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Risco Precificacao Seguros de Danos 2020

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1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
17ª EDIÇÃO
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros
E73r Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Risco e precificação de seguros de danos / Supervisão e coordenação 
 metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de 
 Frederico Martins Peres. – 4.ed. – Rio de Janeiro : ENS, 2020.
 63 p.; 28 cm
 
 1. Risco (Seguro). 2. Seguros – Precificação. 3. Seguros – Danos.
 I. Peres, Frederico Martins. II.Título
0019-2421 CDU 368.025.6(072)
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
FREDERICO MARTINS PERES – 2020
ILDEBRANDO NERES JUNIOR – 2019
SERGIO RICARDO DE MAGALHÃES SOUZA – 2018
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN
RIO DE JANEIRO
4a EDIÇÃO
2020
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
A 
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito 
 educacional, que contribuem para um mercado de seguros, 
previdência complementar, capitalização e resseguro cada 
vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
 Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 INTRODUÇÃO 7 
 1. RISCO E PRECIFICAÇÃO 8 
RISCO 9
Riscos Seguráveis 11
TRANSFERÊNCIA DE RISCOS 13
Procedimentais 13
Financiamento dos Riscos 14
SUBSCRIÇÃO DE RISCOS 15
Subscritores de Riscos 17
FIXANDO CONCEITOS 1 18
 2. CARACTERÍSTICAS DE SUBSCRIÇÃO 
 DOS RISCOS E SEGUROS DE DANOS 20
ATORES NOS SEGUROS DE DANOS 21
FUNÇÕES DA SUBSCRIÇÃO DE RISCOS NOS SEGUROS DE DANOS 21
O Papel dos Atuários e Estatísticos na Concepção, 
Subscrição e Precificação de Seguros de Danos 23
CARACTERÍSTICAS PARTICULARES DOS SEGUROS DE DANOS 24
CUIDADOS NA SUBSCRIÇÃO NOS SEGUROS DE DANOS 25
RISCOS QUE ENVOLVEM A GESTÃO DOS PRODUTOS 26
FIXANDO CONCEITOS 2 28
SUMÁRIO
INTERATIVO
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 3. ESTUDOS DOS RISCOS, 
 PROBABILIDADES, CONSEQUÊNCIAS 
 E SUAS INFLUÊNCIAS NOS PRÊMIOS 30
CÁLCULO MATEMÁTICO DO RISCO 31
ESTUDO DAS PROBABILIDADES 32
PRÊMIO DE RISCO (PR) OU ESPERANÇA MATEMÁTICA (E) 35
TIPOS DE PRÊMIOS EM SEGUROS 36
Prêmio de Risco (PR) ou Prêmio Estatístico (PE) 36
Prêmio Puro 37
Prêmio Comercial 38
Prêmio Bruto 39
FORMAS DE CONTRATAÇÃO E SEUS IMPACTOS NA PRECIFICAÇÃO 40
FIXANDO CONCEITOS 3 41
 4. PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 43
OBJETIVOS DA PRECIFICAÇÃO 44
COMPONENTES DO PRÊMIO DE SEGURO 45
Sinistros e Despesas de Sinistros 45
Despesas Administrativas e de Comercialização de Seguros 47
Lucro Razoável e Fundo para Contingências 47
 A INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES NA PRECIFICAÇÃO 47
Resultados Financeiros 48
Credibilidade 48
PULVERIZAÇÃO DE RISCOS 48
MÉTODOS UTILIZADOS NA PRECIFICAÇÃO 49
Método do Prêmio Puro 49
Método do Índice de Sinistralidade 49
Método do Julgamento 50
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
ESTATÍSTICAS UTILIZADAS NA PRECIFICAÇÃO 50
Método do Ano Apólice (Policy Year Method) 51
Método do Ano Calendário (Calendar Year Method) 51
Método do Ano Acidente (Accident Year Method) 52
Resumo 52
PRECIFICAÇÃO PREDITIVA 53
FIXANDO CONCEITOS 4 56
 ESTUDOS DE CASO 58
 GABARITO 62
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 63
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 7
INTRODUÇÃO
 INTRODUÇÃO 
O objetivo dos seguros é repor as perdas. No caso do seguro de danos, 
essas perdas têm a ver com perdas por acidentes, paralisação das ativida-
des econômicas e responsabilidades.
Para que as seguradoras possam subscrever os riscos e precificá-los é 
necessário que conheçam e façam uso de um aparato técnico que envolva 
o conhecimento atuarial, estatístico, bem como a experiência dos subscri-
tores em análise e a avaliação de riscos.
Os corretores de seguros que se tornam especializados nos seguros de 
danos devem ter em comum o conhecimento das melhores opções para 
seus segurados, as quais passam pela análise dos respectivos produtos 
ofertados pelas seguradoras e que podem cumprir a função de cobrir as 
exposições a riscos dos seus segurados, e também por conhecer como 
eles são construídos e precificados.
Não se pretende, com este manual, que os corretores de seguros estejam 
aptos a precificar seguros, o que não está em suas competências, mas que 
possam entender as bases conceituais e o passo a passo desse processo 
e, sobretudo, que compreendam a necessidade de fornecer informações 
em quantidade e qualidade adequadas aos subscritores, de forma que 
possam conseguir o melhor custo-benefício para os seus segurados.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 8
UNIDADE 101
RISCO e
PRECIFICAÇÃO
 ■ Analisar e avaliar as 
exposições a riscos.
 ■ Como funciona o processo 
de subscrição de riscos.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Identificar as ciências e 
os atores envolvidos no 
processo.
 ■ Quais são os principais 
pilares da precificação de 
seguros.
⊲ RISCO
⊲ TRANSFERÊNCIA DE RISCOS
⊲ SUBSCRIÇÃO DE RISCOS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 9
UNIDADE 1
 RISCO 
Para as empresas, a conquista de seus objetivos tem a ver com o cum-
primento da missão e da visão que elas mesmas determinaram para si 
próprias como, por exemplo, atingir resultados financeiros que permitam 
remunerar os acionistas, crescer nos mercados em que decidiram traba-
lhar, obter reconhecimento dos clientes e da sociedade e até cumprir seu 
papel social fundamental, que é gerar empregos.
Ao longo do caminho, há uma série de obstáculos de origem externa ou 
interna que podem impedir ou dificultar a conquista desses objetivos. 
Alguns podem ser gerenciados, e outros não, mas o que importa é que a 
empresa deve criar formas de proteção dos mais variados tipos e controles. 
Por exemplo, um dos piores obstáculos que uma empresa pode enfrentar 
é perder sua reputação e para isso terá de estar, o tempo todo, alerta para 
situações que em razão de sua ação ou omissão, possam acarretar essa 
perda de reputação, antecipando-se e agindo no sentido de evitar esse 
tipo de exposição.
Entretanto, há algumas situações acidentais e, por mais que as empresas 
atuem no sentido da prevenção ou mitigação de suas exposições, ainda 
assim existe a possibilidade de ocorrerem eventos que podem significar 
perdas patrimoniais ou até humanas, às quais as empresas deverão fazer 
frente como, por exemplo, incêndios e explosões, desmoronamentos e 
muitos outros, com a possibilidade de atingir pessoas dentro e fora das 
instalações, podendo ser funcionários, clientes ou vizinhos, gerando, no 
mínimo, a responsabilidade de indenizar.
Os bens pessoais e comerciais tais como veículos, residências, armazéns, 
depósitos, entre outros, são passíveis de causar prejuízo a um terceiro, 
gerando uma responsabilidade civil ao proprietário. Em alguns casos, são 
10
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
situações simples e cotidianas, por exemplo, o vazamento de um aparta-
mento que acaba afetando a unidade abaixo ou uma colisão entre veículos. 
São responsabilidades que geram prejuízos ao proprietário do bem causa-
dor do dano e que poderiam ser evitados com a contratação do seguro.
Algumas vezes, esses eventos impactam aspessoas de forma significati-
va, dando origem até a falecimentos ou situações em que os ferimentos 
causam lesões incapacitantes de forma definitiva ou temporária. Isso, inva-
riavelmente, denota a exposição a riscos de responsabilidade civil, a partir 
de ações judiciais movidas por terceiros ou funcionários atingidos ou ainda 
por suas famílias.
Outras vezes, nem é necessário que aconteça uma situação especial. As 
próprias condições de trabalho podem dar origem a acidentes com as pes-
soas, havendo a possibilidade, por exemplo, de virem a falecer no percurso 
entre suas casas e o local de trabalho ou de se acidentarem dentro da 
empresa. Essas situações estão previstas no Seguro de Acidentes do Tra-
balho, que é gerido pelo Governo, mas que não se encerra em si mesmo, 
podendo ainda caber ao empresário a responsabilidade de indenizar.
As empresas têm objetivos expressos em sua missão e em sua visão, mas 
a ocorrência de acidentes pode impedir que os objetivos estratégicos 
sejam atingidos.
São os riscos que impedem, portanto, que os objetivos das empresas 
sejam atingidos e é por isso que elas precisam agir no sentido de se pro-
tegerem contra eles, o que passa por quatro estágios fundamentais: a per-
cepção dos riscos, a análise dos riscos, a avaliação dos riscos e a resposta 
aos riscos.
Percepção dos riscos 
Trata-se da etapa em que as pessoas, em relação a si mesmas, ou os admi-
nistradores de uma empresa passam a entender que há fontes de riscos 
e uma série de eventos de riscos que podem ocorrer, ou seja, que são 
possíveis e podem trazer prejuízos.
Exemplo: a partir do momento em que uma empresa abre suas portas ela 
percebe que pode causar danos aos clientes, vizinhos ou até mesmo tran-
seuntes, ou seja, os riscos são percebidos.
Análise dos riscos
Na análise dos riscos, entende-se o porquê de sua probabilidade de ocorrên-
cia, quais fatores estão presentes e se os impactos são realmente plausíveis.
Exemplo: Quais as causas prováveis de um incêndio? Qual o impacto finan-
ceiro, caso ocorra?
11
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Avaliação dos riscos
É o estudo das próprias probabilidades e consequências, dimensionan-
do-as em todos seus aspectos e até estabelecendo prioridades para seu 
tratamento.
Exemplo: Ao identificar as causas prováveis de um incêndio, a empresa 
age no sentido de tratar o risco.
Resposta aos riscos 
De posse desses estudos se faz um esforço para dar resposta aos riscos 
por meio de planos de ação que ensejam estratégias para tentar eliminar, 
prevenir ou mitigar os riscos e ainda financiá-los, por meio de retenção 
financeira das perdas ou pela transferência de riscos, utilizando instrumen-
tos financeiros como os seguros, desde que isso seja possível.
 — Riscos Seguráveis
Relembramos que em seguros, o risco para poder ser coberto, precisa ser 
segurável, o que exige que ele tenha algumas características:
Ser possível
Para que haja possibilidade de seguro, o risco deve existir, ou seja, 
deve haver um evento indesejável, uma probabilidade de ocorrên-
cia e perdas.
Ser futuro
Eventos já ocorridos até o momento da realização do contrato não 
podem ser admitidos como riscos e, portanto, não são seguráveis.
Ser incerto
O risco deve ser aleatório, ou seja, não se sabe previamente quan-
do poderá ocorrer, o que também elimina a intencionalidade.
Independer da vontade das partes contratantes
O risco deve ocorrer de forma acidental e não intencional, sem que 
as partes interfiram.
Ser oneroso ou resultar de sua ocorrência um prejuízo
É necessário que o contratante tenha algum interesse segurável para 
que ele ou seu(s) beneficiário(s) receba(m) indenização, isto é, a ocor-
rência do risco deve comportar uma perda ou prejuízo financeiro.
Ser mensurável
Se o risco não puder ser medido, a seguradora não poderá estabele-
cer um custo adequado para sua aceitação.
12
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Com essas condições atendidas, poderíamos incluir mais duas:
Deve ser de interesse do segurador
O segurador deve querer subscrever o risco, ou seja, este deve estar 
entre os demais riscos que o segurador tem como aceitáveis em seus 
guidelines de subscrição.
Deve ser economicamente viável
Seu preço deve ter, ao mesmo tempo, capacidade de gerar contri-
buição para a manutenção do mútuo e apreço comercial, ser viável 
para os segurados.
Além disso, o risco quando é segurável, deve cumprir três funções:
Social
O seguro oferece proteção às pessoas com relação a perdas e 
danos que possam sofrer no futuro, atingindo elas próprias ou suas 
propriedades ou bens. Assim, verificamos que uma pessoa que se 
preocupa em resguardar a si ou seus bens contra os prováveis 
riscos a que estão expostos em seu dia a dia, adotando medidas 
de prevenção e contratando seguros, está sendo previdente. A 
indenização auxilia a própria pessoa ou seus beneficiários a repor 
as perdas materiais;
Redução da Incerteza
Na contratação do seguro, sempre há o elemento de incerteza, 
seja quanto à ocorrência (se acontecerá), seja quanto à época 
(quando acontecerá). Nos seguros de vida, a incerteza se refere 
somente à época em que os eventos podem ocorrer. As pessoas 
contratam seguros para reduzir essa incerteza. As seguradoras 
medem o efeito das incertezas e o precificam, medem os riscos e 
precificam os seguros, ofertando, em vários produtos, coberturas 
para os riscos expostos.
Solidariedade
É uma característica que se apresenta de diversas formas em nos-
so cotidiano, mas em seguros, manifesta-se pelo mutualismo, que 
é a ação solidária de grupos de pessoas sujeitas aos mesmos ris-
cos, as quais se organizam com o objetivo de prestar auxílio umas 
às outras nas ocasiões em que os riscos se materializam e geram 
consequências negativas. As seguradoras existem para organizar 
e administrar o mutualismo.
13
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 TRANSFERÊNCIA DE RISCOS 
Segundo a ISO 31000 (2009), “o tratamento de riscos envolve a seleção de 
uma ou mais opções para modificar os riscos e a implementação dessas 
opções. Uma vez implementado, o tratamento fornece novos controles ou 
modifica os existentes”.
Desse modo, tratar os riscos envolve empreender estratégias para os fins 
que se pretende atingir. Há riscos positivos e negativos, respectivamente, 
quando se está pensando em perder ou em ganhar.
As estratégias para resposta ou tratamento dos riscos, quando se está com 
o foco em tratar as perdas, passa por duas vertentes: procedimentais ou 
financeiras. A primeira tem a ver, como vimos, com ações para eliminar, 
prevenir ou mitigar os riscos. A segunda, quase sempre em associação 
com a primeira, tem a ver com o financiamento dos riscos.
É importante lembrar que empresas e pessoas apresentam riscos distintos, 
seja por sua ocupação (no caso de pessoas) seja pela atividade empresa-
rial (no caso das empresas), motivo pelo qual seria quase impossível deter-
minar um mesmo valor de seguro para empresas e pessoas de diferentes 
perfis. Cabe ao corretor de seguros ficar atento a essas diversidades e 
ofertar o seguro de acordo com o risco proposto.
 — Procedimentais
Eliminar o risco
Realiza-se por meio da interferência na ocorrência do risco, com 
intuito de eliminar a probabilidade de que aconteça ou suas res-
pectivas consequências, o que raramente se consegue, mas aca-
ba contribuindo para se entender melhor o risco, suas fontes, o 
evento, a probabilidade e as consequências.
Prevenir o risco
A prevenção é sempre o método mais eficiente para tratar os ris-
cos, sobretudo, porque ataca as causas, reduzindo a probabilida-
de de ocorrência dos eventos e até suas consequências.
Mitigar o risco
Realiza-se atenuando os seus efeitos, por meio de uma diversi-
dade de ações para reduzir a probabilidade de ocorrência ou o 
impacto das consequências.
14
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 — Financiamento dos Riscos
Retero risco
Algumas empresas e até mesmo pessoas têm condições financei-
ras para reter os riscos, ou parte deles, e fazer frente às possíveis 
perdas. É uma espécie de autosseguro que se faz de forma volun-
tária. Quando a retenção é imposta, recebe o nome de adoção do 
risco e é comum quando não se encontram condições de transfe-
rência do risco.
Transferir o risco
Há duas formas de transferência dos riscos: por meio de instru-
mento financeiros complexos, que exigem poupança e investimen-
to, e por seguros, que é o método mais usual e, quase sempre, 
economicamente viável.
O processo de transferência de riscos se inicia com a tomada de decisão de 
encontrar opções para transferir os riscos que não se consegue reter para o 
mercado de seguros, tendo em mente que será necessário pagar por isso, 
razão pela qual sempre há de se analisar os custos e os benefícios.
Dentre as vantagens em contratar seguros, estão, por exemplo:
 ■ Participar do mútuo, dividindo o impacto e a responsabilidade por 
possíveis perdas com o segurador, que administra o mútuo em 
nome de outras pessoas e empresas, as quais, da mesma forma, 
resolveram aderir, o que permite pagar um prêmio proporcional-
mente pequeno, em face da exposição a riscos.
 ■ Ter o patrimônio pessoal ou empresarial protegido assim como a 
própria pessoa, suas famílias e os funcionários.
 ■ O contrato de seguros estabelece tudo o que está ou não coberto, 
bem como direitos e deveres das partes.
 ■ Acesso a serviços emergenciais e de conveniência.
 ■ Substituição de instrumentos bancários de garantia, em condições 
muito mais acessíveis financeiramente.
 ■ Minimizar as preocupações financeiras por ações ou omissões 
que venham causar danos morais ou materiais a terceiros.
Na intermediação do processo de transferência de riscos é fundamental 
que se possa contar com um corretor de seguros devidamente habilita-
do, pois será necessário traduzir as exposições a riscos em coberturas de 
seguros e ofertar às seguradoras, para que essas possam retornar com 
opções de cotações de seguros e as condições para sua contratação, o 
que, quase sempre, é muito complicado para as pessoas, mas consiste no 
dia a dia desses profissionais.
15
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Cada aspecto visto acima se aplica a todos os riscos, de pessoas e de empresas.
Os corretores de seguros têm um papel fundamental no entendimento dos 
riscos e no recolhimento de informações que possam substanciar a trans-
ferência de riscos.
 SUBSCRIÇÃO DE RISCOS 
Como as operações das empresas são fontes de riscos e os eventos inde-
sejáveis são o incêndio, entre outros acidentes, para que se possa subscre-
ver e precificar os seguros, é necessário entender qual é a sua exposição 
aos riscos, investigando a probabilidade de ocorrerem e as consequên-
cias financeiras desses riscos, de forma a analisá-los e avaliá-los para que 
sejam entendidas quais são as exposições a riscos que podem gerar pre-
juízos diretos ou indiretos, perda de capacidade produtiva e ameaças à 
própria sobrevivência.
Cabe ao corretor de seguros entender a demanda de cobertura dos ris-
cos da empresa e formatar um plano de seguros que possa, ao mesmo 
tempo, contemplar todas as necessidades de transferência de riscos de 
seus clientes, submetendo o plano ao mercado de seguros por meio de 
seus canais de atendimento comerciais e, eventualmente, por meio dos 
subscritores.
Há um passo a passo que é iniciado quando a oferta chega à seguradora, 
onde o processo de subscrição de riscos começa para que, posteriormente, 
ocorra a precificação dos seguros, que se materializa na cotação de segu-
ros. Em geral, a oferta de transferência de riscos é avaliada pelos subscri-
tores da seguradora para entender suas características, por exemplo, se:
 ■ o risco é segurável;
 ■ os valores definidos pelo segurado para cada cobertura estão 
dentro dos limites da seguradora para o produto de seguro que 
se está ofertando;
 ■ se a atividade do empreendimento ou das pessoas está entre 
aquelas que a seguradora quer subscrever; 
 ■ se há histórico de sinistros.
Os cotadores eletrônicos, acessíveis a partir dos portais das seguradoras, 
quase sempre realizam essas funções sem necessidade de contato físico, 
porque possuem regras que derivam de decisões, previamente, tomadas 
pelas seguradoras sobre os riscos que ela quer aceitar e em que condições 
isso pode ocorrer. A investigação dessas características é realizada com 
16
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
base nas informações prestadas pelos corretores de seguros sobre os 
riscos e as coberturas pretendidas, além de acesso eletrônico aos seus 
próprios bancos de dados e às regras de subscrição.
Na sequência, a seguradora verifica se o que pode ofertar atende ao que 
foi solicitado, ou seja, se o risco está em conformidade com seus objeti-
vos. Ela verifica se precisa alterar algo no que fora solicitado, sobretudo 
em relação aos valores das coberturas (limitações), condições do seguro 
(gerais, especiais ou particulares), necessidade de participação obrigatória 
do segurado e franquias ou se fará recomendações de melhorias das con-
dições físicas ou ainda se simplesmente não deseja aceitar o risco.
Nos seguros de pessoas em geral, não se inspeciona, salvo em alguns 
casos muito específicos para seguros de vida e saúde, quando a segu-
radora quer perceber in loco as condições de trabalho que podem afetar 
as pessoas como, por exemplo, no caso de indústrias químicas onde há 
presença de elementos notadamente nocivos à saúde (hexano, asbestos, 
entre outros). Mas já é comum que os subscritores façam entrevistas com 
os segurados para apurar informações e sanar dúvidas, o que ocorre a 
partir da análise das propostas e das informações ali contidas e a partir da 
análise da DPS – Declaração Pessoal de Saúde –, que é onde o segura-
do fornece várias informações pessoais e também sobre as condições de 
saúde passadas e atuais.
Nos seguros de danos, a inspeção de riscos é um instrumento muito impor-
tante e pode ocorrer antes que a seguradora forneça a cotação ou após a 
entrada da proposta de seguros, fazendo com que ela seja realizada em 
até 15 dias, que é o prazo fixado na legislação para que a seguradora se 
manifeste sobre a aceitação ou não dos riscos.
Os instrumentos de subscrição também incluem questionários que podem 
ser de preenchimento obrigatório no momento da cotação (ou antes dela) 
ou após a seguradora receber a proposta. É comum que, na inspeção de 
riscos, seja verificado se as informações prestadas são fidedignas ou até 
mesmo que seja ampliado o conhecimento dos riscos por meio de pergun-
tas específicas ou entrevistas.
A subscrição de riscos tem alguns pilares:
Ofertar a cobertura adequada
Significa tentar atender às necessidades dos segurados.
Manter padrões de seleção de riscos 
Significa selecionar riscos que atendem aos objetivos fixados pela 
seguradora.
17
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Estabelecer padrões de preço
Os subscritores de risco mantêm o padrão de preço, garantin-
do que os riscos estejam sendo adequadamente classificados e 
ajustando os preços do seguro dentro da alçada de competência 
fixada para esses subscritores, nunca se esquecendo da necessi-
dade de que a arrecadação de prêmio seja suficiente para pagar 
os sinistros e as despesas administrativas e comerciais, mantendo 
um lucro razoável.
Manter um mercado estável
Além do preço, as coberturas que são oferecidas em um ano deve-
riam se manter disponíveis no ano seguinte.
Prestação de serviços
Além dos serviços, tradicionalmente, oferecidos aos corretores tais 
como cotações de seguros, análise de novos negócios e renova-
ções, o mercado tem desenvolvido, principalmente, nos Seguros 
Massificados, serviços assistenciais e emergenciais que podem 
ser importantes para os segurados.
 — Subscritores de Riscos
Classificam-se ossubscritores de riscos em: subscritores de linha e subs-
critores de staff.
Os subscritores de linha são responsáveis pelas operações de subscrição 
no dia a dia, analisando os riscos ofertados às seguradoras e também esta-
belecendo as condições para aceitação dos riscos, ajustando, se neces-
sário, a precificação por meio de descontos ou agravamentos. Para que 
possam fazer um bom trabalho de subscrição, necessitam de informações 
em quantidade e qualidade adequadas.
Os subscritores de staff são responsáveis pela construção dos produtos 
de seguros e dos planos de previdência, decidindo sobre os riscos que 
podem ser ou não aceitos, pela construção das políticas de subscrição 
(aceitação, alçadas e operações) e pelo acompanhamento dos resultados 
de cada produto, corrigindo as taxas, se necessário, ao longo do tempo.
Os subscritores de linha e de staff trabalham juntos, cada um em suas 
funções, para que cada produto de seguros ou plano de previdência se 
mantenha com resultados positivos e atrativos para os segurados.
18
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta:
1. São os riscos que impedem que os objetivos das empresas sejam atin-
gidos e por isso precisam agir no sentido de se protegerem contra eles, o 
que passa por quatro estágios fundamentais:.
(a) Percepção, análise, avaliação e possibilidade dos riscos. 
(b) Percepção, análise, avaliação e resposta aos riscos.
(c) Percepção, incerteza, análise e resposta aos riscos. 
(d) Percepção, subscrição, análise e resposta aos riscos.
(e) Percepção, subscrição, análise e possibilidade dos riscos.
Marque a alternativa correta:
2. Um dos piores obstáculos que uma empresa pode enfrentar é perder sua:
(a) Reputação. (d) Produção.
(b) Conta bancária. (e) Diretoria. 
(c) Autonomia.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa 
correta:
3. Os riscos, quando são seguráveis, devem cumprir três funções:
I) Social.
II) Redução da Incerteza.
III) Onerosa.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira. 
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras. 
19
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Marque a alternativa que preencha corretamente a lacuna:
4. Segundo a ISO 31000 (2009), “o tratamento de riscos envolve a seleção 
de uma ou mais opções para modificar os riscos e a implementação dessas 
opções. Uma vez implementado, o tratamento fornece novos __________ 
ou modifica os existentes”.
(a) riscos (b) eventos (c) controles (d) limites (e) apetites
Marque a alternativa correta:
5. Nos casos em que a seguradora decide inspecionar os riscos, após 
receber a proposta, o prazo máximo para que se manifeste sobre aceitar 
em definitivo os riscos será de:
(a) 7 dias (d) 15 dias
(b) 10 dias (e) 30 dias
(c) 20 dias 
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta
6. A função da subscrição de riscos é manter alguns pilares tais como:
I) Ofertar a cobertura adequada.
II) Manter um mercado instável.
III) Manter padrões de seleção de riscos.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 20
UNIDADE 202
 ■ Identificar os principais 
atores do processo de 
subscrição.
 ■ Realizar corretamente 
a subscrição de riscos 
nos seguros de danos, 
considerando seus 
aspectos.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Realizar corretamente a 
subscrição de riscos com 
base nas preocupações dos 
subscritores e nos cuidados 
envolvidos.
⊲ ATORES NOS SEGUROS DE 
DANOS
⊲ FUNÇÕES DA SUBSCRIÇÃO 
DE RISCOS NOS SEGUROS DE 
DANOS
⊲ CARACTERÍSTICAS PARTICULARES 
DOS SEGUROS DE DANOS
⊲ CUIDADOS NA SUBSCRIÇÃO 
NOS SEGUROS DE DANOS
⊲ RISCOS QUE ENVOLVEM A 
GESTÃO DOS PRODUTOS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CARACTERÍSTICAS 
de SUBSCRIÇÃO dos
RISCOS e SEGUROS de DANOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 21
UNIDADE 2
 ATORES NOS SEGUROS DE DANOS 
Nos seguros de danos, há sempre os atores:
 ■ Segurado – pessoa física ou jurídica que contrata o seguro.
 ■ Seguradora – pessoa jurídica obrigatoriamente constituída sob 
a forma de sociedade anônima, que assume a responsabilidade 
pela cobertura dos riscos especificados na apólice, mediante o 
recebimento do prêmio correspondente.
 ■ Corretor de seguros – pessoa física ou jurídica que faz a interme-
diação da contratação do seguro.
 FUNÇÕES DA SUBSCRIÇÃO DE RISCOS 
 NOS SEGUROS DE DANOS 
Há uma série de funções da subscrição nos seguros de danos:
Seleção de Riscos e Segurados 
O processo de seleção de segurados visa evitar que proponentes 
adquiram os produtos da seguradora por preços e condições que 
não reflitam suas exposições a perdas, impedindo assim, uma pre-
cificação injusta.
O processo de seleção de riscos e segurados possibilita às segu-
radoras distribuir sua capacidade disponível na busca da pulveriza-
ção adequada das exposições a perdas por distribuição geográfi-
ca, classe de risco, tamanho dos riscos e ramo de negócios.
22
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
O processo de seleção é dinâmico. Cada risco aceito deve ser 
monitorado para verificar se continua mantendo as condições que 
geraram sua aceitação. Isso ocorre por meio do acompanhamento 
de índices de sinistralidade da carteira de seguros.
Vale ressaltar que a seguradora não pode alterar as condições 
contratuais, mas tem o direito de pedir todas as informações para 
subscrição dos riscos e, após a emissão da apólice, acompanhá-los 
ou mesmo chamar corretores e segurados para reuniões, a fim de 
saber se eventuais sinistros são situações pontuais e se estão sendo 
tomadas providências para que as exposições estejam sob controle.
Medidas de correção podem ser necessárias para segurados com 
sinistralidade excessiva ou sujeitas à seleção adversa, que passam 
por revisão de taxas para a renovação dos seguros.
O processo bem-sucedido de seleção de segurados cria progra-
mas de seguros e processos de gerenciamento de riscos que 
atraem proponentes com perfil desejado para composição da car-
teira da seguradora.
Enquadramento dos Riscos
O correto enquadramento dos riscos é necessário para determinar 
sua exposição a perdas e sua correta taxação. Em outras palavras, 
é necessário que os segurados estejam agrupados corretamente 
em classes de riscos relativos às suas atividades, que devem ter 
frequência e severidade de perdas próximas, permitindo a cobran-
ça do prêmio adequado que, por sua vez, possibilite o pagamento 
das perdas incorridas, das despesas operacionais e a obtenção de 
lucro razoável.
Em uma mesma classe de riscos, podem ser construídas subclas-
ses de riscos para abrigar características particulares das ativida-
des. Em processos maduros, e que têm muitos itens segurados, 
essas classificações se submetem também às segmentações geo-
gráficas, chamadas de região de risco. Dessa forma, por exemplo, 
um determinado risco pode ter uma taxa no Rio Grande do Sul e 
outra distinta no Amazonas, em face da influência dos fatores cli-
máticos. Também se aplica a avaliação das condições ambientais 
e até mesmo das condições produtivas, que podem indicar expo-
sições mais agravadas.
Isso mostra o quanto é desafiador precificar e subscrever riscos no 
Brasil, pois se trata de um país geograficamente muito extenso e 
com enorme variação climática
23
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
O enquadramento equivocado de riscos pode implicar a inabilida-
de de fazer frente aos sinistros e às despesas administrativas ouà falta de condições de venda de produtos em função do preço 
inferior dos produtos concorrentes.
Determinação da Cobertura Apropriada
Embora a competência da determinação da cobertura apropriada 
para seus segurados seja dos corretores de seguros, o subscri-
tor de riscos pode oferecer assistência técnica nessa tarefa. Tal 
assistência pode variar desde assegurar que as condições cor-
retas estejam anexas à apólice até a redação de cláusulas para 
atender a riscos complexos e únicos.
Determinação do Preço Adequado
A taxação adequada deve permitir que a seguradora continue a 
subscrever riscos rentáveis e que seus produtos sejam competiti-
vos com os produtos das outras seguradoras.
 — O Papel dos Atuários e Estatísticos 
na Concepção, Subscrição e 
Precificação de Seguros de Danos
Os atuários e estatísticos têm papel importante no seguro de danos. São 
profissionais que, juntos, mensuram e administram os impactos financeiros 
de riscos futuros, desenvolvem e validam modelos financeiros para guiar a 
tomada de decisões, são responsáveis pela análise de provisões técnicas 
(reservas), provisão de sinistros e provisão de prêmios. Utilizam-se de dados 
históricos (ocorridos) para fazer seus estudos.
Em parceria com o subscritor de staff, são responsáveis pela quantificação/
análise de riscos e segmentação de segurados/clientes.
Ambos têm como ferramenta de trabalho as probabilidades, um dos fatores 
que compõem o estudo dos riscos, agregam também os conceitos de incer-
teza e chance, são tão antigos quanto as civilizações que nos precederam 
e encontram aplicações em diversas áreas tais como medicina, loterias e 
jogos, previsão do clima, finanças e seguros.
A atuação desses profissionais em apoio às atividades diretas de subscri-
ção é fundamental, sobretudo porque eles detêm o conhecimento de con-
ceitos e métodos matemáticos avançados para a determinação de taxas 
de seguro e do acompanhamento da performance dos produtos, corrigin-
do os rumos quando necessário e também no atendimento das práticas 
advindas da legislação regulatória.
24
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 CARACTERÍSTICAS PARTICULARES 
 DOS SEGUROS DE DANOS 
As características fundamentais dos seguros de danos são:
Forma de Contratação
Podem ser contratados de duas formas: Proporcional e Não Pro-
porcional. Tanto a contratação a risco total quanto a risco relativo 
são proporcionais, enquanto a contratação a risco absoluto é não 
proporcional, como veremos neste manual.
Modalidades de Estruturação das Coberturas
As garantias nos seguros de danos são estruturadas em garantias 
básicas e acessórias ou adicionais. Para cada uma delas, deverá 
ser atribuído um valor que corresponda aos bens móveis e imóveis 
em risco, segundo as características da própria cobertura (bens 
não excluídos).
Nos seguros de danos, a garantia prometida não pode ultrapas-
sar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do 
contrato, sob pena deste perder o direito à garantia, além de ficar 
obrigado ao prêmio vencido e sem prejuízo da ação penal que, no 
caso, couber.
O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes 
ou consequentes, ou seja, os estragos ocasionados para evitar o 
sinistro, minorar o dano ou salvar a coisa.
Bens e Riscos
O objetivo do seguro de danos é garantir ao segurado, até o limite 
máximo de garantia e de acordo com as condições do contrato, o 
pagamento de indenização por prejuízos, devidamente comprova-
dos, diretamente decorrentes de perdas ou danos causados aos 
bens segurados, ocorridos no local segurado, em consequência 
de risco coberto. Os bens garantidos pelo seguro devem estar 
especificados na apólice, segundo o endereço de risco. As especi-
ficações e as condições da apólice definirão as garantias, os bens 
e riscos cobertos ou excluídos.
25
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 CUIDADOS NA SUBSCRIÇÃO 
 NOS SEGUROS DE DANOS 
O principal custo de uma companhia seguradora é o sinistro, e isso faz com 
que deva existir uma preocupação muito forte na seleção dos riscos que a 
seguradora venha a assumir.
Por exemplo, no segmento de seguro de danos, não é recomendável que 
uma companhia aceite riscos não padronizados, se a atividade principal a 
expõe mais ao risco de perdas do que àquele que se poderia esperar. Por 
exemplo, a aceitação de residências de padrão inferior ou até mesmo ris-
cos complexos, de forma massificada. Esses riscos devem ser analisados 
um a um, de forma tailor made (sob medida) e precificados da mesma for-
ma, com todos os cuidados. O subscritor deve estar atento às informações 
contidas no questionário de avaliação de riscos, que pode ser preenchido 
pelo proponente (pessoa que deseja contratar o seguro) ou pelo corretor 
de seguros, desde que as informações sejam prestadas pelo proponente. 
Com base nas informações prestadas, o subscritor será capaz de identifi-
car se o empreendimento pode ser considerado um risco padrão ou não.
A subscrição de risco também passa por outras análises, que levam em conta o 
risco moral, considerando informações variadas. Essas informações são impor-
tantes para a análise do risco, pois podem existir indícios ou predisposição de 
fraude que, se forem, antecipadamente, identificados, certamente poderão evitar 
problemas futuros. A avaliação do risco de crédito e o cruzamento de informa-
ções cadastrais com bancos de dados especializados são de suma importância 
para avaliar o risco das empresas e de seus sócios, e prevenir possíveis fraudes.
A Circular SUSEP 445/2012 dispõe sobre os controles internos específicos 
para a prevenção e combate dos crimes de “lavagem” ou ocultação de 
bens, direitos e valores, ou os crimes que com eles possam relacionar-se, o 
acompanhamento das operações realizadas e as propostas de operações 
com pessoas politicamente expostas, bem como a prevenção e coibição 
do financiamento ao terrorismo.
Há uma série de outros cuidados que os subscritores de riscos conhecem 
bem e que fazem parte dos guias de subscrição que, em alguns casos, são 
elaborados para cada uma das atividades de risco ou pelo menos para 
aquelas consideradas mais agravadas.
26
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 RISCOS QUE ENVOLVEM A 
 GESTÃO DOS PRODUTOS 
Há vários riscos que preocupam os subscritores em relação à gestão dos pro-
dutos de seguros, os quais têm a ver com fenômenos que podem alterar o que 
fora previamente planejado. A ocorrência desses riscos quase sempre ocasiona 
implicações nos resultados e, por isso é acompanhada de forma contínua. São 
chamados de riscos de subscrição, sendo eles: 
Risco de assimetria 
das informações
Risco de aceitação de seleções 
adversas por ausência de infor-
mações fidedignas prestadas pe-
los segurados e corretores, e não 
verificadas pela subscrição.
Risco de sinistralidade
Risco de perda resultante de alter-
ações no nível, tendência ou vola-
tilidade das taxas de sinistralidade, 
em que um crescimento na taxa 
de sinistralidade leva a um cresci-
mento no valor das provisões.
Risco de despesas
Risco de perda resultante de 
alterações no nível, tendência ou 
volatilidade das despesas incor-
ridas na prestação de serviços 
de contratos de seguros ou de 
resseguros.
Risco de catástrofe
Risco de perda resultante de 
incertezas significativas na precifi-
cação e hipóteses utilizadas no 
provisionamento relacionadas a 
eventos extremos ou não regu-
lares.
Isso quer dizer que, além dos riscos mais tradicionais, os subscritores devem 
estar atentos também ao que ocorre no mercado, porque, por exemplo, uma cri-
se econômica pode intensificar o movimento de inadimplência, o que altera sen-
sivelmente os resultados, assim como novas legislações podem exigir maior alo-
cação de capitais e até mesmo impor aumento de taxas, em caso extremo.
Os riscos de subscrição são oriundos de uma situação econômica adversa, 
que contraria tantoas expectativas da sociedade no momento da elabora-
ção de sua política de subscrição quanto as incertezas existentes na esti-
mação das provisões (Circular SUSEP 253/04).
27
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Portanto, o controle e o monitoramento dos resultados são uma das ativi-
dades importantes que as áreas de subscrição exercem no dia a dia.
Vale lembrar que as sociedades seguradoras de seguros de danos devem 
constituir as seguintes provisões técnicas, quando necessárias:
 ■ Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG).
 ■ Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL).
 ■ Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR).
 ■ Outras Provisões Técnicas (OPT).
Todas essas provisões, que fazem parte da gestão de seguros, são conse-
quências naturais da atividade, mas seu cálculo e seu acompanhamento 
exigem especialização, e, por isso essas provisões são executadas e 
supervisionadas pelo Departamento Atuarial da seguradora. É claro que 
todas essas provisões devem ser previstas na composição dos prêmios, o 
que também implica conhecimento de todos os detalhes da operação, das 
próprias carteiras e dos produtos de seguros.
28
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa que preenche corretamente a lacuna:
1. A ___________ adequada deve permitir que a seguradora continue a 
subscrever riscos rentáveis e que seus produtos sejam competitivos com 
os produtos das outras seguradoras.
(a) Sinistralidade. (d) Análise.
(b) Cobertura. (e) Avaliação.
(c) Taxação.
Marque a alternativa correta:
2. Os seguros de danos podem ser contratados de duas formas:
(a) Simples e composta. (d) Livre ou condicionada.
(b) Direta e indireta. (e) Simples ou ampla.
(c) Proporcional e não proporcional.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:
3. Dentre os riscos que podem estar envolvidos na gestão de seguros de 
danos pelas seguradoras, podemos citar os de:
I) Sinistralidade. 
II) Despesas.
III) Catástrofe.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.
29
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Marque a alternativa que preencha corretamente a lacuna:
4. Os riscos de _______________ são oriundos de uma situação econômi-
ca adversa, que contraria tanto as expectativas da sociedade no momento 
da elaboração de sua política de subscrição quanto as incertezas existen-
tes na estimação das provisões (Circular SUSEP 253/04).
(a) Incêndio. (c) Mercado. (e) Taxas de juros.
(b) Provisão. (d) Subscrição. 
Marque a alternativa correta:
5. Há possibilidade de ocorrer risco de assimetria das informações quando 
são aceitos seguros de:
(a) Riscos diversos. (d) Lucros cessantes.
(b) Danos. (e) Informações adversas.
(c) Seleções adversas dos segurados.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 30
UNIDADE 303
 ■ Entender como os riscos 
são estudados pelas 
seguradoras.
 ■ Saber o que são 
probabilidades e como são 
utilizadas para precificar 
seguros.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Saber como as 
consequências são medidas 
e como influenciam a 
precificação dos seguros.
⊲ CÁLCULO MATEMÁTICO DO RISCO
⊲ ESTUDO DAS PROBABILIDADES
⊲ PRÊMIO DE RISCO (PR) OU 
ESPERANÇA MATEMÁTICA (E)
⊲ TIPOS DE PRÊMIOS EM SEGUROS
⊲ FORMAS DE CONTRATAÇÃO 
E SEUS IMPACTOS NA 
PRECIFICAÇÃO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
ESTUDOS dos RISCOS, 
PROBABILIDADES, 
CONSEQUÊNCIAS e
suas INFLUÊNCIAS nos PRÊMIOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 31
UNIDADE 3
 CÁLCULO MATEMÁTICO 
 DO RISCO 
A quantificação dos riscos é, muitas vezes, subjetiva, por ser relativamen-
te difícil atribuir valores consistentes para estimá-los. Por exemplo, valora-
ções sobre informações tais como probabilidades e consequências são, 
na maioria das vezes, estimadas por pessoas com diferentes origens e 
personalidades, especialistas ou não, o que remete à incerteza dos valores 
estimados, em função dessas individualidades.
Diz-se que risco ou exposição ao risco significa o produto entre a proba-
bilidade de um evento indesejável (negativo) ou desejável (positivo) vir a 
ocorrer e a magnitude das consequências, ou seja: 
Risco = Probabilidade de Ocorrência × Magnitude das Consequências
Quase sempre, quando se está estudando a probabilidade de algum evento 
ocorrer, há sempre duas ponderações a fazer: a primeira é que se trata de 
uma grandeza adimensional. A segunda é que importa estimar a probabili-
dade em um determinado espaço de tempo. Desse modo, falar em probabi-
lidade no tempo não é nenhum absurdo, sobretudo em seguros, em que a 
medição de riscos se faz levando em consideração o período de exposição 
ao risco, que é o período de cobertura da apólice de seguro (quase sempre 
um ano). Portanto, dizer que há, por exemplo, 1% de probabilidade ao ano 
de um bem ser perdido é bastante razoável para nosso mercado.
Em relação às consequências, para tentar resolver o problema da subjetividade, 
a solução é fugir das análises qualitativas e tentar quantificar as possíveis perdas 
em termos financeiros, o que é plenamente possível para os riscos puros. 
32
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Dessa forma, podemos dizer que a proteção das exposições a riscos 
pode se fazer por meio da transferência de riscos ao mercado de seguros, 
desde que isso seja justo e economicamente vantajoso para o segurado, 
pelo princípio do mutualismo.
Exemplo
Sabendo-se que há uma probabilidade de incêndio estimada em 5% para o próximo ano e 
que, ocorrendo, pode trazer uma perda de R$ 10.000,00, qual é o risco exposto?
Solução: Risco = ?
Probabilidade = 5% (0,05) ao ano Consequências = R$ 10.000,00 
Substituindo, teremos:
Risco = 0,05/ano × R$ 10.000,00 = R$ 500,00, que é a exposição anual ao risco.
O exercício acima nos traz uma revelação importante, que você poderá facilmente de-
duzir. Imagine que para cobrir a exposição a risco, fosse apresentada uma cotação de 
seguro no valor de R$ 1.000,00. Obviamente, o proprietário do risco declinaria a oferta, 
porque seria melhor “correr o risco”, pelo menos em termos financeiros, mas se a ele 
fosse apresentada uma cotação de seguro de R$ 200,00, provavelmente, perceberia 
valor agregado e contrataria o seguro.
 ESTUDO DAS 
 PROBABILIDADES 
Para definir e estudar as probabilidades, é necessário recorrer a vários con-
ceitos importantes da Teoria dos Conjuntos (espaço amostral, evento, con-
junto, elemento, subconjunto, conjunto vazio) para que se possa compre-
ender seu significado e suas aplicações.
I. Espaço das Possibilidades 
Denomina-se Espaço das Possibilidades ou Espaço Amostral o 
conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento. 
Representaremos o espaço amostral por S (de space, em inglês). 
33
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Exemplos de experimentos:
LANÇAR UMA MOEDA HONESTA 
uma moeda tem duas faces
S = {cara, coroa}
LANÇAR UM DADO
um dado tem seis lados
S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
LANÇAR DUAS MOEDAS
Espaço amostral permite 
várias combinações possíveis
S = {(cara, coroa), (cara, cara),
(coroa, cara), (coroa, coroa)}
Em seguros, consideramos que o nosso espaço amostral é dado 
pela quantidade de itens, seja ela de apólices contratadas seja de 
segurados potenciais.
II. Evento
É um subconjunto de um espaço amostral, definindo um resultado 
bem determinado, que se quer observar. O evento pode ser um 
único ponto amostral ou uma reunião deles.
Exemplo
Lançam-se dois dados. Enumerar os seguintes eventos:
A: saída de faces iguais;
B: saída de faces cuja soma seja igual a 10;
C: saída de faces cuja soma seja menor que 2;
D: saída de faces cuja soma seja menor que15; 
E: saída de faces das quais uma é o dobro da outra.
O espaço amostral no nosso exemplo é o conjunto de resultados possíveis:
S = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (1, 6), (2, 1), (2, 2), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (2, 6), (3, 1), (3, 2), (3, 3), (3,4), 
(3, 5), (3, 6), (4, 1), (4, 2), (4, 3), (4, 4), (4, 5), (4, 6), (5, 1), (5, 2), (5, 3), (5, 4), (5, 5), (5, 6), (6, 1), (6, 2), 
(6, 3), (6, 4), (6, 5), (6, 6)}
Logo, os eventos pedidos são:
34
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Concluímos que eventos são os resultados que queremos enten-
der melhor ou obter, a partir de um conjunto de eventos possí-
veis. Os eventos são aleatórios quando não há nenhuma condição 
externa que interfira diretamente. 
III. Probabilidade
É um número associado à ocorrência de um evento, destinado a 
medir sua possibilidade de ocorrência, compreendido no intervalo 
[0,1]. Dessa forma, não existe probabilidade negativa ou maior que 1.
Em seguros, estudar as probabilidades é fundamental para que 
se possa ter ideia do potencial de ocorrência dos eventos e para 
poder precificá-los.
A fórmula matemática para cálculo da probabilidade é:
P = número de casos favoráveis / número de casos possíveis
Onde:
Número de casos favoráveis = eventos 
Número de casos possíveis = espaço amostral
No caso dos eventos descritos no exemplo, as probabilidades de ocorrên-
cia seriam iguais a:
P(A) = 6/36 = 1/6 – evento possível 
P(B) = 3/36 = 1/12 – evento possível 
P(C) = 0/36 = 0 – evento impossível 
P(D) = 36/36 = 1 – evento certo 
P(E) = 6/36 = 1/6 – evento possível
Podemos concluir que se a probabilidade associada à ocorrência de um 
evento for igual a zero, o evento é impossível, enquanto, se o resultado for 
igual a um, dizemos que o evento é certo. Se o resultado estiver compreen-
dido entre zero e um, dizemos que se trata de um evento possível.
A = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (4, 4), (5, 5), (6, 6)};
B = {(4, 6), (5, 5), (6, 4)};
C = Ø (evento impossível); 
D = S (evento certo); 
E = {(1, 2), (2, 1), (2, 4), (3, 6), (4, 2), (6, 3)}.
35
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 PRÊMIO DE RISCO (PR) OU 
 ESPERANÇA MATEMÁTICA (E) 
A esperança matemática (E) representa o preço matemático, que em segu-
ro, chamamos de prêmio de risco ou prêmio estatístico.
A esperança matemática é um componente importante na obtenção do 
valor do prêmio ou da prestação que o segurado paga ao segurador para 
que este assuma a responsabilidade pela transferência de risco. Seu valor 
é dado pela multiplicação do ganho esperado pela probabilidade de ganho 
e pelo fator de desconto financeiro (Vn). 
PR = E = Q × p × Vn
 Onde:
E = esperança matemática; 
Q = ganho esperado;
p = probabilidade;
Vn = fator de desconto financeiro.
Exemplo
A probabilidade de perda de um automóvel, por sinistro, é de 8% ao ano (0,08). Saben-
do-se que esse automóvel vale R$ 40.000,00, calcule o prêmio de risco (PR) sem utilizar 
o fator de desconto (desprezado).
Solução:
Prêmio de risco (prêmio para pagar sinistros) é o mesmo que esperança matemática (E).
Assim, utilizando a fórmula PR = E = p × Q × Vn, temos que:
p = 0,08
Q = R$ 40.000
Vn = 1 (desprezado) 
Substituindo:
PR = E = 0,08 × 40.000 × 1 = R$ 3.200,00
Logo, o prêmio de risco é de R$ 3.200,00.
36
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 TIPOS DE PRÊMIOS EM SEGUROS 
 — Prêmio de Risco (PR) ou 
Prêmio Estatístico (PE)
É importante entender que em seguros, olha-se para o passado a fim de 
projetar o futuro, e assim o prêmio de risco poderá ser calculado utilizan-
do a frequência de sinistros (verificada em uma determinada região, em 
um determinado espaço de tempo) pela quantidade de unidades expostas, 
mas no dia a dia de uma seguradora, procura-se entender o que acontecerá 
com essa frequência a fim de prever sua evolução posterior e assim estimar 
com mais precisão a probabilidade de ocorrência de sinistros no futuro.
Como o prêmio de risco (PR) ou prêmio estatístico (PE) também pode ser 
definido como esperança matemática, podemos observar o exemplo ante-
rior para ilustrar sua definição.
Um automóvel no valor de R$ 40.000,00, cuja probabilidade de perda é de 
8%, teríamos um prêmio de risco no valor de R$ 3.200,00.
Vamos agora aproveitar os dados e conceitos estudados até aqui e transpor-
tá-los para uma realidade de análise de carteira de seguros, apresentando 
formalmente como se dá o cálculo do Prêmio de Risco na prática. Imagine 
uma carteira totalmente hipotética, conforme simples exemplo a seguir:
Exemplo: Imagine uma carteira que no passado apresentou, em determinada 
região do país, 100.000 veículos segurados de uma determinada categoria 
Curiosidade
A matemática, por vezes, pode parecer complicada quando não se dá sentido prático a 
ela. Em seguros, é importante conhecer o prêmio de risco para que se possa estabele-
cer as taxas a serem acrescidas de outros fatores, a fim de determinar o prêmio comer-
cial dos seguros.
Imagine que no exemplo anterior, as estatísticas do mercado de seguros de automóveis 
determinaram que para uma determinada região, a probabilidade de ocorrer um assalto 
em que o veículo é levado pelos assaltantes é de 8 veículos em cada 100 veículos segura-
dos. Isso significa que há uma probabilidade de ocorrência de 8% e ela incide sobre todos 
os segurados. Para pagar os sinistros e não ter prejuízos, a seguradora terá de aplicar uma 
taxa de 8% sobre o valor de todos os veículos segurados, a fim de poder fazer frente aos 
sinistros (imaginando que todos tenham o mesmo valor, por simplificação). Isso quer dizer 
que ela terá de recolher prêmios de R$ 3.200,00 de cada um dos 100 segurados.
37
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
(itens segurados expostos) em 12 meses e que possuíam individualmente 
R$ 40.000,00 de valor em risco (todos veículos de mesmo valor por simpli-
ficação). A seguradora está analisando o risco de Roubo deste tipo de veículo 
para a carteira em referência. Esta carteira registrou no tempo estudado 8.000 
roubos de veículos, totalizando R$ 320.000.000,00 em indenizações.
Como verificamos até a aqui, o Prêmio de Risco representa aquilo que 
deveria ser cobrado por cada item segurado para arcar com a totalidade 
daquilo que foi pago em termos de indenização de sinistros para a totali-
dade da carteira no tempo (dentro do conceito de mutualismo). Assim, de 
forma intuitiva, podemos estimar o Prêmio de Risco dividindo-se a totali-
dade do que foi pago de indenização pela totalidade de itens expostos da 
seguinte forma:
Prêmio de Risco = Total Indenizado / Nº Itens Expostos
Prêmio de Risco = R$ 320.000.000,00 / 100.000 = R$ 3.200,00
Outra forma de obter o Prêmio de Risco se dá pela multiplicação da Fre-
quência dos eventos de Roubo pela Indenização Média registrada no tem-
po, da seguinte forma:
Frequência de Roubo = nº de itens sinistrados / Nº de itens expostos
Frequência de Roubo = 8.000/100.000 = 8%
Indenização Média = total indenizado / quantidade de indenizações
Indenização Média = R$ 320.000.000,00 / 8.000 = R$ 40.000,00
Prêmio de Risco = Frequência X Indenização Média
Prêmio de Risco = 8% X R$40.000,00 = R$ 3.200,00 
 — Prêmio Puro
Como o futuro é sempre incerto, adiciona-se ao Prêmio de Risco um carre-
gamento de segurança como prevenção para cobrir flutuações inespera-
das quanto à sinistralidade futura, por exemplo. No exemplo avaliado até 
aqui, as condições de segurança na região de atuação podem piorar oca-
sionando variações na probabilidade de ocorrência de roubo de veículos, 
alterando a frequência estimada.
É interessante notar que além do fator de ajuste da probabilidade, tam-
bém deve-se considerar um fator de incerteza ou de subjetividade. Quanto 
maior for a incerteza, maior será o valor do fator de incerteza a ser adicio-
nado e vice-versa.
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UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Ao ajustarmos o Prêmio de Risco, obtemos o Prêmio Puro.Portanto, o prêmio puro será igual a:
PP (Prêmio Puro) = PR (Prêmio de Risco) X (1 + Carregamento Estatístico)
Onde:
Carregamento Estatístico = Fator de Ajuste da Probabilidade + Fator de 
Incerteza
Analisando o exemplo anterior do automóvel, cujo prêmio de risco é de 
R$ 3.200.
Caso a seguradora acredite que a probabilidade de roubo desse automó-
vel possa aumentar, ela pode acrescentar um carregamento estatístico, no 
qual acrescentará um percentual ao prêmio de risco.
Acrescentando um carregamento de 5% sobre o prêmio de risco no valor 
de R$ 3.200,00:
PP = PR X (1 + C)
PP = 3.200 X (1 + 0,05)
PP = 3.200 X 1,05
PP = 3.360,00
Logo, o prêmio que seria de R$ 3.200,00 passa a ser de R$ 3.360,00 por 
conta do carregamento estatístico.
 — Prêmio Comercial
Corresponde ao prêmio puro acrescido do carregamento para as des-
pesas da seguradora relativas à comissão de corretagem e às despesas 
administrativas, incluindo uma margem para lucro.
Prêmio Comercial = Prêmio Puro / [1 – (% Comissionamento
+ % Despesas Administrativas + % Lucro)]
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UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Exemplo
Sabendo-se que o prêmio puro de um automóvel é de R$ 3.360,00, a comissão de corre-
tagem é de 15%, o carregamento para as despesas administrativas é de 10% e o lucro é de 
5%, calcule o prêmio comercial.
Solução:
Sabemos que:
Prêmio Puro: R$ 3.360,00
% Comissão de Corretagem = 15%
% Despesas Administrativas = 10%
% Lucro = 5%
Total de Carregamentos = 30%
Substituindo:
PC = 
3.360,00 3.360,00 3.360,00
[1 – (0,15 + 0,10 + 0,05)] (1 – 0,30) 0,70
R$ 4.800,00 = = = 
 — Prêmio Bruto
É igual ao prêmio comercial acrescido das despesas com impostos (IOF), 
que incidem diretamente sobre o prêmio comercial.
No exemplo anterior, utilizando um IOF de 7,38% (comum para os seguros 
de danos), teremos:
Prêmio Bruto = Prêmio Comercial + Alíquota do IOF = R$ 4.800,00 + 7,38% 
= R$ 5.154,24
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UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 FORMAS DE CONTRATAÇÃO E SEUS 
 IMPACTOS NA PRECIFICAÇÃO 
Você já sabe que, dependendo do ramo, os seguros podem ser proporcio-
nais ou não proporcionais.
Seguros proporcionais 
Na ocorrência de sinistros, caso a importância segurada seja inferior ao 
valor do bem, apurado no dia do sinistro (valor em risco), o segurado 
participa dos prejuízos na mesma proporção daquela insuficiência.
Seguros não proporcionais 
Também chamados de seguros a Risco Absoluto, não estabele-
cem a participação do segurado nos sinistros por insuficiência de 
importância segurada. Podem ser contratados a primeiro, segun-
do... enésimo Risco Absoluto.
Entenda que nos seguros proporcionais, as formas de contratação das garan-
tias básicas podem ser proporcionais, ou seja, nas formas a Risco Total (segu-
ros de riscos diversos) e a Risco Relativo (seguros patrimoniais, como os com-
preensivos). Já as garantias adicionais ou acessórias são contratadas de forma 
não proporcional – geralmente a Risco Absoluto.
As taxas aplicadas para as contratações não proporcionais, obviamente, são 
mais elevadas que as para as contratações proporcionais.
41
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 FIXANDO CONCEITOS 3 
Marque a alternativa que preencha corretamente a lacuna:
1. Em relação às consequências, para tentar resolver o problema da subje-
tividade, a solução é fugir das análises ____________ e tentar quantificar 
as possíveis perdas em termos financeiros, o que é plenamente possível 
para os riscos puros.
(a) Quantitativas. (d) Objetivas.
(b) Empíricas. (e) Numéricas.
(c) Qualitativas.
Marque a alternativa correta:
2. O Prêmio de Risco também é chamado de:
(a) Prêmio Bruto. (d) Expectativa Matemática.
(b) Prêmio Comercial. (e) Prêmio Net.
(c) Esperança Matemática.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta:
3. No cálculo dos prêmios de seguros, existem alguns conceitos importan-
tes como:
I) O prêmio puro também é chamado de prêmio estatístico. 
II) Carregamento Estatístico = Fator de Ajuste da Probabilidade + Fator 
de Incerteza.
III) O prêmio comercial corresponde ao prêmio puro acrescido do carrega-
mento para as despesas da seguradora relativas à comissão de cor-
retagem e às despesas administrativas, incluindo uma margem para 
lucro.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.
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FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Marque a alternativa que preencha corretamente a lacuna:
4. Nos seguros proporcionais, as formas de contratação das garantias 
básicas podem ser proporcionais, ou seja, nas formas a Risco Total (segu-
ros de riscos diversos) e a Risco Relativo (seguros patrimoniais, como os 
compreensivos). Já as garantias adicionais ou acessórias são contratadas 
de forma não proporcional – geralmente a __________. 
(a) Risco Total 
(b) Risco Relativo
(c) Risco Absoluto 
(d) Risco Nomeado
(e) Risco Operacional
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 43
UNIDADE 404
 ■ Realizar a precificação 
de seguros conforme 
seus objetivos e os 
modos utilizados pelas 
seguradoras.
 ■ Aplicar os métodos de 
precificação adequados a 
cada situação.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de
 ■ Há competências que 
exigem vários conteúdos, 
isso é comum.
⊲ OBJETIVOS DA PRECIFICAÇÃO
⊲ COMPONENTES DO 
PRÊMIO DE SEGURO
⊲ A INFLUÊNCIA DE OUTROS 
FATORES NA PRECIFICAÇÃO
⊲ PULVERIZAÇÃO DE RISCOS
⊲ MÉTODOS UTILIZADOS 
NA PRECIFICAÇÃO
⊲ ESTATÍSTICAS UTILIZADAS 
NA PRECIFICAÇÃO
⊲ PRECIFICAÇÃO PREDITIVA
⊲ FIXANDO CONCEITOS 4
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
SEGUROS de DANOS
PRECIFICAÇÃO de
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS 44
UNIDADE 4
 OBJETIVOS DA 
 PRECIFICAÇÃO 
O objetivo básico da precificação é o desenvolvimento de taxas de seguros 
que deverão cobrir adequadamente todos os sinistros e suas despesas, 
além das despesas administrativas e de angariação de seguros, propician-
do ainda para a seguradora, um lucro razoável e fundos para contingências.
O processo de precificação é prospectivo, porque as taxas e condições 
são desenvolvidas e fixadas antes da efetiva transferência de risco. Em 
função dessa característica prospectiva, devem ser observados os seguin-
tes princípios:
Princípio 1
A precificação deve refletir as estimativas do valor dos custos futu-
ros, pois o sistema de seguros será financeiramente saudável se 
a precificação propiciar arrecadação suficiente para fazer frente a 
todos os custos envolvidos.
Princípio 2
A precificação deve prever todos os custos associados à transfe-
rência de riscos. Para manter a equidade entre todos segurados, 
todos eles devem contribuir nos custos associados ao processo de 
transferência de riscos. Devido à incerteza dos custos de transfe-
rência de um risco individual, normalmente é utilizada a experiên-
cia acumulada de riscos similares, que depois de sua consolida-
ção, será assumida como sendo o custo da transferência de risco 
individual de uma determinada classe de segurados.
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UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Princípio 3
A precificação deve ser suficiente para cobrir todos os custos 
associados à transferência de um risco individual.
Princípio 4
A precificação deve ter os seguintes atributos: ser razoável, não 
ser excessiva, ser adequada e não ser injustamente discriminatória.
A precificação é desafiadora, porque os custos (sinistros, despesas, lucros 
e contingências) não são conhecidos quando ela é desenvolvida. Os atuá-
rios utilizam diversas técnicas para compensar a incerteza inerente aos 
futuros custos relacionados aos produtos de seguros.
Dessa forma, podemos afirmar que o processo de precificação é “muito mais 
arte do que ciência”, sendo a avaliação e a experiênciapessoal importantís-
simas para o desenvolvimento de sistemas de precificação adequados.
 COMPONENTES DO 
 PRÊMIO DE SEGURO 
Para melhor entendimento da precificação de seguros, é importante anali-
sar os componentes do prêmio de seguros, que são:
 ■ Sinistros, despesas de sinistros, desenvolvimento de sinistros e 
tendências.
 ■ Despesas administrativas e de comercialização de seguros.
 ■ Lucro razoável.
 ■ Fundos para contingências.
 — Sinistros e Despesas de Sinistros
Sinistros
Os sinistros são os valores pagos e os valores a serem pagos pela segura-
dora, representando geralmente o principal custo da seguradora.
Quando se fala em sinistros, devemos ter em mente que além daqueles valo-
res já pagos, existem os que ainda não foram pagos, em função dos procedi-
mentos necessários de regulação e liquidação de sinistros, e também aqueles 
que já ocorreram e ainda não são de conhecimento da seguradora.
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UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Dessa forma, para fins de precificação, devemos considerar:
Sinistro incorrido = (sinistros pagos, referentes a perdas em um determi-
nado período de tempo) + (sinistros pendentes referentes a perdas em 
um determinado período de tempo e que ainda serão pagos) + (sinistros 
que ocorreram, mas ainda não foram avisados – IBNR – Incurred But Not 
Reported).
Despesas de Sinistros
As despesas de sinistros são aquelas que decorrem do processo de regu-
lação e liquidação dos sinistros.
Elas são classificadas em despesas diretas e despesas indiretas.
Despesas diretas
São aquelas que podem ser atribuídas a um sinistro específico, como, por 
exemplo, os honorários advocatícios para a defesa em uma reclamação 
específica de determinado sinistro. Essas despesas diretas, normalmente, 
são incorporadas ao sinistro incorrido.
Despesas indiretas 
Já as despesas de sinistros indiretas não podem ser atribuídas a um sinis-
tro específico como, por exemplo, as despesas associadas ao departamen-
to de sinistros da seguradora.
Desenvolvimento dos Sinistros
Os fatores de desenvolvimento de sinistros são utilizados para ajustar as 
estimativas das reservas dos sinistros incorridos. A reserva de sinistros a 
liquidar (obrigação da seguradora no pagamento de sinistros que já ocor-
reram) é estabelecida no momento do aviso do sinistro à seguradora. 
Quando os sinistros são pagos, esse valor é deduzido da reserva de sinis-
tros a liquidar.
Como as estimativas iniciais dos sinistros a liquidar normalmente sofrem 
alterações no decorrer do processo de regulação e liquidação dos sinis-
tros, a estimativa inicial da reserva de sinistros precisa ser ajustada por 
meio do fator de desenvolvimento de sinistros.
Tendência
Como sinistros e despesas de sinistros são compromissos futuros, são 
necessários ajustes em função de mudanças como inflação, alterações na 
regulação, alterações no ambiente legal, condições de segurança forneci-
das pelo Poder Público, entre outras.
47
UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
A análise das tendências deve contemplar a frequência de sinistros (núme-
ro de sinistros que ocorrem em um determinado período) e a severidade 
dos sinistros (valor monetário dos sinistros).
 — Despesas Administrativas e de 
Comercialização de Seguros
As despesas administrativas e de angariação de seguros abrangem quatro 
grandes grupos, que são:
 ■ Despesas de comercialização – consistem, basicamente, nas comis-
sões pagas aos corretores de seguros (ou agentes).
 ■ Outras despesas – consistem nos custos necessários para proces-
samento e manutenção da conta (pessoas, instalações, equipa-
mentos, infraestrutura, entre outros) bem como custos de serviços 
associados (inspeção de riscos, serviços de monitoramento, assis-
tência ao segurado, entre outros).
 ■ Impostos, em geral, nos âmbitos municipal, estadual e federal.
 ■ Contingências diretas da operação.
 — Lucro Razoável e Fundo 
para Contingências
O lucro razoável se refere ao lucro resultante das operações de subscrição 
de riscos e não considera os resultados financeiros gerados pelas aplica-
ções financeiras.
O fundo para contingências se destina a cobrir as perdas que não podem 
ser adequadamente previstas com base na análise dos dados como, por 
exemplo, flutuações na frequência ou severidade das perdas, perdas 
catastróficas, entre outras.
 A INFLUÊNCIA DE OUTROS 
 FATORES NA PRECIFICAÇÃO 
Além dos quatro componentes de prêmio já analisados, existem outros 
fatores que também devem ser considerados na precificação.
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UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 — Resultados Financeiros
As seguradoras, pela característica de suas operações, são investidores 
institucionais e podem obter ganhos financeiros importantes nessa opera-
ção quando o mercado assim o permite.
Existem importantes fundos administrados pela seguradora, por exemplo, 
a Reserva de Prêmios Não Ganhos, a Reserva de Sinistros a Liquidar e o 
IBNR.
Os ganhos financeiros advindos da administração desse volume de recur-
sos podem, eventualmente:
 ■ ser utilizados para compensar parcial ou totalmente o resultado 
desfavorável das operações da seguradora;
 ■ substituir o terceiro componente do prêmio “lucro razoável e fundo 
para contingências”.
 — Credibilidade
A credibilidade se refere ao nível de confiança da predição dos valores dos 
sinistros futuros e é normalmente discutida no contexto da Lei dos Grandes 
Números. Segundo essa lei, quanto maior o número de unidades de exposição 
similares e independentes, mais acurada será a predição das perdas futuras.
Unidades de exposição similares ou homogêneas são aquelas que têm a 
mesma expectativa de frequência de perdas e severidade de perdas.
 PULVERIZAÇÃO DE RISCOS 
As formas de pulverização de riscos mais utilizadas no mercado de seguros 
são o resseguro e o cosseguro, já apresentados em outros manuais, e tam-
bém a imposição de franquias e de participações obrigatórias dos segurados, 
fazendo com que eles se tornem mais ativos na gestão de seus riscos para 
que não tenham de incorrer nessas participações em eventuais sinistros.
O estabelecimento de franquias e participações obrigatórias dos segurados 
(P.O.S.) faz com que o segurado assuma pequenos prejuízos, eliminando 
pequenos sinistros, geradores de custos administrativos para a seguradora 
e que elevam os resultados estatísticos envolvidos nos cálculos dos prêmios.
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UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 MÉTODOS UTILIZADOS 
 NA PRECIFICAÇÃO 
Serão apresentados três métodos utilizados na precificação:
 ■ Método do prêmio puro.
 ■ Método do índice de sinistralidade.
 ■ Método do julgamento.
 — Método do Prêmio Puro
O método do prêmio puro envolve basicamente três passos:
 ■ Cálculo do prêmio puro.
 ■ Cálculo dos carregamentos (despesas administrativas, despesas 
de angariação de seguros, lucro razoável e contingências).
 ■ Combinação do prêmio puro e dos carregamentos no prêmio por 
unidade exposta.
O cálculo do prêmio puro se refere ao componente da taxa que tem como 
finalidade o pagamento das perdas e, normalmente, das despesas de 
sinistros, já acrescido de um carregamento estatístico. Desse modo, o prê-
mio puro e os custos dos sinistros futuros são equivalentes, conforme visto 
na unidade 3.
A unidade exposta corresponde à fração da unidade de risco ganha no 
período em análise.
 — Método do Índice de Sinistralidade
O Método do Índice de Sinistralidade ajusta o prêmio para valores superiores 
ou inferiores, refletindo as mudanças ocorridas.
Na sua forma básica, o método do índice de sinistralidade envolve a com-
paração de dois índices de sinistralidade: atual e esperado.
O índice de sinistralidade atual corresponde aos sinistros incorridos, dividi-
do pelo prêmio ganho durante determinado período de análise.
O índice de sinistralidade esperado é aquele projetado com base na expe-
riência da seguradora ou nos dados disponíveis do mercado. O cálculo des-
se índiceleva em consideração a projeção dos carregamentos das despesas 
administrativas, despesas de angariação de seguros, lucro razoável e contin-
gências. Por exemplo, uma seguradora com carregamentos esperados de 
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UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
40% pode projetar um índice de sinistralidade de 60%, de tal modo que o 
resultado de sua operação (sem retorno dos investimentos) seja de 100%.
A equação utilizada para calcular o novo preço por unidade exposta é:
 
Coeficiente de Ajuste = (índice de sinistralidade atual / 
índice de sinistralidade esperado)
Preço por Unidade Exposta = (coeficiente de ajuste) × 
(preço por unidade exposta atual)
 — Método do Julgamento
O Método de Precificação por Julgamento é o mais antigo dos três métodos 
e ainda é usado pelos subscritores em algumas linhas de negócios, por exem-
plo, nos Seguros Marítimos e Seguros Aeronáuticos. Esse método é utilizado 
geralmente onde não existem dados estatísticos suficientes, não sendo possí-
vel a aplicação dos métodos anteriormente explanados.
No Método do Julgamento, o subscritor utiliza sua experiência e expertise 
ou procura situações semelhantes possíveis de serem comparadas.
 ESTATÍSTICAS UTILIZADAS 
 NA PRECIFICAÇÃO 
Os métodos utilizados na precificação necessitam de dados estatísticos que 
precisam ser coletados dentro de Métodos preestabelecidos. Por exemplo:
 ■ Para o Método de Precificação do Prêmio Puro, são necessários os 
sinistros incorridos, unidades de exposição ganhas e carregamentos.
 ■ Para o Método do Índice de Sinistralidade, são necessários os 
sinistros incorridos e os prêmios ganhos.
É importante analisar três métodos de coleta de dados estatísticos que pos-
suem vantagens e desvantagens. Faz-se necessário entender a metodologia 
de cada um e por que os métodos podem levar a resultados diferentes.
51
UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 — Método do Ano Apólice 
(Policy Year Method)
Esse é o método mais preciso, pois nele ocorre a exata combinação entre 
sinistros, prêmios e unidades de exposição de determinado grupo segurado.
O Método do Ano Apólice considera todas as apólices com início de vigên-
cia em um determinado período de 12 meses. Toda movimentação de prê-
mios (prêmio original, de endossos, de ajustamentos, de alterações, entre 
outros) e sinistros (sinistros incorridos e despesas de regulação de sinis-
tros) é indexada às apólices do período em análise.
A principal desvantagem desse método é o tempo necessário para a cole-
ta dos dados estatísticos. Se considerarmos como período de análise o 
ano 20X1 e uma apólice A com início de vigência no último dia do ano 
20X1, teremos a vigência da apólice A transcorrendo no ano 20X2. Se 
considerarmos o tempo necessário para eventuais avisos de sinistros da 
apólice A, sua regulação e liquidação, estenderemos o tempo necessário 
para a coleta dos dados estatísticos para o ano 20X3.
Outra desvantagem desse método são as despesas administrativas decor-
rentes dos controles necessários para a coleta dos dados estatísticos. 
Como veremos, os dados estatísticos necessários para os dois métodos 
apresentados a seguir são obtidos, pelo menos em parte, dos registros 
contábeis da seguradora.
 — Método do Ano Calendário 
(Calendar Year Method)
Trata-se do mais antigo e menos preciso método de coleta de dados para 
fins estatísticos.
A principal vantagem desse método é que seus dados são baseados em 
valores compilados para fins contábeis e, portanto, de fácil e rápida dispo-
nibilidade.
Os registros contábeis da seguradora não demonstram os sinistros incorri-
dos, prêmios ganhos e unidades expostas.
Embora não forneça dados exatos, esse método fornece boa estimativa 
em relação aos prêmios ganhos.
O Método do Ano Calendário pode induzir a erros graves na estimativa dos 
sinistros incorridos. A distorção na estimativa de sinistros incorridos de um 
determinado ano ocorre em função da alteração da reserva de sinistros que 
ocorreram em anos anteriores (a alteração pode ocorrer por vários motivos, 
por exemplo, ações judiciais com resultado desfavorável para a seguradora).
52
UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
Outra desvantagem desse método é que os dados contábeis não contêm 
informações sobre as unidades expostas, as quais deverão ser obtidas por 
outros meios.
 — Método do Ano Acidente 
(Accident Year Method)
Esse método é uma conjugação dos outros dois anteriores, combinando 
parte da exatidão do Método do Ano Apólice com a facilidade e a econo-
mia de tempo do Método do Ano Calendário.
No Método do Ano Acidente, os prêmios são calculados pelo mesmo 
Método do Ano Calendário.
A diferença se encontra no cálculo dos sinistros incorridos. Eles são con-
siderados incorridos se o “acidente” ocorrer no período em análise.
Dessa forma, o Método do Ano Acidente evita a maior fonte de erro de 
avaliação do Método do Ano Calendário, pois os dados dos sinistros não 
são afetados pelas mudanças nas reservas de sinistros de eventos de 
ocorrência anterior ao referido período de análise.
A desvantagem desse método é que os prêmios e os sinistros incorridos 
não são atribuídos a um grupo específico de segurados (como ocorre no 
Método do Ano Apólice).
 — Resumo
Resumidamente, as diferenças entre os três métodos de coleta de dados 
estatísticos apresentados são as seguintes:
a) Método do Ano Apólice:
 ■ necessita de base de dados estatísticos própria;
 ■ nesse método, são apurados resultados mais confiáveis, mas o 
tempo necessário para sua coleta é mais longo.
b) Método do Ano Calendário:
 ■ utiliza os registros contábeis para seu cálculo;
 ■ os prêmios e os sinistros incorridos não refletem com exatidão o 
resultado do período em análise.
c) Método do Ano Acidente:
 ■ todos os sinistros ocorridos naquele período são alocados nesse 
ano, independentemente de sua liquidação;
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UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE DANOS
 ■ não é tão preciso como o ano apólice, mas as indicações para as 
alterações de taxas são obtidas mais rapidamente e de maneira 
mais simples quando comparado com o primeiro.
 PRECIFICAÇÃO PREDITIVA 
Trata-se de uma nova tendência que está sendo muito estudada e consiste 
em utilizar dados estatísticos massivos para tomar decisões sobre preços, 
individualmente. As primeiras experiências estão em curso, e o futuro nos 
dirá se isso pode trazer sensíveis alterações na forma das seguradas preci-
ficarem seus riscos, mas o certo é que nada consegue parar a capacidade 
do ser humano de buscar novas formas de fazer as coisas, talvez de forma 
melhor e com menos recursos.
A utilização de recursos estatísticos para prever a evolução dos sinistros é 
cada vez mais utilizada nos seguros de danos, a partir do crescimento das 
carteiras das seguradoras, e deve produzir resultados interessantes, mais 
adiante. Vale lembrar que quanto maior for a amostra estatística, menores 
serão os erros, já que as informações passam a inverter a assimetria da 
informação, que é um dos principais problemas da precificação.
Dentre outras características, falando de:
Integração e gestão de dados
A quantidade e a qualidade dos dados disponíveis podem deter-
minar ou não o sucesso de um processo de precificação. Dados 
do perfil do cliente (demografia, preferências, histórico de sinistros 
e reclamações, histórico financeiro, entre outros), dados do mer-
cado (informações da concorrência, estratégias de precificação) 
e dados de outras fontes (como bureaux de créditos integrados 
em tempo real) agregam valor à precificação. Gerir esses dados e 
disponibilizá-los no momento certo é o primeiro passo para uma 
precificação de sucesso.
Inteligência analítica em tempo real
A simples exploração e a visualização dos dados por meio de 
softwares analíticos podem ajudar as seguradoras a refinar suas 
análises, avaliar riscos e definir regras e políticas aplicáveis à pre-
cificação. Por outro lado, são

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