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Universidade Católica do Salvador Discentes: Ingra Domingues, Maria Maia e Marina Vieira Docente: Darlã Conceição Disciplina: Direito Empresarial II AV1 Questão 01 A) Explique, de forma fundamentada, os efeitos da utilização de uma assinatura eletrônica numa nota promissória. A assinatura do sacador é requisito fundamental da nota promissória, para assegurar a originalidade do documento. Com o avanço tecnológico, os títulos de pagamento tiveram de acompanhar a evolução, adaptando-se e legitimando a emissão digital, que acaba por ser mais prática (e até mesmo sustentável). No que tange à assinatura eletrônica deste documento, é necessário destacar, de antemão, a sua validade jurídica no Brasil, garantida pelo § 3º do artigo 889 do Código Civil e artigo 411, inciso II, do Código de Processo Civil. Utilizar-se desta, além de garantir a segurança, ou seja, diminuir os riscos de fraudes, torna o feito mais ágil. Por vezes, a inexistência do título em meio físico, papel, cria questionamentos acerca da capacidade de cobrança judicial ou no que diz respeito ao cumprimentos dos pressupostos ali formalizados (até mesmo no que tange à Execução, tendo em vista que a Lei de Duplicatas exige a exposição do título original em juízo). Aí se encontra a importância de um acompanhamento jurídico, para que, em casos de cobrança, tenha eficácia. De acordo com a jurista Simone Lemos Alves, em seu artigo publicado: “O título de crédito eletrônico é o documento eletrônico representativo de direito autônomo ao recebimento de quantia líquida, da mesma forma que a nota promissória eletrônica é o documento eletrônico de que constam todos os requisitos essenciais exigidos pelos artigos 75 [79] e 76 [80] da Lei Uniforme de Genebra; [...] “se o credor a endossa, lança-se o registro eletrônico das informações pertinentes a esse ato de transferência da titularidade do crédito, como nome do endossatário, data, se há ou não cláusula sem despesas ou cláusula sem garantia, etc. O saque, endosso e aval da nota promissória serão praticados mediante assinatura digital do subscritor, endossante ou avalista, certificada no mesmo arquivo eletrônico.” Por fim, é importante destacar que a lei e a jurisprudência entram em consenso quanto a pacificação do uso de títulos de crédito via meios eletrônicos. As certificadoras privadas, responsáveis pela criação de assinaturas eletrônicas, estão cada vez mais aperfeiçoando os padrões de confirmação de identidade (quer seja por meio de digital, criptografia, senhas, reconhecimento facial, etc) e, consequentemente, se popularizando no mercado. B) Na hipótese do emitente ser analfabeto, explique o procedimento a ser adotado. Uma nota promissória assinada por emitente analfabeto é juridicamente nula, tendo em vista a incapacidade do mesmo em ler, escrever e compreender o que vem sendo dito/escrito, diante da inexistência de instrução primária. Legitimar a assinatura de devedor analfabeto seria dar margem para fraudes e oportunismos, tendo em vista a grande probabilidade do mesmo ser incentivado a copiar algo sem saber o que de fato está copiando, portanto, legalmente, não pode responder por tal. A assinatura do emitente, requisito fundamental para validação da nota promissória, tem de ser autógrafa, o que afasta a possibilidade de utilização da impressão digital dos dedos como identificação, para tanto, o procedimento a ser adotado deve ser a formação do título através de terceiro, devidamente assistido de procuração, como garante a Revista dos Tribunais ( nº 275/630): “O analfabeto que não sabe nem mesmo assinar, podendo apenas copiar o desenho do seu nome posto à frente em um modelo, não pode obrigar-se validamente na qualidade de emitente de cambial, a não ser através de mandatário com poderes especiais” (Rev. dos Tribs., 275/630). Questão 02 Caio Rangel recebeu de Cristiano Lázaro um cheque por ele emitido na praça de Salvador no valor de R $2.000,00 (dois mil reais) e pagável na praça de Feira de Santana. O cheque foi emitido em branco, ficando o tomador responsável pela sua nominalização, o que não foi feito. Vinte dias após a emissão e antes da apresentação ao sacado, foram furtados vários documentos da residência do tomador - dentre eles, o referido cheque. Com base nessas informações, responda: A) Qual a medida extrajudicial a ser tomada por Caio Rangel para impedir o pagamento do cheque, sendo certo, ainda, que não decorreu o prazo de apresentação? Justifique. Mesmo não decorrendo o prazo de apresentação, deverá Caio Rangel fazer a sustação do referido cheque ao sacado, por escrito, mediante apresentação de assinatura do emitente, e fundamentando em relevante razão de direito, ou seja, um motivo aceitável, como o furto citado a cima, tudo de acordo com o art. 36 da Lei do Cheque (Lei nº 7.357/85). B) Após o prazo de apresentação, se o tomador ainda não tiver efetivado nenhuma medida impeditiva ao pagamento do cheque, o sacado poderá efetuar seu pagamento caso o título, devidamente preenchido, seja lhe apresentado? Justifique. Sim, não havendo sido tomada nenhuma medida impeditiva para o pagamento do cheque, poderá o sacado efetuar seu pagamento, até a data de sua prescrição, qual seja, 6 meses, a contar da data de vencimento da apresentação, com base nos arts. 35 caput, e 57 da Lei do Cheque (Lei nº 7.357/85).
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