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Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos De se nh o T éc nic o I Ap on ta me nt os G er ais Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 2 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos DESENHO TÉCNICO I – APONTAMENTOS GERAIS ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO.......................................................................... 8 1.1. Normalização – objectivos e importância...................................................................... 8 1.2 - Materiais, formatos das folhas, esquadrias, dobragens, legendas tipo, letras e algarismos ......................................................................................................................... 14 2 – PROJECÇÕES ............................................................................................................... 19 2.1 - Representação Tridimensional – por projecções ortogonais e oblíquas.................... 20 2.2 - Representação Bidimensional - método do 1º e 3º diedro......................................... 29 3 - DESENHO TÉCNICO...................................................................................................... 32 3.1. - Tipos de linhas e grupo de traços............................................................................. 32 3.2. - Vistas, Cortes e Secções.......................................................................................... 33 3.3 - Representação gráfica de cortes e secções.............................................................. 40 3.4. – Escalas e Cotagem.................................................................................................. 46 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 3 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Programa da Disciplina Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 4 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos PROGRAMA DA DISCIPLINA DE DESENHO TÉCNICO I Ano Lectivo 2006/2007 Docente: Arquitecta M.ª Eugénia Santos I – Objectivos Gerais da Disciplina Com a disciplina de Desenho Técnico I, pretende-se que o aluno adquira uma formação básica de no campo do Desenho Técnico e com ela consiga desenvolver uma flexibilidade na compreensão e execução de peças desenhadas que serão vitais para o seu percurso futuro. II - Conteúdo Programático 1 – Introdução ao Desenho Técnico. 1.1 – Normalização – objectivos e importância. 1.2 – Materiais, formatos das folhas, esquadrias, dobragens, legendas tipo, letras e algarismos. 2 – Projecções Ortogonais 2.1 – Representação Tridimensional – por Projecções Ortogonais e Oblíquas. Método do paralelepípedo circunscrito ou envolvente e Método das Coordenadas. 2.2 - Representação Bidimensional - Método do 1º e 3º Diedro 3 – Desenho Técnico. 3.1 – Tipos de linhas e grupo de traços. 3.2 – Vistas, Cortes e Secções. 3.3 - Representação gráfica dos vários materiais em corte. 3.4 – Escalas e Cotagem. 4 - Introdução ao Desenho assistido por computador . III – Enquadramento 1º Ano 1º Semestre Carga horária: 4h/ semana Teórico Prática Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 5 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos IV – Cronograma Número de Aulas Previstas: 27 Aulas. V – Bibliografia Cunha, L. V. — Desenho Técnico — 7ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1989. Dias, J.; Ribeiro , Carlos; Silva , A.; Sousa , L.— Desenho Técnico Moderno — 4ª Edição - Lidel edições técnicas, 2001. French , T. ; Vierck , C. — Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica — Editora Globo, 6ª Ed., 1999. Garcia , J. — AutoCAD 2006 &. AutoCAD LT - Curso Completo — FCA Editora de Informática, 2ª Edição 2005, Abril 2005. Lemos , M. — Projectos de Construção Civil. Normas e Legislação — Colecção Construção e Móveis, Edições CETOP, 2ª Ed., 1976. Morais , J. M. S. — Desenho de Construções Mecânicas. Desenho Técnico Básico — Porto Editora Lda 22ª Ed., 1999. Neizel , E. — Desenho Técnico Para A Construção Civil 1 — Colecção Desenho Técnico, EPU e EDUSP, S. Paulo, 1974. Neufert , E. — A Arte de Projectar em Arquitectura — Gustavo Gili, São Paulo, 21ª Ed., 1998. Pinheiro , C. ; Sousa, P. — Desenho, TPU 55 — Colecção Textos Pré-Universitários 1980. Sampaio , Alcínia Zita – Apontamentos de Desenho – Departamento de Engª Civil e Arquitectura do IST/UTL. Santos , Maria Eugénia — Desenho Técnico I – apontamentos gerais e caderno de exercícios — ESTBarreiro/IPS, 2006. Matéria Leccionada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 1. Intro.ao Desenho Técnico 1.1 Normalização 1.2 Materiais, Form. das folhas, etc. 2 Projecções Ortogonais 2.1Representação Tridimensional 2.2 Representação Bidimensional 3 - Desenho Técnico 3.1 Tipos de linhas e grupos de traços 3.2 Vistas, Cortes e Secções 3.3 Repres. dos materiais em corte 3.4 Escala e cotagem 4 Des.assistido por computador Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 6 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos VI – Avaliação Avaliação Contínua ou Exame Avaliação Contínua - Nota Mínima final - 9.5 Valores cumprindo as regras de assiduidade estabelecidas no regulamento de regime de assiduidade obrigatória. Avaliação Contínua – 3 mini-testes - Nota Mínima por mini-teste – 8 Valores Exame nota mínima 9.5 Valores VII - Material básico - 2 Esquadros – 1 de 45º e 1 de 60º ou um esquadro de ângulos (tipo “aristo”) - 1 Régua de 30 cm; - 1 Compasso; - 1 Escantilhão de curvas (opcional); - 1 Transferidor (caso não possua o esquadro de ângulos); - Lapiseiras (minas HB 0.3, 0.5, 0.7); - 1 - Lápis 2B; - Marcadores pretos finos (0.1; 0.2; 0.3 e 0.5) opcional; - Borracha de lápis; - Papel A4 lisas com Legenda da Escola (10 de cada); - Caderno de exercícios – (aquisição na reprografia ou em http://www.estbarreiro.ips.pt:8080/estbarreiro/PagDisciplinas/PagDesenho1.htm) Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 7 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Elementos de Estudo Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 8 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos 1. INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO Em Desenho Técnico I o aluno aprenderá as regras básicas do desenho técnico, desde os princípios teóricos à sua utilização prática, o aluno começa pelo desenho à mão livre passa para o rigoroso e aprende a utilizar correctamente os instrumentos próprios para este tipo de desenho. A finalidade básica do ensino do Desenho Técnico é o de se aprender uma linguagem gráfica de representação aceite e compreendida mundialmente. Como consequência directa desenvolve-se no aluno a imaginação construtiva, a capacidade de perceber e pensar a três dimensões, visualizando com rapidez o objecto no espaço, por forma a transmitir para o papel o objecto com a linguagem gráfica necessária a ser entendida por quem a lê. O desenho técnico é uma linguagem, tem regras ainda mais estritas que o desenho genérico. O método de representação em projecções ortogonais do desenho técnico é uma extensão do método da geometria descritiva (criado por GasparMonge, séc. XVIII) que permitiu a representação precisa, a leitura clara e inequívoca e a reprodução exacta dos objectos. Para o futuro Engenheiro Técnico é exigível um domínio do desenho à mão livre, um entendimento claro de um objecto através das suas principais vistas, visualiza-lo no espaço a 3 dimensões e ter uma perfeita noção de dimensões e proporções. 1.1. Normalização – objectivos e importância A normalização surgiu com o processo da industrialização, quando foi necessário aplicar regras para a produção no intuito de facilitar a comunicação entre vários sectores e reduzir os custos de fabrico. A produção de objectos, passa em primeiro lugar por um projecto e de um projecto surge o desenho que transmite a ideia gráfica e visual do produto. Para que essa ideia seja entendida por todos a linguagem deve ser universal. Houve assim a necessidade de aplicar regras ou normas para essa linguagem. O Desenho Técnico tem normas para que haja uma leitura entendida por todos. Cada país possui as suas normas próprias, mas elas tendem a universalidade. Em Portugal para Desenho Técnico, temos as Normas Portuguesas com a sigla NP e as normas Europeias (EN), extraídas das ISO (Normas Internacionais). Tipos de normas existentes Norma básica Campo de aplicação amplo - aspectos gerais; Norma de produto Especifica todos os requisitos a satisfazer para um produto; Norma de terminologia Termos usualmente acompanhados da respectiva definição; Norma de ensaio Métodos de ensaio, amostragem. Utilização métodos estatísticos; Norma de segurança Segurança de pessoas e bens; Norma de interface Compatibilidade de produtos; Norma de eficiência Características do produto e a adequação às respectivas finalidades. Organismos de normalização NP Normas portuguesas; EN Normas Europeias; ISO International organization for standardization; DIN Deutsche industrie normen; Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 9 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos ASA American standard association; BS British standards; NF Normes françaises; MIL Military standards, Department of defence, USA. O Instituto Português da Qualidade é o organismo responsável pelas normas Portuguesas. Lista das Normas Portuguesas para Desenho Técnico (algumas normas Portuguesas têm vindo a ser substituídas pelas normas Europeias): NP 49:1968 Desenho técnico - Modo de dobrar folhas de desenho NP 62:1961 Desenho técnico - Linhas e sua utilização NP 167:1966 Desenho técnico - Figuração de materiais em corte NP 204:1968 Desenho técnico - Legendas NP 205:1970 Desenho técnico - Listas de peças NP 297:1963 Desenho técnico - Cotagem NP 327:1964 Desenho técnico - Representação de vistas NP 328:1964 Desenho técnico - Cortes e secções NP 671:1973 Desenho técnico. Representação convencional. Convenções de utilização geral NP 716:1968 Desenho técnico. Cotagem e especificação de tolerâncias de elementos cónicos NP 718:1968 Desenho técnico. Esquadrias NP EN ISO 2203:2002 Desenhos técnicos Representação convencional de engrenagens (ISO 2203:1997) Correspondência: EN ISO 2203:1997 IDT NP EN ISO 5261:2002 Desenhos técnicos Representação simplificada de barras e de perfis (ISO 5261:1995) Correspondência: EN ISO 5261:1999 IDT NP EN ISO 5455:2002 Desenhos técnicos Escalas (ISO 5455:1979) Correspondência:: EN ISO 5455:1994 IDT Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 10 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos NP EN ISO 5456-1:2002 Desenhos técnicos Métodos de projecção Parte 1: Sinopse (ISO 5456-1:1996) Correspondência:: EN ISO 5456-1:1999 IDT NP EN ISO 5456-2:2002 Desenho técnico Métodos de projecção Parte 2: Representações ortográficas (ISO 5456-2:1996) Correspondência: EN ISO 5456-2:1999 IDT NP EN ISO 5456-4:2002 Desenhos técnicos Métodos de projecção Parte 4: Projecção central (ISO 5456-4:1996) Correspondência: EN ISO 5456-4:2001 IDT NP EN ISO 5457:2002 Desenho Técnico – Tamanho e formato das folhas de desenho Correspondência: EN ISO 5457:1999 IDT NP EN ISO 6410-1:2002 Desenhos técnicos - Roscas e peças roscadas Parte 1: Convenções gerais (ISO 6410-1:1993) Correspondência: EN ISO 6410-1:1996 IDT NP EN ISO 6410-2:2002 Desenhos técnicos - Roscas e peças roscadas Parte 2: Implantes roscados (ISO 6410-2:1993) Correspondência: EN ISO 6410-2:1996 IDT NP EN ISO 6410-3:2002 Desenhos técnicos - Roscas e peças roscadas Parte 3: Representação simplificada (ISO 6410- 3:1993) Correspondência: EN ISO 6410-3:1996 IDT NP EN ISO 6411:2002 Desenhos técnicos - Representação simplificada de furos de centragem (ISO 6411:1982) Correspondência: EN ISO 6411:1997 IDT NP EN ISO 6413:2002 Desenhos técnicos - Representação de elementos estriados (ISO 6413:1988) Correspondência: EN ISO 6413:1994 IDT NP EN ISO 6433:2002 Desenhos técnicos - Referências dos artigos (ISO 6433:1981) Correspondência: EN ISO 6433:1994 IDT NP EN ISO 7519:2002 Desenhos técnicos - Desenhos de construção Princípios gerais de representação para desenhos de conjunto e de instalação (ISO 7519:1991) Correspondência: EN ISO 7519:1996 IDT NP EN ISO 8560:2002 Desenhos técnicos - Desenhos de construção Representação de dimensões, linhas e malhas modulares (ISO 8560:1986) Correspondência: EN ISO 8560:1999 IDT NP ISO 10209-1:2002 Documentação técnica de produtos Vocabulário Parte 1: Termos relativos aos desenhos técnicos: generalidades e tipos de desenhos. Correspondência: ISO 10209-1:1992 IDT Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 11 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos NP ISO 13715:2002 Desenhos técnicos Arestas de forma indefinida Vocabulário e indicações Correspondência: ISO 13715:2000 IDT Além das normas portuguesas existem as normas ISO que as poderão complementar, bem como outras de outros organismos mundiais. Normas ISO Para Desenho Técnico Geral (algumas destas já são aplicadas em normas Portuguesas): ISO 128-20:1996 Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 20: Basic conventions for lines ISO 128-21:1997 Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 21: Preparation of lines by CAD systems ISO 128-22:1999 Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 22: Basic conventions and applications for leader lines and reference lines ISO 128-30:2001 Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 30: Basic conventions for views ISO 128-40:2001 Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 40: Basic conventions for cuts and sections ISO 128-50:2001 Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 50: Basic conventions for representing areas on cuts and sections ISO 129:1985 Technical drawings -- Dimensioning -- General principles, definitions, methods of execution and special indications ISO 406:1987 Technical drawings -- Tolerancing of linear and angular dimensions ISO 3098-0:1997 Technical product documentation -- Lettering -- Part 0: General requirements ISO 3098-2:2000 Technical product documentation -- Lettering -- Part 2: Latin alphabet, numerals and marks ISO 3098-3:2000 Technical product documentation -- Lettering -- Part 3: Greek alphabet ISO 3098-4:2000 Technical product documentation -- Lettering -- Part 4: Diacritical and particular marks for the Latin alphabet ISO 3098-5:1997 Technical product documentation -- Lettering -- Part 5: CAD letteringof the Latin alphabet, numerals and marks Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 12 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos ISO 3098-6:2000 Technical product documentation -- Lettering -- Part 6: Cyrillic alphabet ISO 3272-1:1983 Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 1: Operating procedures ISO 3272-2:1994 Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 2: Quality criteria and control of 35 mm silver gelatin microfilms ISO 3272-3:2001 Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 3: Aperture card for 35 mm microfilm ISO 3272-4:1994 Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 3: Aperture card for 35 mm microfilm ISO 3272-5:1999 Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 5: Test procedures for diazo duplicating of microfilm images in aperture cards ISO 3272-6:2000 Microfilming of technical drawings and other drawing office documents -- Part 6: Quality criteria and control of systems for enlargements from 35 mm microfilm ISO 5455:1979 Technical drawings -- Scales ISO 5456-1:1996 Technical drawings -- Projection methods -- Part 1: Synopsis ISO 5456-2:1996 Technical drawings -- Projection methods -- Part 2: Orthographic representations ISO 5456-3:1996 Technical drawings -- Projection methods -- Part 3: Axonometric representations ISO 5456-4:1996 Technical drawings -- Projection methods -- Part 4: Central projection ISO 5457:1999 Technical product documentation -- Sizes and layout of drawing sheets ISO 6428:1982 Technical drawings -- Requirements for microcopying ISO 6433:1981 Technical drawings -- Item references ISO 7200:1984 Technical drawings -- Title blocks Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 13 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos ISO 7573:1983 Technical drawings -- Item lists ISO 10209-1:1992 Technical product documentation -- Vocabulary -- Part 1: Terms relating to technical drawings: general and types of drawings ISO 10209-2:1993 Technical product documentation -- Vocabulary -- Part 1: Terms relating to technical drawings: general and types of drawings ISO 14985:1999 Hard-copy output of engineering drawings -- Specification for the structure of control files Para desenhos de Construção (algumas destas já são aplicadas em normas Portuguesas): ISO 128-23:1999 Technical drawings -- General principles of presentation -- Part 23: Lines on construction drawings ISO 2594:1972 Building drawings -- Projection methods ISO 3766:1995 Construction drawings -- Simplified representation of concrete reinforcement ISO 4066:1994 Construction drawings -- Bar scheduling ISO 4067-1:1984 Technical drawings -- Installations -- Part 1: Graphical symbols for plumbing, heating, ventilation and ducting ISO 4067-2:1980 Building and civil engineering drawings -- Installations -- Part 2: Simplified representation of sanitary appliances ISO 4067-6:1985 Technical drawings -- Installations -- Part 6: Graphical symbols for supply water and drainage systems in the ground ISO 4069:1977 Building and civil engineering drawings -- Representation of areas on sections and views -- General principles ISO 4157-1:1998 Construction drawings -- Designation systems -- Part 1: Buildings and parts of buildings ISO 4157-2:1998 Construction drawings -- Designation systems -- Part 2: Room names and numbers ISO 4157-3:1998 Construction drawings -- Designation systems -- Part 3: Room identifiers Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 14 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos ISO 4172:1991 Technical drawings -- Construction drawings -- Drawings for the assembly of prefabricated structures ISO 6284:1996 Construction drawings -- Indication of limit deviations ISO 7437:1990 Technical drawings -- Construction drawings -- General rules for execution of production drawings for prefabricated structural components ISO 7518:1983 Technical drawings -- Construction drawings -- Simplified representation of demolition and rebuilding ISO 7519:1991 Technical drawings -- Construction drawings -- General principles of presentation for general arrangement and assembly drawings ISO 8048:1984 Technical drawings -- Construction drawings -- Representation of views, sections and cuts ISO/TR 8545:1984 Technical drawings -- Installations -- Graphical symbols for automatic control ISO 8560:1986 Technical drawings -- Construction drawings -- Representation of modular sizes, lines and grids ISO 9431:1990 Construction drawings -- Spaces for drawing and for text, and title blocks on drawing sheets ISO/TR 10127:1990 Computer-Aided Design (CAD) Technique -- Use of computers for the preparation of construction drawings ISO 10209-4:1999 Technical product documentation -- Vocabulary -- Part 4: Terms relating to construction documentation ISO 11091:1994 Construction drawings -- Landscape drawing practice. 1.2 - Materiais, formatos das folhas, esquadrias, d obragens, legendas tipo, letras e algarismos Materiais Para Desenho Técnico aconselham-se instrumentos de precisão e qualidade, o que existe com grande variedade no mercado. Para cada tipo de Desenho existem também instrumentos mais específicos. Actualmente com os sistemas de CAD o uso de certos instrumentos deixa quase de ser necessário, reduzindo-se apenas ao papel, lápis, borracha e obviamente ao computador e impressora. Formatos das folhas A Norma NP EN ISO-5457:2002 fixa os formatos e apresentação dos elementos gráficos das folhas de desenho de papel, partindo das dimensões de fabrico. As dimensões são expressas em milímetros, partindo de uma série principal ISO-A. Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 15 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Os formatos de papel normalizados resultam da construção de um rectângulo (formato A0), em que o lado maior se obtém a partir da diagonal de um quadrado, de lado a (Figura 1). Dividindo sucessivamente a folha a meio, obtêm-se todos os formatos da série A. A norma prevê ainda formatos alongados embora recomende que estes sejam evitados. Os formatos alongados derivam do lado menor do formato A (Figura 2). Margens e Esquadria A NP 718:1978 que ainda se encontra em vigor, define as esquadrias e margens a aplicar nas folhas de desenho, mas tendo sido substituída a norma portuguesa relativa aos formatos pela europeia NP EN ISO-5457:2002 que também define o valor para margens e esquadrias a aplicar em Desenho Técnico, deve ser esta a adoptada. Para delimitar a área de trabalho em Desenho utiliza-se uma esquadria. A esquadria é definida por um rectângulo desenhado a traço contínuo grosso a uma certa distância do limite da folha. O espaço compreendido entre a esquadria e o limite da folha de desenho designa-se por margem. A NP 718 recomenda para as margens superior, inferior e lateral direita, 5 mm de largura e para lateral esquerda, 25 mm (esta tem um espaço superior para permitir a furação). A Norma NP EN ISO-5457:2002 recomenda para as margens superior, inferior e lateral direita, 10 mm de largura e para lateral esquerda, 20 mm. A0 A1 A6 A3 A5 A4 A2 Figura 1 – Obtenção dos Formatos 841 841210 A4 420 0 297 594 A2.1A2 A3.1 420 A3 594 A3.2 A1 A2.2 1189 A3.3 A1.0 A0 Figura 2 – Formatos alongados (dimensões em milímetros) 2a a 2a Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 16 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Relativamente à orientação das folhas a NP 718 prevê formatos ao baixo e ao alto (Figura 1) a NP EN ISO-5457:2002 só admite folhas ao baixo (Figura 4) excepto no formato A4 que é orientado na vertical. A NP EN ISO-5457:2002, propõe que se faça nas folhas várias marcas (Figura 5): - Marcas de corte – são marcas colocadas nos quatro cantos da folha para facilitar o corte, tantomanual como automático; - Marcas de centragem - servem para facilitar o posicionamento dos desenhos na reprodução ou microfilmagem e consistem em quadro marcas que definem os centros das linhas de esquadria, essas marcas podem ser escolhidas livremente, mas devem ser representadas a traço contínuo grosso (pelo menos com a mesma espessura da linha de esquadria); - Grelhas de referência - são campos com inscrições que se localizam no espaço médio da esquadria e o limite da folha, esse espaço é dividido em campos, consoante o formato da folha e são constituídas por letras e números. A NP 49:1968 – Diz respeito ao modo de dobrar folhas de desenho para Arquivo. O modo é semelhante para todos os formatos, sejam eles ao alto ou ao baixo, o formato final ficará com as dimensões de um A4 (21cmx29,7cm), (Figura 6). Figura 3 – Norma NP718 F 1 E 2 3 4 5 6 7 C D B 1 A 2 3 4 5 6 7 A3 F E C D B 8 A A Figura 4 – Folha A3 da NP EN ISO-5457:2002 A 1 5 20 1 0 5 3 4 5 2 1 Figura 5 - Pormenor A (da Figura 3) de uma folha de Desenho Legenda: 1- Zona de Desenho 2- Margem da grelha de referência 3- Marca de corte 4- Formato cortado 5- Esquadria da zona de Desenho Número de Campos por formatos: Designação A0 A1 A2 A3 A4 Lado maior 24 16 12 8 6 Lado menor 16 12 8 6 4 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 17 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Legendas NP-204 (1968) Fixa os Tipos de Legendas utilizadas para Desenho Técnico (existem 7 Tipos). Para desenhos de construção civil existem dois tipos – Legenda Tipo 6 e Legenda Tipo 7 (Figura 7). Legenda do tipo 7 Legenda do tipo 6 Figura 7 – Legendas tipo para desenhos de Engenharia Civil. Zona l - Designação ou título (plantas, cortes, etc.); Zona 2 - Indicações complementares do título (requerente, obra etc.); Zona 3 - Responsáveis e executantes do desenho (projectou, desenhou, verificações, datas e rubricas dos responsáveis respectivos); Zona 4 - Entidade que executa ou promove a execução do desenho; Zona 4a (eventual) - Entidade co-proprietária do desenho; Zona 5 - Número do desenho; Figura 6 – Modo de dobrar folhas A3 (formatos ao alto ou ao baixo) Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 18 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Zona 6 - Referências às Alterações ou reedições do desenho (indicações por letras maiúsculas ou números. No rectângulo inferior poderá ser registada a data correspondente); Zona 7 - Indicação das substituições antigas (exemplo: substitui N, em que N é o desenho antigo); Zona 8 - Só se preenche quando o desenho já foi substituído por outro (escreve-se então substituído por N, em que N é o desenho novo); Zona 9 - Escala ou escalas em que o desenho foi executado; Zona 12 - Anotações posteriores à execução (exemplo: esclarecimentos relativos às alterações que se fizeram). Letras e algarismos A norma NP-89 estabelece o formato, inclinação e proporções a adoptar para letras e algarismos em Desenho Técnico. Prevê-se dois Tipos: escrita redonda e escrita cursiva (inclinada). A partir do tamanho da letra maiúscula (altura nominal – h) determina-se a altura das letras e números, larguras, intervalos entre elas e distância entre linhas. Esta norma destina-se mais como uma orientação na escrita (principalmente à mão livre), não se prevendo um rigor absoluto de dimensões. A escrita deve ser legível e como elemento ligado ao desenho ser bem desenhada bem proporcionada entre si quer se trate de letras ou de algarismos. Aconselha-se no desenho à mão livre o uso de uma pauta como guia para essa escrita (Figura 8): - Para as pautas de escrita redonda, a letra forma um eixo de 90º com a base; - Para as pautas de escrita cursiva, a letra forma um eixo de 75º com a base; Alturas das letras: - Altura das maiúsculas, algarismos e minúsculas com haste – (7/7)h; - Altura das minúsculas – (5/7)h Largura das letras: - Largura geral para as maiúsculas - (5/7)h; - Largura geral do corpo das minúsculas e dos algarismos – (4/7)h Em relação às larguras existem excepções que a norma estipula, elas podem variar consoante a letra. Intervalos: - Entre letras – de (1/7)h a (2/7)h, devendo-se procurar o melhor equilíbrio entre letras e espaço disponível; - Espaço médio entre linhas – (11/7)h. Escrita redonda Escrita cursiva h h h h h h Figura 8 – Pautas para os dois tipos de escrita Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 19 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos 2 – PROJECÇÕES O desenho por meio de projecções é um processo de representação real e utiliza normas fundamentais, técnicas e científicas. O método das projecções baseia-se num dos ramos das ciências matemáticas que é a geometria descritiva. Pela simplicidade do método, pela fidelidade com que se representa um objecto com a sua forma real e as suas dimensões exactas, é o método por excelência mais usado em desenho técnico. Conceito: Projecção é a operação pela qual um ponto, uma linha ou um objecto é projectado para um plano através linhas denominadas de projectantes. As projecções poderão ser do tipo (Figura 9): 1 - Central ou Cónica – quando as projectantes convergem para um ponto; 2 – Cilíndricas ou Paralelas – quando as projectantes são paralelas entre si. Estas ainda poderão ser Ortogonais, quando as projectantes são perpendiculares ao plano de projecção ou Oblíquas, quando as projectantes são oblíquas aos planos de projecção. A NP EN ISO 5456-4:2002 – especifica as regras de base para a representação de objectos utilizando o sistema de projecção Central ou Cónica, é o sistema que nos dá uma maior aproximação da realidade visual, no entanto tem a desvantagem de não possibilitar tirar medidas directamente do desenho. Este Sistema caracteriza-se por ter o centro de projecção a uma distância finita. Aplica-se na perspectiva linear científica (Figura 10). Figura 9 – Tipos de projecção Projectantes Paralelas Projectantes Convergentes Projectante Ortogonal Projectantes Oblíquas Projectantes Divergentes Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 20 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Nas Disciplinas de Desenho I ou II, o sistema utilizado é o Cilíndrico ou Paralelo (Figura 11), é um sistema simples, que no caso da representação a três dimensões transmite de uma forma eficaz o objecto, embora não corresponda à realidade visual serve para o entender e tirar directamente dele as medidas que forem necessárias. Central ou Cónica Perspectiva Rigorosa Projecções Ortogonais ou Vistas (projecções multíplas) Trimétrica Ortogonal Perspectiva Axonométrica Dimétrica Paralela ou Cilíndrica Isométrica Perspectiva Cavaleira Oblíqua Axonométrica Militar (planométrica) 2.1 - Representação Tridimensional – por projecções ortogonais e oblíquas Perspectivas rápidas A NP EN ISO 5456-3:2002 define as regras a aplicar na representação de objectos por projecções axonométricas. Perspectivas rápidas são projecções ortogonais axonométricas. São denominadas de rápidas pela simplicidade e rapidez de execução e resultam perfeitamente para definir um objecto a três dimensões e ainda com a vantagem de possibilitar a medição. Partindo de um sistema constituído por 3 eixos, referencial Triortogonal, que representa as três Figura 10 – Projecção cónica ou central Figura 11– Sistemas de Projecção Aplicação na Perspectiva Científica Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 21 DesenhoI – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos dimensões no espaço e projectando esse sistema para um plano vertical π (Figura 11), obtemos a uma projecção que podemos dizer que é a base de toda representação axonométrica. Esse sistema constituído pelos eixos das larguras Xe;, profundidades Ye, e das alturas Ze, têm como origem o ponto O e. Cada eixo representa uma direcção axonométrica e cada par de eixos concorrentes define Planos Axonométricos. O referencial Triortogonal ao projectar-se no plano π (Figura 13), aparece com o sistema deformado bem como os seus ângulos, embora a sua soma seja sempre de 360º, a sua projecção vai sendo alterada conforme posição dele no espaço. Sejam α, β, e δ os ângulos que os eixos em projecção formam entre si (Figura 14), e h a recta que passa pela origem O, esta define com X o ângulo α-90° e com Y δ-90°. Aos ângulos assim formados denomina-se ângulos de fuga e às respectivas paralelas direcções de fuga. O referencial ao ser projectado no Plano π, sofre uma redução dimensional em todos os seus eixos. Denomina-se de Coeficientes de redução à relação entre a dimensão reduzida em projecção e a sua verdadeira grandeza. Quando a redução é igual em todos os eixos, adopta-se o valor 1 para esse coeficiente (Figura 15). Figura 12 – Projecção paralela ou cilíndrica Referencial Triortogonal Figura 13 – Projecção do sistema no plano π Figura 14 – Formação dos ângulos de fuga Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 22 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Perspectivas axonométricas ortogonais O centro da projecção encontra-se no infinito, e a projecção é efectuada através de projectantes paralelas e perpendiculares aos planos de projecção (Figura 16). Conforme já foi dito, e considerando o sistema de eixos, ele pode tomar várias posições no espaço, e essas por sua vez originam várias projecções. Das projecções que se podem obter do objecto, adoptaram-se algumas representações, a que se atribuíram nomes, assim para o caso das projecções ortogonais, a norma NP EN ISO 5456-3:2002 prevê o uso da representação Isométrica, e da dimétrica. Figura 15 – Redução dimensional do sistema de eixos Figura 16 – Projecções axonométricas ortogonais de um cubo Representação Isométrica Representação Dimétrica Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 23 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Representação Isométrica Considerando o referencial com os seus eixos igualmente inclinados em relação ao plano de projecção. Esta posição origina uma projecção do referencial em que os eixos fazem entre si ângulos iguais (Figura 17), tendo o ângulo plano o valor de 360°, cada um dos ângulos entre os eixos é de 120°. As unidades em cada um dos eixos no espaço, projectam-se reduzidas mas com medidas lineares iguais, o que permite admitir um coeficiente de redução de 1 para cada eixo ou direcção axonométrica. Os ângulos de fuga são de 30° (Figura 18) o que permite a sua marcação com o esquadro de 30° 60° 90°, corrente. Representação dimétrica Na representação dimétrica (Figura 19) são utilizadas duas medidas iguais entre si e uma diferente; nas duas iguais adopta-se o coeficiente de redução igual a 1, com aplicação nos eixos das larguras e das alturas, no diferente, que corresponde ao coeficiente de redução no eixo das profundidades, depende numericamente do respectivo ângulo de fuga. A norma prevê para este eixo a aplicação do coeficiente de redução de ½ e que os ângulos de fuga tenham valores de 7º para o eixo das larguras e de 42º para o eixo das profundidades. Figura 17 - Projecção do referencial com a mesma inclinação de eixos Figura 18 - Marcação dos ângulos de fuga Figura 19 - Projecção Dimétrica Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 24 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos A aplicação desta axonometria justifica-se quando se quiser evidenciar mais uma das vistas da perspectiva (Figura 20). Perspectivas axonométricas oblíquas A projecção oblíqua também tem o seu centro no infinito, as projectantes são paralelas mas, neste caso, são oblíquas ao plano de projecção (Figura 21). A norma define para as projecções oblíquas duas representações denominadas de cavaleira e planométrica (militar). Representação Cavaleira Figura 22 - Considerando o plano axonométrico definido pelos eixos Xe, e Ze paralelo ao plano de projecção que projectando o referencial segundo uma direcção oblíqua obtém-se a projecção do mesmo na posição a que corresponde a representação cavaleira, cuja representação será conforme figura do lado direito, onde αº é o ângulo de fuga. Como os eixos Xe e Ze são paralelos ao plano de projecção, as grandezas neles existentes, ou que lhes sejam paralelas, não sofrem redução, só havendo coeficiente de redução na direcção ou eixo Y. Figura 20 - Representação Dimétrica de um cubo Figura 21 – Projecção oblíqua Figura 22 – Projecção cavaleira e representação do ângulo de fuga α 42º 7º Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 25 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos A norma estabelece para esta representação um ângulo de fuga com o valor de 45º e o valor de ½ para o coeficiente de redução a aplicar no eixo das profundidades Y. Representação Planométrica (anteriormente denominada Militar ) Considerando o plano axonométrico definido pelos eixos X, e Y, paralelo ao plano de projecção π (o que implica Ze seja perpendicular ao plano de projecção π) e projectando o referencial segundo projectantes oblíquas a π, obtém-se neste a projecção dos eixos, onde XOY = 90° (fig.26); os ângulos XOZ e YOZ dependem da direcção das projectantes. É de salientar que nesta projecção os eixos X e Y são representados em verdadeira grandeza, uma vez que o plano por eles definido é paralelo ao plano de projecção. A norma prevê para esta representação dois tipos de projecção, a planométrica normal ou a planométrica reduzida, os ângulos de fuga são os mesmos para as duas, com valores de 30º e 60º (Figura 24 e Figura 25), mas os coeficientes de redução para a primeira tem o valor de 1, para a segunda o valor pode ser diminuído consoante as necessidades de representação. Figura 23 – Projecção planométrica ou militar Figura 24 – Projecção planométrica ou militar Figura 25 – Exemplo prático da representação planométrica Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 26 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Métodos de representação em perspectiva Para representar formas ou objectos em perspectiva axonométrica pode-se recorrer a um dos 2 métodos: - Método do paralelepípedo circunscrito ou envolvente; - Método das coordenadas. Estes métodos consistem em processos auxiliares que facilitam a representação em desenho. O Método do paralelepípedo circunscrito (Figura 26), utiliza-se quando o objecto a representar é definido por linhas axonométricas ou existentes em planos axonométricos. Resumidamente utiliza-se a construção auxiliar de um paralelepípedo para envolver uma peça que tenha faces paralelas aos planos axonométricos, e a partir desse construção desenvolve-se a verdadeira representação da mesma. O Método das coordenadas utiliza-se, sobretudo quando o objecto a representar não tem faces paralelas aos planos axonométricas (Figura 27). Neste método começa-se por representar a planta da peça em axonometria, normalmente esta é paralela a um dos planos axonométricos, enquadra-se a planta num polígono quadrangular ou rectangular, marcam-se nessa base as distâncias para localização dos vértices, marcam-se em altura os vértices e completa-se o desenho traçado as respectivasarestas. Axonometria Explodida A axonometria explodida é uma forma de representar o objecto com todas as suas características de construção, detalhes de encaixe, forma de fixação de peças, etc. (Figura 28). Utiliza-se a perspectiva isométrica como base dessa representação. Figura 26 - Método do paralelepípedo circunscrito Figura 27 – Método das coordenadas Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 27 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Este tipo de representação é muito utilizada para esquemas tipo «faça você mesmo». Representação de circunferências em perspectiva As circunferências em perspectiva não se apresentam como circunferências, excepto na representação planométrica, elas aparecem como elipses. Se o desenho em perspectiva for realizado à mão levantada, deve-se executar uma pequena construção auxiliar de um quadrado tangente à circunferência que através da marcação de vários pontos facilitará a construção da elipse (Figura 29) Na realização a régua e esquadro existem vários métodos de desenhar elipses, utilizando métodos muito precisos, para o caso das perspectivas rápidas aconselha-se métodos mais simples, pretende- se apenas uma representação formal, pode-se substituir sem perda de valor expressivo visual, a elipse por uma oval de quatro centros, a diferença entre as curvas da elipse e da oval assim construída é quase nula (Figura 30). Figura 28 – Exemplos da representação explodida 7 8 1 2 3 46 5 1 2 3 45 6 7 8 Figura 29 – Representação da elipse com recurso à construção do quadrado circunscrito e com marcação de oito pontos Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 28 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Figura 30 – Representação da circunferência em perspectiva utilizando o método dos quatro centros Representação Isométrica Representação Dimétrica Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 29 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Escolha da posição da perspectiva Ao desenhar um objecto em perspectiva deve-se mostrar o máximo de pormenores da peça (Figura 31). Assim como para peças muito longas, deve-se desenhar a parte mais longa segundo a direcção menos oblíqua da perspectiva (Figura 32 a) Na representação em perspectiva cavaleira as peças que contenham circunferências devem ser posicionadas de modo a que não seja necessário a representação de elipses (Figura 32 b). 2.2 - Representação Bidimensional - método do 1º e 3º diedro Projecções Ortogonais ou Vistas (projecções múltipl as) A NP EN ISO 5456-2 define as regras a aplicar na representação de projecções ortogonais múltiplas. Projecções Ortogonais – Conceito Designa-se por projecção ortogonal, à projecção cujas projectantes são perpendiculares ao plano de projecção (Figura 33). Figura 31 Figura 32 – Representação em perspectiva de peças alongadas Figura 33 – Projecção ortogonal de um ponto e de uma figura geométrica Preferível Preferível Preferível Preferível a b Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 30 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Dupla Projecção Ortogonal – Projecção Diédrica A dupla projecção ortogonal baseia-se na projecção de figuras em dois planos que formam o diedro (Figura 34). A estes chamamos, pela sua posição no espaço, plano vertical e plano horizontal. Projecções Triédricas Chama-se projecção triédrica quando a projecção do objecto é efectuada em 3 planos de projecção (Figura 35 e Figura 36). Na maioria dos casos para a representação de um objecto utiliza-se este método, no qual após o rebatimento para um só plano se obtém o número de vistas suficientes para completa definição do objecto. Método europeu de projecções ou método do 1º diedro Este método é normalmente conhecido pelo método do cubo envolvente, imagina-se o objecto colocado no interior de uma caixa transparente, em cujas faces interiores se irão projectar ortogonalmente as vistas do objecto, obtendo-se seis vistas ou projecções (Figura 37 e Figura 38). Figura 34 – Projecção diédrica Figura 35 – Projecção triédrica Figura 36 - Rebatimento Figura 37 – Método Europeu Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 31 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Método americano de projecções ou método do terceir o diedro A diferença que existe entre este método e o anterior reside no local onde se imagina colocado o observador. Neste, o observador situa-se fora da caixa (Figura 39 e Figura 40). Deste modo o posicionamento das vistas altera-se. Figura 38 – Vistas ou projecções múltiplas Figura 39 – Método Americano Figura 40 – Vistas ou projecções múltiplas Legenda: 1 – Alçado Principal (vista principal) 2 – Planta (vista superior) 3 – Alçado Lateral Esquerdo (vista lateral esquerda) 4 – Alçado Lateral Direito (vista lateral direita) 5 - Alçado Posterior (vista posterior) 6 – Vista Inferior Legenda: 1 – Alçado Principal (vista principal) 2 – Planta (vista superior) 3 – Alçado Lateral Esquerdo (vista lateral esquerda) 4 – Alçado Lateral Direito (vista lateral direita) 5 - Alçado Posterior (vista posterior) 6 – Vista Inferior Símbolo do método do 1º diedro Símbolo do método do 3º diedro Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 32 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos 3 - DESENHO TÉCNICO 3.1. - Tipos de linhas e grupo de traços A NP 62:1961 – Estabelece os tipos de linhas e espessuras de traços a utilizar em desenho técnico Tipos de linha Designação Grossura relativa ao traço Utilizações a Linha a traço contínuo grosso 3 a 4 Arestas e contornos à vista e Linha a traço contínuo fino 1 1. Contornos e arestas fictícias. 2. Linhas acessórias e auxiliares (linhas de cota, de chamada e de referência). 3. Tracejados de cortes. 4. Contornos de peças vizinhas desenhadas só a título de indicação. 5. Contornos de peças rebatidas em torno de eixos, contidos no plano do próprio contorno rebatido. e Linha a traço contínuo fino 1 Limite de vistas ou cortes parciais se este não for um eixo. b Linha a traço interrompido 2 a 2,5 Contornos e arestas não à vista d Linha a traço-ponto fino 1 1. Eixos. 2. Posições extremas de peças móveis. 3. Partes situadas à frente de um plano de corte. 4. Contornos que se fizeram rodar em torno de um eixo não contido no plano do próprio contorno. Linha a traço-ponto fino com traços médios nos extremos ou nas mudanças de direcção. 1 e 2 a 2,5 Marcação de superfícies de corte. c Linha a traço-ponto médio 2 a 2,5 Indicação de superfícies que devam receber um acabamento suplementar. Quadro 1 – Tipos de linhas e sua aplicação 20 LINHA DE EIXO LINHA DE REFERÊNCIA TRACEJADO DO CORTE LINHA DE COTA LINHA DE CHAMADALINHA DE CONTORNO Aplicação dos vários tipos de linha c d c d c c Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 33 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos 3.2. - Vistas, Cortes e Secções Vistas - Modos de representação A representação de um objecto a partir das suas projecções ortogonais pode ser simplificada, na prática as seis vistas descritas no método europeu ou americano nem sempre são todas necessárias, pode-se reduzir o número de vistas e de formas de representação dos objectos no sentido de facilitar o desenho e a própria leitura. Vistas particulares São utilizadas para a representação de uma ou mais vistas fora do próprio local (muitas vezes por falta de espaço). Essas vistas deslocadas devem ser referendadas com flechas (Figura 42). Figura 41 – Aplicação dos vários tiposde linha Figura 42 – Vistas particulares Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 34 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Vistas locais Num desenho poderemos ter a necessidade de representar uma ou mais vistas locais com projecções segundo o método do 3° diedro (Figura 43 ). Vistas Parciais As vistas parciais são na realidade vistas incompletas de uma peça que têm como objectivo a redução do tempo de realização de um desenho, sem prejuízo da sua clareza. Em determinados casos servem até para esclarecer uma determinada zona o pormenor de uma peça. Para estes tipos de representação utilizam-se linhas de rotura (linhas ligeiramente sinuosas a traço contínuo fino, executadas à mão livre, ou simplesmente linhas rectas em zigzag) ou linhas de simetria (linhas a traço-ponto médio com duas pequenas linhas paralelas e perpendiculares junto às extremidades) nas zonas que limitam áreas que não se representam. Meia Vista Utiliza-se a representação por meia vista para peças simétricas. A meia vista é limitada por uma linha de simetria (Figura 44 e Figura 45). Figura 43 – Vistas locais Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 35 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Vistas Interrompidas Utilizam-se vistas interrompidas para representar peças compridas e uniformes. Retiram-se grandes porções da peça sem prejudicar o desenho (Figura 46). O valor da cota não altera, o que permite identificar o comprimento real da peça. As zonas interrompidas são limitadas por linhas de rotura. Figura 44 – Representação por meia vista Figura 45 – Peça de pequena espessura, pode-se representar conforme 1, 2 ou 3 1 2 3 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 36 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Vistas Auxiliares Designam-se por vistas auxiliares as vistas suplementares que se executam quando as usuais representadas nos principais planos de projecção não chegam para perfeito entendimento de um determinado objecto. Isso acontece quando a peça a desenhar contém alguns elementos (furos, concordâncias, etc.) inseridos em superfícies planas não paralelas aos planos de projecção. Para o desenho destas vistas auxiliares usam-se planos auxiliares paralelos àquelas superfícies. As vistas auxiliares são vistas deslocadas que revelam a verdadeira grandeza de um objecto (Figura 47). Muitas vezes suprimem-se das vistas zonas de compreensão mais difícil utilizando-se somente vistas auxiliares (Figura 48). Figura 46 – Vistas interrompidas Figura 47 – Utilização de planos auxiliares para determinadas projecções Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 37 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Vistas Auxiliares Secundárias Quando numa peça há um elemento oblíquo não paralelo a qualquer dos planos principais de projecção, temos que nos recorrer de duas vistas auxiliares. Primeiro desenha-se uma vista auxiliar que representa a face de topo desse elemento, de seguida desenha-se uma nova vista a partir da anterior (Figura 49). Utilização de Planos auxiliares na obtenção de inte rsecções entre superfícies Para a representação de projecções de determinados objectos sólidos, sobretudo quando relacionadas com intersecções de sólidos com sólidos em que existam superfícies curvas, é necessário o recurso a planos auxiliares paralelos entre si e que intersectem essas superfícies curvas com o objectivo da obtenção máxima de pontos para representar a linha curva da intersecção dos dois sólidos (Figura 50). Para a mesma solução poderemos utilizar planos de nível, de perfil ou de topo. Figura 48 Figura 49 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 38 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Cortes e Secções A norma NP 328:1964, define as regras a aplicar na representação de cortes e secções em Desenho Técnico. Os cortes e secções são projecções que visam esclarecer sobre a forma ou interior de um objecto, por vezes basta representar o objecto com uma vista e um corte, para se perceber toda a peça. Em Desenho Técnico deve-se limitar ao mínimo necessário possível de vistas, cortes e secções para representar um objecto de forma a não existirem quaisquer dúvidas sobre ele. Um corte define-se em Desenho Técnico como sendo a vista projectada de um objecto seccionado por um plano de corte (Figura 51). Figura 50 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 39 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Secção entende-se como sendo a superfície que imaginamos cortada, resultante da intersecção do objecto com o plano secante (Figura 52). Figura 51 Figura 52 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 40 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Indicação do plano de corte Numa das vistas deve ser indicado o plano de corte e o sentido de observação. Representam-se os planos a traço-ponto fino, nas extremidades e nos pontos onde se muda de direcção a traço contínuo grosso. Nas extremidades ainda se indicam através de setas o sentido da vista, podendo ainda se inscreverem letras por cima das setas para diferenciar caso haja mais que um corte (Figura 53). 3.3 - Representação gráfica de cortes e secções A representação da superfície em corte normalmente é efectuada através de tracejado, que serve para pôr em evidências todas essas zonas. Os tracejados devem ser efectuados com linhas paralelas a traço contínuo fino, com espaçamento regular, e orientadas a 45º (Figura 54). Figura 53 Figura 54 – Forma de representação dos tracejados Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 41 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Os cortes podem ainda ser representados com a simbologia do seu material (Quadro 2). A marcação ou não da superfície cortada depende da escala a que for efectuado o desenho do corte (em projectos de arquitectura ou de engenharia civil essa superfície só é preenchida em escalas de pormenor), MATERIAL REPRESENTAÇÃO COR MATERIAL REPRESENTAÇÃO COR Quadro 2 - Representações gráficas de materiais em corte Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 42 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos As secções deverão ser sempre preenchidas com o tracejado. Para áreas muito grandes o preenchimento das superfícies em corte restringe-se apenas à zona de contorno do corte (Figura 55), para áreas muito estreitas ou delegadas o preenchimento deverá ser a cheio (Figura 56). As peças que contenham vários materiais justapostos, o corte deverá ser representado com essa diferenciação de materiais, essa diferenciação poderá ser efectuada com orientação e afastamento de tracejado diferente (Figura 57) ou no caso de peças delegadas deixando um pequeno espaço em branco entre elas (Figura 58). Planos de Corte Os cortes poderão se realizados com um só plano de corte ou por vários planos de corte, evitando assim invisibilidades e mostrando numa só vista o interior da peça. Poderemos representar o corte usando planos paralelos (Figura 59) ou planos concorrentes (Figura 60), que resultam numa só vista em corte Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 – corte executado por planos paralelos Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 43 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Figura 60 – Corte por planos concorrentes Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 44 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Cortes e Secções – Formas de representação Cortes Os cortes, como já se disse atrás são vistas e como tal à semelhança dos modos de representar vistas também é possível representar os cortes (Figura 61), assim temos a representação por: - Corte total; - Meio corte; - Corte local ou parcial. Figura 61 – Cortes – Modos de representação Desenho Técnico I – ApontamentosGerais 45 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Secções As secções podem ser representadas: - Rebatidas no local (Figura 62); - Rebatidas deslocadas (Figura 63). As secções rebatidas na própria vista, deverão ser representadas a traço contínuo fino e não devem suprimir nenhuma informação da vista. As secções rebatidas deslocadas, deverão ser representadas com a linha de contorno a traço contínuo grosso, o tracejado continuará a ser representado a traço contínuo fino. Ao contrário dos cortes, não se marcam invisibilidades mas devem-se marcar os centros das superfícies curvas que estão em corte, bem como linhas de eixo (Figura 64). Figura 62 – Secções rebatidas no próprio local Figura 63 – Secções rebatidas deslocadas Figura 64 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 46 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos 3.4. – Escalas e Cotagem Escalas A NP EN ISO 5455:2002 especifica as escalas e sua designação para desenho técnico. Escala – Conceito Designa-se por escala à relação entre a medida linear do desenho de um objecto (MD) e a respectiva medida linear real (MR) desse objecto: N 1 = Objecto do Real Medida Desenho do Medida =Escala em que N representa o módulo da escala. Se MD=MR.................E=1 – Escala Natural (verdadeira grandeza) Se MD>MR.................E>1 – Escala de Ampliação Se MD<MR................ E<1 – Escala de Redução A Norma fixa as seguintes escalas: - Ampliação: 50:1 20:1 10:1; 5:1 2:1 - Verdadeira grandeza: 1:1 - Redução: 1:2 1:5 1:10 1:20 1:50 1:100 1:200 1:500 1:1000 1:2000 1:5000 1:10 000 Para aplicações especiais é possível aumentar ou diminuir a gama de escalas recomendadas, “(...)na condição de que a escala pretendida seja obtida por multiplicação da escala recomendada por uma potência de 10.(...) “1 Recomenda-se que na separação de dois termos de escala se deve utilizar dois pontos e não um traço inclinado, ex.:1:50 e não 1/50 A escala deve-se inscrever no lugar próprio na legenda, se houver mais que uma escala no desenho a principal, esta aparece com caracteres maiores e os outros mais pequenos. Como proceder para identificar a escala de um desenho: - Definir a unidade de medida (metro ou milímetro, por exemplo). - Determinar o valor do módulo da escala pela expressão: MR = MD × N. No caso das ampliações o valor de N é inferior a 1. Neste caso terá de determinar o inverso de N: por exemplo se N=0.2, faz-se 1/0.2, que corresponde à ampliação 5:1. 1 In: pág. 7 Norma Portuguesa NP EN ISO 5455 – 2002 – Instituto Português da Qualidade Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 47 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Exemplos de Escalas: Unidade de Medida: mm Os desenhos também poderão ter a indicação da escala através de escalas gráficas (Figura 66). Figura 65 – Exemplos de Escalas 1:1 1:10 1:100 1:2 1:20 1:200 1:5 1:50 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1020 250 7550 100 12 0 5 10 24 0 40 20 0 1 10 32 54 510 100 3020 5040 13 155 10 20 15050 100 200 4 3 2 15501 10 20 m cm m cm cm m cm cm Figura 66 – Exemplos de escalas gráficas MR= 20 – Indicado na cota MD=40 - Indicado na Escala de medição MD>MR E>1 Escala de Ampliação Escala 2:1 MR= 50 – Indicado na cota MD= 50 -Indicado na Escala de medição MD=MR E=1 Escala Natural Escala 1:1 MR= 250 – Indicado na cota MD= 50 -Indicado na Escala de medição MD<MR E<1 Escala de Redução Escala 1:5 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 48 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Cotagem Entende-se por cotagem a indicação de dimensões efectuada nos objectos desenhados. Estas dimensões poderão ser lineares ou angulares e são indicadas com cotas, sendo estas constituídas por números e por outros grafismos com elas relacionados (Figura 67). A NP 297:1963 define as regras a aplicar à cotagem de desenhos. Regras gerais 1 – As cotas são sempre as medidas reais do objecto independentemente se este estiver reduzido ou ampliado no desenho; 2 – Não se colocam as unidades nas cotas; 3 – Objectos desenhados a grandes escalas podem ser cotados em milímetros; 4 – Projectos de arquitectura são cotados em metros; 5 – Projectos de Engenharia são cotados em metros ou em milímetros; 6 – Pilares ou furos são cotados a eixo; 7 - Não se deve sobrepor cotas para não gerar confusão; 8 – A cotagem deverá ser maioritariamente efectuada em planta, cotas em alçados ou em cortes só deverão ser colocadas para indicação de alturas; Figura 67 - Cotagem Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 49 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos 9 - As Linhas que limitam as cotas (linhas de chamada), não devem tocar o desenho; 10 - Os números de das cotas devem ser claros e colocados sempre sobre a linha de cota; 11 - As cotas verticais colocam-se à esquerda da linha de cota; 12 - Entre as linhas de cota deverá existir alguma separação significativa de modo a que haja uma leitura clara das suas cotas; 13 – Deve-se evitar um possível cruzamento de linhas de notações com linhas de cota. Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 50 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Num lugar excessivamente irregular, recorremos a uma medição radial, que consiste em fixar um ponto central e efectuam-se as medidas de todos os ângulos (Figura 72). A cotagem de peças em perspectiva deverá ser paralela aos planos da mesma (Figura 73). Figura 72 – Cotagem de uma planta irregular Figura 73 – Cotagem de uma peça em perspectiva Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 51 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Figura 74 – Cotagem total de uma planta de arquitectura Desenho Técnico I – Apontamentos Gerais 52 Desenho I – 2006/2007 M.ª Eugénia Santos Figura 75 – Cotagem de elementos de um projecto de engenharia
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