Nilo
· Peste equina africana
· Arterite viral equina
· Metrite contagiosa equina
· Peste equina
*Vermelho = não tem ocorrência no BR 
- Porque preocupar-se com doenças dos equideos:
· Doenças como AIE ocorrem em % baixa mas não podem ser negligenciadas
· Importância atividade
· Fortíssima relação com o humano
· Saúde publica
· Restrições a realização de eventos
- Anemia infecciosa equina:
· Doença infecciosa viral, causada por lentivírus (atração por corrente sanguínea)
· Conhecida como febre dos pântanos ou malária equina 
· Pode afetar outros animais, mas os principais são os equinos
- Etiologia:
· Família retroviridae, gênero lentiviridae 
· Vírus RNA envelopado; núcleo cônico e denso, com envelope lipídico exterior derivado da membrana plasmática de células do hospedeiro durante a maturação da partícula 
· Atividade de transcriptase reversa
· Genoma altamente mutável 
- Resistência: 
· Vírus inativado por solventes lipídicos e detergentes
· Hidróxido de sódio 
· Hipoclorito de sódio 
· Solventes orgânicos
· Clorexidina
· Aquecimento a 56ºC/30 minutos
· Em 25ºC permanece infeccioso por 96 horas em agulhas hipodérmicas 
- Epidemiologia:
· Doença tem importância no BR, mas há poucos estudos sobre a prevalência (2%)
· Regiões centro oeste e norte: fatores climáticos e manejo favoráveis a disseminação do vírus (se adapta melhor ao calor)
· Não há variáveis de predisposição quanto a raça, sexo, etc
- Hospedeiros e transmissão:
· Equinos, asininos e muares = reservatórios e hospedeiros naturais 
· Pela transferência de sangue ou derivados sanguíneos: 
· Relação com vetores – insetos hematófagos 
- Mosca do cavalo e mosca do veado (família tabanidae)
- Mosca do estabulo (stomoxys spp) e mosquitos (cullicoides spp) = podem ser vetores mecânicos 
· Transmissão iatrogênica: 
· Transfusão de sangue ou utilização de agulhas ou instrumentos contaminados 
· Transferência transplacentária (viremia com alto titulo durante a gestação) 
· Transferência pelo colostro/leite – vírus encontrado em sêmen de reprodutor, mas esta via de infecção não foi determinada 
- Fatores que contribuem para disseminação:
· Concentrações de animais não testados (cavalgadas, rodeios...)
· Deslocamento de animais não fiscalizados de uma cidade para outra 
· Clima quente e úmido contribuem 
- Patogenia:
· Logo após a infecção do vírus no hospedeiro ocorre a replicação a altos títulos em macrófagos do fígado, baço, linfonodos, pulmões, rins e adrenais
· O aumento da titulação do vírus cursa com o aumento da temperatura corporal 
· Alta concentração de antígenos virais na circulação/tecidos, com produção de anticorpos (demora 1 semana) 
· Posterior a infecção dos linfócitos: pode haver erros na copia do genoma viral, com mutações genéticas; Copia do DNA viral inserido no DNA do hospedeiro pode ficar “dormente” por longos períodos (ausência de expressão viral) e ausência da resposta imune do hospedeiro contribui para a persistência viral 
- Lesões:
· Anemia – tem sido relacionada a:
· Supressão da medula
· Destruição autoimune dos eritrócitos, com hemólise e eritrofagocitose
· Falhas no metabolismo do ferro
· Vasculite e glomerulonefrite: deposito de imunocomplexos (processo inflamatório)
· Hemorragias decorrentes de trombocitopenia (por supressão da medula, que leva a diminuição da produção de plaquetas, além da diminuição da produção de hemácias) 
- Sintomas:
· Síndrome febril aguda (40,5 a 41,1ºC) com trombocitopenia e/ou anemia – após 7-21 dias de incubação 
· Ou síndrome subaguda ou crônica de febre cada vez mais intensa, perda de peso, edema ventral, grave anemia 
· Cada episodio febril = viremia (se aumenta a quantidade de vírus a febre se intensifica). Entre os episódios os vírus estão associados as células e não livres no plasma 
· Outros sintomas associados: anorexia, depressão, sudorese, epistaxe (sangramento no nariz) ou secreção serosa no focinho 
- Patologia: 
· Na necropsia: edema subcutâneo; icterícia 
· Hemorragias (petéquias/equimoses) em serosas – esplenomegalias/linfadenomegalias/hepatomegalia 
· Em casos crônicos:emagrecimento e anemia 
- A maioria dos equinos ficam assintomáticos e transmissíveis 
- Muitos equinos deixam de ter os episódios de febre e viremia, tornam-se portadores inaparentes dos vírus 
- A maioria dos equinos se recupera espontaneamente da viremia inicial (3-5 dias). Ficam clinicamente normais (2-4 semanas). Episódios recorrentes de febre, trombocitopenia, depressão 
- Diagnóstico:
· Sinais clínicos: febre recorrente (indicando viremia), edema ventral e perda de peso
· Esfregaço sanguíneos: anemia, trombocitopenia, sideroleucócitos (monócitos fagocitando eritrócitos) da medula óssea – indicando infecção previa pelo vírus da AIE
· Lesões macroscópicas: esplenomegalia 
· Lesões microscópicas: glomerulonefrite/hemossiderose
· Testes lab: teste de coggins = IDGA (imunodifusão em gel agar) ou ELISA – detectam anticorpos
- Tratamento
· Anemia equina não tem cura 
· Deve ser feita eutanásia dos animais infectados 
- Controle e profilaxia
· Não permitir a entrada e permanência de equinos estranhos na propriedade mesmo que temporária
· Quando na introdução de um animal novo no plantel: exigir atestado negativo de AIE ou manter o animal isolado durante 30 dias e realizar exame sorológico 
· Utilização de repelentes para controle das moscas e mosquitos 
· Desinfetar constantemente os estábulos 
· Utilizar material descartável, como agulhas hipodérmicas 
· Exames sorológicos em animais do rebanho que saíram e retornaram ao mesmo 
· Vigilância constante do rebanho 
· Em casos de surto: fiscalizado pela defesa sanitária animal:
· Interdição da movimentação de equideos nas propriedades 
· Isolamento de animais suspeitos ou soropositivos
· Proibição da participação dos equideos em locais com alta concentração de animais 
· Eliminação dos comprovadamente positivos 
· A eutanásia só sera feita após um novo teste, 15 dias após a primeira prova 
- Mormo:
· Agente: bactéria burkholderia mallei 
· Bacilo gram negativo, não encapsulado 
· Espécies susceptíveis: mamíferos. Os mais suscetíveis são os equinos, em menor proporção carnívoros (cães e gatos) e ruminantes 
- Transmissão:
· Contato com fluidos corporais dos animais doentes, como: pus, urina, secreção nasal e fezes (direto ou fômites)
· Agente pode penetrar no organismo pela via digestiva, respiratória, genital ou cutânea, alcançando a circulação sanguínea e linfática 
· Período de incubação de 1 dia a 6 meses 
- Fatores predisponentes:
· Ambiente com elevada umidade e calor = estresse
· Aglomeração de equideos
· Sistema de criação coletiva = estresse
· Higiene ineficiente dos equipamentos e instalações = ambiente contaminado
· Ausência de programas sanitários de controle e erradicação = ambiente contaminado 
· Má nutrição 
- Sintomatologia: 
· Forma aguda é mais sintomática 
- Mormo em humanos: 
· Transmissão para homem em contato direto com animais infectados
· Doença ocupacional
· Forma pulmonar altamente fatal (95%)
· As infecções podem ser classificadas em: localizadas, cutâneas, pulmonares, generalizadas e crônicas suporativas da pele
· Sintomas gerais: febre, dores musculares, dor no peito, rigidez muscular e cefaleia (dispineia – morte)
· Podem ainda apresentar lacrimejamento excessivo, sensibilidade a luz e diarreia
- Diagnostico:
· Suspeita clinica: notificação ao SVO
· Fixação de complemento: é o mais acurado dos testes sorológicos para o diag (90-95%). Sendo a reação positiva logo após uma semana de infecção, permanecendo positiva por longo período de tempo
· Teste da maleina: primeiro teste para o mormo. Aplicação intradermopalpebral é a mais recomendada. Analisar se gerou secreção ou não. 
· Western blotting
- Tratamento: não é indicado, pois os animais permanecem infectados por toda a vida, tornando-se fonte de infecção
- Prevenção e controle:
· Isolamento da área que contem animais doentes, sacrifício destes animais positivos, isolamento e reteste dos suspeitos, cremação dos corpos dos infectados, desinfecção das instalações e todo o material que entrou em contato com os doentes
· Controle do transito de animais entre os estados e internacionalmente, com apresentação de resultados negativos de testes realizados 
- No hemograma o animal apresentara: anemia normocítica normocrômica e leucocitose (neutrofilia) = aumento de neutrófilos por proliferação bacteriana 
- A principal forma de transmissão é pela via inalatória 
- As principais formas clinicas são cutânea, respiratória e genital 
- PCR: diferencia a espécie das bactérias B.Mallei e B.pseudomallei 
Raiva – 01.06.21
- Importancia:
· A raiva é considerada uma das zoonoses de maior importância em saúde publica, não só por sua evolução drástica e letal, como também por seu elevado custo social e econômico 
· Estima-se que a raiva bovina na américa latina cause prejuízos anuais de centenas de milhões de dólares, provocados pela morte de milhares de cabeças, além dos gastos indiretos que podem ocorrer com a vacinação de milhões de bovinos e inúmeros tratamentos pós-exposição (sorovacinação) de pessoas que mantiveram contato com animais suspeitos 
· Depois de ser mordido, toma-se o soro não vacina, a vacina é composta por antígenos e o soro por anticorpos já produzidos 
· Se a raiva começa a gerar sintomas é 100% fatal, caso a pessoa acabe de ser mordida pelo morcego e tome o soro não é fatal.
· Doença de registro mais antigo 
· Saliva material infectante 
· Segunda vacina a ser desenvolvida na historia 
- Agente:
· Possui espiculas ou proteínas G (ligam o vírus na célula hospedeira. Recepção e fusão da superfície da célula do hospedeiro e serve como um alvo para indução de anticorpo neutralizantes virais. Adesão a célula alvo (toda célula alvo contem um receptor próprio) – bolinhas amarelas externas) 
- Ciclo da raiva:
· Ciclo aéreo é muito difícil de identificar, o urbano é mais fácil 
· Nos últimos anos herbívoros (bovinos e equinos) foram os mais acometidos por raiva, por isso foram incluídos no programa de prevenção 
- Transmissão:
· O principal transmissor da raiva dos herbívoros é o morcego hematófago desmodus rotundus 
· Como essa espécie é abundante em regiões de exploração pecuária, vários países latino-americanos desenvolveram programas para controle
- O morcego morde e depois lambe o sangue 
- Morcegos hematófagos: 
- Raiva:
- Celulas e regiões acometidas
· Infecta primariamente os neurônios (neurotropismo), mas pode haver infecção de astrócitos, micróglia, células endoteliais 
· Infecta todas as regiões do SNC
· Regiões mais acometidas: hipocampo, tronco cerebral, medula e células de purkinje no cerebelo; muitas vezes os sintomas estão associados com a localização anatômica no cérebro 
- O vírus não integra pele integra. Quando ocorre algo que permite que o vírus chegue ao musculo, será um ambiente propicio para ele. 
- No musculo, pois está repleto de receptores neuromusculares 
- A proteína G do vírus da raiva se liga ao receptor acetilcolina nicotínico (encontrado no musculo) que o encaminha para o sistema nervoso periférico e após para o sistema nervoso central 
- Patogenia: 
- Periodo de incubação de sintomatologia em diferentes espécies: 
- A variabilidade do período de incubação depende de fatores: 
· Capacidade invasiva da mordida do animal infectado
· Patogenicidade da variante viral
· Carga viral do inoculo
· Ponto de inoculação (quanto mais próximo do SNC, menor será o período de incubação)
· Idade do hospedeiro (crianças e idosos apresentam sistema imune diferenciado)
· Imunocompetência do hospedeiro
- Raiva – resposta imune inata: 
· No SNC o vírus da raiva se depara com os macrófagos residentes, denominados de micróglia
· A micróglia apresenta várias funções no SNC, dentre elas, a de APCs, sendo mais eficiente nesse papel do que os astrócitos.
· Outra função importante da microglia é a produção de TNF-a e óxido nítrico na tentativa de combater a infecção (efeito microbicida).
· O ambiente citocínico promove a quebra da BBB e permite que células imunes da periferia entrem no SNC
· Células NK (natural killer) também desempenham importantefunção na resposta imune inata contra raiva, exercendo um papel protetor, porém, alguns estudos experimentais sugerem que o vírus da raiva pode levar à apoptose dessas células.
- Raiva – resposta imune adaptativa:
· A resposta imune frente ao vírus envolve um infiltrado inflamatório composto principalmente por linfócitos 
· Esses linfócitos migram da periferia para o SNC, atraídos pelo estimulo de citocinas pró-inflamatórias, tais como, IL-1, TNF-a e IL-6, além das quimiocinas CCL-5, CXCL-10
· Contudo, a alta expressão das citocinas proinflamatórias podem levar ao dano neuronal e prejuízo ao tecido de suporte dos mesmos, desempenhando um papel deletério ao invés de protetor na infecção pelo vírus da raiva 
· Os linfócitos TCD4 são as principais células na resposta imune contra o vírus da raiva, exercendo papel protetor mais que os linfócitos TCD8 citotóxicos 
· Os linfócitos TCD8 citotóxicos sozinhos não são suficientes para conferir a proteção contra a infecção
· Sendo assim induz a produção de citocinas importantes no controle da infecção (IFN-y, IL-2, IL-14
· Interage com linfócito B através de estímulos de quimiocinas, colaborando na produção de anticorpos específicos para o vírus 
- Tratamento:
· Uma vez iniciado os sinais clínicos, NÃO HÁ TRATAMENTO, a doença é invariavelmente fatal 
· Somente para o homem, as vacinas antirrabicas são indicadas para o tratamento pós-exposição 
· Há também o recurso da aplicação de soro antirrabico para humanos (21 dias de imunização) 
- Casos de cura no mundo:
· 1 caso: 2004 / milwalkee (EUA)
· 2 caso: 2008 / recife (BR)
· 3 caso: 2008 / colombia 
· 4 caso: 2011 / EUA
· 5 caso: 2018 / amazonas (BR) 
- Histórico: 
· O PNCRH (programa nacional de controle da raiva dos herbívoros) estabelece suas ações visando ao efetivo controle da ocorrência da Raiva dos Herbívoros no Brasil e não à convivência com a doença. 
· Esse objetivo é alcançado por meio da vacinação estratégica de espécies susceptíveis e do controle populacional de seu principal transmissor, o Desmodus rotundus, associados a outras medidas profiláticas e de vigilância. 
- Estratégia:
· Planejamento, organização, execução, supervisão e avaliação do programa.
· Treinamento técnico de servidores da Coordenadoria de Defesa Agropecuária.
· Estabelecimento de normas técnicas para fins de fiscalização e de defesa sanitária animal.
· Organização e gerenciamento do sistema estadual de comunicação e divulgação de informações zoossanitárias.
- Atividades:
· Cadastramento de propriedades.
· Inventário da população de animais de peculiar interesse do Estado suscetível à raiva.
· Inspeção e fiscalização da população e do trânsito de animais de peculiar interesse do Estado suscetível à raiva.
· Fiscalização da distribuição e da aplicação de vacinas.
- Diagnostico laboratorial: 
· Imunofluorescência Direta (IFD): Pesquisa do antígeno no material suspeito.
· Resultado: 24 horas;
· Inoculação em Camundongos (IC): prova biológica para isolamento do vírus da raiva.
· Resultado: 21 dias, para todas as espécies com exceção de equinos, morcegos e silvestres terrestres, cujo resultado é liberado em 30 dias.
· Reação em Cadeia de Polimerase (PCR): prova de biologia molecular atualmente usada como alternativa diagnóstica
· As três provas apresentam alta sensibilidade e especificidade e são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
- Colheita de material:
· De todo animal com sintomatologia nervosa deve ser colhido material e enviado ao laboratório, para diagnóstico de raiva e outras doenças com essa característica.
· No estado de São Paulo existem oito laboratórios que fazem diagnóstico da raiva: UNESP de Botucatu e Araçatuba, USP na capital, APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócio) regionais de Presidente Prudente e Pindamonhangaba, CCZ da Prefeitura Municipal de São Paulo, Instituto Pasteur e Instituto Biológico.
- Prevenção: evitar o contato com morcegos 
- Vacinação: 
· Vacina inativada, na dosagem de 2 (dois) ml, SC ou IM, pelo proprietário. 
· Nas áreas de ocorrência de raiva, a vacinação será adotada sistematicamente, em bovídeos e equídeos (cavalos) com idade igual ou superior a 3 (três) meses, sob a supervisão de Médico Veterinário (animais primo-vacinados deverão ser revacinados após 30 dias). 
· A duração da imunidade das vacinas para uso em herbívoros, para efeito de revacinação, será de no máximo 12 meses
- A raiva é uma doença de notificação compulsória. 
- O veterinário na zona rural tem a função de receber morcegos e outros animais mortos e encaminha-los ao serviço veterinário oficial mais próximo ou secretaria municipal de saúde

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