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Resumo - Recursos Cíveis - N1

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04/08 (Aula 01) – Aula Inaugural – Visão Geral do Recursos
PETIÇÃO INICIAL:
A fase postulatória inicia quando a petição inicial é distribuída:
Petição Inicial: nela o autor descreve os fatos e fundamentos de seu pedido, identificando ao final a sua pretensão e oque entender de direito. O código de processo civil em seu artigo 319 elenca os requisitos da petição inicial o qual deve ser observado pelo autor, senão vejamos: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
CONTESTAÇÃO:
Tendo sido a petição inicial protocolada, e, logo após, o réu ter sido citado, o mesmo terá o prazo de 15 dias úteis para apresentar sua contestação. 
IMPORTANTE!! O MP, a Fazenda, a Defensoria Pública e os réus, que possuírem procuradores distintos em processos físicos, possuem prazo em dobro para contestar. 
Contestação: é uma das formas do réu de um processo se defender das acusações feitas contra ele na petição inicial. É na contestação que o réu pode atacar as alegações da parte autora, rebater os principais argumentos, impugnar as afirmações do autor e alegar a matéria de defesa do litígio.
A contestação como ato processual está prevista no capítulo VI do Novo Código de Processo Civil (Novo CPC), do artigo 335 ao 342.
Embora o Novo CPC aponte que a contestação é facultativa, não se é recomendado não a fazer, uma vez que é o momento no processo onde o réu pode se defender.
RÉPLICA: 
Após o autor ter oferecido a petição inicial, do réu ter tomado conhecimento e oferecido a contestação, o autor poderá oferecer contra contestação a defesa via réplica. 
Réplica: é a ciência da resposta com manifestação. Na réplica, o autor analisa a intensidade da controvérsia ofertada pelo réu na sua resposta. Podem acontecer três pontos neste momento: Total controvérsia – gera revelia do direito. (Art. 344 do CPC - Princípio da presunção de veracidade). Parcial controvérsia – os fatos não impugnados serão convertidos como verdadeiros, vide princípio da Impugnação Específica (Art. 341 do CPC). Matéria não controvertida – Há presunção de verdade em todos os pontos alegados (vide princípio presunção de veracidade).
O Diploma Processual Civil refere-se à réplica em dois momentos:
Defesa indireta de mérito - Artigo 350 do CPC: refere-se à contestação em que se opuser fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, quando o réu reconhecer o fato em que se fundou a ação.
Artigo 350 do CPC - Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
Defesa em preliminar - Artigos 351 e 352 do CPC: a oportunidade de o autor se manifestar em réplica está disposta no Artigo 351 e 352 do CPC, posto que alegado pelo réu qualquer das matérias de ordem preliminar enumeradas no Artigo 337 do CPC.
Art. 351 do CPC - Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de provas.
O juiz verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis determinará sua correção no prazo de até 30 dias (trinta dias), nunca superior a esse prazo, nos termos do Artigo 352 do CPC.
Intimado o autor a manifestar-se quanto às alegações da contestação, tecidas exclusivamente na forma de defesa de mérito direta, sem a fixação de prazo pelo magistrado, inviável que esta se apresente no prazo de 15 (dez) dias.
SANEAMENTO: 
Na sequência, tem início a fase saneatória, prevista nos arts. 347/357 do CPC, dedicada à correção dos vícios processuais e à preparação do processo para julgamento, após a etapa anterior (postulatória) ter definido as partes, a causa de pedir, o pedido e o juízo competente.
O saneamento ocorre durante toda a tramitação do processo. Conforme o princípio da primazia do julgamento do mérito, as partes têm direito ao julgamento do mérito, com a efetivação do direito material, que é a principal finalidade do processo. Por isso, o juiz tem o dever de determinar o saneamento de vícios processuais (art. 139, IX, do CPC) durante todo o andamento processual, a fim de assegurar que o mérito seja julgado.
AGRAVO DE INSTRUMENTO: 
O agravo de instrumento é um recurso que tem como objetivo evitar que danos graves e irreversíveis sejam causados a uma das partes a partir de uma decisão interlocutória. Mesmo não proferindo uma sentença, as decisões que um juiz toma durante um processo possuem grande impacto na resolução do mesmo.
Agravo de instrumento: é o recurso utilizado para combater decisões interlocutórias, ou seja, decisões que o magistrado toma dentro de um processo que não levam à resolução do mérito da disputa. O recurso é dirigido ao Tribunal de Justiça específico ou ao Superior Tribunal de Justiça, pois é um pedido de reanálise de uma decisão interlocutória tomada pelo juiz designado para o processo em primeira instância.
O artigo 1.015 do Novo CPC define quais são as decisões interlocutórias onde cabe o recurso de agravo de instrumento. São elas:
“Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I – tutelas provisórias; II – mérito do processo; III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI – exibição ou posse de documento ou coisa; VII – exclusão de litisconsorte; VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; XII – (VETADO); XIII – outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário”.
SENTENÇA:
De acordo com o artigo 203, § 1º, do Código de Processo Civil, "sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução". Abrange-se, agora, dessa forma, os critérios de conteúdo e de efeito do ato, ou seja, critérios de conteúdo e de finalidade.
Sentença: é o ato do juiz que extingue o processo com ou sem resolução de mérito, ou que rejeita ou acolhe os pedidos do autor. Sentença é a decisão do juiz sobre os pedidos formulados na petição inicial, ainda que o processo prossiga.
A sentença está atrelada ao pedido, e que o pedido corresponde ao objeto do processo, que por sua vez se divide em imediato (providência jurisdicional pretendida) ou mediato (bem da vida perseguida).
Em atenção ao princípio da correlação, averbado no art. 460 do CPC, a sentença deve observar os limites que foram impostos pelos pedidos apresentados no processo. É certo que o Juiz sempre estará atrelado ao pedido que foi requerido pela parte, ou seja, estará adstrito ao que foi almejado, por força do princípio da inércia, que é a justificativa do princípio da adstrição, também denominado princípio da congruência ou da correlação, sob pena de nulidade da sentença (ultra petita, extra petita e citra petita).
Relembrando: 
· Sentença citra petita: é aquela que não examina em toda a sua amplitude o pedido formulado na inicial (com a sua fundamentação) ou a defesa do réu.
Exemplos: (1)o autor pediu indenização por danos emergentes e lucros cessantes. O juiz julgou procedente o pedido com relação aos danos emergentes, mas não fez qualquer referência aos lucros cessantes; (2) por meio de mandado de segurança, o funcionário pleiteou a nulidade do ato punitivo sob a alegação de que não cometeu a falta disciplinar e que não lhe foi dada oportunidade de defesa. O juiz denegou a segurança ao fundamento de que a análise da falta disciplinar envolve matéria fática insuscetível de discussão no âmbito da segurança, e não apreciou o segundo fundamento; (3) na ação reivindicatória, o réu se defende, alegando prescrição aquisitiva. O juiz aprecia os fundamentos do pedido, mas se esquece da usucapião.
A sentença ultra petita, em vez de ser anulada pelo tribunal, deve, por este, ser reduzida aos limites do pedido.
· Sentença ultra petita: o defeito é caracterizado pelo fato de o juiz ter ido além do pedido do autor, dando mais do que fora pedido. Exemplo: se o autor pediu indenização por danos emergentes, não pode o juiz condenar o réu também em lucros cessantes.
No julgamento ultra petita o juiz foi além do pedido. Exemplo: além dos danos emergentes pleiteados, deferiu também lucros cessantes. Já no julgamento extra petita a providência deferida é totalmente estranha não só ao pedido, mas também aos seus fundamentos. Exemplo: o autor pede proteção possessória e o juiz decide pelo domínio, reconhecendo-o na sentença.
Não constitui decisão ultra petita a que concede correção monetária ou que condena ao pagamento dos juros legais, das despesas e honorários de advogado ou das prestações vincendas (art. 322, § 1º). Em ação de rescisão de promessa de compra e venda, também não é extra petita a sentença que determina a restituição das prestações pagas (art. 12 do Decreto-lei nº 58/1937). Trata-se de hipótese de pedido implícito.
· Sentença é extra petita: quando a providência jurisdicional deferida é diversa da que foi postulada; quando o juiz defere a prestação pedida com base em fundamento não invocado; quando o juiz acolhe defesa não arguida pelo réu, a menos que haja previsão legal para o conhecimento de ofício (art. 337, § 5º, CPC/2015).
Consoante noção preambular, quanto à espécie de tutela jurisdicional concedida à parte, temos que as sentenças podem ser:
Declaratórias - com finalidade de declarar a existência, a inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica;
Condenatórias - certificando a existência do direito e a imposição do seu cumprimento; 
Constitutivas (cujo pronunciamento cria, modifica ou extingue um estado ou uma relação jurídica)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
Os embargos de declaração são um instrumento jurídico por meio do qual uma das partes pode pedir esclarecimentos ao juiz ou tribunal sobre a decisão judicial proferida. Também conhecidos como embargos declaratórios, por meio deles é possível resolver dúvidas causadas por contradições ou obscuridades. Do mesmo modo, pode-se suprir omissões ou, ainda, apontar erros materiais.
APELAÇÃO:
A apelação, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é o recurso cabível, por via de regra, contra sentenças proferidas pelo juízo de um processo. É através dela que a parte irá atacar, impugnar e discordar da decisão do julgador durante a lide. É regrado do artigo 1.009 ao 1.014, que define em quais situações pode-se usar o recurso, prazos, requisitos e efeitos.
Apelação: é um recurso que tem como objetivo impugnar, discutir e atacar uma decisão do julgador que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum ou que extingue a execução. Dessa forma, ela é interposta através de petição ao juízo de primeiro grau da lide, mas será analisada e julgada pela instância superior, no caso, um Tribunal.
A parte que recebeu a sentença desfavorável entra com a apelação, sendo chamada de apelante. A outra parte, que supostamente recebeu uma sentença favorável, é o apelado.
De acordo com o artigo 1.010 do Novo CPC, a apelação deve conter: “Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I – os nomes e a qualificação das partes; II – a exposição do fato e do direito; III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV – o pedido de nova decisão”.
ATENÇÃO!! É importante destacar que o tribunal responsável por analisar a apelação observará apenas os pontos destacados, e não todo o processo. Isso quer dizer que o apelante deve apontar todos os problemas de fatos e direito presentes na sentença deferida pelo juízo, independente se a sentença for única sobre a matéria ou se diferentes sentenças forem dadas a respeito de diferentes pontos da lide.
CONTRA RAZÕES:
Pode ser conceituado como o instrumento legal, de ordem processual, que visa contrariar, refutar, combater as razões do recurso, apresentadas pela parte contrária. As contra razões estão relacionadas ao recurso de apelação, recurso ordinário, recurso especial e extraordinário.
· Contrarrazões: é a resposta ofertada pela parte contrária àquela que interpôs recurso. Visa combater as alegações invocadas pela outra parte, com apresentação de novos argumentos que fundamentam sua defesa.
As contrarrazões são elaboradas seguindo a mesma forma e estrutura das razões. Em primeiro momento é necessário a realização de uma folha de rosto, dirigida ao juízo a quo, com requerimento de juntada e remessa do anexo ao tribunal, sendo necessário se atentar ao prazo para a interposição das contrarrazões.
Em seguida, será necessário: I – uma breve narrativa do recurso: consistente em basicamente narrar as razões do apelante; II – a fundamentação: em preliminar, suscitar eventual inobservância aos pressupostos recursais; e, no mérito, refutar todos os argumentos do apelante (se for conveniente ou cabível essa defesa); III – o requerimento: de não conhecimento (caso tenha havido alegação de ausência de pressupostos recursais), ou, subsidiariamente, se for conhecido, o não provimento, mantendo-se a sentença recorrida in totum.
ACÓRDÃO: 
Acórdão é o nome dado a uma decisão dada em um processo ou recurso, por um colegiado de juízes, desembargadores ou ministros, em segunda instância ou tribunais superiores. Em outras palavras, a sentença é elaborada por um indivíduo, enquanto que o acórdão é decisão de um órgão revisor colegiado, um grupo responsável por elaborar uma “sentença”. Ele analisa apenas alguns aspectos da sentença, aqueles que foram objeto do recurso.
Uma vez presentes os pressupostos extrínsecos e intrínsecos, é analisado o mérito do recurso conforme o entendimento do desembargador ou ministro relator, que em geral segue o mesmo entendimento da maioria do órgão colegiado a que pertence. A seguir, o relator encaminha seu voto ao desembargador ou ministro revisor, responsável por apresentar divergência ou não, que por sua vez poderá ser acolhida ou não. Por fim, realiza-se uma sessão para a apreciação dos termos do recurso, onde é prolatada decisão em que o revisor e o presidente acompanharão ou não o voto do relator, concluindo assim a elaboração do acórdão.
De acordo com os artigos 458 e 563 do código de processo civil, o acórdão é composto de ementa, relatório, motivação (ou fundamentação) e dispositivo. Analisando em detalhes, temos:
A ementa é a síntese do acórdão, onde está resumido em algumas palavras-chave o tema discutido, servindo de apresentação do dispositivo julgado. É na ementa em que normalmente se resumem os seus pontos fundamentais.
No relatório encontra-se a parte inicial do acórdão, que contém a narrativa e a descrição dos fatos do processo, o esclarecimento acerca do direito que está sendo discutido pelas partes, bem como onde se estabelecem os princípios de fato e de direito sobre os quais se conduzirá o julgamento.
Na motivação ou fundamentação está a análise feita pelos juízes ou ministros sobre as questões de fato e de direito expostas no relatório. É a partir daí que são construídas as bases lógicas para a decisão, onde se exteriorizam as razões que determinam o convencimento do órgão judicial.
· No dispositivoestá a parte final do acórdão, que abriga a conclusão do silogismo até então desenvolvido no relatório e na motivação. Esta parte traz a manifestação, o posicionamento do Judiciário. O termo acórdão designa também o documento em que essa manifestação é veiculada.
RECURSO ESPECIAL (Matéria Infraconstitucional): 
O recurso especial, previsto no art. 105, inciso III da Constituição Federal, é um meio de recorrer ao Superior Tribunal de Justiça após decisão proferida por segunda instância que, de alguma forma, contenha violação à lei federal. 
· Recurso especial: é uma ferramenta processual prevista na Constituição Federal, utilizada para recorrer ao STJ de decisão proferida por tribunal superior que contrarie ou negue vigência à lei federal, lhe atribua interpretação divergente de outros tribunais ou, ainda, considere válido ato de governo local contestado em face de lei federal.
O recurso especial serve como uma forma de garantir a correta aplicação do direito, mais especificamente no que se refere à legislação federal. Conforme previsto pela Constituição Federal, o Recurso Especial é cabível para se insurgir contra decisão proferida em última instância que, nos termos da lei: I- Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; II- Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; III- Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO: 
O Recurso Extraordinário é de competência do Supremo Tribunal Federal, sendo fundamental observar que a peça processual deverá encaminhar somente matéria de direito perante o reexame feito pelo STF, não podendo, mediante interposição de Recurso Extraordinário, razões de fato.
· Recurso Extraordinário – RE: é uma espécie de recurso interposto perante o tribunal à quo em razão da existência de um acórdão proferido pelo Tribunal Estadual ou Federal que viole preceitos constatados na Constituição Federal, ou que julgue válida lei local contestada em face de lei federal, ou julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face da Constituição Federal ou, por fim, responsável por declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.
Possui prazo para interposição de 15 dias caso seja visível alguma das hipóteses de cabimento previstas no Art. 102, inciso III, da Constituição Federal. Ademais, destaca-se que a Emenda Constitucional nº 45/04 acrescentou uma alteração importante para o cabimento do Recurso Extraordinário, devendo haver, nesse sentido, repercussão geral da questão constitucional atacada, ou seja, toda a sociedade deve possuir interesse sobre o caso, não somente as partes.
11/08 (Aula 02) – CPC/2015 e Proc. de Conhecimento: Normas Fundamentais.
NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
Normas fundamentais do processo civil
O Novo Código de Processo Civil traz em seu capítulo introdutório, as denominadas “normas fundamentais do processo civil”. O legislador preferiu reunir nos primeiros 12 artigos, as regras e os princípios que orientam toda condição. Embora não se confundam com as regras, os princípios possuem caráter vinculativo e podem servir como fundamento para justificar uma decisão judicial. Ao contrário do que existia há duas décadas, hoje, majoritariamente (na doutrina, na jurisprudência e também na legislação), os princípios não são apenas vetores de interpretação, mas também são normas.
Esse conjunto de normas não é exaustivo, de forma que são encontradas ao longo do NCPC outras normas fundamentais explícitas, e também, implícitas. Além disso, como padrão em todo ramo jurídico, temos normas fundamentais na Constituição Federal, diploma fundamental superior ao NCPC (que é uma lei infraconstitucional). A CF possui algumas normas processuais que são enquadradas como garantias fundamentais, prescritas especificamente no art. 5º. Essas garantias, em razão das formas em que foram prescritas, constituem princípios fundamentais.
Entre eles citamos dois: a) O princípio do devido processo legal, base do sistema normativo processual. b) Os princípios do contraditório e ampla defesa, que envolvem o direito de informação e participação processuais. 
FILTRAGEM CONSTITUCIONAL
Art. 1º - O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
A constituição é a norma mais importante do ordenamento e orienta toda a legislação infraconstitucional e, portanto, o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme a CF. 
PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO
Tem por finalidade garantir a imparcialidade do juízo, impondo à parte o dever de iniciar o processo. Dito de outra forma, o poder judiciário permanece inerte até ser provocado. 
Art. 2º - O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DE ATUAÇÃO JURISDICIONAL
Art. 3º - Não se excluirá de apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Esse artigo retoma o art. 5º, XXXV da CF/88, o qual disciplina que a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito. Note que a redação no NCPC é idêntica ao da Constituição. 
Pode parecer paradoxal falar em inafastabilidade da jurisdição frente aos mecanismos alternativos, mas não é. A jurisdição é inafastável, portanto, é um direito do cidadão e um dever do Estado. Contudo, a jurisdição não é monopólio do Estado. Os cidadão podem - e o Estado os incentiva - buscar outros instrumentos para resolução dos seus conflitos. 
§ 1º - É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2º - O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3º - A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
De acordo com parte da doutrina, esses dispositivos evidenciam o princípio da promoção pelo Estado da solução por autocomposição. Assim, sempre que possível, o Estado deve procurar formas consensuais de solucionar os conflitos.Verifique que essa responsabilidade de estimular os métodos consensuais é dever dos juízes, dos advogados, do Ministério Público e dos Defensores Públicos. 
PRINCÍPIO DE CELERIDADE
Novamente um princípio previsto na Constituição Federal. Fruto da EC 45/2004, o inciso LXXVIII prevê a todos no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Art. 4º - As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluído a atividade satisfativa. 
Ao se falar de “solução integral do mérito” entende-se que toda condução do processo deve ser destinada à finalidade, que é a decisão de mérito. O juiz deve após todo trâmite processual prestar a tutela jurisdicional, decidindo efetivamente sobre o conflito. Evidentemente que em determinadas situações não será possível atingir o mérito. Mas, se o vício no processo for sanável, é dever do magistrado possibilitar à parte que o retifique para que tenhamos a decisão final do mérito. 
PRINCÍPIO DA BOA FÉ PROCESSUAL 
Art. 5º - Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
O princípio da boa fé objetiva processual é uma cláusula geral, que impõe que as partes, como o juiz, o perito, o advogado, a testemunha, que ajam no processo em respeito aos padrões éticos de conduta. Esse princípio proíbe que as partes assumam comportamentos contraditórios no desenvolvimento da relação processual. 
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
Afirma-se que esse dispositivo revela um novo modelo processual: o modelo cooperativo de processo, no qual todas as partes envolvidas na relação processual devem atuar de forma cooperativa em respeito às regras da lealdade. 
Art. 6º - Todos os sujeitos do processo devem cooperar entresi para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Esse princípio impõe quatro deveres ao juiz: 1) dever de consulta; 2) dever de prevenção; 3) dever de esclarecimento; 4) dever de auxílio. 
De acordo com a doutrina, o princípio da cooperação caracteriza-se por: 
· Aplica-se a todos os sujeitos do processo. 
· Decorre do princípio da boa fé objetiva. 
· Evitar atitudes e atos procrastinatórios no processo. 
· Busca a celeridade processual. 
2.6 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE NO PROCESSO
Também conhecido como princípio da isonomia ou da paridade das armas, vem previsto expressamente no art. 7º do NCPC. 
Art. 7º - É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Contraditório não é mera bilateralidade. Só existe contraditório se eu puder influenciar a decisão/Juiz. 
2.7 - PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Esse princípio impõe que nenhuma decisão seja tomada sem prévia oitiva das partes, ainda mais se for contrária a seus interesses. É justamente isso que consta no caput do art. 9º do NCPC:
Art. 9º - Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Assim, o juiz não pode decidir nenhuma questão a respeito da qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar. Decorre desse princípio a ideia de se evitar decisões surpresa. Assim, a regra é de que a parte seja intimada a se manifestar, para que possa efetivamente incluir no conteúdo da decisão antes de ela ser proferida. Há, contudo, exceções. Nos parágrafos do art. 9º há a mitigação desse princípio, hipóteses em que o contraditório não se dá previamente à decisão.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I- à tutela provisória de urgência; 
II- às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III- à decisão prevista no art. 701. 
2.8 - DEVER DE CONSULTA
O dever de consulta, constitui regra explícita no art. 10 do NCPC. Esse dever na realidade é uma ramificação - um consectário - do princípio do contraditório. Contudo em razão da importância que foi concedida ao tema, temos: 
Art. 10 - O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar (efetivo de influenciar a decisão), ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
Prevê, que o juiz antes de decidir algo, deve conceder às partes a oportunidade para se manifestar, mesmo que constitua um tema que possa ser decidido de ofício. É uma forma de possibilitar que as partes possam influenciar na decisão que será tomada, concretizando o princípio do contraditório. 
2.9 - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E MOTIVAÇÃO
Art. 11 - Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único - Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. 
Naturalmente, quando houver princípios mais relevantes que o da publicidade em jogo, é possível restringir o acesso à informação. 
Isso se dá, como prevê o texto constitucional, em duas situações: a)para preservação do direito à intimidade do interessado; e b) para preservação do interesse público. 
Já o princípio da motivação remete à necessidade de que toda decisão seja explicitada, fundamentada e justificada pelo magistrado que a proferiu. Essa regra possui a transparência no exercício da função jurisdicional e, ainda, o controle das decisões de modo que representa uma forma de o magistrado prestar conta dos seus atos à sociedade. 
ORDEM CRONOLÓGICA DE CONCLUSÃO
A regra é simples: o juiz deve julgar os processos de acordo com a ordem cronológica. Cada demanda possui um tempo de desenvolvimento, a depender da complexidade, da cooperação das partes e dos interessados envolvidos. Essa “conclusão” nada mais é que a inserção do processo na fila do julgamento. Essa fila é pública e deve ser acessível para consulta em cartório ou pela internet. Para fins de prova é interessante que você saiba que essa fila pode ser “furada”. Contudo, isso somente pode ocorrer nas hipóteses do § 1º, do art. 12 do NCPC. Portanto, leia com atenção: 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput :
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 ;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II .
18/08 (Aula 03) - Atos, pronunciamentos e Fundamentos. Teorias da Sent. e Coisa Julgada
DOS ATOS PROCESSUAIS 
O processo é uma composição ordenada de atos, que são próprios ao exercício da jurisdição pelo juiz e da ampla defesa pelas partes. Esses atos, que de regra, são públicos e não dependem de formas, são praticados, mediante utilização do idioma português, pelos diversos sujeitos do processo (não apenas pelo juiz e pelas partes) em tempo e lugar próprios.
Pode-se dizer que os atos processuais constituem manifestações de vontade dos diversos sujeitos processuais e visam criar, a modificar e a extinguir a relação jurídica processual, culminando por isso, e depois de observado o devido processo legal, num provimento jurisdicional, que pode (e, precisamente deve) resolver o objeto litigioso do processo. 
NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL
O art. 190 do NCPC prevê que é possível que as partes estipulem mudanças no procedimento, uma vez que as partes são colocadas como gestores do procedimento. Esses negócios jurídicos processuais (também conhecidos como acordos processuais) podem ser formulados pelas partes ou com participação do juiz. 
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifestasituação de vulnerabilidade.
· Negócio - Bilateral - Formulado entre as partes. 
· Negócio - Plurilateral - Formulado entre as partes com a participação do juiz.
A importância dessa classificação está no fato de que não é necessária a participação do juiz, de forma que o ato é válido independentemente de homologação do juiz.
As cláusulas gerais estabelecidas no art. 190 são normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução jurídica. A norma é inteiramente aberta. Em outras palavras, uma cláusula geral é um texto normativo que não estabelece,a priori, o significado do termo, tampouco as consequências jurídicas da norma. Sua ideia é estabelecer uma pauta de valores a ser preenchida de acordo com as contingências históricas. 
Assim, leve para a prova: 
· Negócio jurídico processual; 
· Abrange apenas direitos que admitem a autocomposição;
· As partes podem estipular regras procedimentais ou dispor sobre posições processuais (ônus, poderes, faculdades e deveres); 
· Pode ser firmado antes ou durante o processo; 
· Não há necessidade de participação do juiz, muito menos de homologação judicial, contudo, o magistrado deverá controlar a legalidade, anulando cláusula de adesão abusiva e quando o negócio for estipulado com parte em situação de vulnerabilidade. 
· Trata-se de uma cláusula geral, de forma que as partes possuem liberdade para estabelecer negócios jurídicos processuais. 
· Princípio do respeito ao autorregramento da vontade das partes. 
CALENDÁRIO PROCEDIMENTAL
O juiz e as partes, através do diálogo, podem acertar datas para a realização dos atos processuais. As partes podem, portanto, fixar um calendário para a prática de atos processuais, proporcionando mais agilidade na condução do processo e econômica de tempo, isso ocorre porque é desnecessária a intimação das partes para a realização de atos cujas datas estejam definidas no calendário. Além de maior celeridade, entende-se que a calendarização processual irá permitir maior segurança jurídica em razão da previsibilidade da duração do processo. 
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
Caso a parte não cumpra com o calendário previsto, haverá preclusão. Dito de outro modo, a parte perderá o direito processual que estava agendado para ser praticado até determinada data.
FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais independem de forma determinada, se não quando a lei expressamente exigir, considerando válidos os que realizados de outro modo, preencham-lhe a finalidade essencial. Esse é o princípio da liberdade de formas, prevista no art. 188 do NCPC. 
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
O art. 189 do NCPC, estabelece que os atos processuais são, em regra, públicos. Assim qualquer pessoa poderá ter acesso aos autos, participar de audiência etc. Há, entretanto, restrições ao princípio da publicidade: 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social; 
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
Uma vez definido que o processo tramitará em segredo de justiça, o acesso aos autos e o direito de requerer certidões será limitado. 
§1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
O terceiro juridicamente interessado terá acesso tão somente ao dispositivo da sentença ou do inventário ou da partilha, se for o caso, na hipótese de o processo tramitar em segredo de justiça. 
§2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS 
Os atos processuais devem ser realizados em dias úteis. São considerados feriados, para efeitos forenses, além dos dias assim declarados por lei, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense. 
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§1º - Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§2º - Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal.
Considera-se dia útil, exceto se coincidir com feriado, de segunda a sexta-feira. As citações, intimações e penhoras podem ser realizadas fora do horário e, inclusive em dias não úteis. 
§3º - Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.
Confira, na sequência, a regra para a prática de atos processuais, na forma eletrônica: 
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até às 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
Atos processuais, são praticados em regra em dias úteis, de forma que nos domingos e feriados e em férias forenses não serão praticados, em regra, atos processuais. Contudo, para a prova, é importante estar atento às exceções previstas no art. 214: 
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se:
I - os atos previstos no art. 212, § 2º;
II - a tutela de urgência.
O art. 215, estabelece em regra, que a tramitação do processo é ininterrupta e determinados procedimentos não serão suspensos com a superveniência das férias. Portanto, o que se deve memorizar é que a ocorrência de férias forenses suspende o prazo processual, exceto nas hipóteses dos incisos do art. 215: 
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;
III - os processos que a lei determinar.
Em relação ao lugar, a regra é simples, os atos processuais são praticados na sede do juízo perante o qual tramita o processo. 
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
COISA JULGADA
 (ART. 502 . 508, CPC)
INTRODUÇÃO
A coisa julgada é mencionada na Constituição Federal como um dos direitos e garantias fundamentais. O art. 5º, XXXVI, estabelece que a lei não poderá retroagir, em prejuízo dela. Essa garantia decorre da necessidade de que as decisões judiciais não possam mais ser alteradas, a partir de umdeterminado ponto. Do contrário, a segurança jurídica sofreria grave ameaça. É função do Poder Judiciário solucionar os conflitos de interesse, buscando a pacificação social. Ora, se a solução pudesse ser eternamente questionada e revisada, a paz ficaria definitivamente prejudicada. 
A função da coisa julgada é assegurar que os efeitos decorrentes das decisões judiciais não possam mais ser modificados, se tornem definitivos. É fenômeno diretamente associado à segurança jurídica, quando o conflito ou a controvérsia é definitivamente solucionado. 
As formas de manifestação da coisa julgada: é comum que se diga que há duas espécies de coisa julgada: a formal e a material. Mas isso não é tecnicamente exato, porque ela é um fenômeno único. A matéria e a formal não são propriamente dois tipos, espécies de coisa julgada, mas duas formas de manifestação do mesmo fenômeno. A formal é a imutabilidade dos efeitos da sentença no próprio processo em que foi proferida; e a material, a imutabilidade dos efeitos da decisão de mérito em qualquer outro processo. Vejamos: 
A COISA JULGADA FORMAL: é a manifestação da coisa julgada no próprio processo em que a sentença ou o acórdão foi proferido. É fenômeno interno ao processo a impossibilidade de modificar-se a sentença ou acórdão, quando já não caibam mais recursos, seja porque foram esgotadas as possibilidades recursais, seja porque o recurso adequado não foi interposto no prazo legal.
Todas as sentenças e acórdãos, em determinado momento, tornar-se-ão imutáveis, pois é limitado o estoque de recursos no ordenamento jurídico. Chegará o momento em que eles se esgotaram: todo processo há de ter um fim. Quando isso ocorrer, e não couber mais recursos, ou porque se esgotaram, ou porque transcorreu o prazo de interposição, haverá a coisa julgada formal.
Ela guarda semelhança com a preclusão, tanto que alguns a denominam "preclusão máxima”. A preclusão também consiste na impossibilidade de modificação do ato judicial, contra o qual não caiba mais recursos. A diferença é que a coisa julgada pressupõe o encerramento do processo. Nenhuma outra modificação poderá ser feita, e o que ficou decidido não será mais discutido naquele processo, que já se encerrou. Mas o aspecto formal da coisa julgada não esclarece sobre a possibilidade de repropositura de idêntica ação, porquanto se restringe ao processo em que a sentença ou acórdão foi proferido. 
Todos os tipos de sentença, as que resolvem o mérito e as que extinguem o processo sem examiná-lo, ficam sujeitos à coisa julgada formal, seja no âmbito da jurisdição voluntária, seja no da contenciosa. 
A COISA JULGADA MATERIAL - a coisa julgada pode ainda manifestar-se por um outro aspecto, que a doutrina denomina coisa julgada material. Consiste não mais na impossibilidade de modificação da decisão no processo em que foi proferida, mas na projeção externa dos seus efeitos, que impede que a mesma questão, já decidida em caráter definitivo, volte a ser discutida em outro processo. É, sobretudo, essa manifestação da coisa julgada que se presta a trazer segurança jurídica aos litigantes, aos quais não basta apenas que o processo se encerre, mas que a questão litigiosa seja definitivamente dirimida, não podendo mais ser discutida, em nenhum outro processo, assegurada a pacificação do conflito. 
PRESSUPOSTO DA COISA JULGADA MATERIAL: existem três pressupostos para que ocorra a coisa julgada material: I) a decisão ter sido de mérito; II) ter havido cognição exauriente, pois havendo cognição sumária ou superficial não haverá coisa julgada; III) ter havido o trânsito em julgado (preclusão), tornando-se indiscutível no processo em que foi proferida, ou seja, só haverá coisa julgada material se tiver havido imutabilidade interna com a coisa julgada formal. 
Qualquer decisão que preencha esses pressupostos está apta à coisa julgada material, seja interlocutória, sentença ou acordão. Justamente por tais motivos, que a decisão sobre tutela provisória não pode ficar imune à coisa julgada material, pois foi dada com base em cognição sumária, não sendo rescindível, nem mesmo quando estabilizada (art. 304, §6º, do CPC). 
EFEITOS DA COISA JULGADA - a coisa julgada produz três efeitos: 
NEGATIVO OU IMPEDITIVO - a coisa julgada impede nova decisão sobre o que já foi decidido, ou seja, o decidido não pode voltar a ser decidido como questão principal. Havendo violação a tal efeito, é admissível, inclusive, ação rescisória (art. 966, IV, do CPC). Tal efeito opera-se como uma defesa, impedindo o novo julgamento. Assim, ocorre no caso em que, tendo havido declaração de que Fulano é pai de Beltrano, este propõe ação de alimentos em face daquele, fundando sua pretensão na relação jurídica de filiação entre eles existente. O demandado, porém, alega na contestação não ser pai do autor, e afirma que por este processo objeto distrito do anterior, a questão poderia ser livremente apreciada, por força do art. 337, §§3º e 4º, do CPC, não sendo a mesma demanda anterior. Nessa hipótese deve ser aplicada a teoria da relação jurídica, pois a res in iudicium deducta já foi analisada no processo principal, não podendo ser escolhida tal alegação. 
POSITIVO - a coisa julgada se impõe, ou seja, deverá ser observada. Assim, pode ser utilizada como fundamento de outra demanda, por isso a denominação de efetivo positivo. É o exemplo da ação de alimentos que se funda em uma coisa julgada de paternidade. Nessa hipótese a coisa julgada é utilizada como imperativo para o segundo julgamento. 
PRECLUSIVO OU EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA - a coisa julgada produz um efeito de impedir a discussão sobre o tema, ainda que não tenha o assunto sido debatido.Tudo que foi alegado, bem como o que poderia ter sido com a formação da coisa julgada reputa-se implicitamente rejeitado (arts. 5507 e 508 do CPC). Há, assim, a preclusão sobre tudo o que poderia ter sido alegado, mas não foi. 
Limites objetivos da coisa julgada (o que faz coisa julgada?): somente a parte dispositiva da decisão se torna indiscutível pela formação da coisa julgada (art. 489, III e art. 504 do CPC), portanto, o analisado no relatório e na fundamentação não fará coisa julgada formal ou material. Assim, a parte dispositiva da decisão tem força de lei, nos limites da questão ou das questões principais expressamente decididas (art. 503 do CPC). Percebe-se que pelo menos no art. 503 do CPC somente há coisa julgada sobre as questões principais expressamente decididas, o que impede a extração da coisa julgada de julgamento implícito, bem como o mesmo atributo somente se produz sobre as questões principais. 
Nesse sentido, de igual modo, é ilícito se extrair que os motivos para o juiz decidir, ainda que relevantes para a parte dispositiva, bem como a verdade dos fatos estabelecida como fundamento da decisão, não farão coisa julgada material (art. 489, I e II, c/c o art. 504 do CPC). 
Questões prejudiciais - no que se refere às questões prejudiciais, ou seja, temas indispensáveis para a análise do mérito, que lhe direcionarão, afirmar o art. 503, §1º, que haverá coisa julgada, desde que (I) se decidida expressa e incidentemente no processo, (II) a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se na hipótese de revelia, (III) o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
Limites subjetivos da coisa julgada (quem se submete?) - há possibilidade de limites subjetivos da coisa julgada: 
INTER PARTES: é a regra geral do nosso ordenamento, segundo a qual, só se vinculam pela coisa julgada às partes, ou seja, aqueles que participaram do processo (art. 506 do CPC). Trata-se de uma decorrência do devido processo legal, contraditório e ampla defesa. Há, contudo, hipóteses em que a regra geral do nosso ordenamento é quebrada, como se vê a seguir. 
ULTRA PARTES: é excepcional, não há previsão de sua ocorrência. Nesse caso, atingirá terceiros, geralmente determinado grupo, extrapolando os limites do processo.É o que acontece, por exemplo, com a coisajulgada oriunda de um processo conduzido por um substituto processual, que atingirá o substituído (art. 109, §3º, do CPC); ou na coisa julgada oriunda das ações coletivas que envolvem direitos coletivos stricto sensu (art. 103, II, do CDC); ou nos casos de co-legitimação, em que o processo conduzido por somente um legitimado atingirá os demais; ou, por fim, na decisão favorável a um dos devedores solidários (art. 274 do CC/02). 
ERGA OMNES: nessa hipótese vincula todos os jurisdicionados, como ocorre nas ações coletivas sobre direitos difusos (art. 103, I, do CDC), na ADI e na ADC. 
MECANISMOS PELOS QUAIS E PODE AFASTAR A COISA JULGADA: a coisa julgada material impede a rediscussão daquilo que ficou decidido em caráter definitivo. Mas o CPC prevê mecanismos pelos quais se pode afastá-la, seja desconstituindo-a, seja declarando-lhe a inexistência. 
Tais mecanismos são: 
· Ação rescisória, prevista no art. 966 do CPC; 
· A impugnação ao cumprimento de sentença, quando o objeto for desconstituir ou declarar ineficaz o título;
 
· A ação declaratória de ineficácia (querela nullitatis insanabilis).
25/08 (Aula 04) – Teoria Geral e Princípios dos recursos.
TEORIA TRINÁRIA
Diante da diversidade dos provimentos jurisdicionais a que o exercício da ação pode transmitir, a doutrina costuma apresentar a classificação das ações de acordo com o provimento que constitui o pedido, dotando-se do mesmo nome o processo através do qual a jurisdição atua. Processo de conhecimento, processo de execução e processo cautelar.
Pelo processo de conhecimento, provocado o juízo, este é chamado a julgar, declarando qual das partes tem razão - daí ser também chamado de declaratório em sentido amplo - através do provimento declaratório denominado sentença. Por sua vez, o processo de conhecimento também se subdivide-se em três categorias; processo meramente declaratório, processo declaratório, processo constitutivo (este último ainda pode ser positivo ou negativo).
· Ações de natureza declaratórias - busca-se a certeza onde havia incerteza. Busca-se a declaração de existência ou inexistência da relação jurídica. O exemplo mais comum deste tipo de ação é a de investigação de paternidade, onde se busca a declaração de existência ou não de consanguinidade entre os litigantes. Com a sentença meramente declaratória invocada o direito do autor se torna certo, porém caso pretenda exigir sua satisfação, deverá propor nova ação, de natureza condenatória.
· Ação condenatória - invoca uma sentença de condenação do réu. Julgada procedente, a decisão afirma a existência do direito do autor e sua respectiva violação, criando para o réu um dever de indenizar. O provimento condenatório é o único capaz de possibilitar ao autor o acesso à via processual da execução forçada, criando um novo direito de ação, que é o direito à tutela jurisdicional executiva. Na esfera cível, todos os processos que buscam a imposição ao réu de uma prestação de dar, fazer, ou não fazer, são condenatórios, também denominados de prestação.
· Ações de natureza constitutiva - busca-se o provimento jurisdicional para a criação, extinção ou modificação da relação jurídica. Esta ação pode ter cunho positivo quando faz surgir no mundo empírico uma nova relação jurídica; e por sua vez pode ser negativa quando extingue uma relação jurídica já existente. São exemplos da primeira as ações indenizatórias, e das segundas o divórcio. As ações constitutivas negativas também são chamadas pela doutrina de desconstitutivas.
TEORIA QUINÁRIA
A sentença também se classifica, além daquelas hipóteses discriminadas na Teoria Trinária, como sendo:
· Mandamental - contendo ordem que deve ser cumprida pelo próprio obrigado;
· Executiva lato sensu - cuja ordem deve ser cumprida independentemente da vontade daquele que tem o dever de fazê-lo.
A par disso, também temos outra classificação, que diz respeito à tutela pretendida contra o ilícito e a necessidade de reparação do dano, sendo suas espécies:
· Inibitória - visa impedir a ocorrência do ilícito e não pressupõe o dano;
· Remoção do ilícito - visa remover o ilícito, antecedente ao dano; 
· Reparatória - visa reparar o dano, independentemente da ocorrência do ilícito.
Em resumo, podemos afirmar que as sentenças, previstas no NCPC, classificam-se como declaratórias, condenatórias e (des) constitutivas (com base na Teoria Trinária), como também mandamental e executiva lato sensu (conforme a Teoria Quinária), ao passo que também nelas se incluem as inibitórias, de remoção do ilícito e as reparatórias.
Objetivos dos recursos são:
I) reformar (inverter a sucumbência -> só é possível em se tratando de “error in judicando”)
II) invalidar -> cabível no “error in procedendo” -> retroage-se ao momento do vício e os atos são repraticados.
III) esclarecer -> tornar claro algo obscuro ou contraditório (por meio de Embargos de Declaração).
V) integrar -> completar uma omissão (também por meio de Embargos de Declaração).
Enquanto os objetos dos recursos são os pronunciamentos com carga decisória que geram prejuízo para uma das partes ou para ambas.
Os recursos têm natureza de procedimento/ação em continuidade.
PRINCÍPIOS DA TEORIA GERAL DOS RECURSOS
1. Duplo grau de jurisdição: mais do que um princípio, é uma garantia constitucional -> artigo 5, LV da Constituição.
OBS.: Não está explícito, está implícito na CF. 
O legislador, ao prever o contraditório e a ampla defesa, assegura todos os mecanismos de defesa, inclusive os recursais. Consequência: possibilidade de o legislador infraconstitucional restringir o sistema recursal, desde que se mantenha ao menos um recurso de cognição ampla contra sentença de mérito, o resto é escolha legislativa, não prejudicando o contraditório.
*Recurso de cognição ampla é o que revê “error in procedendo e error in judicando”.
2. Taxatividade: será recurso todo o mecanismo fixado em lei federal como tal.
O ordenamento processual é composto de um sistema mae – Código de Processo Civil – e microssistemas que também regulamentam estes recursos.
Exemplo de microssistemas:
· Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830) cria Embargos Infringentes contra sentença de menor valor.
· Art 41 da Lei do Juizado Especial cria o Recurso Inominado.
1. Unicidade/singularidade/unirrecorribilidade: Para cada espécie de decisão judicial, o legislador prevê uma única espécie recursal. Este princípio não é absoluto. Há exceções.
Exemplo: falta de motivação na sentença ==> a motivação é uma garantia constitucional e infraconstitucional (pelo CPC), e portanto, caberia Recurso Especial e Recurso Extraordinário.
Exceções:
a. a interposição de apelação, na qual, seja como preliminar, seja nas contrarrazões, será possível impugnar as decisões interlocutórias proferidas no curso do processo, não sujeitas à preclusão.
b. interposição de embargos de declaração, contra decisões, sentenças e acórdãos, sem prejuízo de outros recursos
c. a interposição simultânea de recurso especial e extraordinário, contra o mesmo acórdão
1. Proibição da “reformatio in pejus”: ninguém pode ser prejudicado pelo seu próprio recurso, com exceção da matéria de ordem pública, já que quando o juiz ou Tribunal identificarem matéria de ordem pública, estes têm poder de agir de ofício e adequar a situação à realidade.
2. Fungibilidade: decorre do princípio da instrumentalidade das formas (que por sua vez, decorre da instrumentalidade do processo, já que este é meio de composição). Pelo princípio da instrumentalidade das formas, se o ato processual for praticado de forma diversa da prevista em lei, mas atingir o seu objetivo, este será convalido, em razão da celeridade e economia processual.
A fungibilidade visa não prejudicar o recorrente que tenha interposto recurso errado por dúvida de qual seria o certo.
Assim, o recurso interposto errado pode ser admitido, se forem cumpridos os requisitos de: I) dúvida objetiva sobre o recurso (de doutrina ou jurisprudência); II) ausência de erro grosseiro; III) ausência de má-fé; IV) interposição do recursodentro do prazo previsto em lei.
3. Dialeticidade: todo recurso é processado com a oitiva da parte contrária (inclusive no caso de Embargos de Declaração, potencialmente quando tiverem efeitos infringentes -> artigo 1.023 do Novo Código de Processo Civil.
4. Consumação: Interposto recurso, opera-se a preclusão e a partir de então, não é possível em tese alterar o recurso.
Existe, porém, um relaxamento deste princípio. À exemplo: juntar posteriormente peças faltantes de um Agravo de Instrumento; pagar custas fora do prazo (se recolhidas em dobro).
Em regra não fará ajustes no retorno, mas no entorno (questões processuais).
EFEITOS DOS RECURSOS
· Efeito devolutivo: efeito de transferência da matéria impugnada para reexame, como regra, para órgão hierarquicamente superior. Não há efeito devolutivo quando é reexaminada pelo legislativo, apenas quando é reexaminada pelo judiciário (não só necessariamente pelo órgão superior, pode ser realizado o reexame pelo mesmo órgão, à exemplo, os Embargos de Declaração).
Há, dentro deste efeito, há máxima do “tantum devolutum quantm apellattum”, ou seja, “se devolve o que se apela”, devendo o reexame ser feito nos exatos limites da pretensão recursal.
· Efeito translativo: As matérias de ordem pública são transladadas nas instâncias ordinárias e, portanto, devem ser conhecidas de ofício no grau recursal, ainda que nenhuma das partes alegue. Em Recurso Especial ou Recurso Extraordinário estas matérias, ainda que de ordem pública, exigem pré-questionamento.
Recursos dotados do efeito translativo: Embargos de Declaração contra sentença ou decisão interlocutória (em Primeiro Grau); Apelação; Agravo de Instrumento; Embargos de Declaração contra acórdão em Apelação ou contra acórdão no julgamento de Agravo de Instrumento; Agravo Interno (todos do Segundo Grau).
As matérias de ordem pública, ainda que não suscitadas pelo recorrente, deverão ser conhecidas. Consequências: extinção do processo sem resolução do mérito.
Matérias de ordem pública não precluem, porém, ainda assim, deve-se abrir o contraditório.
No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça não há a figura do efeito translativo, já que a política por eles adotada é a anti-recursal e baseia-se no prequestionamento (necessidade de questionar os vícios que ensejam Recurso Especial ou Extraordinário antes de realizar a interposição dos mesmos – requisito constitucional – art 102, III e 105, III da Constituição Federal).
· Efeito suspensivo: consiste na paralisação da produção de efeitos de um recurso. Os recursos que não são recebidos no efeito suspensivo, autorizam a produção imediata dos efeitos da decisão, mediante requerimento de execução provisória. A princípio, o efeito suspensivo deriva da lei – “ope legis”.
O efeito suspensivo não é efeito de recurso, e sim efeito de decisão (que fica suspensa ou não). Já a retirada do efeito suspensivo culmina na produção imediata de efeitos daquela decisão.
Já se o recurso for recebido sem efeito suspensivo, a decisão pode produzir efeitos desde sua publicação, mediante requerimento de execução provisória ou antecipada.
Pelo artigo 995 do Código de Processo Civil de 2015, a regra é o recebimento dos recursos sem o efeito suspensivo, e portanto, com execução provisória.
No recurso de Apelação, a regra é a do duplo efeito, devolutivo e suspensivo. 
Exceções: incisos do artigo 1012 CPC/15 e algumas hipóteses de fora do Código, nestes casos a Apelação é recebida apenas no efeito devolutivo. São situações em que há urgência. Exemplo: pagamento de alimentos.
01/09 (Aula 05) – Efeitos e Pressupostos de Admissibilidade.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL
Constituem requisitos extrínsecos ou pressupostos extrínsecos de um recurso (pressupostos recursais), ligados ao modo de exercer o recurso, de acordo com a melhor doutrina, a tempestividade, a regularidade formal e o preparo.
Se o recurso for interposto além do prazo, ele é inadmissível, porque intempestivo, cujo controle é feito também pelo juízo ad quem. O preparo representa ônus do recorrente de comprovar, no ato da interposição, a realização do preparo (art. 511 do CPC), sob pena de deserção.
Por fim, a regularidade formal decorre da imposição legal da forma rígida ao ato de recorrer, enumerando Araken de Assis quatro requisitos genéricos de regularidade de forma: a) petição escrita; b) identificação das partes; c) motivação; f) pedido de reforma ou de invalidação do pronunciamento recorrido; há ainda outros requisitos específicos, tais como assinatura do advogado, formação do instrumento com peças obrigatórias e legíveis etc. A regularidade procedimental, na lição de Rodolfo de Camargo Mancuso, incluiria o preparo, a motivação, o pedido de nova decisão e o contraditório.
No que tange ao recurso, se é realizado o juízo de admissibilidade recursal, ou seja, analisa-se se estão presentes os requisitos de admissibilidade, poderá haver o conhecimento, admissão ou será dado seguimento: presentes os requisitos de admissibilidade recursal, o recurso será conhecido, admitido ou terá seguimento; ausentes os requisitos de admissibilidade recursal, haverá o não conhecimento do recurso, ou não admissão do recurso, ou, ainda, nega-se seguimento ao recurso. Por outro lado, se faz o juízo de mérito recursal quando (i) o recurso recebe uma decisão, de mérito, positiva por parte do julgador, fala-se em dar provimento; (ii) o recurso recebe uma decisão de mérito negativa, fala-se em negar provimento.
Em linguagem técnica, fala-se em “conhecimento” (ou “admissão”) do recurso, para que depois seja analisado o “mérito” (ou “objeto”) recursal, com o provimento ou não provimento. Assim, a ausência dos pressupostos de admissibilidade leva ao não conhecimento ou à não admissão do recurso.
Na admissibilidade, será verificado se estão presentes os requisitos para que o recurso seja analisado (requisitos de admissibilidade, semelhante às condições da ação e pressupostos processuais). Se tais requisitos estiverem ausentes, o recurso não será conhecido. No entanto, se presentes os requisitos, o recurso será conhecido.
Conhecido o recurso (análise preliminar ao mérito), passa-se à análise do juízo de mérito – que é efetivamente a análise da impugnação realizada pelo recorrente (momento em que se aponta o error in procedendo – erro no processamento – e/ou o error in judicando – erro no julgamento). Após ser conhecido, poderá o recurso ser provido ou desprovido. Importante ressaltar que a matéria atinente aos pressupostos processuais é de ordem pública, podendo ser examinada a qualquer tempo pelos julgadores, não se sujeitando à preclusão (perda da faculdade processual de alegar seu teor).
Quanto à apelação, a análise da admissibilidade é feita apenas pelo tribunal (NCPC, art. 1.010, § 3º).
Quanto ao recurso especial e extraordinário, a análise é feita tanto pelo juízo que proferiu a decisão (a quo, de origem) como pelo juízo de destino (ad quem, a quem recorre o recorrente).
Vale ressaltar a diferença de conceitos entre o mérito da causa e o mérito recursal. Enquanto o mérito da causa diz respeito apenas ao pedido da formulado na petição inicial, o mérito recursal diz respeito ao pedido do recurso e, se este tiver por base um error in procedendo, o mérito recursal será diferente do mérito da causa, e se houver error in judicando o mérito do recurso será, ou não, igual ao da causa.
Conforme já exposto, se não estiverem presentes os requisitos de admissibilidade do recurso, o recurso não será conhecido. Tais requisitos compreendem em:
(I) cabimento: possibilidade jurídica de interposição do recurso conforme a decisão. Para cada decisão há um recurso cabível, relação com o princípio da singularidade/unicidade/unirrecorribilidade e com o princípio da fungibilidade;
(II) legitimidade: legitimidade recursal; conforme artigo 996 NCPC, o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público. O terceiro prejudicado é aquele que poderia, em 1º grau de jurisdição,ter ingressado com intervenção de terceiros e não o fez, se o fez passa a ser parte. Essa legitimidade não tem relação com a legitimidade das partes;
(III) interesse: em recorrer, o critério para saber se há o interesse de recorrer é a necessidade de interposição do recurso diante da sucumbência total ou parcial do pedido. A sucumbência no processo civil é com base no pedido, e não na motivação.
(IV) inexistência de fato impeditivo de recorrer: o artigo 998 trata da desistência; o artigo 999 trata da renúncia; e o artigo 1000 trata da aquiescência (ou concordância);
(V) tempestividade: interposição do recurso de acordo com o prazo fixado em lei. Sendo assim, o recurso intempestivo não será conhecido. Os prazos de interposição são, em regra, de 15 dias úteis, salvo o embargo de declaração que tem prazo de 5 dias úteis;
(VI) preparo: custas de preparo (correspondem às taxas para entrar com o recurso). Porte de remessa e retorno (correspondente a gastos com correio, desnecessária em processos eletrônicos). A ausência de recolhimento de preparo é chamada de deserção e, nesse caso, se diz que o recurso torna-se deserto.
(VII) regularidade formal: tudo que não se encaixa nos outros requisitos. (aspectos formais, como a forma escrita, assinatura da peça, documentos necessários à instrução do recurso, etc.).
EFEITOS DA INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS
Diante da interposição de algum recurso, decorrem alguns efeitos. Diz-se que os recursos em geral têm duplo efeito. É possível falar em efeito devolutivo (transferência ao órgão julgador da matéria impugnada) e efeito suspensivo (ineficácia da decisão proferida, bem como impedimento do trânsito em julgado da decisão). Importante ressaltar que o efeito translativo e o efeito expansivo são desdobramentos, ou exceções, do efeito Devolutivo.
Efeito suspensivo - O efeito suspensivo impede que a decisão judicial surta seus efeitos imediatamente. Apesar da prolação de uma decisão judicial a favor de uma das partes, o efeito suspensivo impede que os efeitos de tal decisão sejam desde logo observados. Assim, se uma sentença condena o réu a pagar R$ 10 mil, por exemplo, e há interposição da apelação, o efeito suspensivo impede a efetiva execução da quantia. Trata-se, portanto, da regra no sistema processual – mas não são todos os recursos que são dotados de efeito suspensivo.
Nos 15 para apelação não precisa cumprir a sentença.
Se não tiver por regra? Probabilidade do direito e risco do dano.
Efeito devolutivo - O efeito devolutivo corresponde à possibilidade de devolver a matéria ao poder judiciário (não ao próprio juízo prolator da decisão) para nova discussão da matéria impugnada. A devolução não é direcionada ao mesmo juiz que prolatou a decisão recorrida, mas sim ao Judiciário. Todos os recursos são dotados de efeito devolutivo.
A regra do efeito devolutivo é que o Tribunal somente irá apreciar o que foi objeto de recurso. Assim, se houver sentença condenando a pagar danos morais e materiais e o réu somente apela dos danos morais, usualmente o Tribunal somente apreciará a questão dos danos morais – até por força do princípio da voluntariedade.
Conclui-se, portanto, que a devolução está limitada ao que a parte pedir (“tantum devolutum quantum apelatum”). Contudo, tratando-se de matérias que o juiz pode conhecer de ofício, será possível a atuação do Tribunal mesmo sem provocação da parte. Como exemplo, as condições da ação. Portanto, na hipótese acima, mesmo que a apelação apenas trate dos danos morais, se o desembargador entender que alguma parte é legítima, poderá assim concluir, extinguindo o processo.
Efeito translativo - Conforme visto anteriormente, a base do efeito devolutivo é o princípio dispositivo. O Tribunal só aprecia o que a parte impugnar no recurso. Porém, por vezes o Tribunal pode ir além (como no exemplo acima, exatamente por força de matérias que podem ser conhecidas de ofício pelo Tribunal).
Para alguns autores, como Nelson Nery Jr., esse seria o efeito translativo do recurso, ou seja, a possibilidade de que o Tribunal aprecie algumas questões não apresentadas na impugnação da parte; isso ocorre no caso de questões de ordem pública.
Não poder julgar sem oitiva das partes no julgamento de ofício. 
Entende-se por efeito translativo a capacidade que tem o tribunal de avaliar matérias que não tenham sido objeto do conteúdo do recurso, por se tratar de assunto que se encontra superior à vontade das partes. Em outras palavras, o efeito translativo independe da manifestação da parte, eis que a matéria tratada vai além da vontade do particular, por ser de ordem pública.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Exemplo - A possibilidade de se apreciar prescrição, ainda que não suscitada pelo recorrente ou mesmo pelo recorrido, assim como qualquer outra matéria de ordem pública.
Efeito expansivo (ou substitutivo) - Nelson Nery Jr. Reconhece, também, a existência do efeito expansivo do recurso, o que significa dizer que, por vezes, a apreciação do recurso pode acarretar uma decisão mais abrangente que seu próprio objeto. Como exemplo, o fato de o recurso de um dos litisconsortes unitários, uma vez provido, aproveitar ao outro litisconsorte (NCPC, art. 1.005). Também chamado, por alguns, de efeito substitutivo.
Conforme artigo 1005 no NCPC, a apreciação do recurso pode acarretar uma decisão mais abrangente, alcançando outros litisconsortes ou até terceiros.
Tanto o efeito translativo como o efeito expansivo podem ser interpretados como variações do efeito devolutivo.
Substitutivo – tendo sido o recurso conhecido, a decisão de mérito do recurso substitui, a decisão recorrida.
Expansivo – quando do julgamento do recurso é proferida decisão mais abrangente do que o reexame da matéria impugnada.
Regressivo – permitir que o juízo a quo reveja a decisão por ele próprio proferida – influencia diretamente no recurso interposto e na decisão que dele se origina. 
EFEITO EXPANSIVO
O efeito expansivo ou extensivo, está presente nas hipóteses de litisconsorte necessário, de acordo com o artigo 509, do CPC:
Art. 509. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor Ihes forem comuns.
Sendo assim, mesmo que um dos litisconsortes não apresente recurso, ele será beneficiado de uma eventual modificação na sentença, no caso de impugnação por meio de recurso de outro litisconsorte, observado e respeitado os requisitos do artigo 509, do CPC.
Efeito translativo
O efeito translativo está presente nos casos em que o legislador autoriza o órgão ad quem a julgar além do que consta na matéria debatida em sede recursal (fora do que consta nas razões e contra razões), impossibilitando as partes de alegar os vícios presentes, de acordo com os artigos 515, § 1º ao 3º e 516, ambos do CPC:
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3º Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença, ainda não decididas. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994) O efeito translativo está atrelado na maior parte às matérias de ordempública, isto é, questões onde existe o interesse público, e tal interesse é mais importante ao Estado do que entre as partes, casos em que devem ser conhecidas ex officio pelo magistrado e cuja matéria não incide a preclusão.
RECURSO: CABIMENTO
O artigo 994 do NCPC ressalta o cabimento dos seguintes recursos:
1. Apelação (NCPC, art. 1.009) - A apelação é cabível contra sentença e decisão interlocutória não recorrível em separado (art. 1009, § 1º, c/c 1.015), com vistas a obter, por meio do reexame pelo órgão de segundo grau, a reforma ou invalidação do julgado. Pouco importa seja a sentença terminativa ou definitiva, o recurso cabível será sempre a apelação.
PRAZO - O prazo para interposição do recurso de apelação, assim como para apresentar contrarrazões, é de 15 (quinze) dias (art. 1.03, § 5º).;
2. Agravo de instrumento (NCPC, art. 1.015) - O agravo de instrumento é um recurso que pretende obter a reforma das decisões chamadas de interlocutórias. São aquelas decisões que não encerram o processo, mas têm poder em questões pontuais em cada caso. Um exemplo claro é quando, dentro de uma decisão interlocutória, uma das partes pede para usar seu benefício para que tenha acesso à justiça gratuita e o juiz a nega.;
3. Agravo interno (NCPC, art. 1.021) - O Agravo Interno é uma espécie recursal que visa impugnar as decisões monocráticas proferidas pelo relator em Tribunal. Estabelecido no art. 1021 do Código de Processo Civil, o objetivo principal desse recurso é levar a decisão ao conhecimento do órgão colegiado competente para que este se manifeste a favor ou contra. Ou seja, é a forma de reanalisar a decisão tomada monocraticamente por um grupo, o colegiado.;
4. Embargos de declaração (NCPC, art. 1.022) - Os embargos de declaração são um instrumento jurídico por meio do qual uma das partes pode pedir esclarecimentos ao juiz ou tribunal sobre a decisão judicial proferida. Também conhecidos como embargos declaratórios, por meio deles é possível resolver dúvidas causadas por contradições ou obscuridades. Do mesmo modo, pode-se suprir omissões ou, ainda, apontar erros materiais.;
5. Recurso ordinário constitucional (NCPC, art. 1.027 e CF, art. 102, II e 105, II) - É o recurso cabível contra decisão denegatória de habeas corpus ou mandado de segurança, proferida em segunda instância ou por Tribunal Superior. Portanto, pode ser interposto perante o STF e o STJ. A interposição do recurso deverá ser endereçada ao Presidente do Tribunal que proferiu a decisão denegatória. As razões recursais deverão estar anexadas à petição de interposição, devendo ser dirigidas ao STF ou STJ, conforme o caso. O prazo para a interposição do recurso ordinário constitucional contra denegação de habeas corpus será de cinco dias, e contra denegação de mandado de segurança, de quinze dias.;
6. Recurso especial (NCPC, art. 1.029 e CF, art. 105, III) - é uma ferramenta processual prevista na Constituição Federal, utilizada para recorrer ao STJ de decisão proferida por tribunal superior que contrarie ou negue vigência à lei federal, lhe atribua interpretação divergente de outros tribunais ou, ainda, considere válido ato de governo local contestado em face de lei federal.;
7. Recurso extraordinário (NCPC, art. 1.029 e CF, art. 102, III) - O recurso extraordinário (RE) é um recurso processual utilizado para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a impugnação (discussão) de uma decisão sobre questões constitucionais. Esse recurso é usado para garantir que os julgamentos aconteçam de maneira uniformizada e de acordo com a previsão da Constituição Federal.;
8. Agravo em recurso especial ou extraordinário (NCPC, art. 1.042 ) - O Agravo em Recurso Especial ou Extraordinário, previsto no rol dos recursos do artigo 994 do Código de Processo Civil, é cabível da decisão do Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional que inadmite, em juízo prévio de admissibilidade, recurso especial ou extraordinário.;
9. Embargos de divergência (NCPC, art. 1.043) - Trata-se de recurso cujo objetivo é a uniformização da jurisprudência interna do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual.
À priori, identifica-se a natureza jurídica da decisão. Natureza jurídica diz respeito a um dos cinco atos/decisão do juiz (sentença, decisão interlocutória, despacho, acórdão e decisão monocrática), e tal fato não se confunde com classificação da sentença. 
A sentença é a decisão final em 1º grau que julga procedente ou improcedente ou extingue o processo.
Na decisão interlocutória, o juiz opta entre dois ou mais caminhos possíveis, porém não põe fim ao processo (ex. Tutelas provisórias, liminares, decisão a respeito de prova, etc.).
O despacho não tem carga decisória, apenas dá andamento, e pode ter também caráter administrativo. De despacho não cabe recurso, pois não causa sucumbência para qualquer uma das partes, logo não haverá interesse recursal. Em segundo grau, os despachos são feitos por meio de decisão monocrática. Tudo que for proferido como despacho em 2º grau será decisão monocrática, porém não caberá recurso, pois não há interesse recursal (não houve sucumbência).
O acórdão é a decisão colegiada em 2º grau e a decisão monocrática é a decisão de um só desembargador ou ministro em 2º grau.
08/09 (Aula 06) – Introdução aos Recursos em Espécie
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DE UM RECURSO NOVO CPC
O julgamento de um recurso, então, é dividido em dois momentos: juízo de admissibilidade e juízo de mérito.
O juízo de admissibilidade analisa se o recurso atende os pressupostos formais exigidos pela lei. Nesta fase, caso o recurso esteja de acordo com as normas, diz-se que o recurso foi conhecido ou admitido.
Caso não contenha as preliminares necessárias, o recurso não será conhecido, prejudicando a análise do mérito, ou seja, o recurso morre antes mesmo de ser avaliado.
Já o juízo de mérito irá avaliar a matéria a qual o recurso desafia, ou seja, irá analisar as razões e o pedido constante do recurso, que não se confunde com o mérito da causa propriamente dito.
Nesta fase diz-se que caso a decisão atacada seja mantida, diz-se que o recurso não foi provido. Já, se a decisão é reformada, esclarecida, anulada ou cassada, diz-se que o recurso foi provido.
Normalmente o recurso é interposto perante o órgão responsável pela prolação da decisão recorrida (juízo a quo), e posteriormente é repassada ao órgão responsável pela análise do mérito recursal (juízo ad quem). Assim, o juízo de admissibilidade, às vezes, é feito perante esses dois juízos.
Para o juízo de admissibilidade há inúmeros pressupostos, que segundo a doutrina dominante, se dividem em pressupostos subjetivos e objetivos, que serão objeto de estudo a seguir.
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS
Os pressupostos subjetivos, de acordo com a maior parte dos doutrinadores são: legitimidade e interesse. De acordo com o art. 996 do NCPC, têm legitimidade para recorrer as partes, o terceiro prejudicado e o Ministério Público, seja como parte ou como fiscal da lei:
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Assim, são legítimas a recorrer as partes que participaram da relação jurídica, e que, de alguma forma foram vencidas pela decisão a ser impugnada.
Além destas, o Ministério Público tem a legitimidade de recorrer quando for parte no processo, ou nele puder atuar, como fiscal da lei.
A lei também dá a possibilidade ao terceiro, que mesmo não sendo parte no processo, poderá recorrer caso comprove uma relação jurídica com a parte vencida que será prejudicada em decorrência da decisão impugnada, nos termos do art. 996, parágrafo único do NCPC.
Art. 996 (...)Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito

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