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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Policitemias HEMOGRAMA NÃO É HEMATÓCRITO!! A partir do nascimento, as células sanguíneas são produzidas na medula óssea (bone marrow) e os sítios produtores são os ossos longos e ossos chatos. Todas as células sanguíneas são originadas de uma célula progenitora, chamada de célula tronco/totipotente (multipotencial). Quanto mais imatura for a célula, menor será sua quantidade e maior será sua capacidade de divisão. A partir de um ponto, ela não se divide mais e começa apenas à se diferenciar (fase de maturação). A célula tronco dá origem a duas grandes linhagens através do progenitor mieloide e do progenitor linfoide. Progenitor linfoide: especializado em manter somente a produção de linfócitos. Do progenitor se origina o linfoblasto – primeira célula dessa linhagem capaz de ser diferenciada no microscópio de um esfregaço de medula óssea. Posteriormente se origina o prolinfócito e dele se origina: Pequenos linfócitos: linfócitos T e linfócito B Células natural Killer (NK) – possuem componentes que causam mortes de microorganismos e células. Progenitor mieloide: dá origem a 3 grandes linhagens – mieloblasto (granulopoiese), proeritroblasto (eritropoiese) e megacarioblasto (trombopoiese). 1. Proeritroblasto → eritroblasto basofílico → eritroblastos policromatofilico – a partir desse ponto as hemácias não se dividem mais, apenas se diferenciam → eritroblasto ortocromático (expulsa o núcleo) → eritroblasto policromático (reticulócito – não possui quantidade suficiente de hemoglobina para carrear o oxigênio) → concentração da hemoglobina e transformação da célula no seu formato bicôncavo → eritrócito (hemácia madura). 2. Mielobasto → ocorre toda a divisão demonstrada na figura dando origem aos granulócitos (basófilo, neutrófilo, eosinófilo, monócito). Os bastonetes de cada célula são o estágio anterior ao estágio maduro (célula que tem a capacidade de exercer sua função). O monócito vai para os tecidos e se diferencia em macrófago – importante para a defesa de microorganismos. 3. Megacarioblasto → promegacariócito → megacariócito → trombócitos (plaquetas). A plaqueta não é uma célula, é um fragmento celular da célula megacariócito (célula muito grande). A hematopoiese é constituída por: eritropoiese, trombopoiese, granulopoiese, monocitopoiese e linfopoiese. Os mastócitos são diferenciados diretamente pelo progenitor mieloide. Mielograma: avaliação citológica da medula óssea – porcentagem de cada célula. Como o progenitor mieloide é comum para formação de diversas linhagens, quando se tem um fator que estimule ou deprecie esse progenitor em comum, é provável que as células das demais linhagens também sofram a alteração. Ex: quando se tem uma anemia hemorrágica ou hemolítica grave, haverá uma queda grande de eritrócitos, ao solucionar o problema, ocorrerá o aumento de produção de hemácias para repor as células que foram perdidas, bem como de plaquetas e neutrófilos, pois a medula óssea estará respondendo e dessa forma, aumentando a produção de outras linhagens. Policitemias (maior rotina) Definição: aumento do número de eritrócitos circulantes (hemácias). Absoluta: excesso de eritrócitos pela maior quantidade de eritrócitos sendo produzidos. Causas: Verdadeira: eritropoietina (EPO) normal ou diminuída Distúrbio mieloproliferativo crônico (pode estar relacionado à células de defesa, hemácias ou plaquetas – origem em progenitor mieloide) – é RARO!! Secundária: aumento de produção de eritropoietina pelos rins. Os rins que sentem a queda de oxigênio e estimula essa produção. Doenças que levam a hipóxia crônica (diminuição da saturação de O2): doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) causada por bronquite crônica que não tem cura; anormalidades cardiovasculares – para causar hipóxia crônica é necessário mistura do sangue arterial com o venoso (tetralogia de fallot, comunicação interventricular) Altitudes elevadas (quantidade oxigênio menor, diminuindo a saturação e estimulando produção de eritropoietina, dessa forma há aumento de hemácias para carrear mais oxigênio. Neoplasia renal produtora de eritropoietina - MAIS RARA Marcante aumento do HT (>60%) + hiperplasia eritróide (MO) + PT plasmática normal, mucosas congestas a cianóticas, indicando muitas hemácias, congestionando e atrapalhando a oxigenação. Sinais clínicos: congestão das mucosas (até cianose), letargia, epistaxe e convulsões (hemácias em grande quantidade consomem bastante glicose, levando a hipoglicorraquia), desmaio (pelo consumo de oxigênio pelas hemácias). Diagnóstico verdadeira: é preciso excluir as causas secundárias, saturação normal de O2 (>90%) e eritropoietina normal – hiperplasia eritroide intensa Tratamento policitemia verdadeira: Flebotomia: retirada de 20 mL/kg de sangue de forma seriada (de acordo com a necessidade) para manter o HT em 55% (cães) e 45% (gatos) + reposição concomitante de volume (fluido solução de ringer lactato) para evitar hipovolemia, colapso vascular e trombose. Quimioterapia: hidroxiureia ou clorambucil com o objetivo de reduzir a produção de hemácias pela medula óssea. Diagnóstico policitemia secundária: Hipóxia (ex: DPOC; tetralogia de fallot, comunicação IV): baixa saturação de O2 (<90%) e aumento de eritropoietina (EPO). Altitude: saturação de O2 normal (>90%) e aumento de EPO para conseguir levar o oxigênio para o tecido. Neoplasia renal: saturação de O2 normal (>90%) e aumento de EPO + imagem compatível com neoplasia renal (renomegalia, massa renal, etc) + histopatológico. Tratamento de secundárias: identificar as causas subjacentes, se possível/necessária Policitemia de altitude: não tratar, resposta fisiológica necessária/adaptativa Policitemia da hipóxia: flebotomia 5-10 mL/kg seriada (de acordo com a necessidade) para manter o HT em 60-65% (riscos de piorar a hipoxemia se abaixar muito) + reposição de volume (ringer lactato) para diminuir viscosidade do sangue. Pode ser necessário usar quimioterapia adjuvante (idem policitemia vera ex: em casos que não vai realizar cirurgia de tetralogia de Fallot ou comunicação IV) + tratamento da causa base! Policitemia na neoplasia renal: idem policitemia vera + remoção da neoplasia renal, se for bilateral, a indicação é a remoção de um dos rins e a manutenção com quimioterápicos adjuvantes para controlar a produção excessiva de hemácias. Se realizar a flebotomia e ele voltar a produzir muita hemácia em pouco tempo, associar com a quimioterapia adjuvante. Caso seja resolvido com a flebotomia, é feito a retirada de sangue de 1 a 2x na semana de forma crônica para a vida toda, caso não seja retirada a causa de base, desta forma, somente a policetemia secundária a neoplasia renal tem cura, com a retirada da neoplasia em si. Pode ter um hemograma com hemácias acima do valor e HT normal, quando as hemácias estão microcíticas. Relativa: excesso de eritrócitos circulantes por parte do tecido que se encontra desbalanceado por falta de água, concentrando mais as hemácias no sangue → mais hemácias em mm3. Se devolver fluido pro paciente desidrato, tende a se normalizar. Causas: Desidratação: diminui volume plasmático e concentra mais as proteína (aumento de proteína total e albumina) e os eritrócitos (estão em maior quantidade – maior aumento). Contração esplênica: acontece em situações de estresse ou de grande requerimento de O2 por fator agudo (ex: durante exercício), dentro do baço há grande quantidade de hemácias, dessa forma em momentos de requerimento o baço joga hemácias velhasna circulação – é uma policitemia transitória, é muito difícil avaliar contração esplênica nos animais. Nesses casos as proteínas plasmáticas se mantem inalteradas. Para confirmação, espera 1 hora e repete o exame (tende ter voltado ao normal). Exemplo: gato 5 anos – desidratação severa com todos os parâmetros aumentados. Se o animal estiver desidratado e anêmico, a anemia mostrada no exame tende estar melhor do que a realidade. É necessário hidratar de forma lenta, pois paciente desidrato não possui pressão coloidosmótica suficiente para uma carga de fluido potente, podendo causar edema. Repetir o hemograma após fluidoterapia. Sempre que a albumina está aumentada deve-se relacionar com desidratação. Não existe hiperalbuminemia. Ex: Cão adulto com efusão abdominal importante. Após a drenagem paciente ficou desidratado, levando a hemoconcentração.
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