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CCJ0008-WL-AMRP-13-Sociologia Jurídica da Vida Privada

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SEMANA 13 
PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO DA 
JUSTIÇA: OPINIÃO PÚBLICA SOBRE O DIREITO, A JUSTIÇA E AS 
INSTITUIÇÕES JURÍDICAS 
· Influência da Mídia- A mídia leva ao público informações e entretenimento, 
portanto deve-se considerar o seu impacto sobre a sociedade. Várias vezes é 
possível se deparar com sensacionalismo, a notícia-espetáculo, de onde se 
pergunta qual a repercussão desses fatos para a compreensão do Direito por 
parte da população. 
O grande ponto é saber até que ponto as representações da mídia sobre o 
Direito influenciam a vida diária das pessoas e o quanto altera seus 
comportamentos. 
http://www.youtube.com/watch?v=-6R6RrbarM8&feature=related 
OPINIÃO PÚBLICA- CONCEITO- Segundo Miranda Rosa, "não existe, deve-
se reconhecer, uma opinião pública. Existem, isso sim, diversas correntes de 
opinião, concorrentes ou divergentes, coexistentes sem conflito, ou 
contraditórias em graus diversos, compondo um universo de opiniões que se 
manifestam em determinado momento e lugar, de maneira a apresentar certos 
traços gerais e algumas tendências uniformes, além de afirmações de natureza 
majoritária". 
Pode-se dizer que opinião pública é “ o juízo coletivo, adotado e 
exteriorizado por um grupo”. 
Como se forma? Quais instrumentos eficazes para esse fim? 
De forma específica, tem a opinião pública especial importância para a 
sociologia jurídica, porque age como um verdadeiro termômetro revelando ao 
legislador e demais autoridades que atuam na ordem jurídica a temperatura 
social em torno de questões sociais relevantes indicando as mudanças que 
precisam ser feitas nas leis e nas instituições jurídicas. 
É através do estudo da opinião pública que hoje se tem uma medição do que a 
sociedade em geral pensa de determinado governantes, de determinado 
produto, de determinado assunto, é claro que, com a velocidade com que 
essas opiniões são refeitas, reformuladas é muito grande, isso porque hoje 
existem instrumentos muito importantes na elaboração dessas opiniões : a 
propaganda, a televisão, a mídia, o rádio, o jornal. Um indivíduo recebe uma 
informação e forma um juízo de valor, a opinião sobre o que ele vê, daí o 
indivíduo recebe outras informações sobre o mesmo assunto, solidifica ou 
modifica a sua opinião. O somatório deste com os demais é que será o objeto 
da tentativa de se medir a opinião pública. A opinião pública é algo que 
ninguém consegue ver, definir com precisão, contudo, hoje se tem plena 
certeza de como ela se constrói, a opinião pública influencia diversos aspectos 
de nossas vidas. 
As pessoas assumem determinadas posição sem saber o porque. A opinião 
pública das massas é cuidadosamente cultivada e alimentada pelos poderes 
oficiais, que a impõem através do proselitismo ideológico. 
Vox populi, vox dei (a voz do povo é a voz de Deus). 
A propaganda sempre vai buscar atuar naquilo que na sociologia se chama 
grupos supra - individuais, cada um de nós pertencemos a diversos grupos : 
família, igreja, trabalho, comércio, comunidade ativa, amigos da escola, etc. 
Quando se pretende solidificar ou alterar valores começa a influenciar esses 
grupos que formam opiniões com informações que podem ser positivas ou 
negativas. 
OPINIÃO PÚBLICA E FENÔMENO JURÍDICO 
 
Se o direito é considerado e aceito como forma mais eficaz de controle social 
— estereótipo formado — em sua organização e aplicação, sofre 
questionamento quanto à equidade. A sociedade global acredita no jurídico 
como algo indispensável à coesão e a sobrevivência grupal, mas em nível inter 
– individual, há descrédito subjacente da justiça. 
Sobre esse assunto, Cavalieri Filho observa: "Quando a opinião pública se 
forma no sentido de considerar uma determinada instituição arcaica, deficiente, 
ineficaz etc., então é alto tempo de se procurar saber onde estão as causas de 
suas deficiências e de se realizarem as reformas necessárias, sob pena de se 
tornar a instituição totalmente irrecuperável. É o que ocorre atualmente com o 
Judiciário, a respeito do qual a opinião pública se formou (já é possível 
conhecê-la mesmo sem uma pesquisa científica, tão grave se tornou o 
problema) no sentido de considerá-lo deficiente, emperrado e moroso“. 
De fato, não seriam necessárias investigações qualitativas ou quantitativas 
para se poder aquilatar a opinião do público ante as inúmeras desventuras por 
que tem passado o poder Judiciário brasileiro. Mesmo os leigos que não têm o 
hábito de se informar sabem que na estrutura desse poder grassa a corrupção. 
Além disso, a lentidão das tomadas de decisão de nossos magistrados constitui 
já característica bastante conhecida mesmo por aqueles que não tiveram 
experiências de resolução de litígios, seja na área civil, seja na penal. 
http://www.youtube.com/watch?v=NgcTnjQqko8 
Ana Lúcia Sabadell pondera: "A maior parte dos cidadãos possui uma imagem 
parcial e incompleta sobre o sistema jurídico e, dessa forma, as respostas não 
refletem um conhecimento ou uma realidade do direito, mas somente uma 
opinião confusa e ideológica. A pessoa comum não possui conhecimento 
suficiente para analisar, por exemplo, se a Justiça combate eficientemente a 
criminalidade ou se os juízes são imparciais. Se for perguntado, o cidadão 
tentará generalizar em base às poucas experiências pessoais e, sobretudo, 
repetindo a opinião veiculada pela mídia, que dá particular destaque aos 
problemas e escândalos (exemplo: ''corrupção de juízes'') e nunca noticia o 
cotidiano normal do sistema jurídico. Assim sendo, os questionários relativos à 
opinião sobre o direito em geral reproduzem o ''senso comum'' difundido pela 
mídia, ou seja, refletem estereótipos e visões ''sensacionalistas'', não 
descobrem a opinião ''pessoal'' de cada interrogado e seguramente não 
permitem constatar a ''realidade'' do direito“ . Desta forma, parece que a 
disseminação das idéias de morosidade, de corrupção e ineficiência do 
Judiciário são inextrincáveis na concepção popular. 
Também é fato notório que quando a mídia noticia algum crime bárbaro, 
irrompe o anseio, por parte da população, de um direito repressivo. 
Movida pelo calor da hora e pelo sentimento de inconformismo tão 
característico de quem se vê as voltas com atrocidades, é ela que reivindica, 
amparando-se numa suposta legitimidade, sanções mais severas aos 
infratores. Contudo, transcorrido algum tempo do episódio narrado, o 
inconformismo é atenuado. Com efeito, "constata-se a grande instabilidade da 
opinião pública sobre o direito. Após um crime ou um escândalo político, muitos 
se sentem indignados com o sistema de Justiça e multiplicam os apelos por 
uma política repressiva. Passada a comoção, muda a opinião“. A instabilidade 
da opinião pública é ainda mais patente num país que parece corroborar a 
máxima segundo a qual seus cidadãos "têm memória curta". Não é de se 
estranhar, pois, que os problemas amiúde debatidos pela sociedade civil em 
momentos de perplexidade nacional acabem por resvalar, com o passar do 
tempo, em episódios anódinos, cuja lembrança ecoa na memória dos 
indivíduos como fatos desprovidos de dramaticidade social. Em outros termos, 
tais problemas não são mais vistos como decorrência de conflitos sociais, mas 
apenas como uma particularidade de personalidades bizarras, alheias ao 
espírito da coletividade. Miranda Rosa: "A propósito é interessante abordar a 
relação existente entre o direito e a opinião pública. Ambos os fenômenos, 
como ocorre em geral na sociedade, são condicionantes, e condicionados 
recíprocos em virtude da interação que opera entre a norma jurídica e a opinião 
pública. (...) As regras de direito moldam, em parte, (...), a opinião dominante 
em determinada sociedade. (...) A maneira como são encaradas, porém, tais 
regras pelos componentes da opinião grupal, constitui algo que exige reflexão 
e pode indicar caminhos legislativos mais apropriados"

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