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PS - RESUMO

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PS – RESUMO
AULA 6
GRUPOS SOCIAIS
PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
Nossas atitudes são importantes, pois em certo sentido, são elas que norteiam nosso comportamento. Ainda há influência dos motivos, interesses e necessidades com que nos apresentamos em uma dada situação. Este conjunto de aspectos psicológicos permite-nos compreender, atribuir significado e responder ao outro. 
À formação do conjunto de nossas crenças, valores e significações dá-se no processo que a Psicologia social denominou socialização. 
Nesse processo, o indivíduo torna-se membro de um determinado conjunto social, aprendendo seus códigos, suas normas e regras básicas de relacionamento, apropriando-se do conjunto de conhecimentos já acumulados por um determinado conjunto social.
Socialização Primária
Outro aspecto importante a ser considerado é que a inserção de uma família em uma classe social de uma sociedade determinada faz com que o mundo e seus acontecimentos sejam “filtrados” para a criança. Isto é, os fatos e coisas do mundo já chegam com significado para ela. 
EX: Uma família que mora em uma favela pode passar para o filho seus sentimentos e opiniões a respeito da discriminação social que vive, em função de sua condição de moradia, de pobreza => Isto será internalizado pela criança. 
Essa internalização, no caso, tem grandes probabilidades de ocorrer porque a situação está-se dando no grupo familiar, um grupo altamente significativo para a criança. A família ou seu substituto – a creche, o orfanato – constitui o grupo de socialização primária. 
A maior parte das teorias psicológicas concorda com a importância desse primeiro grupo na formação do indivíduo. Estas mesmas teorias enfatizam diferentemente a família como instituição reprodutora das relações sociais mais amplas, seus aspectos de manutenção de valores e leis sociais e, portanto, sua socialização para a docilidade e para o conformismo social.
A importância, impossível de ser negada, atribuída a este grupo ou seu substituto sustenta-se, também, nas características próprias da criança pequena, em seus aspectos de dependência física e psíquica. Nos seus primeiros anos de vida, a criança depende do adulto para sua sobrevivência. Se ela não for alimentada, limpa, cuidada e amada, ela não sobreviverá.
Pense no que pode acontecer com um bebê deixado à sua própria sorte ou no que pode ocorrer com uma criança de dois anos atravessando sozinha uma rua de tráfego intenso de veículos.
Esta dependência torna os adultos, que suprem as necessidades da criança e asseguram sua vida, outros significativos (pessoas muito importantes). Porém essa dependência não deve ser entendida como a criança sendo exclusivamente sujeito passivo no processo de socialização. Ela também interfere no seu meio familiar, muda os hábitos da família, “ensina” a mãe a ser mãe.
	O período de dependência poderá ser uma fase mais curta ou mais longa da vida do indivíduo. Isto variará, com certeza, em função das condições objetivas de vida da família, da cultura.
EX: Na zona rural, as crianças vão muito cedo ajudar no plantio e o mesmo ocorre nas populações de mais baixa renda, nos grandes centros urbanos industriais, onde a necessidade de trabalho para uma criança de sete anos impõe-se como garantia de sua sobrevivência.
A mãe que trabalha numa fábrica e deixa a filha de oito anos cuidando do bebê estabelece para essa criança um nível de exigência diferente do da criança de oito anos que nunca atravessou uma rua sozinha ou fez uma compra na padaria da esquina.
Em cada um desses casos, a dependência da criança em relação ao adulto é reforçada diferentemente pelo próprio adulto.
Nesse momento inicial da vida do indivíduo, existe um importante instrumento de socialização que é a linguagem. A aquisição da linguagem é ao mesmo tempo, produto da socialização anterior e facilitador da continuidade deste processo. 
Com a linguagem, intensifica-se a possibilidade de troca de experiências com o outro – adulto ou criança; a criança amplia seu domínio sobre o mundo e seus símbolos e aumenta sua capacidade de interferir nele, pois agora possui um código comum.
Socialização Secundária
À socialização primária, na família, sucede a socialização secundária, que ocorre em todos os outros grupos sociais do indivíduo, ao longo de sua vida. Essa socialização irá ocorrer na escola, no grupo de amigos (que, na adolescência, assume importância como grupo de referência para o comportamento, hábitos, valores do jovem e o sustenta no seu enfrentamento com o adulto) e, mais tarde, no grupo de trabalho e noutros grupos de vivência e participação.
Sempre vivemos em grupos sociais e, portanto, o processo de socialização é contínuo e não termina na idade adulta, na maturidade ou com a aposentadoria. 
Os conteúdos deste processo vão-se diversificando, tornando-se cada vez mais complexos; as exigências do grupo quanto ao desempenho de seus membros vão-se diferenciando, e o indivíduo vai adquirindo, cada vez mais, o poder de interferir no processo de construção de sua própria subjetividade e na construção do cenário social, contribuindo para sua manutenção ou transformação. 
Neste processo ininterrupto de socialização, onde o indivíduo produz o mundo e a si próprio, ocorre à formação da identidade.
GRUPOS SOCIAIS
Claro que existem as organizações ou elementos que servem de intermediários entre o conjunto social mais amplo e o indivíduo. 
Essa intermediação é feita pelos grupos sociais.
Ao nascer, a criança entra num cenário de cuja construção não participou. Esse cenário é o mundo social, a realidade objetiva, que se constitui de um modo de organização econômica, política e judiciária da sociedade, de uma cultura, de instituições como a família, a igreja, a escola, os partidos políticos etc.
– tudo isso produto da construção humana, de homens que antecederam esta criança que agora se introduz nas relações sociais. 
Essas relações sociais ocorrem, num primeiro momento na família.
É aí que começa sua preparação para participar, posteriormente, das relações sociais mais amplas. 
A preparação do indivíduo significa que ele, ao longo de sua vida, irá internalizando, apropriando-se da realidade objetiva, e esta será constitutiva de sua formação psíquica, o que lhe possibilitará sua ação no mundo, isto é contribuir na construção deste cenário social que está sempre inacabado. A história de vida do indivíduo é a história de pertencer a inúmeros grupos sociais. É através dos grupos que as determinações sociais mais amplas agem sobre o indivíduo.
EX: é no grupo familiar que ele aprenderá a língua de sua nacionalidade. Este aprendizado possibilitará sua participação em outros grupos sociais e, conseqüentemente, sua interferência nas determinações q/ agem sobre ele.
Assim, quando se dá esse nosso encontro, poderíamos dizer que estão se encontrando representantes de diferentes grupos sociais: 
  - você, representando sua família, seus grupos de amigos, seu grupo racial, seu grupo religioso etc. e, 
  - de outro lado, nós, representando nossos grupos de pertencimento ou de referência, que são aqueles a que pertencemos ou em que nos referenciamos para saber como nos comportar, o que dizer, como perceber o outro, do que gostar ou não gostar. 
Os grupos sociais são pequenas organizações de indivíduos que, possuindo objetivos comuns, desenvolvem ações na direção desses objetivos.
Para garantir essa organização:
 possuem normas;
 formas de pressionar seus integrantes para que se conformem às normas;
 um funcionamento determinado, com tarefas e funções distribuídas entre seus membros; 
 formas de cooperação e de competição; 
 apresentam aspectos que atraem os indivíduos, impedindo que abandonem o grupo.
A Psicologia social dedicou grande parte de seus estudos à compreensão desses processos grupais, como veremos.
Processo Grupal 
A nossa vida cotidiana é demarcada pela vida em grupo As pessoas precisam combinar algumas regraspara viverem juntas.
EX: Se estiver num ponto de ônibus às sete horas da manhã, eu preciso ter alguma certeza de que o transporte aguardado passará por ali mais ou menos neste horário. Alguém combinou isso com o motorista. Ao chegar à escola, encontro colegas que também têm aulas no mesmo horário.
A esse tipo de regularidade normalizada pela vida em grupo, chamamos de institucionalização.
INSTITUCIONALIZAÇÃO 
Regularidade comportamental normatizada pela vida em grupo.
O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO
 Imaginem a possibilidade de um pequeno número de pessoas ficarem presas em uma ilha depois de um naufrágio. 
Vamos considerar que, em função do acidente, todas elas sofreram uma profunda amnésia e perderam completamente a memória. 
Elas certamente precisarão resolver problemas básicos de sobrevivência e, por não se lembrar das soluções dadas por nossa cultura, terão de criar tudo a partir do ponto zero. Irão construir abrigo com o material disponível na ilha (galhos secos e palha de coqueiro, por exemplo), irão procurar coisas para comer, irão inventar brincadeiras para a diversão do grupo.
No primeiro momento, tudo será absoluta novidade e provavelmente o ensaio e erro será um método muito utilizado para descobrir como as coisas funcionam. Com o passar do tempo, as experiências que deram resultados serão repetidas e, aos poucos, o grupo terá uma experiência acumulada que lhe permitirá resolver as tarefas do cotidiano sem maiores dificuldades. Alguns irão se especializar na construção de abrigos, outros na produção de alimentos, e outros, em fazer a comida. Repetindo cotidianamente essas experiências, o grupo em pouco tempo terá instalado hábitos.
Passando algum tempo, três ou quatro gerações, e estes hábitos estarão tão bem instalados que provavelmente ninguém se perguntará por que aquilo é feito daquela maneira. Neste momento, teremos instalada uma tradição no grupo.
EX: um hábito inicial de comer peixe assado, com o tempo se transformará numa tradição daquele grupo.
Gerações e gerações depois da chegada nesta ilha, às tradições do grupo terão perdido sua origem no tempo. Ninguém se lembrará mais da origem de determinada tradição e diremos que a experiência, agora repetida pelo grupo, se institucionalizou.
BERGER E LUCKMANN 
O processo de institucionalização começa com o estabelecimento de regularidades comportamentais.
 As pessoas vão, aos poucos, descobrindo a forma mais rápida, simples e econômica de desempenhar as tarefas do cotidiano.
TAREFAS
 HÁBITOS se estabelecem quando as tarefas repetem-se muitas vezes.
 TRADIÇÃO se impõe porque é uma herança dos antepassados.
 INSTITUCIONALIZAÇÃO quando se passam muitas gerações e a regra estabelecida perde a referência de origem (o grupo de antepassados), dizemos, então, que essa regra social foi institucionalizada.
Para estes autores, a institucionalização ocorre sempre que há uma tipificação de ações habituais (padronização) aceitas por determinado grupo. Qualquer destas tipificações é uma instituição. O casamento, a família, o grupo religioso, o grupo esportivo, todos têm suas tipificações e estão, portanto, institucionalizados. Poderíamos dizer que a instituição é o conjunto de normas que regem a padronização de um determinado hábito na sociedade e que garante a sua reprodução.
As instituições não são fixas e imutáveis, mas têm uma história e se transformaram no decorrer dessa história.
INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E GRUPOS.
INSTITUIÇÃO => é um valor ou regra social reproduzida no cotidiano como estatuto de verdade, que serve como guia básico de comportamento e de padrão ético para as pessoas, em geral.
Se a instituição é o corpo de regras e valores, a base concreta da sociedade é a organização.
 ORGANIZAÇÕES => representam o aparato que reproduz o quadro de instituições no cotidiano da sociedade. 
 Ex: um Ministério, como, por exemplo, o Ministério da Saúde; uma Igreja, como a Católica; uma grande em​presa, como a Volkswagen do Brasil.
Portanto, a organização é o pólo prático das instituições.
 O elemento que completa a dinâmica de construção social da realidade é o grupo — o lugar onde a instituição se realiza.
Se a instituição constitui o campo dos valores e das regras (portanto, um cam​po abstrato), e se a organização é a forma de materialização destas re​gras através da produção social, o grupo, por sua vez, realiza as regras e promove os valores.
 O grupo é o sujeito que reproduz e que, em outras oportunidades, reformula tais regras.
E também o sujeito respon​sável pela produção dentro das organizações e pela singularidade — ora controlado, submetido de forma acrítica a essas regras e valores, ora sujeito da transformação, da rebeldia, da produção do novo.
GEORGE LAPASSADE diz que todo o sistema institucional já existe, entre nós, aqui e agora. Ele existe na disposição material dos lugares e dos instrumentos de trabalho, nos horários, nos programas, nos sistemas de autoridade. O poder do Estado está presente, embora encoberto, na oficina e na sala de aula. 
É nesse mesmo nível que cabe situar a família, a instituição da afetividade e da sexualidade, a organização exogâmica dos sexos, a primeira divisão do trabalho, a primeira forma de relação entre as idades, entre as gerações. O grupo familiar constitui o cimento mais firme da ordem social estabelecida, o lugar em que e efetua, como mostra Freud, a interiorização da repressão, que continua na escola.
O processo de institucionalização da sociedade é uma forma de garantir sua reprodução, e a sociedade se apresenta como realidade objetiva através de suas instituições. Dissemos há pouco que as instituições são dinâmicas, porque são históricas isto é, dependem da forma como são construídas e reproduzidas pelos sujeitos dessa história. Mas, se as instituições são as responsáveis pela reprodução da realidade objetiva e, portanto, ditam as regras para as pessoas definirem sua conduta, como é que essas mesmas pessoas podem interferir nas instituições? 
Trata-se de um processo onde um elemento interfere no outro, e isto ocorre porque temos níveis diversos da realidade social.
Um primeiro nível é o da instituição, 
 Outro nível é o das organizações, e 
 Um terceiro é o dos grupos.
A forma como estes níveis interagem e se determinam define a dinâmica entre eles e compõe a realidade social.
 O nível do grupo é o nível da base, da vida cotidiana. Sua unidade é a sala de aula, uma seção de uma fábrica, a enfermaria de um hospital, a casa das pessoas.
  O nível da organização, de acordo com Lapassade, é o nível da fábrica, da universidade, do hospital.
De maneira geral, do estabelecimento que congrega grupos e que organiza, através de normas, a mediação entre a base (as pessoas em geral) e a Ordem Social. Caracteriza-se pela ordem burocrática.
 O nível institucional é o da norma, das regras estabelecidas. É o nível que menos se vê, mas é o que mais está presente em nossas vidas. 
As normas de comportamento, por exemplo, estão institucionalizadas. Sabemos que tipo de roupa vestir para cada ocasião, e isso não requer muita especulação. Somente quando a situação é muito nova precisamos consultar alguém que tenha passado pela experiência. 
 Entretanto todos nós já passamos por situações ridículas, quando, inadvertidamente, fomos a um lugar cerimonioso com um traje inadequado, ou nos sentimos deslocados numa situação inversa, quando nosso traje era muito formal e as pessoas todas estavam em trajes descontraídos. Esta sensação de deslocamento denuncia a presença de uma norma que está institucionalizada.
Em última instância, podemos dizer que a institucionalização é a presença invisível da sociedade no cotidiano das pessoas.
 O que se entende por "grupo"?
Olmsted (1970, p. 12) => entende grupo como "uma pluralidade de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo significativamente importante em comum".
 Pode-se definir o grupo como um todo dinâmico (o que significadizer que ele é mais que a simples soma de seus membros), e que a mudança no estado de qualquer subparte modifica o estado do grupo como um todo.
 O grupo se caracteriza pela reunião de um número de pessoas (que pode variar bastante) com um determinado objetivo, compartilhado por todos os seus membros, que podem desempenhar diferentes papéis para a execução desse objetivo.
A coesão é a forma encontrada pelos grupos para que seus membros sigam as regras estabelecidas.
Esta "certeza" da fidelidade dos membros é o que chamamos de coesão grupal. 
AULA 7
Os grupos costumam ser classificados através de várias taxionomias, mas a primeira e mais frequente classificação os divide em grupos primários e segundários.
 TIPOS DE GRUPOS
 O grupo primário se caracteriza pela presença de laços afetivos íntimos e pessoais entre seus membros, pela espontaneidade no comportamento interpessoal, por possuir objetivos comuns (apesar de não necessariamente explícitos). A família é o exemplo de grupo primário por excelência. Nela, o objetivo comum em geral não está explicitado, e pode ser simplesmente a convivência.
É o caso, também, da "turma" ou "gangue" juvenil, outro exemplo típico de grupo primário. 
O grupo secundário, por sua vez, não se constitui num fim em si mesmo, mas num meio para que seus componentes atinjam fins externos ao grupo. 
É o caso de um grupo de estudo, que se dissolverá quando tiver concluído sua tarefa. As relações interpessoais num grupo secun​dário costumam ser mais "frias", impessoais, racionais e formais.
PROCESSOS GRUPAIS
Grupo psicológico é o local onde ocorrem os processos psicossociais. 	
Krench, Crutchfield e Ballachie (1962) distinguiram grupo psicológico de organização social. 
Grupo psicológico => é integrado por pessoas que se conhecem, que procuram objetivos comuns, possuem ideologias semelhantes e interagem com freqüência;
 Organização social => é um sistema integrado de pessoas e grupos que visam a um mesmo fim último.
Homans distingue sistema interno e externo num grupo. 
O sistema externo => é todo conjunto de interações, atividades e sentimentos do grupo decorrentes da necessidade de o grupo se manter no ambiente em que está imerso. 
O sistema interno => é todo conjunto de sentimentos, atividades e interações que existem no grupo e que não são diretamente relacionados à sua sobrevivência no ambiente.
O grupo psicológico tem uma atmosfera própria. Forma-se principalmente pela proximidade física e também identidade de pontos de vista de seus constituintes e, à medida que a interação continua, valores, objetivos, papéis, normas etc., vão se formando progressivamente.
Alguns processos grupais:
Coesão:É a quantidade de pressão exercida sobre os membros de um grupo a fim de que nele permaneçam. 
É a resultante das forças que agem sobre um membro para que ele permaneça no grupo.
Há várias razões que atraem os membros de um grupo, porém Back (1951) demonstrou que várias formas de atração grupal conduzem a resultados comportamentais semelhantes por parte de seus membros. Back criou experimentalmente três fontes de atração grupal: a atração pessoal entre os componentes, atração pela tarefa a ser executada pelo grupo e a atração devido ao prestígio de pertencer a tal grupo.
Quanto maior a coesão, maior a necessidade dos membros em comunicarem-se com outros, principalmente no sentido de buscar uniformidade. 
Segundo Thibaut e Kelley (1959) a tendência de um membro de um grupo nele permanecer é função de satisfatoriedade dos resultados por ele obtidos no grupo e também da magnitude das recompensas oferecidas por outros grupos. Há diversos estudos sobre coesão grupal. A seguir, alguns resultados obtidos:
quanto maior a coesão do grupo, maior a satisfação experimentada por seus membros;
quanto maior a coesão grupal, maior a quantidade de comunicação;
quanto maior a coesão grupal, maior a quantidade de influência exercida pelo grupo em seus membros;
quanto maior a coesão grupal, maior a produtividade do grupo.
b) Coalizão:
Membros de um grupo formam coalizões quando isto lhes parece capaz de trazer-lhes resultados mais compensadores. 
 Thibaut e Kelley (1959) definiram coalizão como sendo a ação conjunta de duas ou mais pessoas a fim de influir nos resultados de uma ou de mais pessoas.
A estratégia de formação de coalizões permite que diferenças iniciais de poder entre os membros de um grupo venham a ser anuladas.
c) Comunicação:
Festinger (1950) analisa o fenômeno de comunicação grupal e estabelece as condições em que os membros do grupo se comunicam, formulando hipóteses e apresentando prova empírica para as mesmas.
As hipóteses são:
quando um membro se comunica com outro, a quem a comunicação é dirigida, quais os fatores responsáveis pela maior ou menor facilidade de mudar a posição da pessoa a quem a comunicação é dirigida e; quais as forças que atuam nos membros de um grupo a fim de mudar suas respectivas posições originais.
De acordo com o tipo de tarefa que o grupo deve desempenhar, existem redes centralizadas e descentralizadas.
As centralizadas => são em geral mais eficazes quando a tarefa requer meramente a coleção de informação num único lugar.
As descentralizaras => são mais eficientes quando a tarefa requer, além do processo de coleção de informação, a realização de operações adicionais após coleta das informações a fim de que a tarefa seja completada.
d) Formação de normas:
Todo grupo social possui um sistema de normas sem as quais não seria possível a sua sobrevivência.
Podemos definir normas sociais como sendo padrões ou expectativas de comportamentos partilhados pelos membros de um grupo. 
Estes membros utilizam tais padrões para julgar da propriedade ou da inadequação de suas percepções, de seus sentimentos e de seus comportamentos.
Thibaut e Kelley (1959) consideram a necessidade do grupo locomover-se em direção a seus objetivos e a diminuir custos e aumentar recompensas como os elementos principais no estabelecimentos de normas grupais.
O estabelecimento de normas grupais constitui-se num excelente substituto para uso de poder que, muitas vezes provoca tensão e ônus aos membros do grupo.
Em grupos de pouca coesão e muito amplos pode haver dificuldade no estabelecimento de normas devido à multiplicidade de interesses.
e) Liderança:
Liderança é um fenômeno emergente, fruto da interação entre membros do grupo e dependente da atmosfera e das finalidades do grupo.
No estudo de Kurt Lewin et al. (1939) foi verificado que a liderança democrática torna os liderados menos dependentes do líder. 
A atmosfera autocrática produziu resultados melhores que as demais em termos de eficiência do trabalho, porém os liderados ficavam perdidos diante da ausência do líder.
Não há dúvida de que a liderança é um processo interacional, com características emergentistas, sendo possível estabelecer-se a priori, com absoluta segurança, qual a pessoa mais indicada para liderar um determinado grupo. O líder terá que emergir do grupo durante o processo de interação de seus membros.
Dentro dos grupos => existem o clima grupal e a influência das lideranças na produção da atmosfera dos grupos.
Kurt Lewin => argumentava que o clima democrático, autocrático ou o laissez-faire dependiam da vocação do grupo e do estabelecimento de lideranças que os viabilizassem.
Autocrático => estabelece sozinho as normas do grupo.
Democrático => decide junto com o grupo as diretrizes, de modo que todos saibam antecipadamente o que vai acontecer.
Laissez-faire => não atua como coordenador, deixando completa liberdade de ação ao grupo.
O que se entende por liderança?
Ação que auxilia o grupo a atingir seus objetivos dentro de uma determinada situação. 
Status e Papel:
Status é o prestígio desfrutado por um membro do grupo. 
Este prestígio pode ser tal como o indivíduo o percebe (status subjetivo) e pode ser resultado do consenso do grupo (status social).
Normas sociais e também status subjetivo e social influem no papel a ser desempenhado pelos membros de um grupo. As normas sociais prescrevem de uma forma muito mais determinadae específica que o status dos membros de um grupo.
Nenhum grupo humano pode funcionar adequadamente sem o estabelecimento de papéis para seus membros, e a ambigüidade destes papéis a serem desempenhados é causa freqüente de tensão e conflito, podendo até resultar numa expulsão ou abandono.
PAPÉIS SOCIAIS
Posição 
Entende-se por "posição" a localização de uma pessoa no grupo ou organização. Uma "localização" é definida pelos direitos e obrigações que regulam a interação do indivíduo que a ocupa com os demais, de outras posições. 
No grupo familiar, por exemplo, costumeiramente há diferentes posições: a de pai, de mãe, de filho, e pode haver outras. 
Em nossa sociedade, a posição de pai implica determinadas obrigações para com os filhos, como a de garantir-lhes a alimentação, moradia, proteção, etc. Também implica certos direitos, como o de ser obedecido e respeitado. Por sua vez, a posição de filho confere o direito de ser protegico, alimentado, etc., e o dever de obedecer e respeitar.
Todos nós ocupamos, simultaneamente, muitas posições. Ao mesmo tempo, uma mulher pode ser mãe, operária de uma fábrica, membro do Clube de Pais e Mestres da escola de seus filhos, etc.
Status 
É um conceito tão vinculado ao de posição que alguns autores empregam os dois termos indiscriminadamente. Há, porém, diferenças que a maioria dos estudiosos coloca.
Status se refere, em geral, à importância relativa de diferentes posições e pessoas para o grupo ou organização. 
Esse valor diferenciado vai refletir-se também sobre os direitos e deveres. Assim, por exemplo, atribui-se, costumeiramente, maior status ao diretor de uma empresa do que ao chefe de departamento e entende-se que o diretor deverá conhecer mais a respeito do funcionamento global da empresa e que assumirá maior parcela de responsabilidades sobre ela.
OBS: Apesar de "posição" e status serem conceitos bastante relacionados pode-se distingui-los lembrando que posição é a localização de um elemento do grupo em relação aos demais e que status se refere a importância de uma posição em relação às outras.
Conceito de papel social
Entende-se por papel o comportamento que se espera de quem ocupa uma determinada posição com determinado status.
Assim, por exemplo, esperam-se certos comportamentos de um pai:que sustente os filhos, que proveja sua alimentação e educação, etc. 
 O conjunto destes comportamentos constitui o papel de um pai na nossa sociedade. Em outra sociedade, com outra cultura, os comportamentos esperados podem ser muito diferentes.
PAPEL PRESCRITO
Entendida a sociedade como um conjunto de posições sociais (como a posição de médico, de professor, de aluno, de filho, de pai), todas as expectativas de comportamento estabelecidas pelo conjunto social para os ocupantes das diferentes posições sociais determinam o chamado papel prescrito. Assim, sabemos o que esperar de alguém que ocupa uma determinada posição.
PAPEL DESEMPENHADO 
	Todos os comportamentos que manifestamos no nosso encontro são chamados, na Psicologia social, de papel desempenhado. Tais comportamentos, por sua vez, podem ou não estar de acordo com a prescrição social, isto é, as normas prescritas socialmente para o desempenho de um determinado papel. 
Os papéis sociais permitem-nos compreender a situação social, pois são referências para nossa percepção do outro ao mesmo tempo em que são referências para o nosso próprio comportamento.
 Quando aprendemos um papel social, aprendemos também o papel complementar, isto é quando aprendemos a nos comportar como alunos, desde o início de nossa vida escolar, estamos também aprendendo o papel do outro com quem interagimos – o papel do professor.
Os diferentes papéis sociais e a nossa enorme plasticidade como seres humanos permitem que nos adaptemos às diferentes situações sociais e que sejamos capazes de nos comportar diferentemente em cada uma delas. 
 Aprender os nossos papéis é na realidade aprender o conjunto de rituais que nossa sociedade criou.
Que cada encontro social, cada momento de comunicação e interação entre as pessoas são sempre momentos de nosso processo de socialização, que é ininterrupto no decorrer de nossas vidas.
AULA 8
RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO GRUPO
DEPENDÊNCIA E INTERDEPENDÊNCIA
 - A percepção das ações de outrem constitui o passo inicial para o estudo da dependência e da interdependência entre as pessoas.
 - Zajonc (1966) apresenta uma definição de psicologia segundo a qual ela é “o estudo da dependência e da interdependência comportamental entre indivíduos”.
Dependência comportamental => Zajonc quer se referir às situações em que o comportamento de uma pessoa é influenciado pelo de outra ou de outras sem, entretanto, influenciar o comportamento destas últimas. 
EX: o caso de imitação, onde uma pessoa se comporta como outra. 
Interdependência comportamental => envolve comportamento recíproco, interação individual, constituindo-se na unidade de análise típica da psicologia social.
EX: situações de cooperação e de competição são típicas do fenômeno de interdependência. 
DEPENDÊNCIA SOCIAL
As situações de dependência ou influência unilateral são muito raras em psicologia social. Dificilmente A exerce influência sobre B sem que seja, de alguma forma, também influenciado por B. Os casos que consideraremos aqui serão, portanto, raros e alguns talvez hipotéticos.
Veremos a seguir os fenômenos de dependência social:
1.1 - Facilitação Social
Allport (1924) julgava que a atividade em conjunto facilita o rendimento do indivíduo. Daí a origem do termo facilitação social, para referir-se ao fenômeno (influência sofrida por um agente quando em presença de outras pessoas). Não há dúvida de que a presença de outros influencia o comportamento de uma pessoa.
1.2 - Imitação
Campbell (1961) assinala dois tipos característicos de imitação:
imitação de um modelo porque os resultados obtidos por este são atraentes;
 imitação de um modelo tendo como recompensa a própria imitação (comportamento similar-dependente, segundo Dollard e Miller, 1941). 
- No primeiro caso estaríamos lidando com o fenômeno imitativo; no segundo, parece-nos que se trata mais tipicamente do fenômeno de identificação. 
 - Para Graciano (1971), existe bastante confusão terminológica entre os autores em relação aos fenômenos de imitação e de identificação.
- Propõe esta autora que o termo imitação seja reservado para o “processo de aquisição de associações contingentes entre estímulos e respostas”. 
  - Ficando o termo identificação como indicativo do “processo de assimilação de conexões causais gestálticas, percebidas no modelo”. 
Em outras palavras:
Imitação => é um fenômeno social explicado pelas contingências de recompensas observadas pela pessoa que imita
 Identificação => é um fenômeno muito mais complexo, muito mais duradouro e, até certo ponto, independente das contingências de recompensas objetivamente verificadas pelo exibidor de comportamento semelhante a outrem. 
Resumindo:
Se uma pessoa se identifica com outra, não é necessário que o comportamento desta outra traga, objetivamente falando, resultados compensadores para que seja reproduzido pela pessoa que com ela se identifica. A reprodução do comportamento da pessoa com a qual uma outra se identifica decorre da gratificação inerente ao fato de ser como a outra. 
Trata-se, pois de um fenômeno muito mais profundo que o de imitação, o qual cessará no momento em que as contingências externas deixarem de ser compensadoras para a pessoa que imita.
1.3 - Poder Social
Outra situação de dependência é aquela verificada quando uma pessoa exerce poder sobre a outra. Este caso de dependência, porém, mais ainda que os outros acima considerados, pode perfeitamente assumir as características de interdependência. 
As situações previamente consideradas sob a rubrica de comportamento social dependente – facilitação social e imitação – podem ser vistas como situações de interdependência caso a audiência ou co-autores percebam o comportamento da pessoa influenciada, ou a pessoa imitada perceba que alguém a está imitando.Tais percepções podem perfeitamente influir no comportamento. Também na situação de dependência estudada na consideração do fenômeno de poder social não raro se verifica a característica de interdependência, e algumas teorias (por exemplo, a de Thibaut e Kelley, 1959) tratam o assunto do ponto de vista nitidamente de interdependência. Raven (1965) define poder social como sendo uma influência social potencial.
Ele distingue seis bases fundamentais de poder, que são:
 poder de informação;	
 poder legítimo;
 poder de coerção; 			
 poder de referência;
 poder de recompensa;			
 poder de conhecimento
Poder de informação – Quando uma pessoa, A, muda seu comportamento ou atitude em função de uma reorganização cognitiva provocada pelo conteúdo de uma influência exercida por outra pessoa, B, e não em virtude de alguma característica especificamente associada a B, diz-se que a modificação verificada foi decorrente de poder de informação. 
EX: Um vendedor pode fazer com que o comprador veja por si mesmo as vantagens de comprar a mercadoria que lhe está sendo oferecida. Se a argumentação do vendedor gerou no comprador novos insights que o levou a decidir-se pela propriedade de adquirir a mercadoria, a influência exercida pelo vendedor é enquadrável no tipo de poder social aqui descrito.
O comportamento suscitado por este tipo de influência depende da característica do influenciador e decorre, exclusivamente, da internalização do conteúdo da influência tentada e da reorganização cognitiva por ela provocada. Esta reorganização cognitiva é que conduz à mudança de comportamento.
Poder de coerção – Quando A é capaz de influenciar B em virtude da possibilidade que A tem de infligir castigos a B caso este não obedeça, a base de influência exercida é o poder de coerção. Tal tipo de influência é diretamente dependente da possibilidade reconhecida por B de A aplicar-lhe sanções caso ele não ceda à influência exercida por A. O poder de A sobre B cessará no momento em que B não mais reconhecer em A, a possibilidade de mediar-lhe punições por não aceitação da influência exercida. 
 Poder de recompensa – quando A é capaz de influenciar B em virtude da possibilidade que A tem de recompensar B caso este obedeça, a base da influência exercida é o poder de recompensa. Tal tipo de influência é diretamente ligada ao reconhecimento por parte da pessoa sobre quem a influência é exercida, da capacidade do influenciador de mediar recompensas.
EX: Quando um pai diz a um filho que se ele fizer tal coisa receberá uma recompensa, a influência se baseia no poder de recompensa.
Poder legítimo – muitas vezes somos participantes de situações em que determinados comportamentos são apropriados e outros inapropriados. A propriedade ou impropriedade do comportamento numa situação específica pode decorrer da tradição, crenças, valores, normas sociais, etc.
EX: Um grupo de escoteiros tradicionalmente, obedece às determinações do chefe do grupo. Tal comportamento é tradicional, faz parte integrante do sistema de crenças e valores prevalentes na organização e é, consequentemente, reconhecida como legítima a prescrição de determinados comportamentos por parte do chefe do grupo.
Poder de referência – as pessoas podem desempenhar em relação a outras o papel de ponto de referência positiva ou negativa. Há pessoas com quem nos identificamos (referência positiva) e outras com quem não temos nada em comum (referência negativa).
Quando a influência exercida por A sobre B decorre do fato de B ter A como ponto de referência (positiva ou negativa), a base de influência exercida é o poder de referência. O poder de referência pode ser verificado em casos de identificação onde uma pessoa depende de outras por várias razões e emite comportamentos semelhantes ao desta outra espontaneamente (identificação) ou porque esta outra assim o deseja (poder de referência).
Poder de conhecimento – diz-se que A tem poder de conhecimento sobre B, quando B segue as prescrições determinadas por A em virtude da aceitação do conhecimento abalizado de A.
 EX: Quando um médico por nós reconhecido como especialista num assunto nos prescreve um medicamento, nós o tomamos. O poder exercido pelo médico tem como base o reconhecimento por parte do cliente dos méritos profissionais do especialista.
LIDERANÇA E PODER
Uma definição de poder
O poder diz respeito à capacidade que A tem de influenciar o comportamento de B, de maneira que B aja de acordo com a vontade de A. Esta definição implica um potencial, que não precisa ser realizado para ser eficaz, e uma relação de dependência.
O poder pode existir, mas não ser exercido. Ele é, portanto, uma capacidade ou potencial. Uma pessoa pode ter poder e não utilizá-lo.
Provavelmente, o aspecto mais importante do poder é o de ser uma função de dependência. 
EX:Quanto maior a dependência de B em relação a A, maior o poder de A nesse relacionamento. A dependência, por sua vez, baseia-se no conjunto de alternativas percebidas por B e na importância que este dá às alternativas controladas por A.
Uma pessoa só pode ter poder sobre você se ela controlar algo que você deseja. Se você quer seu diploma e, para tanto, precisa ser aprovado em uma disciplina que é ministrada por apenas um professor em sua faculdade, esse professor tem poder sobre você. Suas alternativas são muito limitadas e você dá muita importância ao diploma.
Comparando liderança e poder
Os líderes utilizam o poder como meio de atingir os objetivos do grupo. Eles atingem os objetivos, e o poder é um meio de facilitar suas conquistas. A diferença se refere à compatibilidade de objetivos. O poder não requer a compatibilidade de objetivos, apenas a relação de dependência. A liderança, por outro lado, requer alguma coerência entre os objetivos do líder e os daqueles que são liderados.
INTERDEPENDÊNCIA SOCIAL
Alguns tópicos a serem considerados neste momento são:
Situação social mínima – Sidowski, Wykoff e Tabory (1956) conduziram um experimento no qual duas pessoas eram colocadas em dois compartimentos distintos, sem que uma soubesse da existência da outra.
Como os sujeitos estavam a sós, ignorando ambos a presença um do outro, os autores denominaram esta situação de situação social mínima, de vez que havia uma interação social mas com o mínimo possível de informação.
 Cooperação e competição – Várias são as situações da vida cotidiana em que a característica de interdependência do comportamento de duas pessoas provoca instâncias em que comportamentos cooperativos ou competitivos naturalmente se manifestam.
Experimentos demonstram que em situações de pressão ou pânico, onde a possibilidade de comunicação e de controle das emoções é remota, é difícil a obtenção de cooperação. O comportamento mais freqüente nestas condições é o comportamento competitivo, resultando em prejuízos generalizados para os que estão na situação de interdependência.
Vários experimentos foram realizados, mas até agora parece que o desejo de agir competitivamente no ser humano é bastante forte, o que não quer dizer que não se verifique cooperação ou que tal fenômeno seja pouco freqüente. Freedman, Carlsmith e Sears (1970), afirmam ser surpreendente o fato de que mesmo em situações onde a resposta cooperativa é mais recompensadora do que a competitiva, ainda assim os sujeitos tendem mais a competir do que a cooperar.
 Busca de aceitação – é uma tendência natural das pessoas o desejo de buscar aceitação e aprovação por parte dos outros. Tal comportamento é claramente notado quando uma pessoa está diante de outra que é capaz de emitir comportamentos altamente recompensadores. A busca de aceitação por parte da pessoa dependente é, no caso, freqüente.
A busca de aceitação é um exemplo claro de interdependência e, quando bem sucedida, tem várias implicações positivas, o mesmo ocorrendo ao inverso, quando não ocorre uma aceitação positiva.
Aplicações práticas sobre os conhecimentos de dependência e interdependência
Conflito: apesar das boas intenções dos que acreditam na possibilidade de uma sociedade ideal,onde todos cooperassem para o bem-estar de todos, onde não houvesse injustiças, onde guerra fosse uma palavra ausente dos dicionários, onde todos gozassem de relativo conforto, onde todos tivessem acesso aos benefícios da educação, onde a harmonia, o altruísmo, o conforto, a possibilidade de atualização de potencialidades, tudo isso existisse de maneira ideal e utópica, o fato é que os seres humanos não são capazes de construir uma tal sociedade. As pessoas tendem mais a competir do que a cooperar, o que conduz a situações de maior ou menor conflito.
Cooperação em sala de aula: a psicologia social tem feito descobertas no sentido de identificar as condições capazes de diminuir a competição e fomentar a cooperação entre as pessoas. De posse de tal conhecimento o educador pode aplicá-lo para a consecução de seus fins na escola.
Deutsch (1949) define uma situação social cooperativa como aquela na qual uma pessoa só pode alcançar seu objetivo se todos os indivíduos alcançarem os seus. Os benefícios do comportamento cooperativo sobre o competitivo em várias situações foram demonstrados em psicologia social por vários autores.
Johnson e Johnson em 1975 demonstraram que ambientes cooperativos melhoram o desempenho, aumentam a auto-estima, diminuem a atitude preconceituosa, aumentam a atração interpessoal. Aronson et. Al. (1975; 1978) nos apresentam um método que se revelou capaz de produzir os efeitos favoráveis acima aludidos, através da criação de uma atmosfera cooperativa na sala de aula.
A técnica sugerida por Aronson e seus colegas é chamada de quebra-cabeças. Consiste esta técnica em dividir a turma em grupos de cinco ou seis alunos e atribuir a cada aluno a responsabilidade de ensinar aos demais membros do grupo um segmento da lição a ser aprendida. Assim, cada aluno tem acesso a uma parte do material a ser estudado e tem que transmiti-los aos demais. A situação de interdependência é clara.
Como é a soma dos conhecimentos de cada um que completará o todo em que se constitui a lição, a técnica se assemelha ao que decorre num jogo de quebra-cabeças e daí o seu nome.
Ao estabelecer tarefas a serem desempenhadas por seus alunos, o professor pode estruturá-las de forma tal que o atingimento dos objetivos do aluno:
 A) Independa do atingimento dos objetivos de seus colegas (situação individualista);
B) Dependa de os outros colegas de seu grupo também alcançarem seus objetivos (situação cooperativa);
C) Dependa de os outros colegas de seu grupo não alcançarem seus objetivos (situação competitiva).
 Tem sido demonstrado que uma estrutura grupal cooperativa induz a maior interação entre os membros, maior comunicação entre eles, maior confiança recíproca, maior apoio mútuo, melhor divisão de trabalho e menos medo do fracasso que estruturas grupais competitivas.
Manejo adequado da discordância
	Divergência de opiniões entre alunos é um fenômeno freqüente na interação entre colegas num estabelecimento de ensino. Quando adequadamente manejadas pelo professor, as controvérsias entre estudantes podem ser altamente benéficas.
Psicólogos sociais vêm desenvolvendo pesquisas importantes acerca do papel da concordância e da discordância nas relações interpessoais. Os estudos de Asch (1952), Newcomb (1953), Heider (1958), Festinger (1950; 1957), Byrne (1969) e vários outros nos mostram como somos influenciados pelas opiniões dos outros e como a discordância provoca conseqüências psicológicas importantes nas relações interpessoais.
Psicólogos de outras áreas (Piaget, 1950; Kohlberg, 1969; Berlyne, 1966) demonstraram o relevante papel que a controvérsia pode desempenhar nos componentes de um grupo no que diz respeito ao desenvolvimento da capacidade crítica, do desenvolvimento cognitivo, do desenvolvimento moral e da criatividade de seus membros. Psicólogos educacionais (Johnson e Johnson, 1980) demonstraram que o debate em sala de aula tem conseqüências positivas no rendimento dos alunos.
Em seu extenso estudo sobre a psicologia social dos conflitos, Morton Deutsch nos mostra a importância do contexto dentro do qual o conflito ocorre no que tange à produtividade. Apenas um contexto cooperativo conduz a uma controvérsia construtiva; um contexto competitivo, por sua vez, induz a uma controvérsia destrutiva.
A razão disto reside no fato de que só uma atmosfera cooperativa oferece as condições para que ocorram os elementos que segundo Deutsch (1973) são necessários para a existência de uma controvérsia construtiva.
São eles, entre outros: prestação de informação clara e sincera; apoio recíproco que permita a expressão de divergências sem receio de provocar agressões; empatia e compreensão dos sentimentos dos outros; definição da controvérsia como um problema a ser resolvido em conjunto e não como uma situação de onde sairão vencedores e vencidos, etc.
ATRAÇÃO INTERPESSOAL
A formação de amizades e inimizades é uma conseqüência natural do processo de interação social. Psicólogos da área têm dado uma atenção especial ao assunto porque ser aceito ou não pelos outros é uma importante variável no comportamento humano.
Fatores que afetam a atração interpessoal:
A) Proximidade Física
O freqüente contato físico promove a formação de uma relação interpessoal de atração entre essas pessoas por cinco razões a seguir:
 Conveniência (comodidade de se relacionar com alguém que está próximo, pois se este outro estivesse distante haveria um custo para promover o encontro)
 familiaridade (a freqüência do encontro com uma pessoa conduz a uma relação amistosa, pois caso contrário seria um tanto desagradável tal encontro)
  oportunidade de interação (segundo Newcomb, 1965, a proximidade causa mais oportunidade de contatos)  oportunidade de maior conhecimento mútuo (a proximidade faz com que os hábitos, maneiras, costumes, estados de espírito etc. das pessoas que estão se interatuando tornem-se conhecidos, e isso favorece ainda mais o conhecimento mútuo)
  simples familiaridade decorrente da freqüência de encontros (segundo Zajonc, 1968, pessoas tendem a desenvolver sentimentos mais positivos em relação a objetos/pessoas que lhe são apresentados mais vezes).
B) Identidade de Valores e Atitudes e Outras características:
Pessoas com valores e atitudes similares tendem a formar um sentimento positivo entre si. 
EX: Numa partida de futebol pessoas que nem se conhecem trocam simpatias por estarem torcendo para o mesmo time.
Por outro lado, a existência de atração interpessoal leva a distorções perceptivas no sentido de “ver” semelhanças de valores e atitudes no comportamento das pessoas de quem gostamos. 
 Há quatro possíveis explicações para o fato de semelhança gerar atração: 
  1) redução dos custos do processo de interação social (semelhança de atividades e valores diminuem conflitos, polêmica e haverá maior consenso de opinião)
2) estabelecimento de realidade social (o fato de entrarmos em contato com pessoas que têm as mesmas opiniões faz com que haja uma realidade social, ou seja um meio em que haja concordância)
3) satisfação da necessidade de comparação social (segundo Fastinger, 1954, nós satisfazemos a nossa necessidade de comparação no que diz respeito às nossas habilidades e opiniões buscando pessoas que nos são semelhantes)
 4) papel reforçador da concordância (para Sulivan, 1947, as pessoas validam as suas atitudes por meio de concordância com os outros). 
 IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
No processo de desenvolvimento da competência interpessoal, feedback é um processo de ajuda para mudanças de comportamento; é comunicação a uma pessoa, ou grupo, no sentido de fornecer-lhe informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas. Feedback eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar seu desempenho e assim alcançar seus objetivos.
Para que o feedback seja útil, é essencial que: 
 1. Seja específico, ao invés de genérico 
Dizer a alguém que ele está sendo dominador, provavelmente, não será tão eficaz quanto dizer “quando estávamos decidindo sobre o projeto “X”, você parecianão estar prestando atenção ao que os outros falavam”.
2. Descreva a situação, não a avalie 
Descrever a reação de alguém, sem julgamento, aumenta a possibilidade de a pessoa aproveitar ou o feedback, conforme a sua percepção do fato. Assim, ela pode ouvir e sentir-se à vontade para utilizar aquela informação como achar conveniente, sem reações defensivas.
3. Leve em consideração as necessidades de quem vai recebê-lo. 
O feedback só é útil quando atende às necessidades de ambas as partes envolvidas no processo.
4. Seja dado no tempo certo 
Em geral o feedback é mais útil logo após o evento observado, dependendo, é claro, da 
disposição da pessoa para ouvi-lo e do clima emocional decorrente da situação. 
 
5. Seja dirigido para os aspectos sobre os quais o receptor tenha controle 
A lembrança de alguma falha sobre a qual a pessoa não tenha qualquer controle serve, 
somente, para alimentar frustrações. 
 6. Assegure uma comunicação clara 
É importante solicitar do receptor a descrição do feedback com suas próprias palavras, 
para verificar a exatidão da sua compreensão. 
RESUMO 
O feedback deve ser, então: 
Específico
 Neutro
 Aplicável 
Oportuno
 Objetivo 
 Claro
Por Que é Difícil Receber Feedback? 
É difícil aceitar nossas ineficiências e ainda mais admiti-las para os outros, publicamente. 
A questão de confiança na outra pessoa é crítica, especialmente em situações de trabalho ou outras que podem afetar nosso status ou imagem. Podemos também recear o que a outra pessoa pensa a nosso respeito. Podemos sentir que nossa independência esteja sendo violada ou que o apoio que esperávamos nos esteja sendo negado.
  Quando percebemos que estamos contribuindo para manter o problema e que precisaremos mudar para resolvê-lo, podemos reagir defensivamente: paramos de ouvir (desligamos), negamos a validade do feedback, agredimos o comunicador apontando-lhe também seus erros etc. Às vezes, a resolução de um problema pode significar descobrir e reconhecer algumas facetas de nossa personalidade que temos evitado ou desejado evitar até de pensar.
Por Que é Difícil Dar Feedback? 
Gostamos de dar conselhos e com isso sentimo-nos competentes e importantes. Daí o perigo de pensar no feedback como forma de demonstrar nossa inteligência e habilidade, ao invés de pensar na sua utilidade para o receptor e seus objetivos. Podemos reagir somente a um aspecto do que vemos no comportamento do outro, dependendo de nossas próprias motivações, e com isso tornamo-nos parciais e avaliativos.
 Podemos temer as reações do outro — sua mágoa, sua agressão, etc., isto é, que o feedback seja mal interpretado, pois, em nossa cultura, feedback ainda é percebido como crítica e tem implicações emocionais (afetivas) e sociais muito fortes, em termos de amizade (ou sua negação), status, competência e reconhecimento social.
 Muitas vezes, a pessoa não está preparada, psicologicamente, para receber feedback ou não deseja nem sente sua necessidade. É preciso atentar para estes aspectos de nula ou fraca prontidão perceptiva, que constituem verdadeiros bloqueios à comunicação interpessoal. Se insistirmos no feedback, a pessoa poderá duvidar dos nossos motivos para tal, negar a validade dos dados, racionalizar procurando justificar-se etc. 
AULA 9
Dinâmica Interna dos Grupos
O FENÔMENO DA FACILITAÇÃO SOCIAL
 O termo facilitação social foi utilizado por Floyd Allport para significar a influência da presença de outras pessoas no desempenho de um indivíduo.
Watson (1928) e Shaw (1932) verificaram que o trabalho em grupo é mais eficiente na resolução de tarefas, devido a um maior número de idéias apresentadas, críticas e hipóteses errôneas e debates esclarecedores.
 Zajonc (1965) em excelente artigo apresenta uma visão panorâmica do problema da facilitação social e, baseado nos experimentos feitos, sugere a seguinte hipótese: o trabalho individual é mais eficaz quando se trata de aprendizado, enquanto que a atuação dos indivíduos em grupo ou na presença de outros é mais eficaz quando se trata de respostas já bem aprendidas.
Os estudos sobre a facilitação social deram ensejo, como dissemos acima, a estudos de grupo. Não mais se tratava de comparar desempenho individual com desempenho em competição, cooperação, ou na simples presença de outros, mas sim de estudar o grupo em si mesmo. Em outras palavras, o grupo passou a ser unidade básica de análise.
O comportamento grupal, o inter-relacionamento entre seus membros, a emergência de liderança, os fatores que levavam um membro a comunicar-se com o outro, a coesão do grupo, tudo isso passou a merecer consideração especial. Foram os desenvolvimentos no estudo da dinâmica dos grupos que permitiu a outros setores da psicologia a expansão de suas técnicas, como no caso da psicoterapia de grupo e do treinamento da sensibilidade (sensitivity training). 	
CRENÇAS SOCIAIS
PRECONCEITO, ESTEREÓTIPOS E DISCRIMINAÇÃO.
ESTEREÓTIPOS: A BASE COGNITIVA DO PRECONCEITO
 Na base do preconceito estão as crenças sobre características pessoais que atribuímos a indivíduos ou grupos, chamadas de estereótipos.
É um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social.
É um esquema simplista mas mantido de maneira muito intensa e que não se baseia necessariamente em muita experiência direta. Pode envolver praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa – idade, raça, sexo, profissão, local de residência ou grupo ao qual é associada.
 Quando nossa primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, tendemos a deduzir coisas sobre a pessoa de maneira seletiva ou imprecisa, perpetuando, assim, nosso estereótipo inicial.
  O estereótipo, em si, é frequentemente apenas um meio de simplificar e "agilizar" nossa visão do mundo.
 Gordon Allport referia-se ao ato de estereotipar como fruto da "lei do menor esforço“.
 Nossos limitados recursos cognitivos, diante de um mundo cada vez mais complexo, é que nos fazem optar por estes atalhos, que se às vezes nos poupam, cortando significativamente o caminho, em outras, nos conduzem aos indesejáveis becos do preconceito e da discriminação.
ROTULAÇÃO
A rotulação seria um caso especial do ato de estereotipar.
Em nossas relações interpessoais, facilitamos nosso relacionamento com os outros se atribuirmos a eles determinados rótulos capazes de fazer com que certos comportamentos possam ser antecipados.
EX: quando um gerente rotula um empregado de "preguiçoso", ele "prevê" determinados comportamentos que este empregado deverá exibir frente a certas tarefas.
 Profecia auto-realizadora => induzir o rotulado a se comportar da maneira que esperamos.
EX: Um programa de televisão realiza entrevista com adolescentes louras, fazendo perguntas em que não existe uma resposta certa. Após a resposta, geralmente errada, colocava o som de um burro relinchando. Tal programa estava procurando confirmar a idéia de que “toda loura é burra”.
Ideologia inconsciente => conjunto de crenças que aceitamos implícita e não conscientemente. Um exemplo disto pode ser visto nas relações de gênero.
O que é gênero?
Gênero => seria determinado pelo processo de socialização e outros aspectos da vida em sociedade e decorrentes da cultura, que abrange homens e mulheres desde o nascimento e ao longo de toda a vida diferenças de gênero são socialmente construídas.
 Gênero => conjunto de arranjos através dos quais a sociedade transforma a biologia sexual em produtos da atividade humana e nos quais essas necessidades transformadas são satisfeitas. Este sistema incluiria vários componentes, entre outros a divisão sexual do trabalho e definições sociais para os gêneros e os mundos sociais que estes conformam.
ESTEREÓTIPOS E GÊNERO
Papeis pré-determinados para homens e mulheres.
 Ex: o estereótipo ligando os homens às funções de "herói" e as mulheres às de "mães" está profundamente entranhado na cultura.
A norma genérica dominante ainda exige dos homens que sejam machistas, narcisistas, onipotentes, impenetráveis e ousados.Qualquer desvio em relação a esta norma pode significar fracasso, debilidade ou sinal de homossexualismo.
ESTEREÓTIPOS E ATRIBUIÇÃO
O preconceito pode apresentar-se também via atribuição de causalidade.
A ação de uma pessoa => deduções acerca dos motivos que possam ter causado aquele comportamento.
 O preconceito frequentemente contamina nossas percepções.
 Ex: um padre saindo de um prostíbulo.
Você pode atribuir várias causas a esse evento. Pode considerar que o padre foi ao prostibulo para atender uma pessoa, ou considerar que o padre foi ao prostíbulo para se divertir. Essas atribuições dependerá da sua crença.
PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
 Se o estereótipo é a sua base cognitiva, os sentimentos negativos em relação a um grupo constituiriam o componente afetivo do preconceito, e as ações, o componente comportamental.
O preconceito é uma atitude: uma pessoa preconceituosa pode desgostar de pessoas de certos grupos e comportar-se de maneira ofensiva para com eles, baseada em uma crença segundo a qual possuem características negativas.
Uma atitude é composta:
-de sentimentos (componente afetivo),
-predisposições para agir (componente comportamental) e
-de crenças (componente cognitivo).
O preconceito poderia ser definido como uma atitude hostil ou negativa com relação a um determinado grupo, não levando necessariamente, pois, a atos hostis ou comportamentos persecutórios.
Discriminação=> refere-se à esfera do comportamento (expressões verbais hostis, condutas agressivas, etc.).
 
Sentimentos hostis + as crenças estereotipadas => deságuam numa atuação que pode variar de um tratamento diferenciado a expressões verbais de desprezo e a atos manifestos de agressividade. 
O PAPEL DO BODE EXPIATÓRIO
Procuramos transferir nossos sentimentos de raiva ou de inadequação, colocando a culpa de um fracasso pessoal em algo externo ou sobre os ombros de uma outra pessoa.
AULA 10
DINÂMICA DE GRUPO
A palavra gestalt significa o modo como os elementos (partes) estão agrupados. Suas origens residem nos estudos do fenômeno da percepção. A noção de que o todo é maior do que suas partes constituintes e que seus atributos (do todo) não podem ser deduzíveis a partir do exame isolado das partes que o constituem é um dos pilares da gestalt.
Kurt Lewin, a partir do referencial da gestalt elaborou sua teoria de grupo. Lewin criou a expressão dinâmica de grupo em 1944. Para ele, os fenômenos grupais só se tornam inteligíveis ao observador que consente em participar da vivência grupal. Em sua opinião, tais fenômenos não podem ser observados do exterior nem ser estudados como fragmentos a serem examinados a posteriori.
Isto o levou a formular a aproximação metodológica denominada pesquisa-ação em que o observador era incluído no grupo sem, por isso, modificá-lo e desta forma isso não invalidava a proposta investigatória. 
Lewin observou que a integração no interior dos grupos só se dá quando as relações interpessoais estiverem baseadas na autenticidade de suas comunicações e que essa autenticidade é uma atitude passível de aprendizado no e pelo próprio grupo.
Dedicou-se, particularmente, ao estudo da questão da autoridade e dos tipos de liderança nos pequenos grupos, descrevendo os três estilos básicos de liderar: autocrático, democrático e laissez-faire.
Autocrática: utiliza uma técnica diretiva, rígida, favorece o estereótipo da dependência, entrando a serviço do status quo da enfermidade e da resistência á mudança.
Democrática: o intercâmbio entre líder-coordenador e grupo se realiza em forma de espiral permanente, onde se ligam os processos de ensinar e aprender formando uma unidade de alimentação e retro-alimentação.
Laissez-faire: delega ao grupo sua auto-estruturação e assume, parcialmente, a função de análise da situação e orientação da ação.
Nas grupoterapias, a vertente sociológica foi fortemente inspirada por Kurt Lewin, criador do termo dinâmica de grupo, que substitui o conceito de classe pelo de campo. Criou laboratórios sociais com o objetivo de descobrir as leis grupais gerais que regem a vida dos grupos humanos e diagnosticar uma situação grupal específica. Suas concepções sobre campo grupal e a formação de papéis são muito importantes.
Para ele, qualquer indivíduo, por mais ignorado que seja, faz parte do contexto de seu grupo social, o influencia e é por ele fortemente influenciado e modelado.
A Teoria de Campo de Kurt Lewin
Seu principal conceito é o de espaço vital que ele define como a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento.
O que Lewin concebeu como campo psicológico foi o espaço de vida considerado dinamicamente, onde se levam em consideração não somente o indivíduo e o meio, mas também a totalidade dos fatos coexistentes e mutuamente interdependentes. A realidade fenomênica em Lewin pode ser compreendida como o meio comportamental da Gestalt, ou seja, a maneira particular como o indivíduo interpreta uma determinada situação.
Para Lewin, no entanto, esse conceito não está se referindo apenas à percepção, mas também a características da personalidade do indivíduo, a componentes emocionais ligados ao grupo e à própria situação vivida, assim como a situações passadas e que estejam ligadas ao acontecimento, na forma em que são representadas no espaço da vida atual do indivíduo.
Como Lewin considerava que o comportamento deve ser visto em sua totalidade não demorou muito a chegar ao conceito de grupo. Praticamente, todos os momentos de nossas vidas se dão no interior de grupos. Segundo Lewin, a característica definidora de grupo é a interdependência de seus membros.
Isso significa que, para ele, grupo não é a soma das características de seus membros, mas algo novo, resultante dos processos que ali ocorrem. Assim, a mudança de um membro do grupo pode alterar completamente a dinâmica do mesmo.
 Transportando a noção de campo psicológico para a Psicologia Social, Lewin criou o conceito de campo social, formado pelo grupo e seu ambiente.
Outra característica do grupo é o clima social, onde uma liderança autocrática, democrática ou laissez-faire irá determinar o desempenho do grupo. 
 DINÂMICA DE GRUPO
A expressão Dinâmica de Grupo foi oficialmente consagrada em 1944, por Kurt Lewin, nos Estados Unidos, como já citado anteriormente.
 A Dinâmica de Grupo compreende dois grandes conjuntos:
1 - o conjunto dos fenômenos psicossociais que se produzem nos grupos;
2 - o conjunto de técnicas utilizadas para intervir nos grupos.
	O conhecimento da dinâmica do grupo do qual a pessoa pertence ajuda a compreender muitos dos seus comportamentos. Constitui-se numa etapa de diagnóstico, elaborada a partir de uma pesquisa sobre uma série de fenômenos psicossociais.

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