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NERVOS CRANIANOS

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NERVOS CRANIANOS 
Os nervos cranianos são nervos periféricos, que 
fazem conexão com o encéfalo. Estão em pares, 
totalizando 12 pares de nervos cranianos, sendo 
que desses, 10 terão origem no tronco encefálico. 
Alguns desses nervos são responsáveis inclusive 
por órgãos do sentido (visão, olfação, audição, 
gustação e tato), como veremos a seguir. 
A função dos nervos é conduzir, por meio de suas 
fibras, impulsos nervosos do sistema nervoso 
central para a periferia (impulsos eferentes), e da 
periferia para o sistema nervoso central (impulsos 
aferentes). 
A imagem abaixo mostra os 12 pares cranianos, 
emergindo de suas respectivas origens no 
encéfalo. 
 
NERVO OLFATÓRIO 
O I par craniano é o par do Nervo Olfatório. É um 
nervo sensitivo especial (ou sensorial), que tem 
sua origem real em células neurorreceptoras do 
epitélio respiratório da fossa nasal, e origem 
aparente na lâmina crivosa do osso etmoide, 
passando pelos forames crivosos. 
Sua função é a olfação. 
E como testá-lo? O teste do nervo olfatório se dá 
utilizando tubos de ensaio e alguns aromas 
(canela, cravo, café). 
Peça ao paciente que ele assoe o nariz, antes de 
iniciar o teste. Após, o paciente deve, de olhos 
fechados, ocluir uma narina e com a outra narina 
(desobstruída) sentir o aroma contido no tubo de 
ensaio, dizer se é agradável ou não, e identificá-lo. 
 
 
 
 
 
Disfunções 
A perda da olfação é conhecida como anosmia. A 
redução da olfação é a hiposmia, o aumento é a 
hiperosmia, a sensação distorcida do olfato é 
cacosmia e a perversão do olfato é a parosmia. 
 
NERVO ÓPTICO 
O II par craniano, é o Nervo Óptico. Se origina nas 
células fotorreceptoras da retina e se manifesta 
no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico se 
une com o do lado oposto, formando o quiasma 
óptico. 
Sua função é sensorial, sendo o responsável pela 
visão. 
 
 
 
O teste semiológico do nervo óptico se dá 
utilizando objetos, podendo ser usado os dedos 
também, cartões coloridos e oftalmoscópio. 
A primeira parte do exame do nervo óptico é a 
acuidade visual. A acuidade visual é determinada 
pela menor imagem retiniana percebida pelo 
indivíduo. Ao examinar, pede-se que o paciente 
tampe com a mão um dos olhos e identifique com 
o outro algum objeto ou o número de dedos, por 
exemplo. O teste deve ser feito em ambos os 
lados. A acuidade visual também pode ser testada 
pelo Teste de Snellen. No Teste de Snellen, o 
paciente deve ficar a uma distância de 5 metros 
da escala. Então, um dos olhos deve ser coberto, 
mas sem comprimi-lo, de modo que os dois olhos 
estejam abertos, porém um está coberto. O 
examinador deve apontar as letras, iniciando 
pelas maiores e deve seguir até onde o paciente 
consiga enxergar sem dificuldade. O olho direito é 
o primeiro a ser testado, logo após se testa o olho 
esquerdo. 
 
Segunda parte 
A segunda parte do exame do nervo óptico é a 
campimetria, em que de frente para o paciente, o 
examinador fecha um de seus olhos e tapa o olho 
do paciente com uma mão, e então o paciente 
deve olhar fixo para o olho aberto do examinador, 
enquanto o examinador movimenta a mão, numa 
distância média entre o paciente e o examinador, 
fazendo números com os dedos, nos quatro 
campos visuais e pede que o paciente lhe 
identifique os sinais. Após esse processo é 
examinado o outro olho. 
 
Terceira parte 
A terceira parte do exame do nervo óptico é o 
Reflexo fotomotor (direto e indireto). O exame 
deve ser realizado em ambientes escuros. No 
teste do reflexo fotomotor direto, o examinador 
coloca a mão perpendicular ao nariz do paciente, 
essa dinâmica impede que a luz irradie para o 
outro lado, e incide um feixe luminoso com a 
lanterna no olho, observando a ação do olho que 
recebeu o feixe. 
https://hospitaldeolhos.net/dicas/o-que-e-o-nervo-optico-e-qual-sua-funcao/
O esperado é que neste olho, que recebeu o feixe 
luminoso, ocorra uma pressão da pupila (miose) 
ipsilateral. Esse teste examina o funcionamento 
do Nervo óptico (aferência) e do nervo 
oculomotor (eferência). Também compõe a 
terceira parte do exame o reflexo fotomotor 
indireto (consensual), onde o examinador 
posiciona a lateral da mão em ângulo reto ao 
nariz, e emite o feixe luminoso em um dos olhos, 
observando se ocorrerá a pressão pupilar no lado 
contrário, onde não emitiu a luz. O normal é que 
a miose contralateral ocorra. 
Ainda no exame do nervo óptico, pode realizar o 
teste de visão das cores em que os cartões 
coloridos são mostrados ao paciente e o mesmo 
deve identificar as cores. 
E por fim, realiza a oftalmoscopia ou exame de 
fundo de olho, em que por meio do uso do 
oftalmoscópio você consegue observar o fundo do 
olho do paciente, para assim identificar a 
normalidade ou a presença de alguma patologia. 
 
NERVO OCULOMOTOR (III) 
O III par craniano, o Nervo Oculomotor, é um 
nervo exclusivamente motor. Bem, ele se origina 
no sulco medial do pedúnculo cerebral. Sua 
origem aparente no crânio é a fissura orbital 
superior. 
Tem como função realizar a movimentação de 
diversos músculos extrínsecos do bulbo ocular 
como músculo reto superior, inferior e medial, 
músculo oblíquo inferior, músculo levantador da 
pálpebra superior (fonte eferente somática para 
os músculos extraoculares) e músculo esfíncter da 
pupila e músculo ciliar (fonte visceral geral 
parassimpáica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NERVO TROCLEAR (IV) 
O VI par craniano é o Nervo Troclear, e ele é um 
nervo exclusivamente motor. Tem origem no véu 
medular superior e a origem aparente no crânio é 
a fissura orbital superior. 
Sua função é realizar a movimentação do músculo 
oblíquo superior. 
 
 
NERVO ABDUCENTE (VI) 
O VI par craniano é o Nervo Abducente. Se origina 
no sulco bulbo-pontino e emerge no crânio pela 
fissura orbital superior. 
Sua função, como dos pares anteriores, é 
exclusivamente motora, sendo o responsável pela 
movimentação do músculo reto lateral. 
 
Teste dos Nervos III, IV e VI 
Ambos, III, IV e VI têm em comum a origem 
aparente no crânio, sendo a fissura orbital 
superior. E, têm em comum também os testes, 
portanto, são avaliados em conjunto. 
A investigação semiológica pode iniciar-se 
avaliando a motilidade ocular: extrínseca e 
intrínseca. 
 
 
Primeiramente, você deve saber que a posição 
ocular, ou seja, a posição do olho, se dá pelo 
funcionamento de vários músculos, e a harmonia 
entre eles permite o correto posicionamento do 
globo ocular. 
A motilidade extrínseca (motilidade ocular) é 
avaliada da seguinte forma: o paciente deve ficar 
com a cabeça estabilizada, sem movimentação, e 
então o examinador movimenta os dedos para 
cima, para baixo, para os lados, e o paciente deve 
acompanhar esses movimentos apenas com os 
olhos, sem movimentar a cabeça. O exame é 
realizado primeiro em cada olho separadamente e 
depois nos dois olhos simultaneamente. 
Curiosidade: Lesão do nervo oculomotor é um dos 
déficits mais encontrados na prática na clínica, 
principalmente em casos de TCE (Trauma 
Cranioencefálico). 
Curiosidade: As principais causas de lesão do 
nervo oculomotor são: traumatismo, diabetes 
mellitus, aneurisma intracraniano, hipertensão 
intracraniana e tumores da região selar. 
A motilidade intrínseca (observação da pupila) 
também deve ser realizada, onde examina a 
pupila observando a forma, localização e tamanho 
da pupila, comparando as pupilas dos 2 lados. A 
pupila em estado normal é circular, bem centrada 
e tem diâmetro de 2 a 4 mm. 
Curiosidade: o diâmetro da pupila varia de acordo 
com o sistema nervoso autônomo: simpático (há 
aumento do diâmetro da pupila – midríase) x 
parassimpático (há redução do diâmetro – miose). 
Quando as duas pupilas têm o mesmo diâmetro, 
chama-se isocoria. Se o diâmetro variar entre elas, 
é chamado de anisocoria. 
Curiosidade: quanto à forma/ contorno podehaver alteração na forma de uma das pupilas, 
sendo conhecido como discoria. 
Outro teste importante que deve ser realizado 
para testar tanto o nervo oculomotor quanto o 
nervo óptico, é o reflexo fotomotor (direto e 
indireto). Esse teste examina o funcionamento do 
Nervo óptico (aferência) e do nervo oculomotor 
(eferência). 
O exame deve ser realizado em ambientes 
escuros. No teste do reflexo fotomotor direto, o 
examinador coloca a mão perpendicular (encosta 
a borda lateral da mão) ao nariz do paciente (para 
impedir que a luz irradie para o outro lado), e 
então incide um feixe luminoso (com a lanterna) 
no olho, observando a ação do olho que recebeu 
o feixe. O esperado é que neste olho que recebeu 
o feixe luminoso ocorra uma constrição da pupila 
(miose) ipsilateral. Após, realiza-se o exame do 
reflexo fotomotor indireto (consensual), onde o 
examinador posiciona a lateral da mão 
perpendicular ao nariz, e incide o feixe luminoso 
em um dos olhos, observando se ocorrerá a 
constrição pupilar no lado contrário (onde não 
incidiu a luz). O normal é que a miose 
contralateral ocorra. 
Curiosidade: Algumas doenças podem causar 
alterações no reflexo fotomotor. Um exemplo 
disso é a neurossífilis, onde ocorre paralisia geral 
progressiva. O Sinal de Argyll-Robertson, quase 
sempre indicador de sífilis, consiste na abolição 
dos reflexos fotomotor direto e do consensual, 
preservação da convergência, atrofia da íris, 
miose, anisocoria ou discoria (forma anormal da 
pupila). Geralmente o sinal é observado 
bilateralmente, mas pode encontra-se também 
unilateral. 
Curiosidade: Se você encontrar o contrário, ou 
seja, Sinal de Argyll-Robertson invertido, onde 
haverá presença dos reflexos fotomotor direto e 
consensual, com abolição do reflexo de 
acomodação-convergência, você pode estar de 
frente a doenças como difteria e botulismo. 
Durante a investigação, o avaliador deve observar 
também a posição da pálpebra superior em 
relação à íris e ao tamanho da fissura palpebral. 
Pede-se que o paciente, com os olhos abertos, 
olhe para cima acompanhando um alvo e, em 
seguida, para frente, permanecendo durante 30 a 
45 segundos sem piscar. Em casos normais, a 
borda ciliar cobrirá o quarto superior da córnea. 
Curiosidade: Uma paralisia do nervo facial ou do 
nervo oculomotor geralmente pode resultar em 
aumento ou estreitamento da rima palpebral. 
Com certeza você notou a importância de um 
exame semiológico adequado, uma vez que este 
pode lhe ajudar no diagnóstico de diversas 
doenças, além de ser uma bússola pois indica a 
direção que deve ser seguida para um correto 
diagnóstico. 
NERVO TRIGÊMEO (V) 
O V par craniano é o conhecido Nervo Trigêmeo. 
É um nervo misto, ou seja, possui funções 
sensitivas e motoras, sendo a sensitiva 
consideravelmente maior. Sua origem real está 
entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio. A 
raiz sensitiva é formada no gânglio trigeminal, e se 
divide em 3 ramos (por isso seu criativo nome!): 
Nervo Oftálmico (emerge no crânio pela fissura 
orbital superior), Nervo Maxilar (emerge no crânio 
pelo forame redondo) e Nervo Mandibular 
(emerge no crânio pelo forame oval). 
 
O V par é o responsável pela sensibilidade geral 
(dor, calor, frio, tato) de toda a face, da maior 
parte da dura-máter craniana e sensibilidade geral 
dos 2/3 anteriores da língua. 
Esse nervo também tem uma função motora, que 
é responsável pela motricidade dos músculos da 
mastigação (músculo masseter, músculo 
temporal, músculo pterigoideo medial, músculo 
pterigoideo lateral, milo-hoideo e ventre anterior 
do músculo digástrico). 
Para quem é muito curioso, fica um spoiler: o 
ventre posterior do digástrico é inervado pelo 
nervo facial (o sétimo par). 
Os testes realizados para testar o nervo trigêmeo 
necessitam de um algodão, um objeto com ponta 
romba e um objeto com ponta aguda. O primeiro 
teste é o teste do componente motor, onde o 
paciente deve serrar os dentes e então o 
examinador realiza a palpação dos músculos 
masseter e temporal. E depois, pede-se que o 
paciente mova a mandíbula lateralmente para, 
assim, observar a ação dos músculos pterigoideo 
medial e lateral. 
O segundo teste é o reflexo córneo-palpebral, 
onde o nervo trigêmeo é via aferente e o nervo 
facial é via eferente. Pede-se que o paciente olhe 
para o lado oposto a que será testado e, então, 
encosta um algodão. Ao ser estimulado, o 
esperado é que o paciente feche o olho. 
E o terceiro teste avalia o componente sensitivo, o 
paciente deve fechar os olhos e, então, o 
examinador toca todo o rosto com um objeto de 
ponta romba (para testar o tato) e um objeto de 
ponta aguda (para testar a dor). 
NERVO FACIAL (VII) 
O VII par craniano é o Nervo Facial. É um nervo 
misto que se origina no sulco bulbo-pontino 
(lateralmente ao VI par) e tem origem aparente 
no crânio pelo forame estilomastoideo. 
 
Possui uma raiz motora (o nervo facial 
propriamente dito) e uma raiz sensitiva e visceral 
(o nervo intermédio). 
Seu componente motor é o responsável pela 
motricidade dos músculos da mímica facial 
(expressão facial). 
Seu componente sensitivo é responsável pela 
sensibilidade especial (sensorial) de gustação dos 
2/3 anteriores da língua. Também inerva as 
glândulas salivares maiores (submandibular e 
sublingual) e a glândula lacrimal. 
Para testar o funcionamento do nervo, há alguns 
testes que podem ser realizados. O primeiro teste 
tem como função testar a motricidade por meio 
da mímica facial, portanto pede-se que o paciente 
faça bico, sorria, pisque os olhos, franza a testa, e 
etc. Enfim, que faça movimentos de mímica facial. 
O segundo teste tem como função testar a 
sensibilidade e necessita de materiais como 
conta-gotas, algumas substâncias com diferentes 
sabores e um copo com água. Sabendo que 2/3 
anteriores da língua são inervados pelo nervo 
facial, o teste deve ser realizado pingando uma 
substância nos 2/3 anteriores da língua e pede-se 
que o paciente identifique os sabores. Entre uma 
substância e outra, pode oferecer um copo com 
água. 
NERVO VESTIBULOCOCLEAR (VIII) 
O VIII par craniano é o Nervo Vestibulococlear. Se 
origina também no sulco bulbo-pontino 
(lateralmente ao VII par), penetra no osso 
temporal pelo meato acústico interno e o 
atravessa, juntamente com o nervo facial e o 
nervo intermédio, mas não emerge do crânio. 
É composto por uma porção vestibular e outra 
porção coclear. A parte vestibular possui funções 
relacionadas ao equilíbrio. Já a parte coclear está 
envolvida com a audição. 
O primeiro teste semiológico realizado tem como 
finalidade avaliar a porção vestibular do nervo. É o 
conhecido Teste de Romberg. Consiste em pedir 
que o paciente fique de pé, com os pés juntos e os 
braços ao lado do corpo, o examinador se 
posiciona ao lado do paciente com os braços ao 
redor do mesmo de modo a evitar quedas, e 
então pede ao paciente que feche os olhos. Se o 
nervo estiver lesado, ele cairá para o lado da 
lesão. 
Para testar a porção coclear do nervo, dois testes 
devem ser realizados. O Teste de Weber, que tem 
como função avaliar a audição do paciente; é 
necessário utilizar um diapasão. Para realizá-lo 
deve estimular a vibração do diapasão e, então, 
colocar a haste única no topo do crânio do 
paciente (no centro), no meio da testa ou acima 
do lábio superior sobre os dentes. Feito isso, 
pergunte ao paciente em qual orelha o som é 
escutado melhor. O teste pode detectar uma 
perda auditiva de condução ou neurossensorial. 
Se de condução, o som será mais ouvido na orelha 
afetada, pois o som será transmitido diretamente 
pelos ossos do crânio e não pela orelha. E se a 
causa for neurossensorial o som será mais intenso 
na orelha não afetada, pois a orelha afetada 
absorve menos o som, ainda que o som seja 
transmitido diretamente. 
E o terceiro teste é o Teste de Rinne, tambémutilizado para testar a audição, por condução 
aérea e óssea. Juntamente com o teste de Weber, 
pode se chegar a um diagnóstico quanto às duas 
causas de perda auditiva. O teste também faz uso 
de diapasão, que deve ser estimulado a vibrar e 
então encostado perpendicularmente no processo 
mastoide e o paciente deve avisar quando deixar 
de ouvir o zumbido, e ainda com o diapasão 
vibrando aproxime-o (sem encostar) da orelha do 
paciente e pergunte se o paciente ainda ouve o 
zumbido. O normal é que o tempo de percepção 
aérea seja maior que a percepção óssea. Na perda 
auditiva condutiva o paciente apresenta condução 
óssea maior que a área e na perda auditiva 
neurossensorial as conduções óssea e aérea estão 
diminuídas, sendo que a condução aérea ainda se 
sobressai um pouco. Como dito, o teste de Rinne 
e o teste de Weber devem ser associados para 
confirmar a causa da perda auditiva. Em suma, na 
surdez de condução, a vibração do teste de 
Weber lateraliza para o lado afetado e o teste de 
Rinne é negativo. Já na surdez neurossensorial, o 
teste de Weber lateraliza para o lado não afetado 
e o teste de Rinne é positivo. 
A prova de Schwabach também pode ser 
realizada. Ela avalia a duração da condução óssea 
em segundos, comparando-a com a de um 
indivíduo normal. 
Para realizá-la deve colocar o diapasão vibrando 
sobre o processo mastóide e verificar por quantos 
segundos o paciente ouve. 
Todos esses testes são utilizados para testar a 
função do nervo vestibulococlear e alterações nas 
funções podem ocorrer caso haja lesões no nervo. 
Quanto à audição, algumas desordens podem 
ocorrer. Por exemplo, a hipoacusia (redução da 
audição), anacusia (perda completa da audição) 
ou hiperacusia (excesso de som, causada 
principalmente por lesão do músculo estapédio, 
inervado pelo VII nervo), podem ocorrer. Há 
também distúrbios como disacusia (leva a 
alteração na qualidade do som) e paracusia 
(perversão ou distorção da audição; o paciente 
escuta melhor em ambiente com ruídos do que 
em um ambiente silencioso). 
A Doença de Ménière acomete o nervo 
vestibulococlear tanto em sua porção vestibular 
quanto na porção coclear e, com isso, leva à perda 
auditiva neurossensorial que pode acontecer por 
uma doença da cóclea, como é o caso da Doença 
de Ménière, e a alterações de equilíbrio. Acredita-
se ser causada por aumento de líquido no ouvido 
interno. É uma doença clássica que apresenta 
tinitus (como assobio, rugido ou zumbido), 
sensação de plenitude auditiva (como se o ouvido 
estivesse repleto de água), flutuação da audição e 
episódios de vertigem (tonteira, falsa sensação de 
que tudo está rodando). No inicio da doença a 
audição é normal, porém a cada episódio/ataque 
a audição sofre uma redução, podendo levar o 
indivíduo à surdez neurossensorial. A doença 
pode ser agravada por consumo excessivo de sal 
e, sendo assim, dietas pobres em sal e uso de 
diuréticos podem evitar crises. 
Um outro quadro que pode levar à perda auditiva 
neurossensorial é o neurinoma do acústico, 
também chamado de Schwannoma vestibular, 
onde ocorre o desenvolvimento de um tumor 
benigno, mas que provoca alterações devido ao 
efeito de massa, comprimindo estruturas. Na 
maioria das vezes é unilateral. Como fora dito, 
pode comprimir estruturas, uma delas sendo o 
nervo coclear, responsável pela audição, e 
portanto, levar a alterações auditivas. 
 
 
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 Pacientes com este quadro podem desenvolver, 
além do comprometimento auditivo, alterações 
visuais e no equilíbrio (por disfunção da porção 
vestibular do VIII par), e alterações dos músculos 
da face (por compressão do nervo facial). 
Quanto à perda auditiva por condução, uma 
importante causa para a mesma é a obstrução do 
conduto auditivo externo e ouvido médio devido à 
infecções, por exemplo, e essa perda pode ser 
revertida pelo tratamento da infecção. 
Enfim pessoal, essas são algumas das patologias 
que podem alterar as funções do VIII par e, por 
isso, os testes aqui descritos são importantíssimos 
para avaliar se há presença de lesão do nervo. 
Saber realizá-los e compreender os resultados dos 
mesmos é de suma importância na carreira 
médica. 
NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX) 
O IX par craniano é o Nervo Glossofaríngeo, um 
nervo misto que emerge do encéfalo pelo sulco 
lateral posterior do bulbo e emerge no crânio pelo 
forame jugular. 
Ele é responsável pela sensibilidade geral e 
especial do terço posterior da língua (a inervação 
especial é a responsável pelas sensações 
gustativas ao terço posterior da língua, 
principalmente azedo e amargo). 
Também inerva a faringe (inerva o músculo 
estilofaríngeo, que tem a função de elevar e 
dilatar a faringe), úvula, tonsila, tuba auditiva, seio 
e corpos carotídeos (essa inervação é de suma 
importância para o controle reflexo da frequência 
cardíaca, pressão arterial e respiração). 
Além disso, o nervo glossofaríngeo envia fibras 
para inervar a glândula parótida. 
Teste do IX par 
Antes de iniciar o teste, certifique-se de ter alguns 
materiais necessários como conta-gotas e 
substância amarga. 
O primeiro teste serve para avaliar a função 
gustativa do glossofaríngeo, pois 1/3 posterior da 
língua é inervado pelo nervo glossofaríngeo. 
Então, com o paciente de olhos fechados, pingue 
uma substância amarga nesta região e peça que 
ele identifique o sabor. O normal é que o sabor 
amargo seja identificado. 
Outra função importante do nervo glossofaríngeo, 
como dito anteriormente, é a inervação da 
glândula parótida. O componente parassimpático 
do IX par é o responsável por essa inervação. 
Deve-se então observar a atividade salivar da 
glândula parótida. A glândula parótida é uma 
glândula salivar maior, puramente serosa, e sua 
secreção desemboca na altura do segundo molar 
superior. Normalmente, a secreção é simétrica em 
ambos os lados. No caso de uma lesão do nervo 
IX, pode haver uma diferença entre a atividade 
salivar dos dois lados e, caso isso aconteça, pode 
ser um indício de lesão do nervo glossofaríngeo, 
ipsilateral, ou seja, ao mesmo lado que houve 
redução da atividade salivar. 
NERVO VAGO (X) 
O X par craniano é o Nervo Vago. É o maior entre 
os nervos cranianos, pois se estende até a 
cavidade abdominal. Tem origem no sulco lateral 
posterior do bulbo e emerge no crânio pelo 
forame jugular. É um nervo misto e 
predominantemente visceral. 
Tem como função realizar a inervação 
parassimpática das vísceras torácicas e 
abdominais. Inerva também os músculos da 
laringe (nervo laríngeo recorrente – ramo do 
vago) e faringe. 
Na faringe, o plexo faríngeo do nervo vago inerva 
os músculos constritores da faringe, exceto o 
músculo estilofaríngeo e o músculo tensor do véu 
palatino. O ramo laríngeo do nervo vago, 
especialmente o nervo laríngeo recorrente, inerva 
os músculos da laringe, exceto o cricotiroideo. A 
inervação dos músculos da laringe é de suma 
importância, uma vez que permite a entrada de ar 
na traqueia, auxilia o fechamento da glote na 
deglutição, por meio da adução das cartilagens 
aritenóides, e regula a tensão das cordas vocais, 
sendo então essencial para a produção de som 
pelas cordas vocais. 
Já a porção parassimpática do nervo vago realiza 
inervação do coração e quando estimulado 
apresenta efeito inotrópico negativo, ou seja, 
redução da força de contração cardíaca. 
A porção parassimpática inerva também a 
musculatura lisa das vias aéreas e intestino. Nas 
vias aéreas é responsável por abrir a passagem de 
ar na inspiração e broncoconstrição. E no sistemadigestório controla peristaltismo do esôfago e 
intestino. 
Teste do Nervo X 
Uma das formas de testar o nervo vago é por 
meio do reflexo oculocardíaco de Aschner. Não se 
assuste com o nome, na prática é bem mais 
simples. Esse teste é realizado pressionando o 
globo ocular e essa compressão gera uma leve 
bradicardia. Isso ocorre por meio da ação aferente 
do nervo V e ação eferente do nervo X. 
Outra alteração que pode ser observada quando 
há lesão unilateral do nervo vago é a fala que se 
torna anasalada e pode estar acompanhada de 
disfagia (dificuldade na deglutição). 
Testes comuns dos Nervos IX e X 
O IX e o X par são testados juntamente em alguns 
dos testes. 
Para realização desse teste, tenha em mãos um 
abaixador de língua. 
Um desses é o teste para avaliação da inervação 
do palato mole. O paciente deve abrir a boca e, 
em repouso, o examinador observa o palato e 
úvula, que deve estar centralizada. Depois pede-
se que o paciente fale “Ah” por alguns segundos e 
então observa-se. O normal é que a úvula se 
mantenha centralizada. Se houver lateralização da 
úvula, indica uma lesão do lado oposto ao desvio 
da úvula. Isso é conhecido como “sinal da 
cortina”. 
E por fim, avalia-se o reflexo faríngeo com o 
auxílio de um abaixador de língua, estimula a 
parede posterior da faringe e a observa. Se 
normal, haverá contração gerando o reflexo. 
 
Nesse caso do reflexo faríngeo, também chamado 
de reflexo nauseoso, a aferência, ou seja, quem 
leva o estímulo é o nervo glossofaríngeo e a 
eferência, ou seja, a resposta motora é realizada 
pelos nervos glossofaríngeo e vago. O reflexo 
normal vai ser composto por alguns “fenômenos”, 
sendo eles: elevação do palato mole a fim de 
fechar a nasofaringe, fechamento da glote para 
proteger a via aérea e constrição da faringe para 
impedir a entrada de substâncias para laringe. A 
ausência do reflexo pode indicar lesão dos nervos 
IX e/ou X. 
Lesões dos nervos IX e X 
Dificilmente encontra-se alterações na função 
devido à lesão do IX par. A lesão mais comum que 
acomete o mesmo é a neuralgia do 
glossofaríngeo, que se manifesta com dor em 
pontada/fisgada, que se origina na garganta 
irradiando para a trompa de Eustáquio (Tuba 
auditiva) até a membrana timpânica. A região de 
gatilho da neuralgia glossofaríngea está na 
faringe, tonsila ou base da língua. A dor pode ser 
desencadeada ao sorrir, comer, tossir ou falar 
muito. Além da dor, o paciente pode apresentar 
síncope, convulsão e até parada cardíaca por 
estimular o reflexo do seio carotídeo. 
Quanto ao X par, a lesão mais encontrada é a 
lesão do ramo laríngeo recorrente do nervo vago. 
Este ramo inerva as cordas vocais, uma vez lesado 
unilateralmente causa rouquidão devido a 
paralisia de uma corda vocal. Algumas patologias 
podem provocar a lesão do laríngeo recorrente, 
devido ao seu longo trajeto. Dessas, a principal é o 
aneurisma do arco aórtico, pois o ramo passa sob 
o arco aórtico, antes de retornar à laringe e assim, 
com a dilatação do arco, ocorre compressão e 
leva à lesão do nervo. Outras patologias como 
dilatação atrial e neoplasias pulmonares também 
podem comprimir e lesionar o ramo laríngeo 
recorrente. 
 
 
 
 
NERVO ACESSÓRIO (XI) 
O XI par craniano é o Nervo Acessório. É um 
músculo essencialmente motor. 
Origina-se por duas raízes, sendo uma localizada 
no sulco lateral posterior do bulbo (raiz craniana); 
e outra que se origina nos 5 ou 6 seguimentos 
cervicais da medula espinal. Elas se unem, 
formando um tronco, e penetram no crânio, pelo 
forame magno (raiz espinal) – o nervo acessório 
tem, portanto, uma origem cervical medular. Um 
tronco contendo a raiz espinal e cervical emerge 
no crânio pelo forame jugular. 
Ao passar pelo forame jugular, o nervo se divide 
em 2 ramos: interno e externo. O ramo interno 
(raiz craniana), é um eferente visceral especial 
acessório do nervo vago e, após passar pelo 
forame jugular, une-se ao nervo vago, e se 
distribui com ele. Enquanto o ramo externo (raiz 
espinal) segue obliquamente, em direção aos 
músculos Esternocleidomastoide (ECOM) e 
Trapézio. 
A principal função do XI par é realizar a inervação 
motora do músculo (ECOM) – realiza flexão e 
lança a cabeça para a frente quando agem em 
conjunto, e a ação unilateral realiza inclinação e 
rotação da cabeça – e inervação, também motora, 
da porção superior do músculo Trapézio – sua 
ação é de elevação e adução da escápula. 
Mas você deve estar se perguntando: se são duas 
raízes e uma delas segue em direção à 
musculatura, o que a outra raiz faz? Qual é a outra 
ação “não principal” que esse nervo faz? Bem 
lembrado, pois essa é uma informação que muitas 
vezes passamos por cima, por não ser a tal 
principal. 
O ramo interno do nervo acessório auxilia o nervo 
vago. Juntos, inervam músculos da laringe (pelo 
nervo laríngeo recorrente) e inervam também 
vísceras torácicas. Porém, as ações da raiz 
craniana do Nervo Acessório são indistinguíveis 
das ações do Nervo Vago. 
 
 
TESTANDO O XI PAR 
E agora que a anatomia do XI par já está na 
“ponta da língua”, vamos ver o que pode ser feito 
para testar o nervo. 
Os testes realizados avaliam a raiz espinal, pois, 
como já disse, as ações da raiz craniana são 
indistinguíveis da ação do Nervo Vago. 
O teste principal do Nervo Acessório (XI) consiste 
em avaliar os músculos inervados pelo XI par. 
Inicialmente, deve-se inspecionar e palpar o 
ECOM, a fim de avaliar tônus e volume. Após a 
palpação avalia-se a ação do músculo, e para isso 
coloca-se uma resistência para avaliar a 
musculatura. Ou seja, vamos avaliar a função 
principal do nervo, a qual a raiz espinal 
desempenha sozinha. Para avaliar o ECOM, o 
paciente com o rosto virado para um lado deve 
conseguir virar a cabeça para o outro lado contra 
uma resistência (a mão do examinador). Durante 
o teste de resistência, o examinador coloca uma 
de suas mãos como resistência e a outra palpa o 
músculo ECOM do lado que está sendo testado. 
E para avaliar o trapézio, da mesma forma, 
realiza-se, inicialmente, a inspeção do músculo 
(no contorno do ombro) e, após, o paciente deve 
elevar os ombros contra resistência, ou seja, o 
examinador coloca as mãos no ombro do paciente 
e aplica força, e o paciente deve tentar elevar os 
ombros contra essa força. O trapézio também 
pode ser testado de outras formas, pois o 
movimento de elevação dos ombros se deve a 
ação de outros músculos além do trapézio. Uma 
outra forma de testá-lo é pedir que o paciente 
tente aproximar a região occipital e o acrômio 
(proeminência óssea da escápula e que se localiza 
na porção superior do ombro). 
 
 
 
 
 
 
DISFUNÇÃO DO NERVO ACESSÓRIO 
Assim como os demais nervos, o XI par também 
pode ser afetado/lesionado. E agora que você já 
sabe a ação do nervo, já consegue pensar o que 
seria alterado caso o nervo acessório fosse 
lesionado, não é mesmo? Pois bem, assim como 
você pensou, a lesão do nervo acessório acarreta 
na atrofia dos músculos inervados pelo XI par 
(músculo ECOM e trapézio), e essa atrofia pode 
ser percebida devido à alteração do contorno do 
pescoço e do ombro (depressão ou queda do 
ombro). Além disso, pode levar a deficiência na 
elevação dos ombros (por alterações na inervação 
do trapézio) e deficiência (diminuição) na rotação 
do pescoço para o lado oposto (lateralização), 
quando se tratar de lesão unilateral, visto que o 
ECOM realiza essa função de rotação da cabeça e, 
caso seja uma lesão bilateral do nervo acessório, a 
cabeça do paciente pode cair, ou pender para trás 
e para frente (dependendo de qual músculo – 
ECOM ou Trapézio – estar mais envolvido). 
 
NERVO HIPOGLOSSO (XII) 
O último par craniano, o XII par, é o Nervo 
Hipoglosso. É um nervo motor que se origina no 
encéfalo pelo sulco lateral anterior do bulbo e 
emerge no crânio pelo canal do hipoglosso. Após 
passarpelo canal, segue até o ângulo da 
mandíbula e, então, se dirige para diante sob a 
língua para realizar sua função. 
O Nervo Hipoglosso possui ramos meníngeos, o 
ramo descendente, o tireo-hioideo e os ramos 
musculares. Os ramos meníngeos enviam fibras a 
dura-máter da fossa posterior. O ramo 
descendente envia um ramo para o músculo omo-
hióideo e após une-se a um ramo comunicante 
descendente de C2 e C3, formando a alça do 
hipoglosso, e inerva então o esterno-hioideo e 
esternotireóideo. O ramo tireo-hióideo supre o 
músculo tireo-hióideo e os ramos musculares 
inervam a musculatura da língua. 
 
 
Sua função está relacionada principalmente à 
inervação dos músculos extrínsecos (exceto o 
músculo palatoglosso, que é inervado pelo nervo 
vago) e intrínsecos da língua, conferindo, 
portanto, a motricidade da língua. 
Os músculos intrínsecos (longitudinal superior, 
longitudinal inferior, transverso e o vertical) têm 
como ação encurtar, estreitar e achatar a língua. 
Eles têm grande importância na fala, deglutição e 
alimentação. 
Já os músculos extrínsecos (genioglosso, 
estiloglosso e hioglosso) têm como ação realizar a 
movimentação da língua. O músculo genioglosso 
deprime (abaixa) a parte central da língua e faz a 
protusão da língua para fora da boca. O músculo 
hioglosso tem como ação deprimir a língua. O 
músculo estiloglosso retrai a língua e traciona o 
dorso da mesma para cima. Todos esses oito 
músculos citados acima são inervados pelo nervo 
hipoglosso, portanto(São importante) 
 
TESTANDO O XII PAR 
Agora, sabendo a ação de tais músculos que são 
inervados, fica fácil entender os testes realizados 
para avaliação. 
Os testes realizados para examinar o Nervo 
Hipoglosso têm como função avaliar a força, 
volume e movimentação da língua. 
Para avaliar o nervo hipoglosso, primeiro o 
examinador pede que o paciente abra a boca e 
então examina a língua em repouso, observando 
se há fasciculações ou outras alterações. Depois 
pede-se que o paciente ponha a língua para a fora 
e a mobilize para os lados, para cima e para baixo 
de forma lenta e rápida (avaliando então os 
músculos extrínsecos). 
 
 
 
 
 
E por fim, o examinar solicita que o paciente faça 
força na bochecha com a língua, contra a 
resistência imposta pelo examinador tentando 
deslocar a língua, ou seja, o examinador vai 
aplicar uma força de resistência na bochecha 
enquanto o paciente, com a boca fechada, vai 
“forçar” a língua contra a bochecha (e a 
resistência imposta). Em condições normais, o 
examinador não consegue deslocar a língua, pois 
a mesma é potente devido ao seu tecido 
muscular. Para avaliação da força, o examinador 
pode optar por pressionar, com um abaixador de 
língua, o lado em protusão, fazendo também 
bilateralmente para então comparar a força dos 
dois lados. 
DISFUNÇÃO DO NERVO HIPOGLOSSO 
Se houver lesão de um nervo hipoglosso, um lado 
da língua fica paralisado. O efeito da lesão pode 
ser percebido durante o exame semiológico do XII 
nervo, pois quando o paciente realizar protusão 
da língua, a mesma se desviará para o lado da 
lesão. E durante a avaliação da língua em repouso 
dentro da boca, o que se observará é o desvio 
contralateral à lesão. Na avaliação de força, o 
paciente consegue pressionar a língua contra a 
bochecha do lado lesado, mas não consegue 
pressioná-la contra a bochecha do lado normal. 
Nas lesões unilaterais, o paciente pode apresentar 
dificuldade em manipular os alimentos na boca e 
dificuldade em movimentos rápidos da língua. 
 
Resumo: 
Os nervos cranianos possuem nome e numeração 
(romanas) de acordo com a ordem de conexão 
pelo encéfalo, e o nome têm relação com a sua 
função ou trajeto. São 12 pares de nervos 
cranianos, sendo que desses 12 - 10 estão 
relacionados com o tronco encefálico, e os dois 
primeiros são relacionados com telencéfalo e ao 
diencéfalo, sendo que são motores estão em 
núcleos e sensitivos nos gânglios. Os outros 10,2 
estão no mesencéfalo (III e IV), 4 na ponte (V, VI, 
VII, VIII) e os outros 4 no bulbo (IX, X, XI, XII). 
 
A diferença dos nervos cranianos para nervos 
espinais são a origem, sendo os cranianos se 
conectando com o encéfalo e os espinais se 
conectam com a medula. Além disso, alguns 
nervos cranianos necessitam passar aberturas do 
crânio e os espinais atravessam os forames 
intervetebrais e por fim, todos os nervos espinais 
são mistos, ou seja, são sensitivos e motores, já os 
cranianos, alguns são estritamente sensitivos, 
outros estritamente motores somáticos ou 
visceral parassimpático e alguns dele também 
podem ser mistos. 
 
Os nervos cranianos são: nervo olfatório (I) - 
sensitivo, nervo óptico (II) - sensitivo, nervo 
oculomotor (III) - motor, nervo troclear (IV) - 
motor, nervo trigêmeo (V) - misto, nervo 
abducente (VI) - motor, nervo facial (VII) - misto, 
nervo vestibulococlear (VIII) - sensitivo, nervo 
glossofaríngeo (IX) - misto, nervo vago (X) - misto, 
nervo acessório (XI) - motor e nervo hipoglosso 
(XII) - motor. O nervo III, VII, IX e X apresentam 
atividade parassimpática nas vísceras. 
 
O olho está relacionado com os nervos II, III, IV, VI, 
a língua está relacionada com o V, VII, IX, XII. 
Sendo o par V o grande nervo sensitivo da cabeça, 
necessário que ele seja bloqueado em qualquer 
procedimento da cabeça. Agora o par VII provoca 
o movimento mímica. 
 
A origem aparente é onde o nervo aparece na 
superfície do SN, onde as fibras emergem, já a 
origem real é onde está seu núcleo, onde ele 
começa realmente, sendo as dos nervos sensitivos 
fora do SN, já o de nervos motores estará dentro 
do SN, e a origem óssea é quando os nervos 
devem atravessar o crânio e passam por alguma 
estrutura óssea que se for lesada, irá lesar 
diretamente o nervo.

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