Sociedade Simples

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Sociedade Simples
 Toda sociedade simples vai trabalhar com intermédio de um contrato. Se caracteriza pela união de esforço, pela manifestação de vontade para que tenhamos um direcionamento para angariar trabalho/serviços. 
 Se destaca muito com os profissionais intelectuais 
 Ex: Advogados, dentistas, médicos... 
 O art. 966, afirma que a sociedade simples não tem caráter empresarial, pois não é uma atividade profissional e organizada. (Significa organizada em matéria prima, mão de obra, tecnologia, capital.) 
Espécies: 
O ato constitutivo não deixa de ser um ato contratual. 
 A sociedade simples se regulariza por este ato constitutivo que é o contrato e que é levado a registro no cartório de registro de pessoa jurídica. 
 O registro no cartório vai auxiliar na condução e publicidade desta sociedade perante terceiros. 
 Na sociedade Simples você precisará do consentimento de TODOS OS SÓCIOS SEM EXCESSÃO para se alterar as matérias dos incisos do Art. 997 
 Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - Nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - Denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - A quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - As prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - As pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
 Qualquer outra situação que não faz referências a esses incisos, o Art. 999 do CC vai trazer para nós que precisaremos apenas da maioria absoluta para deliberar sobre as outras matérias. 
 #Quando se tem dois sócios aquele que detiver maior número de capital social/maior percentual, é que vai justamente liderar a vida desta sociedade simples. 
 Ex: Sócio com 60% e sócio com 40%. 
1) A sociedade simples não é uma sociedade capital, ela vai trabalhar buscando a contextualização dessa formação do capital social pelos sócios da sociedade simples, mas para que essa sociedade possa se desenvolver. Até porque quando temos a união de vontades na sociedade simples, cuja a formalidade ela é otimizada/não cria muitas barreiras, você teria a necessidade que os sócios no mínimo deveriam se preocupar com a integralização do capital social. 
 Integralizar o capital social = Quando ingressei/depositei 10 mil reais na nossa sociedade. 
 Sem a integralização do capital social ela perderia seu objeto, nós não teríamos a possibilidade de seguir com essa sociedade sem a formação do capital 
 ISSO É INERENTE A TODA SOCIEDADE EMPRESÁRIA POR ASSIM DIZER.
 É a base econômica da empresa, se a base econômica da empresa não tem formação, será que teríamos qualquer possibilidade de trabalhar com uma sociedade descapitalizada??? 
2) Nós temos a possibilidade de classificar as sociedades de acordo com a responsabilidade dos sócios... (Responsabilidade limitada, ilimitada e mista) 
Devemos identificar qual é o tipo societário, se o tipo societário é aquele tratado com outro tipo societário (Ex: Sociedade simples em nome coletivo; Sociedade simples em comandita), aplica-se as regras de cada tipo societário que vimos. 
3) A responsabilidade é subsidiaria 
 = Um responde depois o outro, na impossibilidade desta pessoa responder, passa para a responsabilidade de outra pessoa. 
 Subsidiariamente você teria a empresa respondendo, depois os sócios. 
 Segue a regra geral... 
 Quando se tem o patrimônio da sociedade simples, primeiro vincula-se o patrimônio, para que posteriormente na impossibilidade do patrimônio não cobrir o passivai, ai sim podemos ter questões voltadas a responsabilidade dos sócios em si. 
4) Podemos ter também uma responsabilidade solidaria, quando em um ato constitutivo eu assim fizesse a menção. 
 Se estou formalizando um contrato social para se criar uma sociedade simples, esta questão da responsabilidade subsidiaria eu poderia transforma-la em uma responsabilidade solidária. 
 1º Solidariedade não se presume. 
 2º Solidariedade decorre de Lei.
 Quando temos essas duas percepções, precisamos ter a cautela de que essa solidariedade só vai ser externada se de fato alguém tivesse acesso a esse ato constitutivo, do contrario não se tem como cogitar a sociedade simples. 
1) Se ainda não definimos quem é o administrador (essa deliberação tem que partir da unanimidade). 
 Nossa sociedade já pode ser registrada sem ter feito essa votação. Registra-se e em um segundo momento você formaliza esse ato por meio de um documento, nomeando o socio administrador, ou o administrador que não é sócio. Colocando principalmente os poderes inerentes à administração da sociedade. 
 Se não tivéssemos a menção aos poderes inerentes ao sócio administrador, obviamente pela interpretação da lei ele teria como sócio o poder de assinar um cheque, o poder de pegar um empréstimo no banco. TERIAMOS UMA FALTA DE SEGURANÇA DOS PODERES. 
3) Se ele não fizer isto, poderá responder pessoalmente. 
5) Teoria “ultra vires societalis” – Extrapolou os poderes que foram investidos a ele... Daí a importância de se ter dentro da formação do ato constitutivo, você precisa ter o cuidado ao fazer menção aos poderes que este sócio administrador ou administrador não sócio terá sobre a sociedade. 
1) 3 sócios 
João tem 50%
Manuel tem 30%
Fernanda tem 20% 
 Vamos deliberar em nossa sociedade simples sobre uma matéria... 
João chega e fala “eu quero”
Manuel fala “não quero”
Fernanda fala “não quero”
 NINGUÉM GANHOU, pois se eu for pela quota social está empatado... 
2) Se houver empate nas deliberações, neste caso estabelece que a situação se dissolverá por meio do voto computado pelo maior número de sócios... 
 Ex: Dois contra um faz a vontade dos sócios. 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
· Causas de dissolução total das sociedades:
1) Prazo de duração: Estamos diante da dissolução por expiração do prazo de duração, sejam aquelas por prazo determinado e indeterminado não presentes no art. 1.029, bem como a presente no art. 1.033, I, do CC, vencido o prazo do contrato, este se prorroga, automaticamente, por tempo indeterminado, salvo permissão de algum sócio, ou se não entrar em liquidação uma sociedade.
 
· 2) Falência da sociedade; 
· 3) Consenso mútuo ou maioria absoluta na sociedade por prazo indeterminado: os incisos II e III do art. 1.033 do CC tratam da hipótese do distrato, devendo ser levado a registro, assim como ocorre com o ato constitutivo.
· 4) Inexequibilidade: já sua inexequibilidade importa na impossibilidade da continuação da sociedade por diversos fatores, como a perda ou redução do capital social, concorrência, a majoração de impostos sobre a atividade desempenhada, a promoção da importação ou exportação das mercadorias com as quais negociava a sociedade.
 Inexequibilidade – É justamente quando você não tem/não existe possibilidade para dar continuidade a sociedade seja por qualquer fator. Fatores internos ou externos que impossibilitaram de se manter ativos na sociedade simples. 
 Ex: aumento de tributo, perda e redução do capital social.
· 5) Anulação da constituição: a manifestação de vontade de um dos sócios a carretará a nulidade somente de seu vínculo com uma sociedade.
· Causas de dissolução parcial de sociedade
· Na segunda hipótese, temos a dissolução por morte de sócio (art. 1.028), por vontade de um dos sócios (art. 1029), por falência de sócios (art. 1.029, parágrafo único) e decorrente de cláusulas previstas no contrato social.
 
Lei nº 14.195/21 – ESTUDAR 
 Veio para desburocratizaralgumas fases de abertura de empresas, algumas questões voltadas no trato ao empresário, evitar que por causa da pandemia que muitos empresários deixaram de fazer registros ou arquivamento na junta comercial, seja por falta de conexão ou pois não entendia como fazer, etc. 
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
IV - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art57
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
Parágrafo único. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art57
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
REVOGADOS. 
 OBS: Portanto na saída de um dos sócios, você não tem mais esta questão de dissolver a sociedade pois você não substituiu aquele socio retirante, ou que foi excluído do quadro societário. 
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa.
 Parágrafo único. Nos trinta dias subsequentes à notificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade.