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absorção dos fármacos farmablogueira A absorção pode ser definida como a passagem da droga de seu sítio de administração para a corrente sanguínea. Muitos fármacos são administrados em locais diferentes de onde exercerão seus efeitos e o sangue é o “veículo” usado para levá-los ao lugar no qual são necessários. No nosso exemplo, João ingeriu o comprimido prescrito e o antibiótico precisa chegar até o local da infecção, antes passando pelo estômago e sendo absorvido no intestino. Entretanto, o organismo dispõe de barreiras que dificultam a entrada/saída e o movimento de substâncias estranhas no corpo e que devem ser vencidas pelo fármaco. Uma dessas barreiras são as membranas celulares e as diferentes formas que um fármaco pode atravessála (dependendo de suas propriedades físico-químicas) A difusão pela camada lipídica é observada com moléculas pequenas não polares (por exemplo, hormônios esteroides) que atravessam a membrana livremente. Nesta situação, não há gasto de energia e tal fenômeno é denominado difusão passiva, pois ocorre a favor do gradiente de concentração (de um meio com alta concentração para outro com menor concentração). É importante ressaltar que moléculas com carga elétrica têm menos chances de atravessar a membrana por difusão e deve-se levar em conta o pH do ambiente (por exemplo, pH ácido do estômago) e a constante de dissociação de ácido (pKa ) do fármaco, para estimar a proporção do fármaco que estará na forma iônica. A grande maioria dos fármacos, usados na terapêutica, não pode atravessar as membranas por difusão passiva. Alternativamente, compostos hidrossolúveis pequenos ou que apresentam carga elétrica, podem atravessar a membrana por difusão por canais. Fármacos maiores e polares, geralmente, necessitam de carregadores específicos para o transporte, que resulta na mudança da conformação da proteína com gasto de energia (transporte ativo) ou sem (difusão facilitada). Outro tipo de transporte para moléculas grandes é por pinocitose, em que a membrana sofre uma envaginação e a vesícula contendo o fármaco e outros componentes extracelulares é liberada no citoplasma. Além da membrana plasmática, o fármaco deve resistir às diferentes condições impostas pelo organismo, como variações do pH, presença de muco, alterações na estrutura química provocada pela microbiota, entre outros. Por isso, muitos fármacos não são absorvidos completamente, fato este que pode resultar em uma baixa eficácia. Na Farmacologia, utilizamos o termo biodisponibilidade para se referir à fração do fármaco que foi absorvida (atinge a circulação intacto) em relação à quantidade administrada
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