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@Elisastudies._ • Conduta humana A conduta que gera responsabilidade civil é a conduta voluntária, livre e consciente, bastando um grau moderado de consciência na atuação humana, podendo ser omissiva ou comissiva. − COMISSIVA: é aquela conduta que envolverá um agir, uma ação do sujeito. Porém, essa ação acaba por violar um dever jurídico imposto pela lei ou pelo contrato, gerando danos que devem ser indenizados. − OMISSIVA: para que possa haver a imputação de responsabilidade a um sujeito pela sua omissão, é fundamental que antes exista um dever de agir imposto pela norma. Sem dever de agir não há que se falar em conduta omissiva. Esse dever de agir pode ser oriundo: • da lei: por exemplo, policial diante de um crime no qual tenha a possibilidade de agir; bombeiro em uma situação de perigo; pai em relação aos filhos etc.; • do contrato: o guia da montanha é obrigado a agir em razão de sua custódia; instrutor de mergulho; babá etc.; • dever de ingerência: quando uma conduta anterior expõe a perigo bens de outrem (bem patrimonial ou da personalidade). Por exemplo, jogar amigo na piscina: quem jogou tem o dever de agir no sentido de salvar o amigo do afogamento. Deve haver um grau de consciência no que se faz para que se enquadre como conduta humana. Estado de sonambulismo, por não ser voluntária as condutas praticadas, NÃO GERA RESP. CIVIL. A responsabilidade civil normalmente é gerada por conduta ilícita, mas, por exceção, também pode decorrer de ato lícito (previsto em lei). • EXEMPLOS DE ATO LÍCITO QUE GERAM RESP. CIVIL: • Desapropriação (poder público tem o direito de requerer o seu imóvel para instalar uma atividade que ele queria); • Passagem forçada (um imóvel fica "encravado" para a saída para as ruas e avenidas) No ato ilícito (stricto sensu) previsto na cláusula geral do art. 186, a culpa também será elemento da Responsabilidade Civil. A diferença é que na Responsabilidade Subjetiva a culpa será analisada e na Responsabilidade Objetiva não. Ela existe, mas não será considerada. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Obs.: Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções. A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. ABUSO DE DIREITO (independe de culpa) Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. • Culpa A culpa lato sensu não é definida e nem conceituada na legislação pátria. A regra geral do Código Civil Brasileiro para caracterizar o ato ilícito, contida no artigo 186, estabelece que este somente se materializará se o comportamento for culposo. Neste artigo está presente a culpa lato sensu, que abrande tanto o dolo quanto a culpa stricto sensu. − A culpa stricto sensu: decorre da inobservância de um dever de cuidado. Nessa hipótese, não há a intenção de da Responsabilidade Civil provocar o dano. O que o agente quer é a conduta e não o resultado alcançado. Os elementos causadores da culpa stricto sensu são: • Negligência: falta de cuidado necessário. • Imperícia: ausência de habilidade técnica daquele que pratica o ato, mas que, em tese, deveria ter. • Imprudência: o agente assume um risco desnecessário. O Dolo, em síntese, é a conduta intencional, na qual o agente atua conscientemente de forma que deseja que ocorra o resultado antijurídico ou assume o risco de produzi-lo. OBS: para o Direito Civil, não existe a nítida separação entre o dolo e a culpa stricto sensu. Os dois são espécies de culpa lato sensu. Logo, não importa se o agente agiu com dolo ou culpa, o resultado será o mesmo: ele deve reparar ou indenizar o dano. • Nexo de Causalidade Trata-se do liame que une o agente ao resultado. Em outras palavras, o nexo causal é a ligação entre a conduta do agente e o resultado danoso. Ou seja, é preciso que o ato ensejador da responsabilidade seja a causa do dano e que o prejuízo sofrido pela vítima seja decorrência desse ato. Impõe-se que se prove a ligação causal entre a conduta do agente e o resultado danoso. O nexo causal cumpre uma dupla função: determinar o autor do dano, e verificar a extensão a sua extensão, pois serve como medida de indenização. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; (....). − FUNÇÕES DO NEXO CAUSAL • Identificar a quem será imputado o ônus da reparação pelo dano causado; • Servir como parâmetro de quantificação e de definição da extensão do dano que será ressarcido (art. 944, CC). O Código Civil brasileiro não estabelece qual a forma de aplicação do nexo de causalidade para fins de imputação do dever de indenizar. Essa tarefa fica a cargo da doutrina e da jurisprudência, logo foram estabelecidas ao menos três teorias. Por vezes, para uma mesma situação fática, a depender da teoria aplicada, tem-se respostas diferentes para um mesmo caso concreto, o que gera um cenário de instabilidade ou insegurança jurídica. Principais Teorias para o Nexo de Causalidade: • TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES (ou dos antecedentes causais); Tudo o que acontece antes da realização de um dano, todas as condutas são essenciais para a concretização do dever de indenizar. Relação de causa e efeito. • TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA; Tem como parâmetro caber ao juiz, na análise do caso concreto e de modo aberto, qual a condição ou qual conduta é adequada para a concretização do dano. Ainda que haja várias condutas que possam ter gerado o prejuízo, o juiz vai avaliar isoladamente cada uma delas e vai tentar identificar qual é a mais adequada para a ocorrência de determinado dano. Exemplo: Um agropecuarista que compra uma vaca acometida de uma doença contagiosa de alguém que sabia que o animal estava doente e, de modo intencional, não informou ao comprador. Este compra a vaca e a coloca junto com os outros animais, vindo todos a falecer em curto espaço de tempo. O prejuízo faz com que o comprador deixe de pagar o financiamento de sua propriedade rural e acaba por perdê-la. Pela teoria da Equivalência das Condições, a responsabilidade vai ser integral e o vendedor terá que pagar pelos valores inerentes ao contrato de compra e venda do animal; terá que dar conta do prejuízo pela perda de todos os outros animais; e terá que dar conta do prejuízo pela perda da propriedade rural. Pela teoria da Causalidade Adequada, o juiz pode verificar que a causa adequada se dá na conduta de alienar o animal sabidamente doente. A seguir passa à análise da morte dos outros animais. E a perda do imóvel? Talvez a causa adequada não tenha sido a morte de todos os animais. A análise se dará de forma compartimentada. Um planejamento financeiro cuidadoso poderia assegurar o adimplemento ou a renegociação do financiamento. • TEORIA DA CAUSALIDADE DIRETA: Privilegiada pela jurisprudência, encontra respaldo normativo no art. 403 do Código Civil, também aplicado na seara da responsabilidade extracontratual. A rigor, só é passível de responsabilidade civil aquele evento que está imediatamente ligado ao dano, de modo que as suas consequências mais remotas ou posteriores acabam sendo afastadas. • Dano ou Prejuízo O dano ou prejuízo traduz a lesão a interesse jurídico tutelado, material ou moral, ou estético. Para ser indenizável o dano precisa de trêsrequisitos: − Violação de um interesse jurídico material ou moral; − A subsistência do dano; − A certeza do dano (não se indeniza dano hipotético). Logo, o dano é o prejuízo experimento pela vítima e tutelado pelo direito. • ESPÉCIES DE DANOS • Danos MATERIAIS ou PATRIMONIAIS; • Danos MORAIS; • Danos ESTÉTICOS; • Perda de uma chance. − DANOS MATERIAIS: podem ser danos positivos e negativos. → Os Lucros Cessantes (danos patrimoniais negativos): dano causado ao patrimônio do sujeito que poderá acarretar consequências futuras, por exemplo, um impedimento à percepção de ganhos, de lucros. Porém, somente se fala em lucros cessantes quando houver uma quase certeza da obtenção efetiva dos ganhos. Não se trata de mera possibilidade de ganho. EX.: a colisão com veículo de um taxista, este ficará vários dias sem trabalhar, aguardando o conserto do automóvel, razão pela qual faria jus ao recebimento dos lucros que deixou de auferir. Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Danos reflexos e lucros cessantes Ex.: integrante de uma banda de música é atropelado, e com isso perde show para o qual tinha sido contratado. Seus danos diretos são óbvios, mas também há danos reflexos a serem indenizados: os dos demais membros da banda, que tiveram lucros cessantes diretamente causados pelo atropelador, com o cancelamento do show. → Danos emergentes (danos patrimoniais positivos): é a diminuição do valor patrimonial que precisa ser reposto pelo agente causador do dano para que se volte ao "Status quo ante" OBS: Não é possível pedir lucros cessantes de atividade ilícita, como a atividade de camelô. Mas caso a barraca em que o ambulante trabalhava tenha sido destruída, ele poderá pedir dano emergente. − DANOS MORAIS: apresenta uma dupla função: → Função Punitiva: O ofensor deve sofrer uma repressão para que se abstenha de praticar novamente a conduta que ensejou o dano moral (deve aprender a lição); → Função Compensatória: A vítima deve ter uma sensação de alívio no seu sofrimento, obtendo uma indenização que possa lhe ofertar lazer para esquecer do dano sofrido, com realizar um sonho ("consolo"). A indenização não pode exceder ao dano, pois segundo nosso ordenamento jurídico a indenização não deve servir como pena civil, podendo até mesmo ser considerado um enriquecimento sem causa se for desproporcional. Teorias do Dano Moral: → Negativista (não indenizável): não reconhece a reparação do dano extrapatrimonial. Segundo Savigny os bens como vida, honra, liberdade são insuscetíveis de restauração pela via indenizatórios, portanto, não estariam proteção jurídica da Ordem Privada. (não utilizada pelo nosso ordenamento jurídico) → Positivista: a reparabilidade do dano moral recebeu status constitucional, através da dignidade da pessoa humana. O mero inadimplemento contratual mora* prejuízo econômico não configuram, de per si, dano extrapatrimonial, pois não agridem a dignidade humana. CONTRATOS MORA*: Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Os danos morais ocorrem pela violação de direitos da personalidade, agredindo todos as ofensas à pessoa. OBS: Quando tratar-se de dano moral, deve-se utilizar especialmente a expressão compensação e não como ressarcimento. Em regra, o dano moral deverá ser pago em parcela única, mas há exceções, que serão pagas mensalmente: • lesão que impossibilite o trabalho da vítima (total ou parcialmente); • homicídio, culposo ou doloso: a indenização deverá abranger as despesas ordinárias de funeral, tratamento, remédios, despesas hospitalares e também alimentos civis para as pessoas que dependiam da vítima, até que se complete a idade média aproximada da vítima (idade média que a pessoa morreria, expectativa de vida). É possível cumular dano moral com dano patrimonial por um só fato (súmula 37 STJ). Segundo o art. 186 CC, é possível pedir, exclusivamente, dano moral. É denominado dano moral puro ou autônomo. Excepcionalmente, poderá ser cumulado dano moral, patrimonial com o dano estético (a regra é a não cumulação do dano estético com o moral). → DANO MORAL PRESUMIDO (IN RE IPSA): Em algumas situações, a jurisprudência considera que não há necessidade de prova do dano moral, que ele decorre da gravidade do evento danoso. São os casos de lesão física grave, colocar nome do devedor no SPC ou SERASA (não estando inadimplente). Critérios para a fixação do dano moral (mensuração dos danos): • compensação pela dor sofrida; • condição financeira do ofensor; • condição financeira da vítima; • comportamento do ofensor após a prática do ilícito (Prestou socorro, arcou com os pagamentos do hospital...). De modo geral, a reparação, portanto, deve alcançar todos os prejuízos experimentados pela vítima. No caso da responsabilidade contratual, veja-se que o art. 404 do CC estabelece que as perdas e danos correspondem ao principal, lucros cessantes, honorários, juros e correção. Mas, é possível verificar a previsão legal em situações específicas, como no caso do homicídio, em que há previsão de pagamento das despesas de funeral, médicas, luto e alimentos à dependente da vítima; também no caso de lesão corporal (com parcelas semelhantes, art. 949 CC); ou de ofensa da liberdade individual, art. 954 CC. Vale mencionar que a reparação civil decorrente de ofensa à honra, que caracteriza o dano moral. Quanto à mensuração dos danos, terá por regra (verificar exceção do parágrafo único) a aplicação do art. 944 do CC: a indenização mede-se pela extensão dos danos. → SUJEITOS DO DANO MORAL: Qualquer pessoa natural. O nascituro poder ser vítima do dano moral, nos casos compatíveis com a sua natureza, as pessoas falecidas, e as pessoas jurídicas. O STJ entendeu, conforme consta no Informativo 475, que o direito de pleitear dano moral se transmite aos sucessores da vítima falecida. Isto porque, o direito da personalidade é intransmissível, mas o direito à reparação (efeito patrimonial) transmite-se (art. 943 do CC). No diz que respeito a pessoa jurídica, ela poderá sofrer dano moral desde que haja um ferimento de sua honra objetiva (imagem, conceito, boa fama), de forma a abalar sua credibilidade, com repercussão econômica (Súmula 227 STJ – a pessoa jurídica pode sofrer dano moral). Não é possível presumir a existência de dano moral pelo simples corte de energia elétrica por parte da concessionaria de serviço público, sendo necessária a comprovação da empresa afetada de prejuízo à sua honra objetiva*. (juízo que terceiros fazem acerca dos atributos de alguém*) → PÚBLICO ATINGIDO (vítimas): o dano pode ser individual (experimentado pela pessoa, tanto quanto moral como material); ou coletivo, que atinge uma coletividade de pessoas (como aquele causado ao meio ambiente, a direitos sociais, às relações de consumo, etc.). → DANO MORAL POR ABANDONO AFETIVO: é possível considerar o dano afetivo como a violação ao dever de assistência que causa um dano indenizável. Ex.: Pai que não cuida de filho e nunca presta assistência moral e material. → PRESCRIÇÃO DO DANO MORAL: A pretensão reparatória de responsabilidade civil, prescreve em 03 ou 05 anos, na forma do CC ou do CDC. • CC, Art. 206 § 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil; • CDC Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir doconhecimento do dano e de sua autoria. − DANOS ESTÉTICOS: neste dano ocorrem deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância, abarcando os casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgosto ou complexo de inferioridade. Podem ser externos ou internos (função morfológica dos órgãos). STJ, Súmula 387: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. • Dano estético X Dano à imagem: não devem ser confundidos, visto que a imagem é a representação exterior, a visão sensível da pessoa perante os outros (ex.: charge publicada em revista). A violação da imagem sem autorização causa DANO IN RE IPSA nos casos de fim econômico ou Comercial. O dano moral e o dano estético são exemplos de bens da personalidade. A morte extingue a personalidade, segundo o art. 6 CC/02, mas não extingue a proteção aos direitos da personalidade. Assim, segundo o STJ, deve ser reconhecida a legitimidade dos herdeiros do morto a formularem pretensão indenizatória em razão da ofensa à imagem do falecido seja em razão de prejuízo moral ou material. OUTRAS ESPÉCIES DE DANO • DANO PERMANENTE: não suscetíveis de amenização, são as sequelas que não melhoram ou não têm cura, independentemente de qualquer tratamento médico ou suplementar que possa ser indicado. Ex.: caso de acidente, cabendo ao responsável o pagamento de uma prestação vitalícia ao ofendido. • DANO ATUAL: o que já ocorreu. • DANO FUTURO: acontecerá inevitavelmente, em decorrência do fato gerador, somente as consequências não se produziram. Ex.: os lucros cessantes. • DANO DIRETO: produzido como consequência imediata de uma ação ou omissão de uma da parte infratora. Ex.: Em uma relação de compra e venda de um animal, o comprador verifica a existência de uma doença letal (dano direto). • DANO INDIRETO: refere-se a prejuízos que ocorrem quando a mesma vítima sofre dano principal/direto e, em consequência desse, suporta outro, indireto. Ou seja, no dano indireto o prejuízo é verificado como consequência posterior. Ex.: Após comprar um animal o comprador constata a existência de doença letal (dano direto) e essa doença é transmitida ao rebanho que o comprador possuía (dano indireto). • DANO REFLEXO OU POR RICOCHETE: é aquele que atinge, além da vítima direta, uma vítima indireta. Há pluralidade de vítimas. Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. O dano material reflexo, mesmo fora dessa hipótese legal, é de simples constatação quando existente ao caso concreto. EX.: pai de família é assaltado na rua, sofre um tiro, vai para o hospital, ele é a vítima direta, porém o filho dele é vítima indireta pelo pai não poder ir trabalhar, por ficar fisicamente inutilizado, o filho sofre o dano reflexo ou em ricochete. − PERDA DE UMA CHANCE: aquele que, de forma intencional ou não, frustra a oportunidade de alguém obter um resultado positivo deve responder pelo fato. Deve haver uma chance séria e real, precisa- se verificar se é razoável ou não esperar o benefício. Hipóteses remotas de a chance se concretizar não merecem ser indenizadas A perda de uma chance permite a indenização não pelo resultado não obtido, mas por ter perdido a chance de obtê-la, de modo que, quanto maior provável a chance, mais deve ser o valor indenizatório arbitrado pelo juiz. Obs.: Pode ser cumulado com dano moral, estético e patrimonial. Ex.: Um paciente que, em vez de permanecer internado, recebe alta indevidamente e acaba morrendo. Ex.: 2. Um participante de reality show que, por erro do programa, é eliminado e deixa de concorrer ao prêmio final. O fundamento legal apontado para a perda de uma chance seriam os arts. 186, 927, 948 e 949, CC. Também em relação ao tema inadimplemento contratual, com base na perda de uma chance, empresa de sistemas de bloqueio de veículos à distância foi condenada a indenizar cliente que teve veículo furtado. Ainda que se trate de uma obrigação de meio a da empresa contratada. Entendeu-se que, ao deixar de realizar o bloqueio do veículo quando avisada sobre o furto, configurou-se situação na qual houve a perda da chance de o contratante do serviço recuperá-lo. → Perda de uma chance e perda do prazo pelo advogado: O simples fato de um advogado ter perdido o prazo para a contestação ou para a interposição de um recurso não enseja indenização pela aplicação desta teoria. ❖ Indenização A indenização é calculada de acordo com o tipo de dano: − Dano patrimonial: mede-se a extensão do dano (o dano é reparado). − Dano extrapatrimonial: calcula-se por arbitramento (o dano é compensado). Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano (culpa concorrente). O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la TRANSMITEM-SE com a herança. Deve-se indenizar: O DANO EMERGENTE, O LUCRO CESSANTE, O DANO MORAL, O DANO ESTÉTICO E A PERDA DE UMA CHANCE.
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