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Plano de aula 2022 1

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REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 1
Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo.
Tema
Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo.
Palavras­chave
Características. Texto Narrativo. Texto Argumentativo
Objetivos
 ­ Compreender a Ementa da disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula.
 ­ Reconhecer a importância da disciplina para a atividade jurídica em geral.
 ­ Compreender a relevância a seleção dos fatos da situação fática para a aplicação do direito objetivo.
 ­ Diferenciar o texto Narrativo do Argumentativo.
Estrutura de Conteúdo
        1. Apresentação: Ementa da Disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula.
        2. Texto Narrativo: características.
        3. Texto Argumentativo: características.
Estratégias de Aprendizagem
O estudo constante é importante, pois auxilia a fixar o conteúdo apreendido. Assim, não deixe de consultar o Roteiro de Estudos, que se encontra no SAVA (webaula), uma vez que traz indicações para o antes, o durante e o depois da aula.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquíria da Cunha. Redação Instrumental. 2016.
Aplicação: articulação teoria e prática
No Direito, é de grande relevância o que se denomina tipologia textual: narração, descrição, dissertação e injunção. O que torna essa questão de natureza textual importante para o direito é sua utilização na produção de peças processuais como a petição inicial, que apresenta diferentes tipos de texto, a um só
tempo. Para melhor compreender essa afirmação, observe o esquema da petição inicial e perceba como essa peça pertence a um tipo textual híbrido do discurso jurídico, o que exige do profissional do direito o domínio pleno desse conteúdo.
Observe, agora, o quadro abaixo para compreender melhor as diferenças estruturais entre a construção de um texto narrativo e de um texto argumentativo:
NARRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO
Objetivo Expor os fatos relevantes do caso
c o n c r e t o   a   s e r   s o l u c i o n a d o   n o
Judiciário.
D e f e n d e r   uma   t e s e
c om p a t í v e l   c o m   o
interesse da parte que o
advogado representa
para   sus ten tação  do
pedido que se pretende
t e r   a c o l h i d o   p e l o
judiciário.
Importância do
fato
Cada fato representa uma informação
que compõe a situação fática a ser
conhecida pelo judiciário.
O   f a t o   n a r r a d o   é
interpretado à luz do
ordenamento jurídico e
t r a n s f o r m a d o   e m
elemento de persuasão
que é o raciocínio, para
sustentação da defesa da
t e s e   p r e t e n d i d a
(Descritivo­Valorativo­
Normativo).
Tempo verbal
utilizado
O pretérito é o tempo fundamental. O
presente é usado para os fatos que se
iniciaram no passado e que perduram
até o momento da narração. O futuro
não é utilizado porque fatos futuros são
incertos, hipotéticos.
Presen te  a tempora l .
Pretérito Perfeito: só
deve   se r  usado  para
retomar os fatos (provas
/ indícios) relevantes da
narrativa jurídica, com
os quais se defenderá a
tese.
P e s s o a   d o
discurso
Utiliza­se da 3ª pessoa do singular, por
marcar a imparcialidade do advogado,
passando, assim, maior veracidade aos
fatos narrados.
Utiliza­se da 3ª pessoa
do singular em busca de
m a i o r   p e r s u a s ã o   e
v e r a c i d a d e   p a r a   o s
argumentos formulados.
Organização Os fatos são narrados e descritos em
ordem. Pretéritos (perfeito, imperfeito,
mais­que­perfeito), porque todos os
fatos narrados já ocorreram. O presente
é usado somente cronologicamente, isto
é ,   n a   m e s m a   o r d e m   e m   q u e
aconteceram no mundo natural  (=
relógio/calendário)
O s   a r g umen t o s   s ã o
organizados em uma
l i nh a   d e   r a c i o c í n i o
lógica, coerente e coesa
em busca da persuasão
d o   a u d i t ó r i o .   É   d e
grande   r e l evânc ia   a
c o n s i s t ê n c i a   d o
raciocínio e a evidência
das provas.
Elementos
Constitutivos
da narrativa
O   q u ê ?   ( f a t o   g e r a d o r   d o
conf l i t o /ped ido ) ;   quem?   (pa r t e s
processuais); onde? (local do fato);
quando? (momento do fato ? dia, mês,
ano); como? (modo como os fatos
o c o r r e r am ) ;   p o r   q u ê ?   ( n e x o   d e
causalidade/razão/motivo/consequência)
Estrutura da
argumentação
O   f a t o   g e r a d o r   d o
conflito (nexo causal),
apresentação explícita
da tese a ser defendida,
c o n s t r u ç ã o   d e
argumentos fortes ou
consistentes, a partir dos
f a t o s   r e l e v a n t e s
s e l e c i o n a d o s ,   p a r a
sustentação da tese a ser
apresentada, seleção dos
t ipos  de  argumentos
para defesa da tese de
forma persuasiva.
Natureza do
texto
A narrativa possui função informativa,
mas é também entendida como um
excelente recurso persuasivo a serviço
da argumentação.
A argumentação tem
função persuasiva por
excelência.
Questão 1
Identifique se os excertos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, justificando a sua resposta, com alguns fragmentos do próprio texto em análise. Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o esquema apresentado acima.
Fragmento 1
Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em linhas gerais, que o Réu lhe esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um córrego com água potável e um abrigo para vacas leiteiras. Pede liminarmente a reintegração de posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu
durante a noite ­ clandestinamente, portanto ­ e que isso lhe trouxe crescentes prejuízos. Em sua Petição Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre outros argumentos, justificou, a partir dos prejuízos, a necessidade de obter jurisdição de urgência.
Fragmento 2
O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à sua subsistência na forma da lei civil, razão por que está passando por privações.
O alimentando encontra­se em situação estável, trabalhando atualmente como mecânico autônomo e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 (hum mil e quinhentos reais) mensais.
Fragmento 3
Depreende­se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente insurgência é discutir problemas familiares, revolvendo questões antigas e atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam limitadas ao âmbito familiar, trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor contrangimento,
expôs a público a privacidade de parte de seus familiares, maculando a imagem e a intimidade destes, desconsiderando o Autor a sua própria assertiva em Inicial ?roupa suja se lava em casa? (Anexo II, item 17 , fl. 146).
Fragmento 4
O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo­lhe de pagar fornecedores, empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou que o réu teria cometido uma grave ilegalidade, pois abriu uma filial da empresa de sua mãe, ?Chique­ Chique?, supostamente concorrente, no mesmo
endereço da empresa que é sócio com o autor, sem qualquer tipo de autorização prévia e utiliza­se de toda a estrutura de maneira completamente ilegal, com a intenção de vender a carteira de clientes da empresa, no escopo de encerrar suas atividades, asfixiar o autor financeiramente, e usurpar a estrutura e
credibilidade do ponto comercial para instalar uma filial de sua empresa em Brasília.
Fragmento 5
Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios para expor sua interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e­mail, com ilações inverídicas e extremamente distanciadas da verdade e do intento da Ré, que buscou apenas relatar fatos ocorridos no âmbito familiar e
demonstrar o seu amargor e repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi chamada de ?ladra? pelo Autor, buscando, assim, e precipuamente alertar que novas desavenças familiares poderiam ocorrer, em razão de determinadas posturas do Autor, como a que se instaurou com a propositura da presente ação.
Fragmento 6
Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho ainda na vigência do contrato e veicular a campanha publicitária com referência direta à campanha produzida anteriormente pela autora, causou­lheprejuízos, porque, por óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos pela
requerente com tal campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já adquiridos e não utilizados.
Questão 2: objetivas.
1. No contexto da temática Tipologia textual e Narrativa Jurídica, identifique a opção que apresenta a correspondência adequada/correta entre característica e tipologia textual:
(A) Narração: um texto narrativo possui os elementos indispensáveis da narrativa (O quê? Quando? Como? Onde? Quem? Por quê?).
(B) Argumentação: pode aparecer na narrativa jurídica simples.
(C) Narração: um texto narrativo jamais poderá apresentar uma outra tipologia textual.
(D) Descrição: um texto descritivo sempre aparece com a tipologia textual argumentação.
(E) Argumentação: um texto argumentativo não poderá apresentar modalizadores.
2. Analise o fragmento extraído de uma Petição Inicial e indique a que tipo textual pertence: DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: a) A procedência da ação para condenar a ré a efetuar o pagamento ao autor na importância de R$ 10.000,00 (dez mil reais), acrescidos de juros e
correção monetária; b) A condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na forma da lei; c) A citação do representante legal da pessoa jurídica que figura no polo passivo para, querendo, no prazo legal, contestar a ação.
(A) Narrativo.
(B) Injuntivo.
(C) Dissertativo­argumentativo.
(D) Descritivo.
(E) Dissertativo­expositivo.
Considerações Adicionais
PROPOSTA DE TRABALHO
1. LIVRO BASE
        FULLER, Lon L. O Caso dos Exploradores de Caverna. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris.
O caso dos exploradores de cavernas é uma leitura recomendável àqueles que têm interesse na área jurídica, especialmente, sobre a área criminal, porque aborda vários princípios, leis, dogmas (Direito Natural) do ordenamento jurídico.
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 2
Elementos da narrativa jurídica
Tema
Elementos da narrativa jurídica
Palavras­chave
Narrativa jurídica. Elementos da narrativa. Estrutura das peças processuais e Teoria Tridimensional do Direito.
Objetivos
­ Identificar as partes que compõem algumas das peças processuais
­ Compreender a relevância dos fatos do caso concreto para a aplicação do direito objetivo
­ Distinguir a narrativa jurídica simples da narrativa jurídica valorada;
­ Compreender a relação entre o tipo de narrativa e a peça processual produzida;
­ Conhecer as principais características da narrativa jurídica.
Estrutura de Conteúdo
1. Estrutura textual das peças processuais
2. Teoria Tridimensional do Direito
3. Elementos da narrativa
3.1. Correta identificação do fato gerador
3.2. Narrativa jurídica simples
3.3. Narrativa jurídica valorada
3.4. Impessoalidade
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos de caso; entre outras estratégias de acordo com a possibilidade do professor.
A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor esteja adequada ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, dos alunos e da didática do Docente.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquíria da Cunha. Redação Instrumental, 2016.
Aplicação: articulação teoria e prática
Há uma regularidade na organização das peças processuais: são indispensáveis a narrativa dos fatos importantes da lide, a fundamentação de um ponto de vista e aplicação da norma, em forma de pedido, decisão etc.
Não importa se a narrativa dos fatos será denominada ?dos fatos? (petição inicial) ou ?relatório? (sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, neste momento, nomear a parte argumentativa como ?do direito? (petição inicial) ou fundamentação (parecer). Pretendemos apenas, como já dissemos, que o
estudante de Direito perceba que as peças processuais seguem, independente de suas peculiaridades, uma estrutura regular: narrar, fundamentar e pedir.
Essa estrutura não existe sem motivação. Uma proposta teórica, internacionalmente conhecida, chamada Teoria Tridimensional do Direito, do jusfilósofo brasileiro Miguel Reale, defende que o Direito compõe­se de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. Assim:
Teoria
Tridimensional
Macroestrutura de algumas peças
processuais
petição
inicial
parecer sentença
FATO Dos fatos Relatório Relatório
Narrar os fatos importantes
VALOR Do direito Fundamentação Motivação
Fundamentar um ponto de vista
NORMA Do pedido Conclusão Dispositivo
Conclusão, na forma de pedido, decisão etc.
Portanto, é preciso estudar com profundidade todas as questões relativas à produção do texto narrativo, primeira dimensão do direito, que consiste na exposição de todos os fatos importantes para a adequada solução da lide.
Como vimos, as peças processuais têm um denominador comum: precisam, em primeiro lugar, narrar os fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento de um direito passa pela análise do fato gerador do conflito e das circunstâncias em que ocorreu. Ainda assim, vale dizer que
essa narrativa será imparcial ou parcial, podendo ser tratada como simples ou valorada, a depender da peça que se pretende redigir. São diferentes os objetivos de cada operador do direito; sendo assim, o representante de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma
versão da parte contrária. Por conta disso, não se poderia dizer que todas as narrativas presentes no discurso jurídico são idênticas no formato e no objetivo, visto que dependem da intencionalidade de cada um.
NARRATIVA SIMPLES
DOS FATOS
NARRATIVA VALORADA
DOS FATOS
É uma narrativa sem
compromisso de representar
qualquer das partes. Deve
apresentar todo e qualquer
fato importante para a
compreensão da lide, de
forma imparcial.
É uma narrativa marcada pelo
compromisso de expor os
fatos de acordo com a versão
da parte que se representa em
juízo. Por essa razão,
apresenta o pedido (pretensão
da parte autora) e recorre a
modalizadores.
Motivado por essa explicação, leia os casos concretos que seguem e responda à questão.
Caso concreto 1
O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho tinha seis anos de
idade; o filho do meio, quatro; o caçula, um ano e meio.
É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o
caçula, ainda aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto.
Chegou ao hospital público mais próximo e foi submetida a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá­lo um pouco no colo. A enfermeira o permitiu. Marcela beijou a criança e jogou­a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumatismo craniano e morreu.
Perguntada por que tomara aquela atitude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um exame realizado no Instituto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal no momento em que matou o próprio filho.
Caso concreto 2
Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual motivo, não contou o fato para ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não compartilhou esse segredo com
amigas ou colegas de trabalho. Definitivamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana.
Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer tipo de acompanhamento ou cuidado pré­natal especial; escondia a barriga com cintas e usava roupas largas.No mês de dezembro de 2006, quando participava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, sentiu­se mal e foi para
casa.
Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou­a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se
livrar da justiça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto.
Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve investigação da Polícia, Adriana confessou tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal.
Questão 1
a) Indique os elementos da narrativa dos casos lidos.
b) Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praticada influenciam substancialmente o crime imputado ao  agente, o profissional do direito deve estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de  sua exposição dos fatos. Identifique nos dois casos
concretos quais informações não podem deixar de ser narradas e as  indique em tópicos.
c) Quais crimes praticaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo.
Questão 2: Objetivas.
1. As narrativas jurídicas contêm características distintas das demais narrativas. Além disso, podem ser simples ou  valoradas. Independentemente de serem simples ou valoradas,  toda narrativa jurídica apresenta esta característica:
(A) Ser escrita em terceira pessoa.
(B) Apresentar a descrição dos espaços.
(C) Ser parcial.
(D) Conter  modalizadores.
(E) Ser imparcial.
2. Leia o trecho, analise os elementos constitutivos da narrativa e marque a alternativa correta: Trata­se de  negligência ao  dever de cuidar de Maria de Lurdes Silva, 27 anos, a que expôs sua filha Carla Silva de dois anos. O fato ocorreu em  Botafogo, Rio de Janeiro.
(A) Não é possível extrair do parágrafo o elemento "onde".
(B) É possível extrair do parágrafo o elemento "quando".
(C) O parágrafo informa o porquê do conflito.
(D) É desconhecido o agente da ação.
(E) O fato gerador do conflito não se encontra identificado nesse parágrafo, somente sua valoração.
Considerações Adicionais
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 3
Seleção dos Fatos e Ordem Cronológica ou Linear dos Fatos
Tema
Seleção dos Fatos e Ordem Cronológica ou Linear dos Fatos 
Palavras­chave
Elementos da Narrativa Jurídica. Seleção dos fatos. Ordem cronológica. Raciocínio Jurídico.
Objetivos
 ­ Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica.
       ­ Distinguir os fatos juridicamente importantes daqueles que são esclarecedores das questões importantes.
        ­ Organizar os fatos na ordem rigorosamente cronológica ou linear.
 ­ Desenvolver raciocínio jurídico de que os fatos que não são usados, direta ou indiretamente, na argumentação da tese, não precisam ser narrados.
        ­  Reconhecer os elementos da narrativa jurídica, a saber: O QUÊ, QUEM,
POR QUÊ, ONDE, QUANDO, COMO. 
Estrutura de Conteúdo
        1.1. Fatos juridicamente importantes: consequências jurídicas.
        1.2. Fatos secundários que contribuem para a clareza e compreensão da situação fática.
        1.3  Organização dos fatos na ordem rigorosamente cronológica ou linear. 
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos de caso; entre outras estratégias de acordo com a possibilidade do professor.
A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor esteja adequada ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, dos alunos e da didática do Docente.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação Instrumental. 2016.
Aplicação: articulação teoria e prática
        Ao procurar um advogado, o cliente fará, logo de início, um relato dos acontecimentos que, em sua perspectiva, causaram­lhe prejuízo do ponto de vista moral e/ou material. Relatará a sua versão do conflito, marcada, geralmente, por comoção, com reiterados detalhes ­ descrições minuciosas dos fatos ­
nem sempre muito relevantes juridicamente e com muita parcialidade.
Saber selecionar essas informações é muito importante e esse procedimento depende não só do tipo de texto que se quer redigir, mas também de uma visão crítica, madura e bastante aprimorada, pois desses fatos selecionados que serão construídos os argumentos, sem se esquecer da função persuasiva
da narrativa.
Num relato pessoal, interessa ao narrador não apenas contar os fatos, mas justificá­los. No mundo jurídico, entretanto, muitas vezes, é preciso narrar os fatos de forma objetiva, sem justificá­los. Ao redigir um parecer, por exemplo, o narrador deve relatar os fatos de forma objetiva antes de apresentar
seu opinamento técnico­jurídico na fundamentação.
Antes de iniciar seu relato, o narrador deve selecionar o quê narrar, pois é necessário garantir a relevância do que é narrado. Logo, o primeiro passo para a elaboração de uma boa narrativa é selecionar os fatos a serem relatados.
Questão 1 
Considere que as informações juridicamente importantes são aquelas que precisam constar da narrativa jurídica porque o julgador necessita desses fatos para esclarecer o conflito e solucionar a lide. Assim, redija uma narrativa jurídica sobre o caso concreto abaixo, selecionando todas as informações
relevantes em ordem cronológica e verifique, ainda, se constam dela os seguintes elementos que a constituem: o quê, quem, por quê, quando, onde, como (passo a passo da narrativa). Faça uso dos tempos verbais no passado e na terceira pessoa do singular em busca de maior veracidade para os fatos
narrados.
Caso Concreto
        No dia 9 fevereiro de 2015, em uma segunda­feira ensolarada, Iolanda de Araújo Nogueira, aposentada, 72 anos, portadora de doença degenerativa, com muita pressa, toda maquiada e com um belo coque e óculos escuros vermelhos, com roupas e sapatos estranhos à moda atual, dirigiu­se à agência do
Banco do Estado do Rio Grande Sul (Banrisul) na cidade de Pelotas, com o propósito de sacar dinheiro para custear o seu tratamento médico em Porto Alegre. Ficou em duas filas aguardando atendimento, no período das 14h55min às 16h26min.
Neste intervalo, sentiu­se mal, tendo sido acometida por forte diarreia. Pediu, então, à estagiária do banco, moça muito magra e extremamente bem vestida, com olhos de ressaca alencariana, acesso ao banheiro, mas foi informada de que os banheiros dos funcionários não podiam ser emprestados e o
destinado aos clientes passava por reformas para tornar­se mais modernoso e atraente aos clientes e aos funcionários.
Sentindo fortes dores abdominais, a aposentada explicou a situação à gerente, que prometeu ceder o banheiro privativo assim que dispusesse de uma funcionária para acompanhá­la.
Com a demora, a aposentada pediu a um dos vigilantes da agência, que era muito alto, forte e malhado, o telefone da prefeitura e o número da Lei das Filas. Como o atraente vigilante não lhe deu atenção, ela resolveu ligar para a Brigada Militar (a polícia militar gaúcha). O atendente, após ouvir seu
relato, desligou o telefone, sem nenhuma explicação.
Só depois de uma hora, a Srª. Iolanda foi conduzida ao banheiro por uma estagiária chamada Helena Miranda.
Ao sair da agência, acompanhada de Hilda Thomás dos Santos, secretária, 29 anos, morena, muito elegante e simpática, cliente do Banco, que também se encontrava no interior da agência e que se prontificou a servir de testemunha do constrangimento, martírio e descaso por que passou, a aposentada
registrou Boletim de Ocorrência, no qual informou que se sentiu constrangida, humilhada e desrespeitada em sua dignidade quando precisou expor o problema físico que a acometia, sem que nenhuma providência fosse tomada.
Matilde Correa, baixinha e nada elegante, gerente da agência bancária, ao ser interrogada, alegou que a situação que se crioufoi fruto da impaciência da cliente, num dia de pagamento de benefícios, em que a agência se encontrava cheia e ainda por cima com o aparelho de ar condicionado com defeito.
E disse, ainda, que a presença de funcionário para acompanhá­la se fazia necessária, pois o trajeto até o banheiro privativo dos funcionários passa pelo cofre do Banco. (Texto adaptado)
Questão 2 
Coloque os fatos do caso concreto na ordem cronológica ou linear, estabelecendo relações lógicas entre os raciocínios. 
XIV EXAME DA ORDEM /2012
(        ) O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins.
(      )  Em razão disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves.
(        ) Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240m² em área urbana, onde construiu moradia simples para sua família.
(        ) Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos.
(        ) A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, sem qualquer oposição.
(        ) No último ano, o bairro passou por um acelerado processo de valorização devido à construção de suntuosos projetos imobiliários.
(        ) São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, Edgar.
Questão 3: objetivas
1. Marque a alternativa que melhor preenche a lacuna em: "____________ são aqueles que importam diretamente para a aplicação da norma jurídica."
(A) Fatos cronologicamente organizados
(B)  Fatos juridicamente importantes.
(C)  Fatos que satisfazem a curiosidade do leitor.
(D) Fatos que contribuem para a compreensão dos que são relevantes.
(E)  Fatos que dão ênfase a informações relevantes.
2. A estrutura da narrativa é uma __________________ relacionados entre si de forma coerente, em que há uma ordem ______________ e ______________.
(A) descrição / linear / acronológica.
(B) sequência de fatos / temporal / causal.
(C) relação de valores / causal / cronológica.
(D) apresentação de teses / narrativa / argumentativa.
(E) sequência de fatos / argumentativa / causal.
Considerações Adicionais
MULTIMÍDIA
        Assista às séries policiais sugeridas abaixo, pois elas trazem situações em que se pode observar, dentre outros aspectos abordados, a seleção de fatos relevantes e a ordenação dos fatos:
* Bones
        * Castle
        * CSI: Crime SceneInvestigation
        * Law &Order: SpecialVictims Unit
LEITURA
A VIDA NÃO É JUSTA e SEGREDO DE JUSTIÇA, ambos de ANDRÉIA PACHA  
        Baseada em suas experiências profissionais com casos de família, a autora petropolitana traduz em palavras, com maestria, as alegrias e tristezas das histórias reais que teve contato na condução dos processos como magistrada, demonstrando profundo conhecimento do ofício que exerce e da natureza
humana. Em crônicas escritas com emoção e delicadeza, narrando disputas, amores e desejos de histórias de pais e filhos que chegaram à Justiça nos últimos vinte anos. 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 4
Polifonia e intertextualidade na construção do discurso jurídico.
Tema
Polifonia e intertextualidade na construção do discurso jurídico.
Palavras­chave
Polifonia. Intertextualidade. Paráfrase. Citação Indireta.
Objetivos
­ Compreender a relevância da polifonia para a produção do discurso jurídico;
­ Reconhecer a polifonia como fenômeno intertextual;
­ Rescrever trechos e parágrafos por meio de paráfrases (citações indiretas);
­ Dominar as recomendações da ABNT acerca do uso de citações diretas.
Estrutura de Conteúdo
1. Polifonia e intertextualidade
1.1. Citação direta
1.1.1. Citação de até 3 linhas e orientações da ABNT
1.1.2. Citação de mais de 3 linhas e orientações da ABNT
1.2. Citação indireta (paráfrase)
1.2.1. Reprodução ideológica de conteúdos
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos de caso; entre outras estratégias de acordo com a possibilidade do professor.
A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor esteja adequada ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, dos alunos e da didática do Docente.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquíria da Cunha. Redação Instrumental, 2016.
Aplicação: articulação teoria e prática
No ato de interpretar um texto, não é apenas necessário o conhecimento da língua, mas também se faz imprescindível que o receptor tenha em seu arquivo mental as informações do mundo e da cultura em que vive. Ao ler/ouvir um discurso, o receptor acessa diferentes memórias.
Portanto, interpretar depende da capacidade do receptor de selecionar mentalmente outros textos. Quem não tem conhecimento armazenado, cultura, leitura de mundo, terá dificuldade, quer na construção de novos discursos, quer na captação das intenções do emissor do discurso.
ELEMENTOS LINGUÍSTICOS QUE TÊM O PAPEL DE MARCAR
A POLIFONIA:
Conjunções
conformativas
segundo, conforme, como,etc.
Verbos
introdutores
de vozes
(dicendi?
verbos de
dizer)
dizer,falar, (verbos mais
neutros);enfatizar,afirmar,advertir,ponderar,confidenciar,
alegar.
Paráfrase é um resumo, cuidadoso e original, do conteúdo da obra ou trecho lido, elaborado com as próprias palavras do pesquisador. (...) Deve ser redigida com bastante clareza e exatidão, de modo a possibilitar, no futuro, a sua utilização sem necessidade de retorno à obra original. (MARCHI, Eduardo
Silveira. Guia de Metodologia Jurídica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 240).
Questão 1 ­ Leia o fragmento, compreenda seu sentido global e parafraseie seu conteúdo.
Consoante orientação de Malhães, "os estudantes que estão se iniciando na vida intelectual precisam ser orientados pelos seus professores, a fim de adquirirem familiaridade com os livros e habilidades na seleção das obras a serem consultadas".
Questão 2 ­ o texto adiante é rico em polifonia. Identifique essas ocorrências e comente qual o papel dessas informações na construção do texto.
O Ministério Público de Santa Catarina impediu que o bacharel em Direito Carlos Augusto Pereira prestasse concurso público para Promotor de Justiça do órgão, por ele ser cego. Ele recorreu da decisão, mas teve o seu pedido negado.
Na carta em que justifica a medida, o MP de Santa Catarina alegou que a função é indelegável, e Pereira, "obrigatoriamente, teria que se socorrer de pessoas estranhas ao quadro funcional que não prestaram juramento público"
O Presidente da Comissão de Concurso, Pedro Sérgio Steil, afirmou que o "Promotor tem de preservar o sigilo e não pode repassá­lo a ninguém. Há impossibilidade de exercício profissional de uma pessoa com essa deficiência".
Já o Presidente da Associação Nacional do Ministério Público, Marfam Vieira, discorda. "Não vejo incompatibilidade. Há áreas em que ele poderia atuar perfeitamente. E é função do Ministério Público proteger o deficiente físico, sobretudo porque a Constituição determina reserva de vaga nos
concursos públicos. É lamentável que o MP de Santa Catarina esteja praticando um ato de discriminação". Marfam vai pedir à presidência da Associação do MP daquele Estado que reveja a decisão. Carlos Augusto Pereira afirmou que, "se fosse aprovado, teria um funcionário investido de fé pública", para
ler os documentos para ele.
"A orientação da manifestação ministerial seria dada por mim. Além disso, há sistemas que fazem a leitura pelo computador, como os sintetizadores de voz", ressaltou, ainda, Vieira.
O Estado de Santa Catarina tem na Procuradoria da Advocacia Geral da União ­ órgão federal ­ um cego, Orivaldo Vieira. Há casos semelhantes em outrosEstados do país. O procurador do Trabalho, Ricardo Marques da Fonseca, chefe da Procuradoria Regional de Campinas, e o defensor público
Valmery Jardim, também são cegos.
O bacharel é funcionário concursado da Justiça Eleitoral. Na ocasião do concurso, para auxiliá­lo nos exames, foram designados dois advogados: um leu para ele a prova e os livros usados para consulta, e o outro escreveu as respostas.
O candidato considera ter sido uma vítima do preconceito e vai mover uma ação em face do órgão catarinense e exigir indenização por danos morais.
Ainda segundo o Corregedor­Geral do MP de Santa Catarina, ?um cego precisaria, em algumas circunstâncias, do auxílio de outra pessoa. A tecnologia fornece facilidades, mas o reconhecimento de provas ou o exame de uma perícia ficam prejudicados. Não é razoável que o Estado tenha de criar uma
estrutura para viabilizar uma exceção?
Questão 3 ­ Objetivas.
1. A mudança de posição dos termos em destaque, proposta na versão à direita, PREJUDICA o sentido pretendido no texto original apenas em...
(A) TEXTO ORIGINAL: Itamar disse que espera mudanças nas regras dos debates a serem promovidos em Minas. 'É impossível falar sobre a desorganização administrativa que se instalou no Estado em apenas um minuto', justificou,... (ESTADO DE MINAS ­ 1/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Itamar
disse que espera mudanças nas regras dos debates a serem promovidos em Minas. "É impossível, em apenas um minuto, falar sobre a desorganização administrativa que se instalou no Estado", justificou,...
(B) TEXTO ORIGINAL: A informação da polícia é de que alguns dos aparelhos teriam chegado até os presos escondidos dentro de galinhas assadas. (A GAZETA ­ 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: A informação da polícia é de que alguns dos aparelhos teriam chegado, escondidos dentro de galinhas
assadas, até os presos.
(C) TEXTO ORIGINAL: Apesar de os atiradores estarem sem capacete, ninguém conseguiu ver seus rostos, que estavam em uma moto Honda XL250. (A GAZETA ­ 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Apesar de os atiradores, que estavam em uma moto Honda XL250, estarem sem capacete, ninguém
conseguiu ver seus rostos.
(D) TEXTO ORIGINAL: Victor dá posse amanhã a Rômulo Penina, para a casa civil, que acumulará os dois cargos. (A GAZETA ­ 1/4/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Victor dá posse amanhã, para a casa civil, a Rômulo Penina, que acumulará os dois cargos.
(E) TEXTO ORIGINAL: Com essa aquisição, a Saraiva, que ocupava o quarto lugar no ranking das editoras de livros didáticos, deu um passo largo para dominar o mercado. (A GAZETA ­ 27/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Com essa aquisição, a Saraiva deu um passo largo para dominar o mercado, que
ocupava o quarto lugar no ranking das editoras de livros didáticos.
2. Sobre polifonia e intertextualidade, qual a análise incorreta?
(A) A polifonia é a incorporação ao discurso de asserções emitidas diretamente por terceiros.
(B) A polifonia é um reforço à linha argumentativa e ao recorrer a vozes alheias pelas citações, busca fundamentar proposição.
(C) Na intertextualidade a citação direta é uma ocorrência predominante na fundamentação do argumento.
(D) A intertextualidade sem uma intenção exclusivamente argumentativa repete ­ ideias e falas ­ de outros emissores, as quais serão notadas em função do repertório de leitura do interlocutor e não pela citação direta.
(E) A paráfrase é um recurso linguístico presente tanto na polifonia quanto na intertextualidade.
Considerações Adicionais
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 5
Produção do relatório
Tema
Produção de narrativa jurídica simples: relatório.
Palavras­chave
Elementos da narrativa. Seleção dos fatos relevantes. Organização cronológica. Polifonia. Produção de Narrativa Jurídica.
Objetivos
­ Produzir narrativas simples condizentes com todas as orientações dadas.
­ Conhecer as especificidades da narrativa simples. 
­ Selecionar, relatar e descrever os fatos importantes do caso concreto para produção de narrativa simples e do relatório informativo.
­ Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica.
­ Compreender a necessidade de organização cronológica dos fatos na narrativa jurídica.
Estrutura de Conteúdo
1. Produção de Relatório Jurídico
1.1. Seleção de fatos
1.2. Presença dos elementos da narrativa forense (o quê, quem, onde, quando, como, por quê, por isso...)
1.3. Organização Cronológica
1.4. Correta identificação do fato gerador
1.5. Uso adequado do tempo verbal
1.6. Adequação à norma culta
1.7. Uso de polifonias
1.8. Foco narrativo na terceira pessoa
1.9. Ausência de modalizadores
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos de caso; entre outras estratégias de acordo com a possibilidade do professor.
A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor esteja adequada ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, dos alunos e da didática do Docente.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação Instrumental. 2016, p.)
Metodologia do Relatório Jurídico. In: FETZNER, Néli Luiza Cavalieri; PALADINO, Valquíria (Orgs.) et al. Argumentação jurídica: teoria e prática. 3 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2008, cap. 2, p.18 ­ 21. 
Aplicação: articulação teoria e prática
A narrativa jurídica simples narra e descreve os fatos, as circunstâncias em que eles ocorreram, acompanhados das provas colhidas (polifonia), de maneira objetiva, com imparcialidade, em ordem cronológica ou linear. Cumpre destacar, ainda, que as circunstâncias são de grande relevância porque
delas advém a tipificação da conduta, ou até a descaracterização dela, entre outros aspectos jurídicos. Deve apresentar as seguintes características: verbos no passado, terceira pessoa do singular, imparcialidade, cronologia dos fatos, polifonia em paráfrase (discurso indireto) e os elementos da narrativa que
lhes são próprios: Quem?, O quê?, Onde?, Quando?, Como?  Por quê?.
Não se deve confundir relatar com resumir; tendo, pois, que relatar e descrever a cada parágrafo apenas um fato, as provas referentes a ele, e as circunstâncias em que o fato ocorreu. Esse procedimento deve ser o mesmo para todos os demais parágrafos que compõem o corpo textual do Relatório
Informativo. Ou seja, a cada parágrafo relata­se e descreve­se apenas um fato, as provas colhidas, e as circunstâncias em que esse fato aconteceu (Fato, Provas e Circunstâncias); lembrando­se sempre de que a estrutura formal de qualquer texto jurídico é sempre técnica; não trazendo qualquer semelhança
com o texto ficcional ou literário.
O Relatório Informativo também pode ser iniciado pela forma verbal "Trata­se de...", pois o índice de indeterminação do sujeito­enunciador provoca distanciamento em relação ao seu enunciado ou relato. Frisa­se, porém, que não há obrigatoriedade quanto ao uso dessa forma verbal; registra­se aqui
apenas uma marca que é recorrente na escrita jurídica.
Ao introduzir a polifonia, faça uso dos conectores conformativos, mas com moderação e razoabilidade.
Em resumo, o relatório é um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma situação de conflito devem ser cronologicamente organizados, sem interpretá­los (ausência de valoração); apenas informá­los na lide ou demanda processual. Segundo De Plácido (2006, p.1192), relatório "designa a
exposição ou a narração acerca de um fato ou de vários fatos, com a discriminação de todos os seus aspectos ou elementos relevantes".
QUESTÃO 1: Leia atentamente o caso concreto e produza um relatório. Observe todas as orientações acumuladas ao longo do semestre.
Caso concreto
Uma briga de casal na madrugada de 27 de outubro de 2013, no Condomínio Portal Sul, na Rua Pio Corrêa, no Humaitá, resultou na morte do porteiro Antonio Maximiniano Sales, de 38 anos. Ele foi assassinado com três tiros no peito após se negar a abrir o portão para um homem identificado apenas
como Jaime, namorado da comerciante Margareth Garcia, de 46 anos, moradora do condomínio. De acordocom testemunhas, Jaime e Margareth discutiram por volta de 1h. O rapaz foi embora e, ao retornar às 2h, foi barrado na entrada principal.
Irritado, Jaime xingou Maximiniano que, segundo amigos, tinha ordem de Margareth para não permitir mais a entrada do rapaz. Jaime foi embora e 20 minutos depois voltou ao condomínio.
Um porteiro que trabalha num edifício ao lado do Portal Sul e testemunhou o crime disse que o rapaz aproveitou a chegada de um outro morador do prédio para entrar e seguir até a cabine da portaria principal.
Ele estava completamente bêbado, chegou até mesmo a cair e machucar a testa na calçada. Em seguida, ele entrou e aí só escutei os estampidos dos tiros ? disse a testemunha.
Ainda segundo a testemunha, após os disparos, Jaime foi embora imediatamente. O vidro da portaria apresentava marcas de sangue.
QUESTÃO 2: Objetivas.
1 ­ Conforme sustentam Néli Fetzner, Nelson Tavares e Alda Valverde (2013, p. 158):
"Define­se o relatório como um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma situação de conflito devam ser cronologicamente organizados, sem interpretá­los (ausência de valoração); os fatos da lide ou da demanda processual devam ser apenas informados".
Identifique o trecho que corresponde à definição transcrita:
(A) Segundo a autora, iniciaram o relacionamento em 1975. Compraram um terreno, onde começaram a construir a casa. Acrescentou que contribuiu com o seu dinheiro e o dos pais para que o réu erguesse o imóvel. Esclareceu que ficaram noivos após quatro anos de namoro e deram entrada nos papéis para
o casamento religioso.
(B) O relacionamento da autora com o réu iniciou­se em 1975. Acreditando na boa­fé do réu, a autora investiu seus parcos recursos na compra de um terreno, onde começaram a construir uma casa. Ali ergueram um imóvel. Depois, ficaram noivos e, após quatro anos de namoro, finalmente, deram entrada
nos papéis de casamento.
(C) O réu, demonstrando a sua boa­fé, deu entrada nos papéis de casamento. Entretanto, preocupado com a segurança financeira do casal, comprou um terreno e ali ergueu a casa que seria o lar de ambos.
(D) O réu agiu de má­fé, uma vez que induziu a autora a acreditar que pretendia se casar com ela. A compra do terreno e a posterior construção de uma casa geraram a falsa crença de que a amava.
(E) O réu deve indenizar a autora, porque lhe causou profunda dor e constrangimento. Afinal, ela se entregou por quinze anos a uma relação que julgava verdadeira. Além disso, distribuiu os convites de casamento a parentes e amigos, na certeza de que iria formalizar uma relação que considerava estável.
Entretanto, dois dias antes do casamento, este foi rompido, sem justificativa.
2. Todos os itens abaixo fazem parte da composição do relatório jurídico, EXCETO:
(A) Sequência linear de fatos.
(B) Seleção de fatos relevantes para a compreensão da lide.
(C) A voz de uma ou mais testemunhas que possam contribuir para o conhecimento da lide.
(D) O uso da narrativa na primeira pessoa quando o próprio advogado for o autor da ação.
(E) Uso dos pronomes "como" e "por que".
Considerações Adicionais
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 6
Modalização
Tema
Versões sobre o mesmo fato
Palavras­chave
Seleção dos fatos. Ordem cronológica. Versões sobre o mesmo fato. Modalização. Seleção Vocabular. Função persuasiva da Narrativa Jurídica.
Objetivos
­ Selecionar os fatos que constarão da narrativa jurídica.
­ Construir versões sobre um mesmo fato.
­ Produzir versões sobre o mesmo fato.
­ Fazer uso da estratégia da modalização da linguagem: seleção vocabular.
­ Atentar para a função persuasiva da narrativa.
Estrutura de Conteúdo
        ­ Seleção dos fatos que constarão da narrativa jurídica.
        ­  Construção das versões sobre um mesmo fato.
        ­  Produção de uma versão dos fatos que interesse ao polo ativo da demanda.
        ­  Modalização da linguagem: seleção vocabular.
        ­ Função persuasiva da narrativa jurídica.
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos de caso; entre outras estratégias de acordo com a possibilidade do professor.
A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor esteja adequada ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, dos alunos e da didática do Docente.
Indicação de Leitura Específica
        LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquíria da Cunha. Redação Instrumental. 2016.
Aplicação: articulação teoria e prática
  Os objetivos de cada operador do Direito são diferentes, portanto o representante de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma versão da parte contrária. Portanto o juiz deve sempre considerar os dois pontos de vista apresentados pelas partes, dentre outros
elementos a serem analisados, antes de prolatar decisão dele. Observe:
Caso Concreto 1
A reclamada contratou o reclamante para exercer a função de marceneiro no setor de produção de cozinhas moduladas. O reclamante, ao desempenhar sua atividade profissional, foi pregar um gabinete duplo, um dos componentes da cozinha modulada, quando o prego se soltou da madeira ao sofrer a
batida do martelo. O prego atingiu em cheio o olho direito do trabalhador reclamante, perfurando­o. Esse infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da reclamada, porque esta não ofereceu óculos de proteção ao obreiro. Trata­se de um trágico e irremediável acidente de trabalho que pôs fim não somente a
qualquer perspectiva de ascensão profissional do reclamante, mas também o deixou deficiente visual para o resto de sua vida.
Questão 1: A linguagem forense utilizada pelo advogado na exposição dos fatos no caso em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) por meio e uma engenhosa seleção vocabular. Comente, em até 10 linhas, a escolha lexical intencional do advogado, considerando
os valores semânticos de algumas palavras utilizadas na construção desse parágrafo.
Questão 2: Identifique, no parágrafo acima, pelo menos duas informações ou versões que a parte contrária não teria narrado. Justifique a sua resposta.
Caso Concreto 2
Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2015, supostamente teria se dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a Inicial que, embora não se tenha se
valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se aproveitado do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma.
Questão 3: A partir do resumo do caso concreto 3, produza uma breve narrativa jurídica a favor da parte Ré.
Questão 4: Objetivas.
1. Leia o poema abaixo para responder à questão proposta. Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida:  que viva em ponto de exclamação. A palavra SÓ, usada nos dois primeiros versos da última estrofe, tem, respectivamente,  o sentido de: (dizem: tem alma dionisíaca); viva em ponto de
interrogação (foi filosofia, ora é poesia); viva equilibrando­ se entre vírgulas e sem pontuação(na política): o homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal: que use, na  frase que ele vive o inevitável ponto final. In: MELO NETO, João Cabral de. Agrestes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
1985. P.146
(A) apenas / única.
(B)  aliás / difícil.
(C)  então / original.
(D) também / ímpar.
(E) afinal / exclusiva.
2.Leia o trecho: "O dano moral caracteriza­se por uma lesão a um interesse juridicamente protegido, aos direitos da personalidade, causando dor, tristeza, vexame ou humilhação.". De acordo com os procedimentos discursivos que formulam o texto argumentativo podemos afirmar que, exceto:
(A) As palavras ­ tristeza, vexame, humilhação ­ valoram o discurso e criam uma tendência opinativa.
(B) Na perspectiva de criar uma tendência, os modalizadores expressamvalores semânticos contextualizados.
(C) A seleção vocabular é muito importante, porque tem grande poder persuasivo na interpretação dos casos jurídicos.
(D) É correto e comum no discurso jurídico o uso de modalizadores para tornar o texto persuasivo.
(E) As palavras apenas assumem valores persuasivos quando contextualizadas. Fora do contexto não significam absolutamente nada, não indicam qualquer traço semântico.
Considerações Adicionais
PROPOSTA DE TRABALHO 2
ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São Paulo: Saraiva, 2002.
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 7
Produção de Narrativa Jurídica
Tema
Produção de Narrativa Jurídica valorada
Palavras­chave
Seleção dos fatos relevantes. Organização cronológica. Construção de uma versão verossímil dos fatos. Produção de Narrativa Jurídica.
Objetivos
        ­ Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica.
        ­ Compreender a necessidade de organização cronológica dos fatos na narrativa jurídica.
        ­ Compreender o fenômeno narrativo não como manipulação da verdade, mas como construção de uma versão verossímil dos fatos.
        ­ Aplicar as estratégias modalizadoras na produção da narrativa jurídica.
        ­ Desenvolver raciocínio jurídico, voltados para a compreensão de que os fatos que não serão usados, direta ou indiretamente, na argumentação da tese, não precisarão ser narrados. 
Estrutura de Conteúdo
1.1. Seleção de fatos relevantes.
        1.2. Presença dos elementos da narrativa forense (o quê, quem, onde, quando, por  quê, como).
        1.3. Organização cronológica dos fatos.
        1.4. Identificação precisa do fato jurídico
        1.5. Uso adequado do tempo verbal
        1.6. Adequação à norma culta.
        1.7. Foco narrativo na terceira pessoa/ uso do discurso indireto. 
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos de caso; entre outras estratégias de acordo com a possibilidade do professor.
A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor esteja adequada ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, dos alunos e da didática do Docente.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquíria da Cunha. Redação Instrumental, 2016.) 
Aplicação: articulação teoria e prática
Como vimos anteriormente, na narrativa jurídica simples não há o compromisso de representar qualquer das partes; logo, deve­se relatar todo e qualquer fato importante para a compreensão da demanda de forma imparcial, uma vez que se faz apenas um estudo aprofundado do caso concreto para que dele se
tenha o máximo de ciência de tudo o que ocorreu (fase inicial). Já a narrativa jurídica valorada (é a da Petição Inicial) é marcada pelo compromisso de expor os fatos, segundo a versão e interesse da parte que o advogado representa em juízo, por isso não há como negar a sua parcialidade. Por essa razão,
apresenta pretensão da parte autora [o pedido] e recorre, frequentemente, a modalizadores linguísticos em busca da persuasão do destinatário.
É bom esclarecer que os fatos a serem expostos em juízo na narrativa valorada com vista a dar embasamento ao pedido que será deduzido em favor do autor, devem guardar conformidade com as informações transmitidas oportunamente pelo cliente. É essencial que se tenha o maior cuidado para não
deformar, no momento da exposição escrita, a realidade efetivamente vivenciada pelo cliente e informada ao advogado. Acrescentar fatos ou alterar a ordem pode acarretar grave dano à defesa de interesses que se pretende fazer; e expor com clareza o que serve de fundamento para o pedido é fundamental.
Caso Concreto
Questão 1: A partir da leitura do caso concreto abaixo, elabore uma narrativa jurídica em defesa da parte Autora. Faça uso da modalidade culta da língua e mantenha­se fiel ao conteúdo apresentado, sem distorcê­los, sem acrescentar ou criar fato algum. Limite­se apenas aos fatos descritos e narrados.
O quê? Pedido de indenização por danos morais e materiais. 
Quem ativo? Direção do parque de diversões Mundo da fantasia empreendimentos Ltda e patrocinadores da festa Sábado sem lei no mundo da fantasia.
Quem passivo? José da Silva, 29 anos, camelô, solteiro, morador da Rua Vale do Sossego, 127, Curicica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro ­ RJ.
Onde? Parque de Diversões Mundo da Fantasia, Avenida da Alegria, 2789, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.
Quando? Mais ou menos às 02h da manhã, em 09/9/2014.
Como? (selecionar os fatos relevantes e colocá­los na ordem cronológica):
( ) Quando chegaram ao parque, mais ou menos às 23h, o agito corre solto, e José da Silva e Laura Medeiros começaram a dançar.
( ) A montanha russa atinge a velocidade de 60 Km/h. Anda sempre em posição normal; não tem looping.
( ) José da Silva sai de casa com Laura Medeiros e com a sua galera, às 10h da noite; pega um ônibus e vai para a festa Sábado sem lei no mundo da fantasia. O grande lance da noite é bebida liberada e dançar até o sol raiar.
( ) José e Laura Medeiros tentam ir para a roda gigante e para o trem fantasma, a uma da manhã, mas as filas estão gigantescas.
( ) José cai da montanha russa, despenca de quatro metros de altura, atravessa o telhado, arrebenta a cobertura de alumínio antes de cair sobre a plataforma.
( ) A perícia vai ao parque no dia 10/9/2014, não encontra nenhum problema e libera o brinquedo.
( ) José e Laura Medeiros entram numa de curtir a montanha russa e enfrentam 50 minutos de fila.
( ) José é levado para o Hospital Luís Jorge, na Barra, 30 minutos depois da queda. Ele fica internado no hospital com fraturas múltiplas, afundamento de crânio, perfuração do pulmão e fratura da coluna cervical.
Consequências: os pais de José pretendem ajuizar ação em face do parque, querendo indenização  constituem você como advogado.
Depoimentos
A) Laura Medeiros, 23 anos, comerciária, namorada do José: "ele estava ao meu lado e apenas levantou as mãos na descida. Depois de ouvirmos um tranco, um cleck estranho, o José foi jogado para fora do carrinho. Ainda tentei segurar ele pela camisa, mas foi tudo estranhão, muito rápido, não deu. A gente
já andou muito naquela montanha russa antes, mas naquele dia tinha uma parada estranha".
B) Violeta Ferreira, 24 anos, operadora de telemarketing, amiga do José: "O bombeiro chegou com uma maca meia hora depois. Ainda levei um socão dos seguranças, que não deixaram a gente chegar perto do posto médico".
C)  Pedro Nascimento, 45 anos, casado, gerente de manutenção do parque: "Fizemos tudo conforme o figurino. Atendemos o rapaz na mesma hora e chamamos os bombeiros. Essa garotada vem pras festas e não sabe beber. Pra andar nos brinquedos, tem que ter responsabilidade. Pra cair daquele jeito, ele só
pode ter ficado de pé, não tem jeito". (Banco de Questões ­ Estácio/2011/ Adaptado)
Questão 2: Objetivas
Preencha as lacunas das frases abaixo:
1 ­ A _____________ tem como ponto de partida a _______________ dos fatos que geram a situação fática, começando sempre pela ____________ de pedir mais remota (origem do negócio jurídico/relação com o Direito material) e terminando a ______________ de pedir próxima (descumprimento da
obrigação pelo réu), indicando o ________________ do pedido.
(A) argumentação / argumentação / causa / consequência / motivo.
(B)  argumentação / narração / motivação / evidência / porquê.
(C)  narrativa jurídica / narração / causa / causa / porquê.
(D) narrativa jurídica / evidência / motivação / causa / desfecho.
(E)  narrativa / argumentação / relação / motivação / porquê.
2. Assinale a alternativa correta. Dentre os aspectos linguísticos a serem observados necessariamente na redação das  narrativas jurídicas das petições iniciais estão:
(A) uso da 3ª pessoa do discurso e preferencialmente do pretérito perfeito.
(B)  uso de modalizadores e palavras de origem latina.
(C)  identificação dos elementos da narrativa e uso da 1ª pessoa do discurso.
(D) uso de termos técnicos jurídicos e observação da ordem cronológicados fatos.
(E)  uso de artigos de lei nos quais se fundamentam os fatos e argumentação jurídica.
Considerações Adicionais
Direito e Cinema
        A formação do profissional do direito exige não apenas o domínio da técnica jurídica,  mas também sólida e ampla formação cultural. É por meio da leitura de bons livros clássicos que ampliamos o nosso vocabulário, aprimoramos a nossa escrita e expandimos os nossos horizontes de vida, pois o nosso
olhar passa a ser outro. Função  semelhante cumprem os filmes, que nos transportam, por meio da linguagem cinematográfica, para diferentes realidades, culturas, situações, momentos históricos, sonhos e novas aprendizagens de vida.
        Apresentamos, nesta primeira aula, a relação de alguns filmes que trazem temáticas e reflexões importantes para o Direito e para a vida.
 Assistam a cada um deles, segundo o seu interesse e disponibilidade. Muitas vezes a compreensão de um tema complexo é facilitada quando ele nos é apresentado por meio de outras formas de linguagem, como a cinematográfica, a poética, a fotográfica e a literária.
     Dessa maneira, unimos de forma prazerosa lazer e formação cultural.
                            Bons filmes e boas leituras!!!
1. SACCO E VANZETTI
Dirigido por Giuliano Montaldo. França e Itália, 1971, 113 min. (Tema: Boston, início dos anos 20. Nicola Sacco (Riccardo Cucciolla) e Bartolomeo Vanzetti (Gian Maria Volonté) são dois imigrantes italianos, sendo o primeiro um sapateiro e o outro um peixeiro, que são detidos pela polícia. Ninguém
negava que eram anarquistas, na verdade eles mesmos admitiam, pois acreditavam que era a única forma de o homem ser explorado pelo homem. Porém era duvidoso que Sacco e Vanzetti fossem culpados de um assassinato, que aconteceu em 15 de abril de 1920. O julgamento deles deixou de ser algo
baseado na justiça e sim na política, pois deviam ser condenados por serem estrangeiros e seguirem uma doutrina política que se opunha ao conservadorismo, que tinha as rédeas do poder nos Estados Unidos).
2. RISCO DUPLO
 Direção de  Bruce Beresford. Alemanha/Canadá/EUA: Paramount, 1999. 105min. (Tema: o marido simula o próprio assassinato para incriminar a esposa e ficar com o seguro de vida. Pode a mulher, depois que sair da prisão, matá­lo sem ser mais punida, eis que já cumpriu a pena pelo seu assassinato?).
3. O PROCESSO
        Direção de Orson Welles. França/Alemanha/Itália: Continental, 1962. 119min. (Tema: baseado no livro de Franz Kafka é um marco na conexão entre direito, literatura e cinema).
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 8
Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo
Tema
Narração a serviço da argumentação. Fatos e argumentos.
Palavras­chave
Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo. Narração a serviço da argumentação. Fatos e argumentos.
Objetivos
        ­ Partir do entendimento de que uma interpretação deve ser ativa, construtiva, e não passiva e meramente descritiva.
        ­ Compreender que a valoração objetiva do fato assegura a efetividade dos direitos, modificando o conteúdo de aplicação de regras antigas e até revogando regras ultrapassadas.
        ­ Entender a importância da prova dos fatos, da sua qualificação e das consequências legais dela decorrentes.
        ­ Aprimorar a função argumentativa ou persuasiva da narrativa jurídica.
Estrutura de Conteúdo
        ­ Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo.
        ­ Narração a serviço da argumentação.
      ­ Compreender a importância da seleção dos fatos para a produção dos argumentos na argumentação jurídica.
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos de caso; entre outras estratégias de acordo com a possibilidade do professor.
A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor esteja adequada ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, dos alunos e da didática do Docente.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação Instrumental. 2016, 
Aplicação: articulação teoria e prática
O profissional do Direito, diante de um caso concreto, descreve e analisa os fatos para, em seguida, valorar esses fatos de acordo com as alternativas oferecidas pelas fontes do Direito. Fica, pois, evidente a importância da descrição dos fatos e das provas a fim de fornecer os elementos necessários para
que se compreenda o caso, interprete­o e concretize essa interpretação mediante a argumentação.
O esquema do discurso jurídico, a seguir, revela estas três valências que se operam na construção de cada argumento: a descritiva (exposição dos fatos), a valorativa (qualificação dos fatos/fatos transformados em argumentos por meio da interpretação) e a normativa (aplicação das Fontes do Direito e/ou
conhecimento jurídico jurisprudencial ou doutrinário).
DESCRITIVO FATO
O cliente de um
determinado
hotel fica ferido
porque,
enquan t o   e l e
d o r m i a ,   s e
soltou do teto
um pedaço de
gesso.
VALORATIVO
(INTERPRETAÇÃO/
QUALIFICAÇÃO DO
FATO/ FONTES DO
DIREITO)
A   q u e d a   d o
g e s s o   f o i
c a u s a d a   p o r
negligência do
hotel.
NORMATIVO
ENQUADRAMENTO
LEGAL/JUSTIFICATIVA/
ESTRUTURA DO
ARGUMENTO SEM
DESENVOLVIMENTO
A administração
d o   h o t e l   s e
comportou
negligentemente
e deve, por isso,
i n d e n i z a r   o
cliente.
Questão 1
        Leia os casos concretos 1 e 2 abaixo, selecione pelo menos quatro fatos importantes e produza um esquema à semelhança do que apresentamos anteriormente.
        Atenção!  Neste momento, nosso interesse é apenas compreender como  transformar um fato em argumento persuasivo, razão por que só será feita a estrutura lógica do argumento, mas sem o seu desenvolvimento, ou seja, sem o desenvolvimento do parágrafo argumentativo propriamente dito.
Caso Concreto 1
João Paulo de Almeida nasceu de parto normal, com peso inferior ao normal, 1800 gramas e com deficiências respiratórias, em 22 de setembro de 2015, em um hospital particular, cujas despesas foram pagas pela ex­ patroa da genitora, que cultivava um forte carinho por ela.
Mãe e recém­nascido receberam alta hospitalar, 24 horas após o parto.
Seis horas depois, mãe e filho retornaram à própria Casa de Saúde São Nicolau, no município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, estando este quase desfalecido.
O mesmo médico, que tinha dado alta aos dois, socorreu João Paulo, introduzindo­lhe uma sonda nasogástrica, mas este veio a falecer de insuficiência respiratória e hemorragia digestiva.
A causa da morte consta do depoimento do próprio médico e do registro de óbito.
Segundo o depoimento do próprio médico que atendeu João Paulo, quando uma criança nasce com problema de saúde, deve ser transferida para a UTI Neonatal, nas 24 horas seguintes ao nascimento, mas isso não foi feito.
De acordo com o depoimento da Casa de Saúde São Nicolau, a morte ocorreu devido à mãe ser desnutrida e fumante e por ter uma baixa situação sócio­econômica e ser a vítima o seu quinto  filho. (Texto adaptado)
        Caso Concreto 2
O veículo dirigido pelo preposto da Ré Transportadora Suave ingressou no cruzamento com a Rua Sorocaba, nº 596, em Botafogo, no Rio de Janeiro, sem respeitar a placa de Parada Obrigatória existente no local, vindo assim a colidir com o veículo de Edgar Magalhães, que trafegava em via
preferencial, causando­lhe graves sequelas, em 27 de outubro de 2015. O preposto da Ré fugiu do local sem prestar socorro à vítima.
Não houve perícia no local, somente boletim de ocorrência.
O Autor teve sequelas gravíssimas ­ osteomielite crônica de cura duvidosa ­, capaz de levar à amputação de sua perna esquerda e ficou incapacitado de trabalhar.
Segundo a Ré, em seu depoimento, no local onde ocorreu o acidente nada existia a indicar que a via pela qual trafegava o veículo do acidentado era preferencial.
A Ré ainda assegurou, em seu depoimento, que a vítima entrou no cruzamento sem a mínima atenção, destacando culpa exclusiva do AutorEdmar Magalhães.
Conforme depoimento da Ré, o boletim não tem força probatória; por não ter havido perícia no local.
O Autor deseja verba para aquisição e manutenção de prótese e para aquisição de sapatos e outros aparelhos ortopédicos, verba para cirurgia e despesas hospitalares recomendadas pela perícia médica.
Edmar Magalhães pretende mover uma ação em busca de indenização por danos morais, materiais e lucros cessantes durante o período de incapacidade total e eventual capacidade parcial.
Questão 2: objetivas.
1. Assinale a alternativa que demonstra o texto corretamente adequado e relacionado às três valências em que a escrita jurídica é realizada (descritiva, valorativa e normativa):
(A) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO ­ QUALIFICAÇÃO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO ­ ENQUADRAMENTO LEGAL); A
administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (NORMATIVO ­ QUALIFICAÇÃO DO FATO).
(B)  A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (DESCRITIVO ­ FATO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO ­ QUALIFICAÇÃO DO FATO); A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque,
enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO ­ QUALIFICAÇÃO DO FATO).
(C)  A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO ­ ENQUADRAMENTO LEGAL). A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO ­ QUALIFICAÇÃO DO FATO); A
administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (DESCRITIVO ­ FATO).
(D) A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (DESCRITIVO ­ FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (VALORATIVO ­ QUALIFICAÇÃO DO FATO). A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque,
enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO ­ ENQUADRAMENTO LEGAL).
(E)  A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO ­ FATO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO ­ QUALIFICAÇÃO DO FATO); A administração da
farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a funcionária (NORMATIVO ­ ENQUADRAMENTO LEGAL).
2. A seleção dos fatos é de fundamental relevância no discurso jurídico, uma vez que se transformarão em argumentos na fundamentação. A narrativa jurídica é, portanto, o relato de fatos que auxiliam na compreensão do caso concreto e  daqueles que trazem consequências jurídicas. Assim, a partir do texto
abaixo, assinale o fato juridicamente relevante.
Um homem foi preso por agredir a ex­companheira, de 25 anos, com um pedaço de madeira de mais de um metro neste domingo, 14 de agosto de 2016, em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. Identificado pela polícia, Amândio Martins  Júnior, de 24 anos, é de Rio das Ostras, na Região dos
Lagos, e será enquadrado na Lei Maria da Penha. A mulher levava  pauladas do homem na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro. O caso foi registrado na 9ª DP (Catete).  Levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, a mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a
Secretaria  Municipal de Saúde.
(A)Amândio Martins Júnior agrediu sua ex­companheira.
(B) O ataque foi na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro.
(C) Crime aconteceu em dia de domingo em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio.
(D) Agressor foi identificado pela polícia.
(E) A mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Considerações Adicionais
Direito e Cinema 
A formação do profissional do direito exige não apenas o domínio da técnica jurídica,  mas também sólida e ampla formação cultural. É por meio da leitura de bons livros clássicos que ampliamos o nosso vocabulário, aprimoramos a nossa escrita e expandimos os nossos horizontes de vida, pois o nosso
olhar passa a ser outro. Função  semelhante cumprem os filmes, que nos transportam, por meio da linguagem cinematográfica, para diferentes realidades, culturas, situações, momentos históricos, sonhos e novas aprendizagens de vida.
 Apresentamos, nesta primeira aula, a relação de alguns filmes que trazem temáticas e reflexões importantes para o Direito e para a vida.
       Assistam a cada um deles, segundo o seu interesse e disponibilidade. Muitas vezes a compreensão de um tema complexo é facilitada quando ele nos é apresentado por meio de outras formas de linguagem, como a cinematográfica, a poética, a fotográfica e a literária.
       Dessa maneira, unimos de forma prazerosa lazer e formação cultural.
        Bons filmes e boas leituras!!!
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 1
Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo.
Tema
Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo.
Palavras­chave
Características. Texto Narrativo. Texto Argumentativo
Objetivos
 ­ Compreender a Ementa da disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula.
 ­ Reconhecer a importância da disciplina para a atividade jurídica em geral.
 ­ Compreender a relevância a seleção dos fatos da situação fática para a aplicação do direito objetivo.
 ­ Diferenciar o texto Narrativo do Argumentativo.
Estrutura de Conteúdo
        1. Apresentação: Ementa da Disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula.
        2. Texto Narrativo: características.
        3. Texto Argumentativo: características.
Estratégias de Aprendizagem
O estudo constante é importante, pois auxilia a fixar o conteúdo apreendido. Assim, não deixe de consultar o Roteiro de Estudos, que se encontra no SAVA (webaula), uma vez que traz indicações para o antes, o durante e o depois da aula.
Indicação de Leitura Específica
LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquíria da Cunha. Redação Instrumental. 2016.
Aplicação: articulação teoria e prática
No Direito, é de grande relevância o que se denomina tipologia textual: narração, descrição, dissertação e injunção. O que torna essa questão de natureza textual importante para o direito é sua utilização na produção de peças processuais como a petição inicial, que apresenta diferentes tipos de texto, a um só
tempo. Para melhor compreender essa afirmação, observe o esquema da petição inicial e perceba como essa peça pertence a um tipo textual híbrido do discurso jurídico, o que exige do profissional do direito o domínio pleno desse conteúdo.
Observe, agora, o quadro abaixo para compreender melhor as diferenças estruturais entre a construção de um texto narrativo e de um texto argumentativo:
NARRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO
Objetivo Expor os fatos relevantes do caso
c o n c r e t o   a   s e r   s o l u c i o n a d o   n o
Judiciário.
D e f e n d e r   uma   t e s e
c om p a t í v e l   c o m   o
interesse da parte que o
advogado representa
para   sus ten tação  do
pedido que se pretende
t e r   a c o l h i d o   p e l o
judiciário.
Importância do
fato
Cada fato representa uma informação
que compõe a situação fática a ser
conhecida pelo judiciário.
O   f a t o   n a r r a d o   é
interpretado à luz do
ordenamento jurídico e
t r a n s f o r m a d o   e m
elemento de persuasão
que é o raciocínio, para
sustentação da defesa da
t e s e   p r e t e n d i d a
(Descritivo­Valorativo­
Normativo).
Tempo verbal
utilizado
O pretérito é o tempo fundamental. O
presente é usado para os fatos que se
iniciaram no passado e que perduram
até o momento da narração. O futuro
não é utilizado porque fatos futuros são
incertos, hipotéticos.
Presen te  a tempora l .
Pretérito Perfeito: só
deve   se r  usado  para
retomar os fatos (provas
/ indícios)relevantes da
narrativa jurídica, com
os quais se defenderá a
tese.
P e s s o a   d o
discurso
Utiliza­se da 3ª pessoa do singular, por
marcar a imparcialidade do advogado,
passando, assim, maior veracidade aos
fatos narrados.
Utiliza­se da 3ª pessoa
do singular em busca de
m a i o r   p e r s u a s ã o   e
v e r a c i d a d e   p a r a   o s
argumentos formulados.
Organização Os fatos são narrados e descritos em
ordem. Pretéritos (perfeito, imperfeito,
mais­que­perfeito), porque todos os
fatos narrados já ocorreram. O presente
é usado somente cronologicamente, isto
é ,   n a   m e s m a   o r d e m   e m   q u e
aconteceram no mundo natural  (=
relógio/calendário)
O s   a r g umen t o s   s ã o
organizados em uma
l i nh a   d e   r a c i o c í n i o
lógica, coerente e coesa
em busca da persuasão
d o   a u d i t ó r i o .   É   d e
grande   r e l evânc ia   a
c o n s i s t ê n c i a   d o
raciocínio e a evidência
das provas.
Elementos
Constitutivos
da narrativa
O   q u ê ?   ( f a t o   g e r a d o r   d o
conf l i t o /ped ido ) ;   quem?   (pa r t e s
processuais); onde? (local do fato);
quando? (momento do fato ? dia, mês,
ano); como? (modo como os fatos
o c o r r e r am ) ;   p o r   q u ê ?   ( n e x o   d e
causalidade/razão/motivo/consequência)
Estrutura da
argumentação
O   f a t o   g e r a d o r   d o
conflito (nexo causal),
apresentação explícita
da tese a ser defendida,
c o n s t r u ç ã o   d e
argumentos fortes ou
consistentes, a partir dos
f a t o s   r e l e v a n t e s
s e l e c i o n a d o s ,   p a r a
sustentação da tese a ser
apresentada, seleção dos
t ipos  de  argumentos
para defesa da tese de
forma persuasiva.
Natureza do
texto
A narrativa possui função informativa,
mas é também entendida como um
excelente recurso persuasivo a serviço
da argumentação.
A argumentação tem
função persuasiva por
excelência.
Questão 1
Identifique se os excertos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, justificando a sua resposta, com alguns fragmentos do próprio texto em análise. Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o esquema apresentado acima.
Fragmento 1
Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em linhas gerais, que o Réu lhe esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um córrego com água potável e um abrigo para vacas leiteiras. Pede liminarmente a reintegração de posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu
durante a noite ­ clandestinamente, portanto ­ e que isso lhe trouxe crescentes prejuízos. Em sua Petição Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre outros argumentos, justificou, a partir dos prejuízos, a necessidade de obter jurisdição de urgência.
Fragmento 2
O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à sua subsistência na forma da lei civil, razão por que está passando por privações.
O alimentando encontra­se em situação estável, trabalhando atualmente como mecânico autônomo e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 (hum mil e quinhentos reais) mensais.
Fragmento 3
Depreende­se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente insurgência é discutir problemas familiares, revolvendo questões antigas e atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam limitadas ao âmbito familiar, trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor contrangimento,
expôs a público a privacidade de parte de seus familiares, maculando a imagem e a intimidade destes, desconsiderando o Autor a sua própria assertiva em Inicial ?roupa suja se lava em casa? (Anexo II, item 17 , fl. 146).
Fragmento 4
O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo­lhe de pagar fornecedores, empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou que o réu teria cometido uma grave ilegalidade, pois abriu uma filial da empresa de sua mãe, ?Chique­ Chique?, supostamente concorrente, no mesmo
endereço da empresa que é sócio com o autor, sem qualquer tipo de autorização prévia e utiliza­se de toda a estrutura de maneira completamente ilegal, com a intenção de vender a carteira de clientes da empresa, no escopo de encerrar suas atividades, asfixiar o autor financeiramente, e usurpar a estrutura e
credibilidade do ponto comercial para instalar uma filial de sua empresa em Brasília.
Fragmento 5
Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios para expor sua interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e­mail, com ilações inverídicas e extremamente distanciadas da verdade e do intento da Ré, que buscou apenas relatar fatos ocorridos no âmbito familiar e
demonstrar o seu amargor e repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi chamada de ?ladra? pelo Autor, buscando, assim, e precipuamente alertar que novas desavenças familiares poderiam ocorrer, em razão de determinadas posturas do Autor, como a que se instaurou com a propositura da presente ação.
Fragmento 6
Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho ainda na vigência do contrato e veicular a campanha publicitária com referência direta à campanha produzida anteriormente pela autora, causou­lhe prejuízos, porque, por óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos pela
requerente com tal campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já adquiridos e não utilizados.
Questão 2: objetivas.
1. No contexto da temática Tipologia textual e Narrativa Jurídica, identifique a opção que apresenta a correspondência adequada/correta entre característica e tipologia textual:
(A) Narração: um texto narrativo possui os elementos indispensáveis da narrativa (O quê? Quando? Como? Onde? Quem? Por quê?).
(B) Argumentação: pode aparecer na narrativa jurídica simples.
(C) Narração: um texto narrativo jamais poderá apresentar uma outra tipologia textual.
(D) Descrição: um texto descritivo sempre aparece com a tipologia textual argumentação.
(E) Argumentação: um texto argumentativo não poderá apresentar modalizadores.
2. Analise o fragmento extraído de uma Petição Inicial e indique a que tipo textual pertence: DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: a) A procedência da ação para condenar a ré a efetuar o pagamento ao autor na importância de R$ 10.000,00 (dez mil reais), acrescidos de juros e
correção monetária; b) A condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na forma da lei; c) A citação do representante legal da pessoa jurídica que figura no polo passivo para, querendo, no prazo legal, contestar a ação.
(A) Narrativo.
(B) Injuntivo.
(C) Dissertativo­argumentativo.
(D) Descritivo.
(E) Dissertativo­expositivo.
Considerações Adicionais
PROPOSTA DE TRABALHO
1. LIVRO BASE
        FULLER, Lon L. O Caso dos Exploradores de Caverna. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris.
O caso dos exploradores de cavernas é uma leitura recomendável àqueles que têm interesse na área jurídica, especialmente, sobre a área criminal, porque aborda vários princípios, leis, dogmas (Direito Natural) do ordenamento jurídico.
REDAÇÃO INSTRUMENTAL ­ CCJ0267
Semana Aula: 2
Elementos da narrativa jurídica
Tema
Elementos da narrativa jurídica
Palavras­chave
Narrativa jurídica. Elementos da narrativa. Estrutura das peças processuais e Teoria Tridimensional do Direito.
Objetivos
­ Identificar as partes que compõem algumas das peças processuais
­ Compreender a relevância dos fatos do caso concreto para a aplicação do direito objetivo
­ Distinguir a narrativa jurídica simples da narrativa jurídica valorada;
­ Compreender a relação entre o tipo de narrativa e a peça processual produzida;
­ Conhecer as principais características da narrativa jurídica.
Estrutura de Conteúdo
1. Estrutura textual das peças processuais
2. Teoria Tridimensional do Direito
3. Elementos da narrativa
3.1. Correta identificação do fato gerador
3.2. Narrativa jurídica simples
3.3. Narrativa jurídica valorada
3.4. Impessoalidade
Estratégias de Aprendizagem
Como estratégia de aprendizagem, propomos: Estudos de texto; Aulas expositivas dialogadas; Aulas práticas; Estudos

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