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Contenção Física e Química A contenção correta deve se entender que quem está fazendo da contenção deve respeitar o animal e ter o intuito apenas de bloquear seus movimentos, para segurança do profissional e sua equipe, durante a realização das atividades, sejam elas, captura, coleta, exames, marcação, recebimento, transporte, envio, cativeiros temporários etc A contenção pode ser física ou química, e a melhor opção é a contenção física sempre que possível, para evitar o uso de medicamentos desnecessários nos animais (nesses casos de contenção química deve-se ter conhecimento da espécie do animal e comportamento), para algumas espécies de alta periculosidade a contenção química é a única alternativa possível para permitir que a equipe trabalhe com o animal. Para o sucesso da contenção é necessário ter um bom planejamento de equipa e uma equipe bem preparada. ESTRESSE: na contenção física é um dos maiores problemas para o animal podendo levar alguns a óbito, como as aves, que são animais muito sensíveis ao estresse, e para os profissionais pois o estresse pode alterar exames. Regras Básicas 5 questões da contenção 1. Por que? 2. Quem? 3. Como? 4. Quando? 5. Onde? Pré-Requisitos Conhecimento da espécie que será contida o deve-se ter o conhecimento da forma de defesa do animal (garras, dentes, rabo) (essa será a primeira a ser imobilizada,), sobre o nível de estresse da espécie e sobre seu comportamento em vida livre e/ou cativeiro Segurança o Deve-se promover sempre a segurança do animal e da equipe envolvida para a realização dos procedimentos. Equipamentos o Além da utilização dos EPI's obrigatórios, pode ser utilizado, de acordo com a espécie os seguintes equipamentos: Luvas de raspa, Puçá, Cambão de laço, Ganhos, Toalhas, Bretes e gaiolas de contenção Contenção Física Contenção Física de Aves: Cuidar sempre as garras e o bico, estes sendo os primeiros a serem imobilizados. Pode ser utilizado para auxílio da contenção de toalhas e puçá Para aves rapinantes deve-se utilizar a luva de raspa. Para a realização da contenção deve-se manter a ave SEMPRE em pé com o tórax livre, devido a probabilidade das vísceras pressionarem caso o animal fique em decúbito. Muita atenção na hora da contenção destes animais pois eles sofrem muito o estresse sob contenção e podem ser facilmente levados a óbito. Durante a clínica, se uma ave chegar muito debilitada e com histórico de estar mal há dias, não deve - se arriscar a contenção, nesses casos deve-se utilizar anestesia inalatoria. Para a contenção: triângulo utilizando os dedos polegar, indicador e anelar, na cabeça do animal e nas patas. o Para tucanos pode - se segurar o bico do animal e para aves aquáticas segurar as asas para trás. Contenção Física de Répteis: Lembrar que esses animais são agressivos mesmo que sejam de estimação, por isso, deve-se ter muita atenção durante a realização da contenção e procedimentos Utilizar ganchos no caso de serpentes e tubos de acrílico podem ser utilizados para realização de exames nas mesmas. Para a contenção de serpentes pode utilizar a "técnica do positivo", onde você irá pressionar a cabeça do animal evitando que ela consiga abrir a boca. Para serpentes pequenas pode se utilizar a Técnica do Triângulo. Para crocodilos e jacarés utilizar cordas. (OBS: cuidar sempre a boca desses animais, pois existem diversos tipos de bactérias gram negativas muito nocivas). Contenção Física de Pets não convencionais: Pode utilizar para imobilização a prega nucal para estes animais Para chinchilas devem utilizar as duas mãos devido o risco de fratura de coluna durante a contenção Para hamster deve-se cuidar para não puxar muito a pele desses animais pois existe o risco do olho acabar sendo exposto. Para coelhos deve-se ter cuidados com as patas pois é o meio de defesa desses animais, utilizar a Técnica do Triângulo para a contenção física Contenção Física de mamíferos: Grandes felinos deve-se sempre utilizar a contenção química, pois não há outro meio de realizar procedimentos nesses animais se eles não estiverem devidamente sedados. Para gambás utilizar a luva de raspa Para tamanduás e preguiças deve-se ter muito cuidado com as unhas desses animais, pode se utilizar esparadrapo para tapar as unhas dos mesmos. Ouriços podem ser segurados pela ponta da cauda, pois é um local onde não há a presença de espinhos e segurar o animal por baixo em seguida. Pode-se realizar o condicionamento de animais perigosos como Hipopótamos, se estes animais estiverem em cativeiros. Ensinando-os em troca de recompensas eles irão deixar o profissional trabalhar. Contenção Química Não existe “receita de bolo” para a contenção química e muito menos a de animais silvestres. Avaliação da situação: o Espécies, número de animais, valor anestésico, vida livre x cativeiro, procedimento. Contenção Química de Aves Sistema respiratório o mais eficientes nas trocas gasosas que os mamíferos; ausência de epiglote e diafragma; anéis traqueais completos Sistema circulatório o alta demanda metabólica durante o voo; a FC 150 a 1000 bpm; os ventrículos e átrios recebem fibras nervosas dos sistemas simpático e parassimpático; sistema porta renal. CUIDADOS: compressão peitoral; termorregulação. Vias de administração: IM, SC, EV(ulnar e metatarsiana medial), intra óssea, ET. Contenção Química de Repteis Sistema respiratório: o Apneia (controlam a respiração, ficam longos períodos sem respirar) o traqueia com cartilagens completas (em serpentes é incompleta, porém mais longa); o posição rostral da glote em serpentes e na base da língua em quelônios; o répteis exceto crocodilianos não possuem diafragma funcional; o músculos dos membros em quelônios participam da respiração. São pecilotérmicos (varia de 20-39ºC de dia a 15 a 20ºC a noite); Dificuldade de metabolização farmacológica; Sistema porta renal; Vias de administração: IM, IC, EV, seio venoso. CUIDADOS: cauda, unhas, dentes. Estimulo vagal. Contenção Química de Mamíferos Silvestres Domésticos Roedores e lagomorfos: distúrbio TGI. Contenção Química de Animais de Vida Livre Indução rápida (quanto mais fica acordado, mais o animal luta contra o anestésico) Margem de segurança – peso do animal (estimar) Volume Perda de consciência Ter o antagonista para o animal acordar Segurança do manipulador e equipe Segurança para o animal. Anestesia Injetável Mais comumente utilizada Contenção química rápida, indução anestésica ou sedação Opção para cirurgia “menos complexas” Mais facilmente utilizados em campo Peso corporal mais preciso (estipular) Menos seguros que anestésicos inalatórios Anestésicos Dissociativos: CETAMINA: Não indicado para uso sozinho, não causa relaxamento muscular significante, contrações mioclonicas, opistótono, recuperação violenta e analgesia leve. TILETAMINA/ZOLAZEPAM: promove anestesia mais prolongada que a cetamina, para procedimentos mais invasivos recomenda-se uso com butorfanol e recuperação violenta. BUTORFANOL: potente analgésico, menos efeitos cardiovasculares e não pode ser utilizado sozinho PROPOFOL: como monitoramento cardiopulmonar e ventilação, causa depressão respiratória, comum ocorrer apneia, prolongado período de recuperação e administração por via endovenosa limita seu uso. A2 AGONISTA: muito utilizada, mas pode causar depressão cardiovascular e respiratória, hipóxia, hipercapnia e apneia. Reversores BENZODIAZEPÍNICOS: seguro para procedimentos simples que não necessitem de analgesia, causa relaxamento muscular Anestesia Inalatória Mais indicada pela indução segura e retorno rápido. O peso do animal pode ser estimado com maior margem de segurança. Alteração rápida da profundidadeda anestesia. Pouco metabolizado, reduzindo lesões renais e hepáticas. Desvantagens incluem poluição do ambiente de trabalho, perda de anestésico. Limitada a uso em ambiente hospitalar, profissionais habilitados e maior custo com equipamento. Não promovem analgesia pós operatória. ISOFLURANO Anestésico de escolha. Indução tranquila e segura com suave contenção, promovendo relaxamento muscular e rápida recuperação. Provoca pouca depressão cardiovascular. Apesar de seguro, pode produzir arritmias durante a indução e recuperação anestésica Vantagens: menor associação do gás na corrente sanguínea devido a sua menor solubilidade nos tecidos, faz com que ocorra uma rápida indução e recuperação devido a menor retenção; eliminação através da expiração e sem produção de potenciais produtos tóxicos que podem causar efeitos adverso; 99% é excretado pelos pulmões; promove depressão respiratória, broncodilatador e causa irritação tecidual, pode ainda desencadear tosse e broncoespasmo.
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