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Sistemática de Comércio Exterior – Profª Marisa Zanini – zinha@onda.com.br 1- INTRODUÇÃO AO COMÉRCIO EXTERIOR A evolução do Comércio Exterior ocorreu a partir da década de 50. Durante esta década, o país assumiu o processo de industrialização plena. A partir dos anos 60, diversas políticas de promoção à exportação foram apresentadas e levadas a prática. No Plano de Ação Econômica do Governo era determinado que as exportações gerariam divisas para a importação. Após esse período conhecido como milagre econômico, na década de 70, as exportações assumiriam um papel semelhante ao plano anterior, porém com a diferença de ajudar a reduzir o déficit provocado pelo aumento da dívida externa com o segundo choque do petróleo. No final dos anos 80, o processo de substituição das importações está esgotado nos setores industriais, mas nos setores de informática e química fina estava distante da realidade. Embora constassem do planejamento governamental os temas como competitividade internacional, permitindo exportar produtos com maior valor agregado, não passavam de meras regras. Só no início da década de 90, o ex-presidente Fernando Collor de Mello, implementou o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade e de Apoio à Capacitação Tecnológica e abriu o debate de liberalização do comércio exterior brasileiro. Durante esse período e com maior importância a partir de 1992, o Brasil assume um compromisso de integrar a sua economia a um espaço econômico e político maior, surgindo em 1995, o primeiro mercado comum da América Latina, o Mercosul. (Curso de formação básica em Com. Ext. para empresários, 1999, Aduaneiras, Sebrae e Apex) 2 A globalização da economia exigiu e exige das empresas uma crescente modernização, principalmente no comportamento empresarial, em função do aumento da competição no mercado interno quanto no mercado externo. A globalização acelerou as chamadas desregulamentação de mercados, flexibilizou os monopólios e as parcerizações das empresas. Com o seu surgimento, a concorrência rompeu fronteiras. A empresa inserida no contexto atua com venda competitiva e padronizada de seu produto em qualquer parte do mundo. (Informe BB, 1998) O Brasil deverá estar atento a todas as oportunidades de negociações de acesso a mercados que se apresentem. Embora seja custoso para o país participar dessa multiplicidade de iniciativas, o avanço do regionalismo no comércio internacional não permite posturas de isolamento daqueles que atribuem às exportações papel relevante para suas expectativas de crescimento econômico. Para fazer frente a esses desafios, o futuro governo deverá enfrentar também uma vasta agenda doméstica. No topo dessa agenda está a remoção dos conhecidos componentes do chamado “custo Brasil”. Outra questão relevante é o reforço da capacitação dos negociadores brasileiros para lidar com esta difícil e complexa agenda. Entretanto, há também um fato novo que não se pode ignorar: as negociações comerciais com países desenvolvidos atraíram o interesse de diferentes segmentos da sociedade civil e provocaram o debate sobre legitimidade interna da política comercial. O futuro governo deverá dar respostas à demanda social por participação, de forma compatível com as necessidades de eficácia da politica comercial que será implementada. (Sandra Polônia Rios) 2- CONCEITOS 2.1 Comércio Exterior: Conjunto de ações no sentido de promover a saída de bens e serviços nacionais para o exterior (exportação) e o ingresso de bens e serviços estrangeiros em nosso país (importação). 2.2 Produto Exportável: Primeiro é preciso fazer um minucioso estudo sobre o produto. Nem sempre o produto que é aceito internamente, é também aceito no exterior, pois os gostos e padrões diferem entre os povos. 3 2.3 Território Aduaneiro: A jurisdição dos serviços aduaneiros abrange todo o território aduaneiro. O território aduaneiro ocupa o mesmo espaço que o território nacional. 2.4 Zona Primária: Compreende as faixas internas de portos e aeroportos, recintos alfandegados e locais habilitados na fronteira terrestre, bem com outras áreas nas quais se efetuem operações de carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de passageiros, procedentes ou destinados ao exterior. (Bizelli e Barbosa, 1997) 2.5 Zona Secundária: Compreende o restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo. (Bizelli e Barbosa, 1977) 2.6 Cidades Fronteiriças: É facultado à autoridade regional e local exercer o controle aduaneiro. 2.7 Recintos Alfândegados: São locais dentro do território aduaneiro onde se realizam os serviços aduaneiros propriamente ditos, com a presença da autoridade aduaneira acompanhando a operação objeto do controle fiscal. 2.8 Terminais Alfândegados: 2.8.1- Estação aduaneira de fronteira – é de uso público; localizado em zona primária; vinculada a um ponto alfândegado de fronteira; instalada em imóvel da união, mas que também, à título precário poderá ser imóvel de empresa habilitada como permissionária por prazo máximo de cinco anos. 2.8.2- Estação aduaneira interior – EADI, comumente denominada porto seco (dry port) é um terminal alfandegado de uso público; localizado em zona secundária, destinado à prestação, por terceiros, dos serviços públicos de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro, em uma região com expressiva concentração de carga para importação e/ou exportação de mercadorias; substituem os depósitos alfândegados públicos. 2.8.3- Terminais retroportuários alfândegados – instalada em zona contígua à de porto alfandegado, onde são realizadas operações de unitização e desu- nitização de mercadorias embarcadas em container, reboque, semi-rebo que e excepcionalmente, de mercadorias a granel ou cargas especiais. (Delfino, 1998) 2.8.4- NACIONALIZAÇÃO: É a sequência de atos que transfere a mercadoria estrangeira para a economia nacional. 2.9 Despacho Aduaneiro: É o procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço aduaneiro de mercadoria procedente do exterior. 2.10 Reserva de Praça: É a contratação do espaço da carga no navio ou seja, é o fechamento do frete junto à agência marítima. 4 3- ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ÓRGÃOS INTERVENIENTES A Câmara de Comércio Exterior (Camex), entidade colegiada supra-institucional, do Conselho de Guerra do Governo Federal, é composta pelos seguintes representantes: - Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República (Presidente da Camex) - Ministro das Relações Exteriores; - Ministro da Fazenda; - Ministro do Planejamento e Orçamento; - Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; - Ministro da Agricultura e do Abastecimento e da Reforma Agrária. Podemos dividir a estrutura em duas áreas de atuação. A primeira é integrada por órgãos que tratam dos interesses brasileiros no exterior, a saber: - Ministério das Relações Exteriores (MRE) – atua no marketing externo, voltado à promoção e à divulgação de oportunidades comerciais no estrangeiro, em parceria com consulados, embaixadas e chancelarias. Conta com o apoio de sua própria área interna, responsável por “Feiras e Eventos” e “Promoção Comercial”e analisa as características do mercado estrangeiro e do intercâmbio brasileiro, incentivando a vinda de importadores estrangeiros ao Brasil. - Secretaria de Comércio Exterior (Secex) – Órgão do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC): representa o Brasil em negociações de acordos ou convênios internacionais, a cargo do Departamento de Negociações Internacionais (Deint). Cuida das normas de aplicação dos mecanismos sobre dumping,subsídios e medidas compensatórias e salvaguardas, junto à OMC e responde pelo monitoramento e pela defesa brasileira nos processos compensatórios movidos por países estrangeiros contra exportadores nacionais, no âmbito do seu Departamento de Defesa Comercial. - Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain) – Entidade vinculada ao Ministério da Fazenda: participa de negociações de créditos brasileiros no exterior, de comércio e investimento no âmbito da OMC e de outros organismos internacionais e tratativas referentes ao Mercosul, à Aladi e aos demais blocos econômicos e acompanha as negociações econômicas e financeiras com governos e entidades estrangeiras e internacionais. Principais Diretrizes: Política de comércio exterior Medidas protecionistas Estímulo ao seguro crédito às exportações 5 Alteração das alíquotas dos impostos de importação e exportação Desregulamentação do comércio exterior Orientação de parâmetros a serem negociados em acordos internacionais Criação de áreas específicas de comércio exterior e promoção de bens e serviços brasileiros no exterior Avaliação das ações diretas e indiretas de comércio exterior praticadas pelos órgãos controladores. A estrutura divide-se em duas áreas de atuação. A primeira é integrada por órgãos que tratam dos interesses brasileiros no exterior, a saber: Ministério das Relações Exteriores (MRE) – (Divisão de Informação Comercial; Divisão de Operações de Promoção Comercial e Divisão de Programas de Promoção Comercial). Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) – (Decex –Departamento de Comércio Exterior; Decom – Departamento de Defesa Comercial; Deint – Departamento de Negociações Internacionais; Depoc – Departamento de Política de Comércio Exterior) Secretaria de Assuntos Internacionais (SEAIN) A segunda área de atuação refere-se aos assuntos gerenciais e reguladores de comércio exterior, no Brasil, que são conduzidas pelos seguintes órgãos de competência: Órgãos Gestores • Secretaria de Comércio Exterior (SECEX): vincula-se ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: normaliza, supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades comerciais do Brasil com outros países, em observância à política de comércio exterior vigente. • Secretaria da Receita Federal (SRF): vincula-se ao Ministério da Fazenda: fiscaliza as exportações e as importações de mercadorias e a correta utilização dos incentivos fiscais concedidos pela legislação em vigor, bem como arrecada os direitos aduaneiros incidentes sobre a entrada e saída de mercadorias no País. Obs.: O SERPRO, órgão da SRF responsável pela concepção do Siscomex, faz a sua manutenção, com base nas alterações oriundas dos órgãos gestores. • Banco Central do Brasil (BACEN): é uma autarquia federal: efetua o controle de capitais estrangeiros; mantém em depósito as reservas oficiais em ouro, em moeda estrangeira e em Direitos Especiais de Saque; autoriza as instituições financeiras a operar em câmbio e as fiscaliza; atua no mercado de câmbio, financeiro e comercial, para manter a estabilidade relativa das taxas de câmbio e o equilíbrio no balanço de pagamentos. Nas praças onde não há unidade do Banco Central, é delegado ao Banco do Brasil o controle e a fiscalização das operações cambiais. 6 Órgãos Anuentes São órgãos credenciados para auxiliar no controle comercial, quando pela natureza do produto ou pela finalidade da operação, for necessária a análise especializada da operação. São eles: Cada anuente responsabiliza-se, dentro da sua área de atuação , por atestar o cumprimento das condições para fins de licenciamento da operação, a saber: • Banco do Brasil Por delegação da Secex: Emissão do Certificado de Origem – FORM “A”. documento preenchido pelo exportador , no qual o Banco do Brasil certifica a origem brasileira da mercadoria, para garantir ao importador os benefícios fiscais concedidos pelos países industrializados, ao amparo do Sistema Geral de preferências (SGP). Emissão do Certificado de Origem – Têxteis para a União Européia: documento preenchido pelo exportador, no qual o Banco do Brasil certifica a origem brasileira do produto a ser exportado para países que impõem contingenciamento à importação de determinados têxteis produzidos no Brasil. Emissão da Licença de Exportação – Têxteis para União Européia e Canadá: documento cujos dados são processados no Siscomex, no qual o Banco do Brasil certifica, para fins de cobertura de cotas, que o produto t^xtil a ser exportado está enquadrado nos limites contingenciados pela União Européia e pelo Canadá. Emissão do Visa – Têxteis para os Estados Unidos: documento apresentado pelo exportador, no qual o Banco do Brasil atesta, mediante aposição de carimbo específico VISA na Fatura Comercial, a existência de margem nas cotas estabelecidas pelos Estados Unidos e por Porto Rico para a importação de produtos têxteis de origem brasileira. • Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN) Autorização prévia: petalita, lepidolita, areia de zircônio micronizada, minérios de metais das terras raras, e outros. • Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX) Controle da utilização de Cota de Exportação: açúcar cristal e demerara, açúcar de beterraba, mel rico investido, mel residual de melaço de cana impróprio para 7 consumo humano, álcool etílico não desnaturado, madeira serrada ou fendida longitudinalmente, de pinho, mogno, imbuia e virola. Conferência da Vinculação de Ato Concessório de Drawback ao Registro de Exportação: álcool etílico, não desnaturado. Controle de Limite Máximo de Espessura e Espécie para Amostra destinada a teste ou pesquisa ou originários de espécies exóticas obtidas de reflorestamento: lenha, madeira em estilhas, serragem e desperdícios de madeira, carvão vegetal, madeira em bruto mesmo descascada, desalburnada ou esquadríada, cavacos de madeiras coníferas. . Departamento Nacional de Combustíveis (DNC) Autorização Prévia: combustíveis minerais e produtos de sua destilação , matérias betuminosas e ceras minerais, amônia, produtos químicos orgânicos, solventes para uso combustível. . Departamento da Polícia Federal (DPF) Autorização Prévia: folha de coca, plantas, sucos e extratos vegetais de catuaba e ópio, das quais possam extrair-se substâncias entorpecentes que determinem dependência psíquica, cloreto de hidrogênio, ácido clorídico, ácido sulfúrico, anidro e outros sulfatos dissódicos, medicamentos contendo alcalóides ou que possam gerar dependência física ou psíquica. • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) Análise prévia, desde que originário de criadouros e viveiros registrados: animais silvestres vivos, peixes ornamentais, lagostas, ovos silvestres, asas de borboleta, plantas ornamentais silvestres, peles, peleteria, couros e tripas, coleções de exemplares de botânica e coleções de exemplares raros de zoologia. Verificação do cumprimento do Protocolo de Montreal: produtos químicos da família propano e metano. Fornecimento de Autorização exigida por ocasião do despacho de exportação: lenha, madeira em estilhas, serragem e desperdícios de madeira, carvão vegetal, madeira em bruto mesmo descascada, desalburnada ou esquadriada, cavacos de madeiras coníferas ou não coníferas. Fornecimento de Certificado de Classificação: Madeiras de pinho. • Instituto Brasileiro de Patrimônio Cultural (IBPC) 8 Autorização Prévia: quadros, gravuras, produções estatuárias ou de esculturas, selos, coleções e espécimes para coleções, objetos de arte, de coleção e de Antigüidade, exceto coleções raras de botânica, zoologia, e outros. • Ministério da Aeronáutica Autorização Prévia: aeronavesnacionalizadas de emprego militar; e partes e peças. • Ministério da Agricultura e do Abastecimento Certificado de Padronização: produtos hortícolas, raízes, tubérculos, frutas, cascas cítricas e de melões, castanhas de caju, milho e sorgo em grão, arroz, malte, e outros. • Ministério da Ciência e Tecnologia Autorização Prévia: coleções ou objetos de interesse para minerologia e paleontologia. • Ministério do Exército Autorização Prévia: peróxido de cloro, dióxido de cloro, cloreto de nitrosila, brometo de nitrosila, sulfeto de nitrogênio, dióxido de cloro, armas para uso policial e armas brancas, curtas e longas, e outros. • Ministério da Saúde Autorização Prévia: folha de coca, plantas com das quais possam se extrair substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica, glândulas e outros órgãos humanos, dessecados, mesmo em pó, e outros. • Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) Autorização Prévia: fosgênio, oxicloreto de carbono. Cloreto de carbonila, perclorato de amônio, fulminato de mercúrio, ázida de chumbo, rubeno ou crizogênio, pólvoras de base simples, e outros. • Secretaria de Produtos de Base (SPB) Pedido e distribuição de cota de exportação: açúcar cristal, demerara e refinado, açúcar de beterraba, mel rico invertido, mel residual de melaço de cana impróprio para o consumo humano. (www.custom.com.br/biblioteca - 19/01/03) 9 4- ORGANIZAÇÃO PARA EXPORTAR Exportar é uma postura empresarial, alternativa estratégica de desenvolvimento, é dar dimensão global a empresa e ganhar experiência. Razões: a) Diversificação de mercados e de riscos A exportação é uma escolha estratégica para a empresa brasileira, principalmente pelos ciclos em que a economia brasileira passou. A empresa exportadora será afetada diferentemente de uma empresa que comercializa 100% de sua produção no mercado interno. b) Aprimoramento da qualidade A qualidade exigida no mercado externo é quase sempre superior a qualidade exigida no mercado interno, em função de diferentes níveis de economia, cultura, educação e poder aquisitivo. O aprimoramento da qualidade reflete na melhoria do controle de produção, máquinas modernas, treinamento de pessoal, nova tecnologia e isso reflete no mercado interno. c) Implantação da marca internacional Exportam com marcas do importador, ou exportam com sua própria marca, com isso consolida sua imagem no mercado interno, ganhando o maior credibilidade. d) Aprimoramento do Marketing Orientação global, envolve concepção técnica do produto até embalagem, planejamento, design, conservação em geral. Marketing internacional dinamiza o desempenho interno. e) Redução de Custos Fixos Melhor utilização da capacidade instalada e dos recursos disponíveis. f) Redução de Custos Financeiros Incentivos, adiantamento de câmbio, financiamentos a juros subsidiados, conseguindo reduzir custos financeiros. g) Melhor desenvolvimento de seus RH Aprimora através de novas tecnologias, exigência de qualidade, prazo inflexível. h) Extensão do ciclo de vida do produto 10 País de menor desenvolvimento tecnológico e estende o ciclo de vida que pode ter alcançado a obsolescência em seu país. i) Custos de produção menores Centros de produção no exterior (custo de mão de obra, matéria prima, incentivos) j) Lucratividade O resultado final das vantagens descritas leva a uma maior lucratividade global da empresa. 5- POLÍTICA DE EXPORTAÇÃO Deve ser uma decisão de entrar no mercado externo, permanecer nele, sem que deixe de atender o mercado interno. Para isso é necessário responder algumas questões: 5.1- O que Exportar? 1. alguns ou todos os produtos de fabricação da empresa; 2. se os produtos selecionados reunem os requisitos: preço, qualidade e produção; 3. se os produtos que não reúnem esses requisitos podem ser adaptados ao mercado pretendido; 4. pesquisar algum segmento onde a empresa possa atuar. 5.2 Para Onde Exportar? 1. Estados Unidos, Europa, América Latina, África, Extremo Oriente; o Brasil exporta praticamente para todo mundo, sendo que a Europa e EUA absorvem em média 65% de nossas exportações; 2. produtos básicos (açúcar, café, soja, cacau, fumo, minério); 3. produtos industrializados ou semimanufaturados (ferro, aço, pasta de madeira, papel, petroquímico, alumínio, material de transporte, carro, autopeças, têxteis, confecções, calçados, sucos de frutas, óleos, etc); 4. não queira exportar para todo mundo logo no início; 5. procure efetuar uma seleção acurada (com muito cuidado) de mercados ou de grupo de mercados onde for atuar 6. você vai precisar pesquisar aspectos como: importância do mercado, concorrência, cultura, etc.; 7. comece pelos mercados onde poderá adquirir experiência com menor custo, antes de iniciar vôos mais altos; 5.3 Para Quem Exportar? 1. sucesso na exportação depende da seleção do nosso parceiro no exterior e da forma de comercialização; 11 inúmeras maneiras de desenvolver contatos visando a localização de um comprador para nosso produto: a) sem sair do país: - Ministério das Relações Exteriores; Coordenadoria de Intercâmbio Comercial; Revistas especializadas; Câmaras de Comércio; Consulados e Embaixadas; Outros. b) viajando ao exterior: participando de feiras internacionais. 5.4 Como Exportar? 1. restrições; documentos; embalagem adequada; tipo de transporte; financiamento; incentivos; diferenças legais; modificações necessárias no produto e ainda quais os canais de distribuição a serem utilizados: direto ou indireto. A empresa exportadora será afetada diferentemente de uma empresa que comercializa 100% de sua produção no mercado interno. 6- ANÁLISE DO PRODUTO A EXPORTAR Um produto destinado ao mercado externo deverá apresentar um conjunto de requisitos que formam um tripé. Este tripé compõem-se das seguintes peças: 6.1 Qualidade É um aspecto que deve ser considerado pelo fabricante mediante aprimoramento na seleção das matérias primas e na introdução de aperfeiçoados métodos no processo de fabricação, na adoção de rigoroso controle da fabricação e da qualidade. A qualidade tem características mutáveis e sofre variações em função de uma série de fatores que são: odor, cor, sabor, dizeres, figuras, imagens, expressões, etc. Um produto pode ser considerado excelente em determinada região, enquanto que pode estar abaixo de um nível aceitável em outra região. Identificados, em relação a um determinado mercado os fatores que podem afetar a qualidade do produto, caberá ao exportador definir o tipo de adaptação a ser nele introduzida, de forma a prepará-lo para ingressar no mercado exterior. Uma forma de contornar o problema da rejeição do produto, é o fornecimento de amostras ao possível comprador no exterior. 6.2 Produção Entende-se como sendo o volume daquela mercadoria que o industrial poderá fabricar para servir os mercados externos, portanto a produção é um problema de dimensão de mercado ou de dimensionamento da empresa em função do mercado a ser atingido. 12 Para evitar a ocorrência de desencontros entre a capacidade de oferta da empresa e os possíveis pedidos de um mercado, a empresa deve: a- tentar primeiro os mercados cujas compras habituais estão dentro da capacidade de fornecimento da empresa; b- selecionar os mercados em função da produção da empresa. Com cautelas dessa natureza, uma empresa pode realizar negócios em qualquer mercado sem o perigo de passar vexames decorrentes da falta de um real dimensionamento de sua capacidade de produção em face do mercado consumidor. 6.3 Preço Ambos os aspectos abordados – qualidade e produção – podem ser conceituados como fatores controláveis pelofabricante. O preço, por outro lado, obedece à influência de uma série de fatores internos e externos, nem sempre controláveis pelo empresário. Dentre os fatores que influem no preço de um produto, estão os tributos de mercado interno que oneram o produto e cuja eliminação não estaria ao alcance do fabricante. 7- CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO São meios que a empresa emprega para saída de seus produtos em vários mercados, tanto interno, como externo. A distribuição pode ser direta e indireta. 7.1 Direta – O faturamento é feito diretamente a um comprador com endereço no exterior. 7.2 Indireta – Se a empresa optou pela exportação indireta, os meios à sua disposição são: a- associada com outra ou outras empresas; b- por intermediários: comissionários – em nome do produtor, porém os riscos por sua conta; negociantes – conta e nome do exportador; corretores – aproximação entre vendedor e comprador; mandatários ou agentes. c- por escritórios de compra do Estado, para os países socialistas onde as operações de exportação e importação são exercidas monopolisticamente pelo Estado. 7.3 Os Intermediários do Comércio da Exportação 13 O exportador nem sempre é o produtor. Em muitas circunstâncias não convém ao produtor executar suas próprias exportações. Nesses casos ele recorre a empresas especializadas que funcionam como intermediárias do comércio de exportação. Esses intermediários são geralmente comerciantes, cujas empresas atuam em nome dos produtores ou trabalham com eles, cujas atividades profissionais se caracterizam por especialização em diversos setores e com relações comerciais entre dois ou mais países. Eles podem ser classificados em função das atividades que desempenham no circuito de distribuição, da maneira apresentada no item acima. 7.3.1 Comissionários exportadores São comerciantes, remunerados por comissão, que se encarregam de providenciar e conduzir todas as etapas da operação de exportação por conta e risco de terceiros. Esses comerciantes normalmente estão organizados em empresas cuja reputação pela seriedade nas operações é de primordial importância para o êxito comercial, seguindo-se longa experiência na atividade, ótimas relações com os países importadores e perfeito conhecimento de línguas estrangeiras, notadamente do inglês e das línguas de países compradores. O comissário exportador deve: a- ser especialista em comércio exterior; b- Ter grande habilidade e meios de executar pesquisas; c- Ser elemento de transmissão; d- Ser elemento de publicidade; e- Ser auxiliar de crédito. Existem duas classes de comissários exportadores: a- o comissário exportador de compra; b- o comissário exportador de venda. Os primeiros são agentes de compra para terceiros estrangeiros que se incumbem de comprar e remeter para o importador estrangeiro as mercadorias adquiridas no local. Os segundos são agentes exportadores que se incumbem de remeter para o exterior as mercadorias vendidas no estrangeiro. 7.3.2 Negociantes exportadores São comerciantes que operam por sua própria conta. Do ponto de vista do exportador, a posição do negociante é comparável a de um escritório de compras, assemelhando-se a um atacadista do mercado interno. Em muitos casos o negociante exportador opera nos dois sentidos: na exportação e na importação. 14 Sob o ponto de vista jurídico é bastante diferente a posição do negociante exportador da do comissário exportador. Os negociantes exportadores agem por sua própria conta, compram no mercado internacional e vendem para exterior emitindo suas próprias faturas. 7.3.3 Corretores do comércio exterior Trata-se de comerciantes cuja atividade consiste em aproximar os interessados da compra e da venda no objetivo de realizar transações comerciais. Sua remuneração é chamada corretagem, sua intervenção é limitada a de domínio muito especializado e, geralmente, sua intervenção se faz presente na comercialização de mercadorias primárias. O corretor pode ser solicitado por um importador estrangeiro, sendo que neste ele transmite o pedido ao produtor. Outras vezes ele é solicitado pelo produtor, encaminhando então propostas a importadores. O corretor faz jus à comissão após a concretização do negócio e recebe sua comissão do vendedor, do comprador, ou ambos, conforme os acordos firmados com antecedência. Apesar de o corretor ser considerado um comerciante, sua intervenção nos negócios pode ser considerada como de prestação de serviços. 7.3.4 Agentes do comércio de exportação Esses agentes são comerciantes mandatários. Eles podem agir unicamente em um país ou em outros diversos mercados. Podem ser agentes exclusivos ou não. O recomendável é conceder áreas comerciais exclusivas capazes de serem trabalhadas com eficiência por um agente, ficando determinado o número de agentes em função do número de áreas possíveis. Sua ação é limitada por contrato a uma determinada área e a um período estabelecido. O agente trabalha por conta própria, porém em nome de seu mandante. O agente, sendo a pessoa que representa a empresa, deve Ter estatura para poder representá-la no nível que os negócios exigem. Os agentes também são chamados representantes comerciais. A escolha do agente implica um cuidadoso trabalho de seleção, seguindo-se a elaboração de contrato e, posteriormente, a determinação das normas administrativas. O agente é o mandatário comerciante que trata com os importadores estrangeiros em nome dos exportadores. 7.3.5 Exportação em grupo 15 Por necessidade vital da empresa ou atendendo a apelo do Estado, o produtor deve providenciar um estudo de viabilidade de exportação para o seu produto. Esses estudos são de custos elevados, onde nem sempre o investimento é compensador pela exportação limitada ou devido a seus custos fugirem às possibilidades financeiras da empresa. Um dos caminhos recomendáveis para solução desse caso é a união de produtores de mesma área com mesmos produtos a serem exportados. Do mútuo interesse surge uma “organização coletiva”, geralmente sob forma de sociedade convencional. Dessas, a amais recomendável seria a organização de uma “cooperativa de exportação”. A organização coletiva é que iria definir as viabilidades do grupo , quais as maneiras de comercialização, inclusive optando pelos caminhos mais acertados da “distribuição” no exterior, conforme cada caso em particular. É um dos caminhos mais lógicos para assegurar a exportação de produtos produzidos por pequenos e médios produtores. A organização coletiva seria de promoção e venda. Os pedidos seriam aceitos pela organização e distribuídos entre os membros em função da capacidade de cada associado. (Labatut,). 8- TRADING COMPANY – Decreto-Lei nº 1248 de 29.11.72 “Apesar de muito difundida e popularmente conhecida nesses termos, no Brasil não existe juridicamente a expressão Trading Company como denominação de companhia brasileira de comércio exterior, a qual legalmente é denominada Empresa Comercial Exportadora. Essa situação pode ser mais bem esclarecida por um exemplo real, em que a entidade de classe que congrega as Trading Companies brasileiras tem como razão social ABECE – Associação Brasileira das Empresas Comerciais Exportadoras. Outrossim, o fato de uma empresa estrangeira atuar como Trading Company no mercado internacional, por exemplo, no Japão, não significa que sua filial no Brasil tenha igual designação, salvo se ela adaptar-se à legislação brasileira. Dessa forma, somente é considerada Trading Company no Brasil a empresa comercial com atuação no mercado internacional que preencha os requisitos definidos, bem como atenda aos procedimentos administrativos pela legislação brasileira vigente.” (Castro, 1997). Comparação entre Trading Company e Comercial ExportadoraTrading Company Comercial Exportadora Está sujeita às normas de constituição e operação em comércio definidas e regulamentadas pelo Decreto-Lei nº 1.248 de 29.11.72 Não está sujeita a qualquer legislação específica de comércio exterior Deve ser constituída sob a forma de sociedade por ações, ou É livre para decidir sobre sua forma de constituir-se, podendo 16 seja, S/A ser S/A ou Ltda. Deve Ter capital social mínimo equivalente a 703.380 UFIR (base abril), atualizável anualmente até junho do mesmo ano, representando atualmente R$ 640.638,50 Está dispensada da exigência de qualquer capital social mínimo Além do registro no Siscomex para atuar na exportação e importação, deverá obter ainda o Certificado de Registro Especial para operar como Trading Company, emitido em conjunto pela SECEX/DECEX e Superintendência Regional da Receita federal do Estado onde estiver localizada Está sujeita apenas ao registro no Siscomex, indispensável para operar em exportação e importação Atualmente não tem compromisso de exportar qualquer montante Não tem compromisso algum de exportar qualquer valor As vendas pelas empresas industriais no mercado interno às TC, com o fim específico de exportação, são consideradas exportações de fato e de direito, apenas para a indústria, com a saída da mercadoria do estabelecimento industrial sendo isenta de pagamento do IPI As vendas internas pelas empresas industriais a CE representam apenas um intenção de exportar, sem gerar qualquer incentivo antes da efetiva exportação da mercadoria, sendo a saída da mercadoria do estabelecimento industrial feita com suspensão do pagamento do IPI As vendas internas às TC, com o fim específico de exportação, serão feitas com a não-incidência de pagamento do ICMS pelo prazo máximo de 180 dias. Todavia, existem Estados que entendem que prazo é de 90 ou 180 dias, conforme o produto, renovável uma única vez por igual período As vendas internas às CE serão realizadas com a não- incidência de pagamento do ICMS, pelo prazo de 90 ou 180 dias, dependendo do produto e prorrogável uma única vez por igual período Se a mercadoria adquirida internamente pela TC, livre do pagamento de impostos, não for exportada no prazo de 180 dias, caberá a TC o recolhimento de IPI e ICMS, recebidos com isenção e não-incidência de pagamento Se a mercadoria adquirida no mercado interno pela CE não for exportada no prazo de 90 (primários e semi-elaborados) ou 180 (manufaturados)dias, o fabricante será responsável imediato pelo pagamento de ICMS recebido com suspensão de pagamento e a CE pelo pagamento do IPI O fabricante que vender internamente às TC, com o fim específico de exportação, terá direito à isenção de pagamento da COFINS e do PIS O fabricante que vender internamente à CE, com a intenção de posterior exportação, terá direito `isenção de pagamento da COFINS, mas pagará o PIS O acesso do fabricante aos incentivos à exportação nas vendas internas às TC, com o fim específico de exportação, ocorrerá no momento do visto da TC em sua Nota Fiscal, antes da efetiva exportação da mercadoria. Para fins do ICMS, a TC emitirá e entregará o documento “Memorando-Exportação” ao fabricante, acompanhado do Conhecimento de Embarque e do Comprovante de Exportação emitido pela Receita Federal O acesso aos incentivos à exportação pelo fabricante ocorrerá apenas após a entrega pela CE do documento “Memorando-Exportação”, acompanhado do Conhecimento de Embarque e do Comprovante de Exportação emitido pela Receita Federal, caracterizando a realização da exportação da mercadoria, tanto para fins de IPI como ICMS. (Exportação: aspectos práticos e operacionais – José Augusto de Castro – Aduaneiras- 1998) 9- A PROCURA DO MERCADO Quando se pensa em determinar um mercado e conhecer os vários fatores que sobre ele influem, o primeiro recurso que vem à mente é a pesquisa de mercado, como única forma de solucionar esta etapa do programa da empresa que se volta para o exterior. Acontece, entretanto, que pesquisas podem reclamar recursos volumosos, e a empresa, à falta de uma segurança em sua previsão para os resultados esperados, muitas vezes não se dispõe ao risco representado pelos expressivos desembolsos necessários à tarefa. Ocorre. no entanto, que em geral há informações sobre quase tudo, em quase todos os lugares, apenas não as notamos ou não sabemos aproveitá-las convenientemente. Podemos afirmar que a exportação repousa, além de seus aspectos técnicos, em dois elementos básicos: a informação e a criatividade. 17 Para possibilitar um visão mais ampla dos recursos que tem à sua disposição, citamos: 9.1 Fontes de Informação Nossas empresas dispõem de uma série de fontes de informação relacionadas com o mercado externo para seus produtos, e a mais importante delas é o trabalho desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores, através da Divisão de Informação Comercial do Itamaraty, simplificadamente chamada DIC. Para se Ter uma idéia da importância desse trabalho e da qualidade das informações que proporciona, é suficiente descrever seu mecanismo: - a DIC, através de nossas representações diplomáticas externas, mantém permanente divulgação dos produtos brasileiros no exterior; - atraídos por essa promoção constante, os interessados na importação de produtos dirigem-se às representações no exterior e indicam as mercadorias sobre as quais gostariam de receber ofertas de exportadores brasileiros; - a representação diplomática elabora então um ficha com todos os dados relativos à mercadoria de interesse do importador, inclusive seu nome e endereço, e encaminha à DIC no Brasil; - a DIC, de posse dessa ficha, procede à sua reprodução e distribuição para as entidades de classe e para os exportadores registrados em seu cadastro, interessados naquele produto; - de posse da comunicação recebida da DIC, ou divulgada pelas entidades de classe, o exportador faz contato direto com o interessado no exterior, ofertando seu produto; - o serviço é inteiramente gratuito, e a única solicitação feita pela DIC é ser informada do contato estabelecido pelo exportador, com o intuito de avaliar o efetivo interesse do exportador na oportunidade comercial divulgada. Além da DIC, também nossas representações diplomáticas no exterior têm funcionado como excelente ponta-de-lança para os produtos brasileiros no exterior. Mediante solicitação do exportador, o Setor de Promoção Comercial nas Embaixadas levanta informações solicitadas e indica, inclusive, possíveis compradores ou distribuidores para os produtos naquele país. Além das fontes acima, podemos citar ainda outras fontes de pesquisa: Câmaras de Comércio; Associações de Exportadores; Publicações especializadas. 9.2 Análise das Informações Definirá os produtos mais importantes, que devem constituir objeto de esforço da empresa que pretende entrar no comércio externo. 9.3 O Mercado 18 Selecionar os mercados de seu interesse e iniciar o trabalho, mediante identificação dos possíveis compradores. 9.4 Criatividade Como atingir um mercado ou como divulgar um produto em determinado mercado é procedimento particular de cada empresa, em função da maior ou menor criatividade do administrador. (Resende, Garcia ,) 10- PESQUISA DE MERCADO O estudo mais importante para o empresário que se lança no comércio internacional deve estar voltado à pesquisa para determinar as perspectivas de venda de determinados produtos no mercado e à maneira de obter melhores resultados. Devem ser feitos com clareza e de forma a permitir que o empresário tome a decisão de lançar-se ou não a um mercado, a fim de facilitar a adoção de medidas concretas. A pesquisa diminui a possibilidade de a empresa incorrer em erros de apreciação em mercados potenciais, tanto no País como no exterior. No caso do mercado externo,a análise deve ser minuciosa, pois a motivação dos consumidores é diferente. Objetiva revelar se o produto poderá ser vendido a um preço razoável e em quantidade satisfatória. Permite analisar os mercados que oferecem melhores perspectivas, as modificações no produto para aumentar o nível de aceitabilidade e o tempo necessário para se alcançar o nível ideal de vendas. Para ingressar no mercado mundial sem o risco de ser mal sucedido, o procedimento básico é recorrer a uma pesquisa de mercado por menor que seja a empresa. Há produtos que têm excelente aceitação no mercado interno, mas, lá fora, por contingência de costumes, gostos ou tradição de cada país importador, podem ter pouca aceitação e até mesmo ser rejeitados. A empresa deve oferecer o produto que o consumidor realmente deseja, e não o que a empresa quer vender. Ao conseguir comercializar os produtos com razoável margem de lucratividade, o empresário não deve se acomodar. Tem de se lembrar que o mercado é dinâmico, pois as motivações e as necessidades dos consumidores sempre se alteram. É preciso estar atento às mudanças de natureza econômica e de outra ordem que influenciar o mercado. A empresa que se estabelecer em determinado mercado deve regularmente: - supervisionar as operações, verificando se os objetivos estão sendo cumpridos; - observar o andamento do mercado e prevenir-se para modificações que possam ocorrer; - verificar sempre se, em termos de comercialização das exportações, a relação custo/beneficio é compensadora. 19 A pesquisa poderá delinear uma projeção a curto, a médio e alongo prazo para as exportações de determinada empresa, com base em dados passados e atuais e nas tendências de consumo que se verificam no tempo e no espaço. A análise destas variáveis fornecerá a informação concreta sobre o seu produto. A pesquisa de mercado deve enfocar vários aspectos, como: • levantamento de dados comerciais do país importador, junto aos setores comerciais das embaixadas do Brasil no exterior, câmaras de comércio, associações de classe e bancos. • Necessidades do mercado; é indispensável que se saiba do que o consumidor necessita, pois erros são cometidos quando se tenta impingir ao consumidor um produto • Regularidade e assiduidade de linhas de transporte/localização geográfica • Existência de linhas de crédito • Quais são as formas tradicionais de pagamento do país importador • População e seu respectivo grau de educação • A qualidade do produto da concorrência e sua respectiva fatia de mercado 11- EXPORTAÇÃO SOB CONTROLE Como acontece com a maioria das atividades humanas, também a exportação está sujeita a algum tipo de controle. Esse controle tem por fim, prover instrumento que possibilite aos órgãos de Comércio Exterior: a- acompanhar o comportamento dos negócios de determinados produtos; b- regular sua saída e quantidades permitidas; c- observar a evolução dos preços. É comum por isso, recomendar-se à empresa que pretende exportar, como medida preliminar a qualquer plano de exportação, a consulta às instruções do Decex que regulam o assunto, de forma a verificar se o produto, objeto de seus planos, está sujeito a restrições ou procedimentos especiais antes da concretização de negócio no exterior. Deve a empresa adotar as seguintes normas: a- selecionar os produtos que pretende exportar; b- organizar os produtos por ordem de classificação da NCM; c- examinar, em relação a cada produto, a sua inclusão ou não na listagem pelo Decex e considerar, no caso de sua inclusão, as exigências a atender para sua exportação; d- proceder à classificação dos produtos exportáveis com observância do seguinte: 20 d.1- produtos de exportação livre; d.2- produtos de exportação sujeita à observância de condições especiais; e- de posse dessa seleção, transmitir instruções expressas aos encarregados de exportação no sentido de dispensarem especial atenção aos produtos sujeitos a providências prévias, antes de se iniciar qualquer negociação relativa a esses produtos. Como regra geral, as mercadorias destinadas à exportação obedecem a três grupos distintos: 1- Mercadorias de exportação proibida; 2- Mercadorias dispensadas da exigência do RE; 3- Mercadorias sujeitas à emissão do RE. Iremos encontrar quatro situações: 1- exportações que estão isentas de requisitos prévios; 2- mercadorias cuja exportação depende de prévia autorização; 3- Mercadorias cuja exportação depende de prévia aprovação de preço pelo Decex, sendo livre a quantidade a ser exportada; 4- Mercadorias cuja exportação depende de controle prévio pelo Decex para fins de aprovação do preço e quantidade; A existência de controles sobre as exportações exige da empresa as seguintes providências: 1- conhecer os produtos que estão sujeitos a controle na exportação; 2- conhecer as providências que devem ser tomadas com relação aos produtos que têm sua exportação controlada; 3- acompanhar os regulamentos que estabelecem controles permanentes ou temporários sobre a exportação de determinados produtos. Embora a política brasileira de exportação seja mais ou menos estável no que se refere ao controle sobre produtos exportáveis, cumpre ao exportador, antes de formular qualquer plano comercial e antes de iniciar a negociação de qualquer produto no exterior, tomar conhecimento dos regulamentos atualizados que estabelecem alguma forma de controle sobre os produtos, para evitar que venha a assumir compromissos que não poderão, em muitos casos, ser cumpridos, em virtude das exigências a atender. ( Resende e Garcia,) 12- PROGRAMAS DE FINANCIAMENTOS No comércio mundial, as exportações de determinados produtos apresentam-se mais viáveis quando são apoiadas por financiamentos concedidos a taxas de juros compatíveis com as praticadas no mercado internacional. Para enfrentarem essa realidade e não ficarem excluídas do cenário internacional, as empresas exportadoras brasileiras têm à sua disposição o PROEX – Programa de 21 Financiamento às exportações e Equalização de Taxas de Juros, o ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio e ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues. O objetivo do PROEX é oferecer às empresas exportadoras , financiamentos em moeda estrangeira e liberados em reais, a taxas de juros competitivas e prazos realistas, permitindo-lhes participar do mercado externo em igualdade de condições com seus concorrentes de outros países. (Castro, 1998) Os itens financiáveis são: bens relacionados em Portaria do MDIC, serviços de instalação, montagem, manutenção e posta em marcha, no exterior, de máquinas ou equipamentos de fabricação nacional, programas de computador/softwares e filmes. O prazo é o tempo decorrido entre a data de embarque dos bens ou de faturamento dos serviços e a data do vencimento da última prestação. • Nas exportações de bens, os prazos de pagamento variam de 60 dias até 10 anos. Em função do valor unitário, as mercadorias podem ter seus prazos ampliados. • Nas exportações de serviços, o prazo é decidido caso a caso pelo Comitê de Crédito às Exportações (CCEx) Nas exportações com prazo superior a 2 anos, o percentual máximo financiado é de 85%. A amortização do financiamento é feita pelo importador em prestações iguais e sucessivas, preferencialmente com vencimento semestral. O pagamento é efetuado em dólar dos EUA ou em outra moeda de livre conversibilidade aceita internacionalmente. A taxa de Juros poderá ser fixa ou variável. • Taxa de juros fixa – fixa para todo o prazo do financiamento, vigente na data do embarque dos bens ou do faturamento dos serviços. • Taxa de juros variável – oscila no decorrer do prazo de financiamento. A taxa para cada período (semestre) é definida no vencimento da parcela imediamente anterior, exceto na primeira parcela, cuja taxa é definida na data embarque dos bensou do faturamento dos serviços. Nas exportações conduzidas em outras moedas aceitas e conversíveis, as taxas de juros serão arbitradas pelo BACEN. As garantias constituem no aval, fiança ou carta de crédito de estabelecimentos de créditos ou financeiros, seguro de crédito à exportação, créditos documentários ou títulos emitidos ou avalizados por instituições autorizadas dos países do Convênio de pagamento e Créditos Recíprocos (CCR) com cláusula de reembolso automático. A modalidade Equalização é o financiamento concedido diretamente ao exportador ou importador de bens e serviços brasileiro, incluídos programas de computador/softwares e filmes, realizado pelas instituições financeiras, cabendo ao 22 Tesouro Nacional o pagamento de parte dos encargos financeiros, tornando-os equivalentes àqueles praticados no mercado internacional. Os beneficiários são as instituições financeiras ou de crédito (Financiador) que provêem os recursos do financiamento. • No Brasil, os bancos múltiplos, comerciais, de investimento, de desenvolvimento e a Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME). • No Exterior, estabelecimento de crédito ou financeiro, cujo estatuto possibilite a concessão de crédito sob qualquer forma de mútuo. Os itens Equalizáveis são os mesmos da modalidade PROEX-Financiamento. O prazo é o tempo decorrido entre a data de embarque dos bens/faturamento dos serviços e a data do último pagamento da equalização. Na condição de crédito, o exportador negocia livremente com o Financiador a garantia, a taxa de juros, o prazo de financiamento e o percentual financiável (que poderá atingir 100%). A Equalização é calculada sobre até 100% do valor exportado de acordo com a mercadoria, na modalidade ”Incoterm” pactuada. A Equalização é paga ao Financiador com Notas do Tesouro Nacional. (Informe BB, 1999) A modalidade ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio , tem por finalidade antecipar recursos em moeda nacional, decorrentes de uma exportação a ser realizada no futuro, para aplicação na produção, acondicionamento e despesas de embarque da mercadoria. A modalidade ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues, tem por finalidade, antecipar ao exportador, após o embarque da mercadoria para o exterior, recursos em moeda nacional, mediante a transferência ao Banco do Brasil dos documentos e direitos sobre a venda a prazo. (Informe BB, 1999). 13- INCENTIVOS FISCAIS À EXPORTAÇÃO A exemplo do que ocorre nos principais países exportadores, o Brasil também dispõe de uma estrutura de incentivos à exportação. Concedidos de acordos com as normas técnicas definidas pela OMC – Organização Mundial do Comércio. Seguindo essas regras, os incentivos fiscais à exportação concedidos pelo Brasil são representados apenas pela desoneração ou dispensa do pagamento de determinados tributos devidos no mercado interno. 23 Para que as empresas instaladas no Brasil possam participar do mercado internacional em igualdade de condições com os demais exportadores, existe um conjunto de incentivos fiscais, cujo objetivo precípuo é reduzir os custos dos produtos, tornando-os competitivos externamente sob o aspecto preço. Relacionamos abaixo os incentivos fiscais à exportação, assim como outros impostos e taxas não dispensados de tributação nas vendas ao mercado internacional: • Isenção do pagamento de IPI e ICMS; • Suspensão do pagamento de IPI e de ICMS; • Manutenção dos créditos fiscais de IPI e de ICMS; • Isenção do pagamento da Cofins; • Isenção do pagamento do PIS; • Isenção do pagamento da Contribuição Social; • IR – Imposto de Renda • ISS – Imposto sobre serviços • Encargos Sociais. Isenção do pagamento do IPI e de ICMS Nas saídas fiscais de quaisquer produtos primários, semi-elaborados ou industrializados para o exterior, as empresas exportadoras estão isentas de pagamento do IPI que seria devido em operações de venda no mercado interno, da mesma forma que esses produtos desfrutam ainda da não-incidência do ICMS, refletindo esta medida um redução dos custos de exportação. Sob o aspecto administrativo-fiscal, a saída de produtos para o exterior com a isenção de pagamento do IPI e a não incidência do ICMS é realizada mediante a menção, no corpo da nota fiscal, das expressões: • Isento de IPI conforme art.44, Inciso I do Decreto 87.981/82 – RIPI; • Não-incidência do ICMS conforme art.3, Inciso II da Lei Complementar 87/96. Analisando-se sob outro prisma, o fato gerador da isenção de pagamento do IPI e/ou ICMS é saída física do produto para o exterior, independentemente da condição de venda ou da modalidade de pagamento negociada. Portanto a simples emissão da nota fiscal registrando isenção do IPI e/ou ICMS para acompanhar a mercadoria destinada à exportação até seu local de embarque não caracteriza a exportação, mas apenas a intenção de exportar. Se após a saída da mercadoria da empresa exportador algo lhe acontecer, antes de seu efetivo embarque para o exterior, por exemplo, ser roubada, acidentada, estragada, danificada, etc., a empresa quase exportadora deverá pagar o valor do IPI e/ou ICMS que estariam isentos se a mercadoria tivesse saído fisicamente para o exterior. 24 Como não ocorreu a exportação, a operação transformou-se em saída para o mercado interno e, como os regulamentos do IPI e ICMS estabelecem que o fato gerador desses impostos é a saída da mercadoria do estabelecimento para o mercado interno, serão devidos seus pagamentos. Para prevenir essa situação e evitar perdas financeiras, o seguro interno da fábrica/depósito ao local de embarque para o exterior deve ser feito cobrindo o valor da mercadoria mais os impostos a princípio isentos de pagamento, tais como IPI,ICMS,PIS e Cofins. SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DE IPI E DE ICMS As saídas internas de produtos primários, semi-elaborados e industrializados de estabelecimento fabricante visando à posterior exportação por organizações intermediárias capacitadas a realizar exportações indiretas – consórcios de exportadores, cooperativas, empresas comerciais exportadoras e mesmo Trading Companies – gozam de incentivos fiscais de IPI e ICMS diferenciados. Ao remeter a mercadoria à empresa intermediária, o estabelecimento industrial (remetente) deverá registrar no corpo da nota fiscal as expressões adiante, além de mencionar no campo Informações Complementares a frase ”Remessa com fim específico de exportação”: • Suspensão de IPI conforme art. 36, Inciso VIII, Letra “a” do Decreto 87.981/82 – RIPI; • Não incidênvia do ICMS conforme art. 3, Inciso II, Parágrafo Único, Item I da Lei Complementar 87/96. A efetiva isenção de pagamento do IPI e a não incidência do ICMS para o fabricante ou remetente somente será configurada quando a entidade exportadora indireta (empresa intermediária) emitir e entregar-lhe, dentro dos prazos estabelecidos pelos Estados, o documento “Memorando-Exportação”, emitido em três vias e contendo as seguintes indicações: • Denominação: “Memorando-Exportação” • Número de ordem e número da via • Data da emissão • Nome, endereço e números de inscrição estadual e no CGC do estabelecimento emitente • Nome, endereço e números de inscrição estadual e no CGC do estabelecimento remetente • Série, número e data da Nota Fiscal do estabelecimento remetente e do destinatário exportador da mercadoria 25 • Número do Despacho de Exportação de Exportação, data de seu ato final e número do RE – Registro de Exportação • Número e data do Conhecimento de Embarque • Discriminação do produto exportado • País de destino da mercadoria • Data e assinatura do representante legal da emitente. A empresa intermediária exportadora deverá encaminhar ao fabricante ou remetente, até o último dia do mês subsequenteao da efetivação do embarque da mercadoria para o exterior, a 1ª via do Memeorando-Exportação, acompanhado de cópia do Conhecimento de embarque e do Comprovante de Exportação emitido pelo órgão competente. A não apresentação desses documentos atestando a efetiva exportação da mercadoria implicará no pagamento do IPI e/ou ICMS pela empresa fabricante. ISENÇÃO DO PAGAMENTO DA CONFINS A isenção do pagamento dessa taxa é assegurada tanto nas exportações de produtos e serviços realizadas diretamente pela empresa produtora, quanto nas vendas externas concretizadas indiretamente. Entretanto essa isenção não se aplica às seguintes operações de venda: • Empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em Área de Livre Comércio • Empresas estabelecidas em ZPE – Zona de processamente de exportação O objetivo da isenção é desonerar o custo das exportações em 2%.Essa contribuição social, instituída pelo Decreto-Lei nº 1940 de 25.05.82, teve suas condições definidas quanto à isenção pelo art.7º da lei Complementar nº 70 de 30.12.91. ISENÇÃO DO PAGAMENTO DO PIS São consideradas para fins desse incentivo somente as exportações realizadas diretamente pela própria empresa produtora e as vendas ao exterior efetuadas indiretamente através de Trading Company. A desoneração do pagamento do PIS é prevista no Art. 5º da Lei nº 7714 de 29/12/88 e assegurada pela edição de diversas Medidas Provisórias, ainda em fase de análise. ISENÇÃO DO PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL As empresas exportadoras de produtos manufaturados estão isentas do pagamento da contribuição social de 10% que incide sobre o resultado do exercício, referente à parcela correspondente às exportações incentivadas. 26 IR – IMPOSTO DE RENDA Desde março de 1990, o lucro gerado na exportação não mais desfruta de qualquer incentivo fiscal, sendo tributado integralmente pelo Imposto de Renda, como se fosse gerado no mercado interno. ISS – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS O ISS é um tributo sob a responsabilidade dos municípios e que alcança a prestação de serviços em geral. Assim, as exportações de serviços de qualquer natureza, mesmo aqueles realizados no exterior, terão suas receitas tributadas pelo ISS na mesma alíquota fixada para as operações internas, ou seja, não existe qualquer benefício fiscal na área do ISS às exportações de serviços. ENCARGOS SOCIAIS Finalmente, na área dos encargos sociais não é previsto qualquer estímulo à exportação que permita às empresas exportadoras deixarem de considerar INSS, FGTS e outros encargos sociais como itens de custo em suas operações externas. (Castro, 1997) 14- EXPORTAÇÃO Exportar é uma postura empresarial, alternativa estratégica de desenvolvimento, é dar dimensão global a empresa e ganhar experiência. OS DEZ MANDAMENTOS DO EXPORTADOR 01- Analisar o mercado (tipo e visual do produto, hábitos dos consumidores, exigências especiais do exterior) 02- Atentar para o padrão de qualidade (tamanho, cor, sabor, espessura, peso, capacidade, durabilidade, acabamento.....) 03- Observar a quantidade (leve em conta os padrões existentes: um contêiner, por exemplo, pode ter a capacidade de 33 m3 ou de 66 m3) 04- Praticar preço competitivo (acompanhe a prática da concorrência e dos valores correntes no país comprador) 05- Ser rigoroso e ético (obedeça a prazos de entrega, preços, condições e saiba dizer “não” quando necessário) 27 06- Adequar-se ao mercado (conheça bem as características do país importador e de seus compradores) 07- Atender bem ao comprador (a gentileza, o bom senso e a disposição para diálogo agregam valor ao seu produto) 08- Perseguir a modernização (no comércio atual, a rotina é marcada pela mudança constante, atualize-se) 09 - Usar a ajuda adequada ( um agente ou uma assessoria em comércio exterior pode ser bom negócio) 10- Ser persistente (tempo e custos demasiados são normalmente justificados e compensados, principalmente no médio e longo prazo). 15- DEPARTAMENTO DE EXPORTAÇÃO “A exposição a seguir tanto interessa a empresas que mantenham departamento de exportação com àquelas que têm apenas um serviço, um setor ou até mesmo um diretoria para essa especialização. É a definição das funções e tarefas que devem ser atribuídas àquela unidade da empresa encarregada das atividades de exportação. FUNÇÕES TAREFAS 1- registrar a empresa como exportadora e controlar a validade e defesa desse registro 1- Siscomex 2- dispensar especial atenção às exportações de mercadorias sujeitas a controles especiais 2- acompanhar comunicados e resoluções dos órgãos competente 3- conhecer e coordenar a utilização dos diversos canais de distribuição para mercadorias destinadas ao exterior 3- habitual – direto, se indireto observar exigências de ordem fiscal 4- determinar o preço de venda das mercadorias a exportar 4- serviços de custo, manter planilha, conferência, 5- coordenar a execução dos expedientes que estabelecem contato com importador no exterior 5- manter arquivo: assuntos gerais e cotação de preço 6- obter informações sobre o país e sobre o importador 6- pesquisa sobre país e sobre o importador 7- controlar o processo de consulta sobre transportes de exportação 7- alternativas de transportes (dimensão, volume, particularidades 8- receber, examinar e decidir pedidos recebidos do exterior 8- conferência geral, aceite ou recusa 9- coordenar a abertura do processo de exportação 9- listagem das providências a serem tomadas, cronograma 10- controlar a preparação da mercadoria a exportar 10- entrosar-se com a produção, estocagem e expedição 11- orientar a contratação das operações de câmbio 11- taxa cambial vigente, financeiro 12- contratar transporte e seguro internos para mercadoria 12- época para o transporte até o local de embarque 13- controlar à contratação e utilização do seguro de crédito 13- condições para contratação 14- preparar e coordenar a obtenção dos documentos de exportação 14- providenciar documentos e sua validação 15-contratar o seguro internacional 15- incoterms 16- contratar o transporte internacional 16- incoterms 17- coordenar o transporte, desembaraço e embarque de mercadoria 17- estado geral do lote, saída e chegada, documentos comprobatórios 28 18- controlar o colecionamento e conferência dos documentos 18- embarque efetuado, coleção dos documentos 19- controlar ou efetuar a entrega dos documentos ao banco negociador do câmbio 19- estar atento aos prazos previstos, borderô, coleção de documentos, efetuar entrega/protocolo, arquivo 20- controlar as operações que promovem incentivos em benefício da empresa 20- selecionar os documentos necessários ao gozo dos incentivos 21- controlar as operações de drawback 21- controle especial, desde pedido inicial 22- controlar financiamento 22- coleção documentos para comprovação financimentos 23- zelar pela guarda e conservação dos documentos de exportação 23- colecionar todos os documentos relativos ao negócio 16- CONTRATO DE VENDA A negociação formaliza-se através de um contrato. Esse contrato não precisa ter necessariamente uma forma pré-estabelecida; uma carta em que se definam as condições da operação, já é um contrato em si. Outro modelo de contrato muito freqüente é a fatura pró-forma, que é devolvida pelo importador ao exportador, uma vez aposta no documento sua concordância com as especificações nele contida. 16.1 Modalidade de Pagamento Entre as condições mais usuais para pagamento dos negócios internacionais encontram-se: 16.1.1 Remessa antecipada ou pagamento antecipado Se dá quando o importador remete previamente o valor da transação, ou partedele, e só então o exportador providência a exportação da mercadoria e o envio do respectiva documentação. Essa modalidade garante plenamente o vendedor, cabendo ao comprador a assunção dos riscos relativos ao cumprimento ou não da negociação. Esta condição beneficia plenamente o exportador. 16.1.2 Cobrança Nesta modalidade pode ou não haver garantia do banco no exterior sobre a operação; não havendo garantia, o risco da operação é bem maior. A garantia é feita mediante um aval pelo banco no exterior nos saques emitidos contra o importador. Efetuado o embarque, o exportador entrega os documentos ao banco do câmbio no Brasil, que remeterá ao seu correspondente no exterior os documentos de exportação e o saque ou cambial a serem apresentados ao importador. Esta operação constitui concessão de crédito ao comprador. 29 Encontramos duas situações: cobrança à vista, e cobrança a prazo. a- Cobrança à vista - o exportador embarca a mercadoria, respeitando as condições pactuadas com o comprador e remete, via banco, os documentos para o exterior. - o banco portador dos documentos exige o pagamento por parte do destinatário e, sendo cumprido, faz a entrega dos documentos liberatórios da mercadoria. b- Cobrança a prazo - o importador adquire a mercadoria, mediante a remessa de um pedido, no qual conste a condição. - o exportador providência, de acordo com as condições constantes do pedido, a remessa do produto e a negociação dos documentos junto ao banco; - o banco, no exterior, após colher o aceite do importador, no respectivo saque, cede ao importador os documentos para que ele possa providenciar o desembaraço da mercadoria, resgatando seu débito no respectivo vencimento cambial. 16.1.3 Carta de crédito Esta condição é uma forma usual de garantia que torna vital para o exportador que procura uma condição de pagamento segura. O exportador deve, para que possa operar sob Carta de Crédito, e para que este documento represente uma certa segurança para a operação, dispor de conhecimentos que lhe permita analisar adequadamente este instrumento de pagamento. Todas as particularidades que devem ser do conhecimento de quem opera sob Carta de Crédito encontram-se na Publicação nº 500, da Câmara de Comércio Internacional – CCI, revisão 1993, em vigor desde 1994 (também denominadas de Brochura 500). A mencionada publicação é respeitada pelos bancos de todos os países que aderiram ao sistema, para as operações da espécie. Esta modalidade recebe a garantia de um ou mais bancos. O importador também recebe garantias, embora seja obrigado a mobilizar capital, uma vez que deve depositar o valor correspondente ao valor da carta de crédito para emissão da mesma. A carta de crédito, é um instrumento de garantia de pagamento, desde que todas as condições sejam cumpridas. O banco emissor emite a L/C; o banco avisador entrega a L/C ao beneficiário (exportador); o banco negociador confere os documentos de embarque, sendo o mesmo que fecha o câmbio, e por fim o banco reembolsador paga as divisas. Tipos e itens de uma carta de crédito: 30 A) Revogável – podem ser emendadas (alteradas) ou canceladas, a pedido do importador, a qualquer momento e sem prévio aviso ao exportador, desde que os documentos de embarque ainda não tenham sido entregues ao banco negociador. Para que uma carta de crédito seja considerada revogável é indispensável dela constar a expressão revogável. b) Irrevogável – não podem ser emendadas ou canceladas pelo importador, salvo se houver expressa concordância do banco emissor e principalmente do exportador. Na ausência de indicação explícita de que o crédito é revogável, considera-se que a carta de crédito é irrevogável. a) Transferíveis – permitem ao beneficiário (exportador), mediante expressa autorização, a transferência de seu valor para um (ou mais de um) novo beneficiário, o qual não tem poder ou direito de realizar nova transferência. b) Intransferível – não permitem ao beneficiário (exportador) transferir seu valor para outros beneficiários. A ausência de menção autorizando a transferência, indica que o crédito é intransferível. c) Confirmadas – têm seu pagamento assegurado, adicionalmente, por um terceiro banco, normalmente de primeira linha e estabelecido em outro país, o qual garantirá eventual dificuldade financeira enfrentada pelo banco emissor e/ou falta de moedas conversíveis do pais importador que possam inviabilizar a remessa das divisas ao país exportador. d) Divisíveis – permitem embarques parciais, com pagamentos igualmente parciais. Normalmente a carta de crédito mencionará se embarques parciais são permitidos ou não. Na falta de clara indicação, considera-se que embarques parciais são permitidos. e) Restritas – definem especificamente qual o banco negociador dos documentos de exportação. Não havendo indicação expressa de um banco autorizado a negociá-la, seu crédito será negociável por qualquer banco, livremente escolhido pelo exportador. f) Transbordo – permitem a carga ou descarga da mercadoria entre diferentes ou idênticos meios de transporte durante a viagem, desde que o percurso seja coberto pelo mesmo conhecimento de transporte. Caso não haja proibição expressa, o transbordo será permitido, embora a carta de crédito geralmente assinale se é ou não permitido. A confirmação da carta de crédito tem um custo, o qual varia de acordo com o risco do país importador e/ou do banco emissor e que será assumido por quem solicitar a confirmação do crédito, o importador ou o exportador. (Castro, 1998) 17- SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX) Foi instituído pelo Decreto Lei nº 660/92. É um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo de informações único e computadorizado, possibilitando, a partir de janeiro de 1993 : a simplificação e a padronização das operações de comércio exterior; a redução de tempo para liberação das mercadorias 31 envolvidas nessas operações e a ampliação de pontos de atendimento no país. (Delfino, 1998) Para operar esse sistema, o interessado deverá comunicar a Secretaria da Receita Federal, e cadastrar a empresa, posteriormente adquirir o serviço Renpac (soft) junto a Embratel para acesso à rede Serpro. A conexão é pelo computador via fax/modem, estando portanto integrado ao Siscomex, ou seja, o exportador formaliza todo o processo em sua empresa pelo seu computador, conectado à rede Serpro, a qual está interligada às alfândegas. No ato da exportação, o produto é fiscalizado fisicamente com os dados registrados no Siscomex. Estando cadastrado na Receita Federal, o interessado, caso achar mais prático, poderá utilizar a rede bancária, (somente bancos que operam em câmbio), para efetuar seus processos. A rede bancária utiliza com exclusividade um sistema chamado Sisbacem (está incorporado no Siscomex). (Dias, 1997) 18- REGISTRO DE EXPORTADOR/IMPORTADOR Normas Administrativas de Exportação Portaria SCE nº 02/92 Portaria Secex nº 08/93 e 10/93 Portaria MICT nº 27/93; 94/94; 378/94 e 399/94 Art. 1º - A inscrição no registro de Exportadores e Importadores do SCE-REI é condição básica para a realização de operações de Exportação. Parágrafo Primeiro – Os exportadores já inscritos no REI anteriormente à implantação do Siscomex terão a inscrição mantida, não sendo necessária qualquer providência adicional. Parágrafo Segundo – Nos casos não abrangidos pelo parágrafo anterior, os interessados deverão inscrever-se no REI no ato de sua primeira operação – Registro de Exportador (RE), Registro de Venda (RV), ou Registro de Operação de Crédito (RC), através de qualquer ponto conectado ao Siscomex, informando o nº de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC. Art. 2º - A inscrição no REI poderá ser negada,suspensa ou cancelada nos casos de punição em decisão administrativa final, pelos motivos abaixo, ressalvado o cumprimento de decisão de suspensão ou elisão de penalidade imposta: 1- por infrações de natureza fiscal, cambial e de Comércio Exterior ou, 2- por abuso de poder econômico. O Registro de Exportação no Siscomex – RE, é o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem o seu enquadramento (Normas administrativas de Exportação) 32 19- CONTATOS COMERCIAIS É muito importante, a forma com que o empresário deve abordar seu potencial comprador ou fornecedor. O sucesso de uma negociação está intimamente relacionado com a forma de apresentação de sua proposta. Um meio usual é a “Carta Comercial”, desde que respeitados seus principais fundamentos. (Delfino, 1998) Itens a serem considerados numa correspondência: 1- Produto Descrição do produto 2-Embalagem Tipo de embalagem a ser utilizada no produto, seja embalagem de apresentação do produto e/ou embalagem de transporte. 3- Volumes mínimos e máximos Quantidades mínimas e máximas de fornecimento 4- Prazo de entrega Indicar o prazo de entrega da mercadoria 5- Preço Anexar tabela de preço, ou especificar em caso de um único produto 6- Modalidade de venda/porto de embarque Incoterms Revisão 1990, estabelecer o porto em que a mercadoria será embarcada 7- Condições de pagamento/modalidade de pagamento Estabelecer qual a modalidade de pagamento a ser negociada a mercadoria 8- Fontes de referência Solicitar fontes de referência de empresas comerciais e/ou bancos 9- Prazo de validade da proposta Indicar o prazo de validade da proposta para manter preço ofertado 10- Documentos Informa-se os documentos normalmente fornecidos. 20- PREÇO NA EXPORTAÇÃO 33 A formação do preço de exportação de um produto depende da avaliação conjunta de três fatores indispensáveis: custos internos, mercados externos e poder de percepção do negociador da empresa. Entre as variações de custos, são relacionadas a seguir as mais comuns, ficando sua aplicação no modelo escolhido de cada empresa, em virtude das peculiaridades dos diferentes sistemas de comercialização e de produção existentes. 1- Embalagem Na exportação pode significar aumento ou diminuição de custos, dependendo das condições definidas no contrato de exportação. 2- Gastos com pessoal De acordo com o sistema de custo adotado pela empresa – departamental ou geral – os gastos com pessoal podem ser definidos conforme a modalidade de venda, se direta ou indireta. 3- Comissão de agente O pagamento da comissão de agente, no seu todo, poderá representar aumento, diminuição ou até mesmo nenhuma alteração nos custos gerais do produto a ser exportado, pois normalmente as empresas já computam no seu custo as comissões de vendedores, no mercado interno. Na exportação a comissão do agente é calculada sobre o preço FOB faturado ao importador. 4- Gastos de viagem ao exterior Dependendo das condições negociadas com o agente de exportação, esse item pode estar computado dentro do percentual de sua comissão. 5- Qualidade Esse item influencia diretamente o custo das matérias-primas e dos insumos empregados na fabricação do produto destinado à exportação. 6- Quantidade As listas de preços elaboradas para o mercado interno geralmente apresentam variações inversamente proporcionais às quantidades, o mesmo ocorrendo nas operações de exportação. 7- Propaganda e Publicidade Em comparação ao que se verifica no mercado doméstico, a empresa exportadora poderá ter redução, ou mesmo eliminação, dos custos com propaganda e publicidade nas vendas externas devido à pouca utilização desse mecanismo pelos exportadores. 34 8- Frete e seguro interno No mercado interno o frete e o seguro correm por conta do destinatário, na exportação esses itens – compreendendo o percurso da fábrica ao local de embarque – integram o valor FOB do produto exportado e devem sempre ser computados no cálculo do preço de exportação. 9- Outros Custos - despesas com despachante; - despesas portuárias; - vistos consulares; - variação da margem de lucro por país. EXEMPLO DE FORMAÇÃO DE PREÇO P/ EXPORTAÇÃO A) Partindo do preço interno Dados: Preço interno com IPI e ICMS R$ 1.140,00 Alíquota interna de IPI 14% ICMS 18% Frete interno fábrica-porto R$ 60,00 Seguro interno fábrica-porto R$ 10,00 Despesas portuárias R$ 80,00 Despesas com despachante R$ 30,00 Comissão de agente 5% s/FOB Resolução: Preço interno com IPI e ICMS R$ 1.140,00 (-) Isenção do IPI (14%) R$ 140,00 Preço interno sem IPI R$ 1.000,00 (-) Não incidência do ICMS (18%) R$ 180,00 (-) Isenção do PIS e da Cofins (2,65%) R$ 26,50 Preço interno sem impostos R$ 793,50 (+) Frete interno fábrica-porto R$ 60,00 (+) Seguro interno fábrica-porto R$ 10,00 (+) Despesas portuárias R$ 80,00 (+) despesas com despachante R$ 30,00 Preço cobrindo custos, despesas e lucro R$ 973,50 (+) Comissão de agente (5% sobre FOB) R$ 51,24 Preço FOB em R$ R$ 1.024,24 35 (=)Taxa de câmbio R$ 1,08 = US$ 1,00 Preço Fob para faturamento ao exterior US$ 948,83 (Castro, 1998) 21- INCOTERMS Modalidade de Venda Incoterms é a abreviatura da expressão "International Commercial Terms". São regras básicas, padronizadas, criadas pela "International Chamber Of Commerce - ICC (Câmara de Comércio Internacional - CCI) , órgão mundialmente reconhecido com encarregado de orientar os negócios internacionais, bem como dirimir e resolver eventuais conflitos, controvérsias e letígios, oriundos dos vários contratos de venda celebrados internacionalmente. Baseiam-se nas práticas comerciais mais correntes das diversas nações do mundo e nos princípios gerais do Direito Internacional - Público e Privado. A 1ª edição dos Incoterms foi publicada em 1936, e encerrava apenas 7 termos de comércio. Em 1953, procedeu-se à primeira revisão, inserindo-se 2 novos termos. A 2ª revisão ocorreu em 1967, e a 3ª em 1976. Quatro anos depois, em 1980, uma quarta revisão foi feita, atualizando-se as condições de venda até então existentes e inserindo-se quatro novas, com a finalidade precípua de atender às exigências sempre crescentes das práticas comerciais internacionais. Permaneceria a revisão 1980 em vigor até 30 de junho de 1990, quando em 01 de julho de 1990, passou a vigorar a Edição de 1990, que reduziu de 14 para 13 as condições de venda internacionais, abolindo duas (FOR /FOT e FOA), e introduzindo uma nova, DDU. Os motivos que levaram a proceder à revisão 1990 dos Incoterms foram principalmente, adaptar os termos de comércio às novas práticas internacionais de comunicação por processamento eletrônico de dados (Eletronic Date Interchange - EDI), racionalizar os termos em relação às diversas modalidades de transporte, e otimizá-los técnicamente, quanto aos processos de manuseio, embalagem, embarque, desembarque, desembaraço aduaneiro, etc. Além disso, forma mudadas siglas e nomenclaturas de vários
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