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GRUPO DE ESTUDOS SOBRE FRATURA DE MATERIAIS DEMET/EM/UFOP FORMA E DISTRIBUIÇÃO DE FASES ESTRUTURA DE MATERIAIS A formação de uma microestrutura Microestrutura Monocristal Policristal monofásico Policristal polifásico Processamento Solidificação Deformação Tratamentos térmicos Seqüência de formação da microestrutura de um material sólido, a partir do líquido = processo de solidificação (fundição). Monocristal e Policristal Comparação entre os arranjos atômicos no estado líquido e no estado sólido. • Monocristais -As propriedades variam com a direção: anisotropia. -Exemplo: o módulo de elasticidade (E) no ferro CCC: • Policristais -As propriedades podem / não podem variar com a direção. -Se os grão são aleatoriamente orientados: isotropia. (Epoly iron = 210 GPa) -Se os grão são orientados, anisotropia. 200 m Monocristais X Policristais E (diagonal) = 273 GPa E (edge) = 125 GPa • Algumas aplicações de engenharia requerem monocristais: • As propriedades de materiais cristalinos geralmente são relacionadas com a estrutura cristalina. -- Ex.: o quartzo fratura mais facilmente ao longo de alguns planos cristalinos do que em outros. -- monocristais de diamante para abrasivos. -- paletas de turbinas. Cristais como blocos de construção Monocristais na indústria de circuitos integrados. Refino zonal Forno Czochralski Solidificação de monocristais Forno Bridgman-Stockbarger Policristal monofásico Austenita Ferrita Policristal polifásico Perlita Ferro fundido austemperado Comparação entre o lingotamento convencional e o lingotamento contínuo. LINGOTAMENTO CONVENCIONAL LINGOTAMENTO CONTÍNUO Solidificação de policristais Diferentes estruturas em um lingote: zona equiaxial fina (EF), zona colunar (C), e zona equiaxial central (EC). A extensão de cada zona depende do material solidificado e das condições de solidificação. À esquerda,corte longitudinal (parcial); à direita, corte transversal. Estas estruturas ocorrem tanto no lingotamento convencional quanto no lingotamento contínuo. Esquema de crescimento dendrítico transformando-se em grãos do material. Transição da zona de cristais equiaxiais finos (EF) para a zona de crescimento colunar (C). Os grãos com orientação cristalográfica favorável em relação à direção de extração de calor crescem mais rápido e dominam a estrutura. Esquema da solidificação dendrítica. As regiões escuras no líquido adjacente às dendritas representam concentrações de átomos de solutos rejeitados a partir das dendritas sólidas (segregação interdendrítica). Outro esquema da solidificação dendrítica. Convecção líquida, efeitos de deformação, e regiões (pequenas áreas circulares brancas) onde os braços dendríticos cresceram juntos e ocorreu rechupe interdendrítico. Dendritas formadas durante a solidificação de uma liga nióbio- cobre, rica em nióbio. MEV. Dendritas em aço baixo-carbono. MEV. Grãos colunares em áreas com menor resfriamento “Casca” de grãos equiaxiais devido ao rápido resfriamento (maior T) próximo das paredes. Refino de grão - realizado para tornar os grãos menores, mais uniformes, equiaxiais. fluxo de calor Os grãos podem ser - equiaxiais (praticamente o mesmo tamanho em todas as direções) - colunares (grãos alongados) ~ 8 cm Solidificação de um lingote de chumbo. • Os materiais de engenharia são na maioria policristais. • Placa de Nb-Hf-W com solda por feixe de elétrons. • Cada "grão" é um monocristal. • Se os grãos são orientados aleatoriamente, as propriedades do material não são direcionais. • Tamanhos de grãos típicos estão na faixa de 1 nm a 2 cm (i.e., de poucas a milhões de camadas atômicas). 1 mm Isotrópico Anisotrópico Policristais Dobramento Forjamento Laminação Trefilação Embutimento Profundo Estiramento Matriz Cisalhamento ExtrusãoExtrusão Tratamentos termomecânicos Comparação entre os grãos da microestrutura, após uma deformação plástica e após um tratamento térmico. Estruturas de Conformação Alterações microestruturais Fibramento Textura Bandeamento Recristalização Tratamentos termomecânicos (a) Alinhamento de grãos numa placa de liga de alumínio Al-7075-T651. (b) Alinhamento de inclusões de MnS numa placa de aço laminado a quente. Fibramento Al-2024 T-351 Inclusões em aço C-Mn • A anisotropia pode ser introduzida em um metal policristalino através de sua laminação - antes da laminação 235 m - isotrópico uma vez que os grãos são aprox. esféricos e aleatoriamente orientados. - após a laminação - anisotrópico uma vez que a laminação afeta a orientação e a forma dos gãos. direção de laminação Efeito do trabalho a quente sobre a macroestrutura de um aço. (a) Estrutura dendrítica do lingote original. (b) Seção longitudinal, após redução para 1/5 da área da seção transversal do lingote. (c) Seção longitudinal, após redução para 1/30 da área da seção transversal do lingote. Efeito do trabalho a quente sobre a macroestrutura de um aço. (d Seção longitudinal, após redução para 1/150 da área da seção transversal do lingote. (e) Seção transversal ao corpo-de-prova de tração longitudinal ao material apresentado em (d). (f) Seção transversal ao corpo-de-prova de tração transversal ao material apresentado em (d). Efeito da orientação de corpos-de-prova e do teor de impurezas na tenacidade à fratura de ligas de alumínio Um monocristal experimenta certa rotação quando deforma-se plasticamente em um particular sistema de deslizamento. Quando um policristal é deformado, cada grão aleatoriamente orientado vai deslizar em seu apropriado sistema de deslizamento e sofrer rotação a partir de sua condição original, mas desta vez com restrição causada pelos seus grãos vizinhos. Consequentemente, uma forte orientação preferencial, ou textura, será desenvolvida após grandes deformações: certos planos de deslizamento tendem a se alinhar paralelamente ao plano de conformação mecânica, enquanto algumas direções de deslizamento tendem a se alinhar paralelamente à direção da conformação mecânica. Um material fortemente texturado deve exibir propriedades altamente anisotrópicas. Neste caso, o endurecimento pode ocorrer devido à aplicação imediata do conceito de tensão cisalhante resolvida. Textura Texturas de fibra em um arame (a) e textura de chapa em uma placa (b). As posições das células unitárias representam as orientações dos diferentes grãos. A textura pode se desenvolver em um material durante uma ou mais operações de processamento, tais como fundição, conformação mecânica e recozimento. a : ausência de textura b : textura de Goss c: textura cúbica Texturas de recristalização de chapas de liga Fe-Si. Método EBSD – exemplo de aplicação: ACESITA, aço AISI 430 Aplicação para textura: aço-silício de grão orientado GO. Fluxo magnético em função do campo magnético, para três direções cristalográficas do ferro. A magnetização completa é obtida mais facilmente na direção [100]. Aplicação para textura: aço IF para estampagem. Aço IF com TiN. Efeito do teor de carbono e do grau de redução a frio no coeficiente de anisotropia normal. Bandeamento O bandeamento se manifesta, normalmente, pela formação de bandas alternadas de perlita e de ferrita ou de outros constituintes, com variação significativa do teor de carbono. O mecanismo de formação do bandeamento está relacionado com a segregação de elementos substitucionais durante a solidificação. Quando o aço é austenitizado, esta segregação não é eliminada, devido à baixa difusividade destes elementos. Assim, diferentes regiões do aço (bandas) têm diferentes composições químicas e, consequentemente, diferente comportamento na transformação de decomposição da austenita. A decomposição da austenita se inicia nas regiões mais pobres em elementos de liga que estabilizem esta fase (ou, alternativamente, mais ricas em elementos de liga queestabilizem a ferrita). Se o aço é resfriado com velocidade suficientemente lenta para permitir a difusão do carbono, este elemento é rejeitado pelas regiões que se transformam para ferrita inicialmente (em vista da baixa solubilidade nesta fase) e se concentra nas regiões que permanecem austeníticas. Quando estas regiões se transformam, estão suficientemente ricas em carbono para formar constituintes bastante diferentes do que seria a estrutura “média” do aço. Em particular, é comum que se transformem em perlita em aços estruturais de baixo e médio carbono normalizados ou resfriados ao ar após a laminação a quente. Variação das concentrações de Mn e de C na seção transversal de uma barra de aço AISI 4140, com composição nominal de 0,40%C e 1,0%Mn. Existe uma elevada variação no teor de Mn, consistente com sua segregação interdendrítica durante a solidificação e sua lenta difusividade de átomo substitucional. Por outro lado, a variação no teor de C é pequena, consistente com sua rápida difusividade de átomo intersticial. Há também uma relação entre o Mn e o C. O Mn abaixa a atividade do C, abaixando então a sua concentração: regiões ricas em Mn tendem a atrair C. O Cr, similarmente, abaixa a atividade do C, enquanto P, Si e Ni aumentam a atividade do C, causando rejeição de C em regiões ricas destes elementos. Bandeamento em aço do tipo API X-65, MO e MEV, 500X. Recristalização Quando a energia de deformação armazenada no material atinge determinado nível, que depende, basicamente, do material e da temperatura, ocorre a nucleação de novos grãos não deformados. Este fenômeno é chamado de recristalização. Além de praticamente eliminar o aumento de resistência mecânica associado ao encruamento, a recristalização produz novos grãos. O efeito deste processo de recristalização é, na média, uma redução do tamanho de grão austenítico em relação ao produto fundido. Esquema ilustrativo da evolução da microestrutura durante o trabalho a quente (no exemplo, laminação). Duas possibilidades estão ilustradas. Quando a recristalização se inicia ainda durante a deformação, tem-se a recristalização dinâmica. Se um intervalo de tempo após a deformação é necessário para a recristalização inicial, tem-se a recristalização estática. Ilustração esquemática da curva tensão-deformação quando a recristalização dinâmica ocorre. A recristalização elimina o encruamento e mantém a carga necessária para a deformação plástica em níveis razoáveis ao longo do processo. Influência do grau de redução no trabalho a quente sobre o grão austenítico médio para duas estruturas do lingote original. Aço contendo C=0,11%; Mn=0,62%; Ni=3,7%; Cr=0,25%; Mo=0,18%. 33% cold worked brass New crystals nucleate after 3 sec. at 580 C. 0.6 mm 0.6 mm After 4 seconds After 8 seconds 0.6 mm After 15 min, 580ºC 0.6 mm 0.6 mm Recristalização e crescimento de grão em uma amostra de latão. Recristalização a partir do recozimento. (a) Microestrutura de um aço com 0,003%C, grau de redução de 60% a frio. (b) Microestrutura deste aço após recozimento a 540oC por 2 horas. Cerca de 80% da microestrutura laminada a frio foi recristalizada para grãos equiaxiais finos de ferrita. Porcentagem volumétrica de ferrita recristalizada em um aço laminado a frio contendo C=0,08%; Mn=1,45%; Si=0,21%, em função do tempo de imersão em banho de sais fundidos em diversas temperaturas. Tratamentos Térmicos Convencionais Recozimento Têmpera e Revenido Precipitação Recozimento e Têmpera 400 500 600 700 Austenite (stable) TE (727 C) Austenite (unstable) Pearlite T(°C) 1 10 10 2 10 3 10 4 10 5 time (s) Curva de resfriamento para obtenção da perlita. 10 10 3 10 5 time (s)10 -1 400 600 800 T(°C) Austenite (stable) 200 P B TE A A M + A M + A M + A 0% 50% 90% Recozimento e Têmpera Curva de resfriamento para obtenção da martensita. Aço perlita-ferrita, obtido por recozimento Aço martensítico, obtido por têmpera Precipitação Curva de resfriamento para obtenção de precipitação. (a) Precipitados ’ (CuAl2) numa liga Al-Cu envelhecida a 240oC. (b) Precipitados ’ na matriz e no contorno de grão (MgZn2) numa liga Al-6Zn-3Mg envelhecida a 180oC. (c) Precipitados ’ numa liga Al-Li envelhecida a 190oC, incluindo precipitação numa partícula ’ (Al3Zr). (a) (b) (c) Dureza de um aço contendo diversas microestruturas. Laminação Convencional X Laminação Controlada Conformação a quente de aço com transformação de fase no resfriamento: a) Convencional: Embora a estrutura seja controlada durante a conformação, pela combinação de deformação e temperaturas adequadas, as propriedades finais são definidas em um tratamento térmico posterior. b) Tratamento termo-mecânico: A conformação “controlada” conduz a um tamanho de grão austenítico reduzido. Este tamanho de grão reduzido favorece a nucleação dos constituintes finais do aço. Com o resfriamento controlado, pode ser possível eliminar a necessidade de tratamento térmico posterior. Aços obtidos por laminação controlada HSLA DP TRIP TWIP Fonte: Godefroid,L.B., II Workshop ABM, 2008 A produção de aços por lamnação controlada constitui um importante capítulo na “metalurgia física dos aços”, isto é, nas relações entre composição química, processamento, microestrutura e propriedades. Estratégia de laminação controlada para o desenvolvimento de aços multifásicos laminados a quente. Fonte: W.Bleck, 2002. Alterações microestruturais durante a laminação. Quando não ocorre recristalização da austenita, obtem-se grãos austeníticos menores e/ou alongados. A nucleação da ferrita é favorecida nestas condições, resultando em grão ferrítico mais fino no produto da laminação controlada. O resfriamento acelerado, após a laminação, também favorece a formação de grão ferrítico fino. Aço ferrita (F) + bainita (B) obtido por laminação controlada. F B Aço ferrita (F) + martensita (M) obtido por laminação controlada. F M Presença de martensita em aço TRIP. Fonte: M.H.Ferrer, EPUSP, 2003. Aço TWIP. Fonte: H.Bhadeshia, Cambridge University.
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