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GRUPO DE ESTUDOS SOBRE FRATURA DE MATERIAIS DEMET/EM/UFOP DIFUSÃO NO ESTADO SÓLIDO ESTRUTURA DE MATERIAIS DIFUSÃO NO ESTADO SÓLIDO a) Introdução b) Processos termicamente ativados c) Difusão: definição e mecanismos d) Exemplos de processos que usam a difusão e) Equações de difusão f) Difusão estacionária: primeira equação de Fick g) O coeficiente de difusão: definição, efeito da temperatura, efeito da estrutura, difusão volumétrica e em descontinuidades h) Efeito Kirkendall i) Equações de Darken j) Difusão não-estacionária: segunda equação de Fick, método de Grube, método de Matano k) Difusão intersticial, efeito Snoek, tempo de relaxação e pêndulo de torção ESTRUTURA PROPRIEDADES Processos termicamente ativados Numerosos fenômenos em Ciência dos Materiais ocorrem mais rapidamente quando a temperatura é aumentada. Em muitos casos, a dependência da velocidade de reação ou transformação (V) segue uma equação do tipo Arrhenius (1859-1927): onde: V é a velocidade da reação ou transformação; c é uma constante; Q é a energia de ativação; R é a constante dos gases e T é a temperatura absoluta. A equação de Arrhenius é uma equação empírica, que descreve a velocidade de uma reação ou transformação em função da temperatura e da barreira de energia que se opõe à reação. A energia de ativação é a altura da barreira de energia que se opõe à ocorrência da reação ou transformação e deve ser vencida (nos processos termicamente ativados) por excitação térmica. A figura a seguir representa esquematicamente um processo termicamente ativado. Note que o estado 2 é mais estável que o estado 1, ou seja, o estado 2 tem energia mais baixa. Todavia, a passagem do estado 1 para o estado 2 exige que a barreira energética Q seja superada. A figura a seguir apresenta uma representação gráfica típica da equação de Arrhenius. Por meio da determinação da declividade da reta pode-se determinar a energia de ativação do processo. Quando uma reação ou transformação compreende uma sucessão de etapas, a etapa controladora é a etapa mais lenta. A difusão no estado sólido, tema deste capítulo, é um exemplo típico de fenômeno termicamente ativado. (a) Representação esquemática de um processo termicamente ativado. (b) Apresentação da equação de Arrhenius em escalas convenientes. Difusão: definição e mecanismos Difusão - transporte de massa por movimento atômico Mecanismos • Gases & Líquidos – movimento aleatório (Browniano) • Sólidos – difusão por lacunas ou difusão intersticial DIFUSÃO Autodifusão Interdifusão DIFUSÃO Volumétrica De curto circuito DIFUSÃO Troca direta Troca cíclica Lacunar Intersticial Intersticial indireto Mecanismos de difusão em metais puros e soluções sólidas bastante improvável bastante improvável bastante improvável Os átomos de um metal puro não estão em repouso. Acima de 0 K, os átomos vibram em torno das suas posições de equilíbrio no reticulado e, além disto, poderiam trocar de posição entre si. Este último fenômeno é denominado autodifusão. Posição inicial de átomos Após um certo tempo A B C D A B C D Interdifusão: em uma liga, os átomos tendem a migrar de regiões de elevada concentração para regiões de baixa concentração. Inicialmente Após algum tempo O mecanismo de troca de lugar com lacunas parece ser o mais provável para explicar a movimentação atômica nas soluções sólidas substitucionais, conforme ilustra a figura abaixo. A taxa de difusão depende da concentração de lacunas e da energia de difusão. aumento do tempo No caso das soluções sólidas intersticiais, a passagem do átomo intersticial entre os átomos da rede é muito mais provável do que nos casos anteriores. Nós veremos posteriormente que a difusão de átomos intersticiais é muito mais rápida que a difusão de átomos substitucionais, para o mesmo metal base. O mecanismo de difusão intersticial é apresentado na figura abaixo. É preciso ter uma energia elevada para fazer com que os átomos caminhem por outros átomos durante a difusão. Essa energia é a energia de ativação Q. Em geral, é preciso ter mais energia para átomos substitucionais do que para átomos intersticiais. Além dos mecanismos descritos, existe a possibilidade de difusão ao longo das descontinuidades cristalinas tais como: superfície externa do cristal, contornos de grãos e discontinuidades lineares. A contribuição destas descontinuidades para o processo global só é importante em algumas situações, uma vez que eles ocupam um volume relativamente pequeno do cristal. A figura abaixo representa esquematicamente a difusão na superfície externa, ao longo dos contornos de grãos e no volume (no interior dos grãos). . Endurecimento superficial: --Difusão de átomos de carbono na superfície de uma matriz de ferro. --Exemplo de difusão intersticial: engrenagem cementada. Resultado: a presença de átomos de carbono torna a superfície do ferro (aço) mais dura. Exemplos de processos que usam conceitos de difusão • Dopagem de silício com fósforo para semicondutores do tipo n: • Processo: 3. Result: Doped semiconductor regions. silicon magnified image of a computer chip 0.5mm light regions: Si atoms light regions: Al atoms 2. Heat it. 1. Deposit P rich layers on surface. silicon Prensagem e sinterização: consolidação de pequenas partículas de pó em uma massa sólida, com redução do volume de poros entre elas. Pó metálico parcialmente sinterizado. As setas indicam a união estabelecida entre as partículas. Difusão e fluência: a degradação de materiais submetidos a carregamento mecânico em elevadas temperaturas ocorre por migração atômica. Deformação unicamente por difusão, gerando fluxo difusional. Escalagem de discordância, onde o plano-extra é absorvido por difusão e a discordância ultrapassa o obstáculo. Fratura por fluência causada por crescimento por difusão de vazios em contornos de grãos. EQUAÇÕES DE DIFUSÃO DIFUSÃO ESTACIONÁRIA PRIMEIRA EQUAÇÃO DE FICK O COEFICIENTE DE DIFUSÃO DIFUSÃO NÃO ESTACIONÁRIA EFEITO KIRKENDALL EQUAÇÕES DE DARKEN SEGUNDA EQUAÇÃO DE FICK As equações de difusão • Como podemos quantificar a quantidade ou taxa de difusão? • Medida empírica: – Construa um filme fino (membrana) de conhecida área superficial – Imponha um gadiente de concentração – Meça a velocidade com que os átomos ou moléculas se difundem através da membrana sm kg or scm mol timearea surface diffusing mass) (or moles Flux 22 J dt dM A l At M J M = mass diffused time J slope Esquema da evolução da concentração CA em um par de difusão A-B em função do tempo. Os componentes A e B são totalmente miscíveis no estado sólido. Após um intervalo de tempo bem grande a composição torna-se uniforme: este tratamento corresponde a uma homogenização. Fluxo de átomos A que atravessam a interface do par de difusão A-B, em função do gradiente de concentração dCA/dx. Adolf Eugen Fick Adolf E. Fick (1829-1901), fisiologista alemão. As ciências médicas constantemente aplicam princípios desenvolvidos anteriormente nos campos da matemática, física e química. No entanto, o trabalho de Fick na escola mecanística da fisiologia (1855) foi tão excelente que serviu como guia para as ciências físicas. Ele desenvolveu as leis da difusão como parte de um estudo do fluxo de sangue. Seu trabalho foi concentrado em fluidos, porque naquela época a difusão em sólidos era considerada impossível de ocorrer. Difusão Estacionária dx dC DJ Primeira lei de Fick da difusão C1 C2 x C1 C2 x1 x2 D coeficiente de difusão A taxa de difusão é independente do tempo Fluxo proporcional ao gradiente de concentração = dx dC 12 12linear se xx CC x C dx dC Exemplo: Revestimento protetivo químico (CPC) • Methylene chloride is a common ingredient of paint removers. Besides being an irritant, it also may be absorbed through skin. Whenusing this paint remover, protective gloves should be worn. • If butyl rubber gloves (0.04 cm thick) are used, what is the diffusive flux of methylene chloride through the glove? • Data: – diffusion coefficient in butyl rubber: D = 110x10-8 cm2/s – surface concentrations: C2 = 0.02 g/cm 3 C1 = 0.44 g/cm 3 scm g 10 x 16.1 cm) 04.0( )g/cm 44.0g/cm 02.0( /s)cm 10 x 110( 2 5- 33 28-J Exemplo (cont.) 12 12- xx CC D dx dC DJD tb 6 2 glove C1 C2 skinpaint remover x1 x2 • Solution – assuming linear conc. gradient D = 110x10-8 cm2/s C2 = 0.02 g/cm 3 C1 = 0.44 g/cm 3 x2 – x1 = 0.04 cm Data: • Methylene chloride is a common ingredient of paint removers. Besides being an irritant, it also may be absorbed through skin. When using this paint remover, protective gloves should be worn. • If butyl rubber gloves (0.04 cm thick) are used, what is the breakthrough time (tb), i.e., how long could the gloves be used before methylene chloride reaches the hand? • Data (from Table) – diffusion coefficient in butyl rubber: D = 110x10-8 cm2/s Exemplo: Revestimento protetivo químico (CPC) Exemplo (cont). Time required for breakthrough ca. 4 min glove C1 C2 skinpaint remover x1 x2 • Solution – assuming linear conc. gradient D tb 6 2 cm 0.04 12 xx D = 110x10-8 cm2/s min 4 s 240 /s)cm 10 x 110)(6( cm) 04.0( 28- 2 bt O coeficiente de difusão D Do exp Qd RT = pre-exponential [m2/s] = diffusion coefficient [m2/s] = activation energy [J/mol or eV/atom] = gas constant [8.314 J/mol-K] = absolute temperature [K] D Do Qd R T O coeficiente de difusão ou difusividade D da maioria dos materiais obedece a equação de Arrhenius: D apresenta uma dependência exponencial comT Dinterstitial >> Dsubstitutional C in -Fe C in -Fe Al in Al Fe in -Fe Fe in -Fe 1000K/T D (m2/s) 0.5 1.0 1.5 10-20 10-14 10-8 T( C) 1 5 0 0 1 0 0 0 6 0 0 3 0 0 Example: At 300ºC the diffusion coefficient and activation energy for Cu in Si are D(300ºC) = 7.8 x 10-11 m2/s Qd = 41.5 kJ/mol What is the diffusion coefficient at 350ºC? 1 01 2 02 1 lnln and 1 lnln TR Q DD TR Q DD dd 121 2 12 11 lnlnln TTR Q D D DD d transform data D Temp = T ln D 1/T Exemplo (cont.) K 573 1 K 623 1 K-J/mol 314.8 J/mol 500,41 exp /s)m 10 x 8.7( 2112D 12 12 11 exp TTR Q DD d T1 = 273 + 300 = 573K T2 = 273 + 350 = 623K D2 = 15.7 x 10 -11 m2/s Próximo do ponto de fusão, a maioria dos metais com estrutura CFC ou HC apresenta coeficiente de autodifusão por volta de 10-8 cm2/s. A tabela a seguir apresenta coeficientes de autodifusão para alguns metais. De uma maneira geral, a difusão nas estruturas mais compactas como a CFC e a HC é mais lenta que a difusão nas estruturas menos compactas como a CCC. Além disto, a difusão de átomos intersticiais é muito mais rápida do que a difusão de átomos substitucionais. É interessante observar que em alguns metais não cúbicos, o coeficiente de difusão perpendicular ao eixo c (D⊥) é diferente do coeficiente de difusão paralelo ao eixo c (D//). Em outras palavras, em metais não cúbicos a difusividade não é isotrópica, conforme ilustra a tabela a seguir. Coeficientes de difusão de alguns sistemas. Anisotropia da difusividade em metais não cúbicos. O coeficiente de difusão no reticulado, também denominado coeficiente de difusão no volume, é menor que o coeficiente de difusão ao longo de contornos de grãos, que por sua vez, é menor que o coeficiente de difusão na superfície externa do cristal. Este comportamento é apresentado na figura a seguir, para a difusão do tório no tungstênio. O fato da difusividade ao longo de descontinuidades cristalinas ser maior que a difusividade na rede é explicada em termos da maior disponibilidade de espaço para a movimentação atômica nas vizinhanças das descontinuidades. As energias de ativação para difusão no volume, nos contornos de grãos e na superfície externa estão geralmente na proporção 4:3:2 ou na proporção 4:2:1. Normalmente, a difusão ao longo de descontinuidades cristalinas só é significativa em situações em que a difusão no volume é muito lenta. Isto pode ocorrer em temperaturas mais baixas, quando a difusão no volume é desprezível. Coeficientes de difusão do tório no tungstênio. Difusão em contorno de grãos; autorradiografia (50X); autodifusão de Fe55 em um aço inoxidável a 650oC. Após a difusão de um traçador radioativo, são preparadas amostras metalográficas em seções perpendiculares à difusão: as primeiras seções dão lugar a um enegrecimento uniforme, que corresponde à difusão volumétrica; seções mais profundas apresentam um enegrecimento limitado, indicando que a frente de difusão volumétrica não alcançou esta profundidade, mas os átomos traçadores alcançaram-na por difusão acelerada em contornos de grãos. Como originalmente concebido, o coeficiente de difusão da primeira lei de Fick independe da concentração a uma dada temperatura. Esta hipótese tem sido verificada apenas para uma solução composta por dois gases. Exemplo: mistura de gases oxigênio e hidrogênio (grande diferença de massa molecular – 16 para 1). A tabela indica que o coeficiente D muda menos de 5% quando a fração atômica muda de 0,25 para 0,75. Para massas moleculares mais próximas entre os gases, a variação de D com a concentração torna-se bem menor e mais difícil de ser detectada em soluções gasosas. Fração atômica c1/(c1+c2) Difusividade D 0,25 0,767 0,50 0,778 0,75 0,803 Em contraste com as soluções gasosas, a difusividade em soluções líquidas e sólidas é raramente constante. Um exemplo típico está mostrado na figura ao lado, para ligas Au-Ni, Au-Pd e Au- Pt. A variação de D com a composição é especialmente significativa no caso das soluções Au-Ni, onde uma mudança por um fator de cerca de 10 é verificada quando a composição varia de 20 a 80%. A variação verificada nas ligas Au-Pt é muito menor, mas ainda consideravelmente maior do que a dependência de D observada nos gases. Efeito Kirkendall Em 1947, nos EUA, os pesquisadores A. D. Smigelskas e E. O. Kirkendall realizaram uma experiência muito interessante. Eles prepararam um par de difusão conforme ilustra a figura abaixo. Secção do par de difusão usado por Smigelskas e Kirkendall. Sobre uma barra de latão, eles depositaram cobre eletrolítico (cobre puro). Para marcar a posição inicial da interface latão/cobre eles utilizaram fios (inertes) muito finos de molibdênio. Em seguida, eles colocaram o par de difusão em um forno a 834 C, permitindo que a difusão ocorresse por dezenas de horas. Ao retirar o par do forno e medir, com auxílio de um microscópio óptico, a distância entre os marcadores da face superior e os da face inferior, eles constataram que as duas haviam se aproximado! Esta aproximação era tanto maior, quanto mais longo era o tempo que o par permanecia no forno. A explicação para isto, é que os átomos de zinco se difundem ( por troca de lugar com lacunas) no cobre muito mais rapidamente que os átomos de cobre. Em outras palavras, os átomos de zinco do latão estão deixando a barra de latão mais rápido e em maior quantidade do que átomos de cobre da camada externa estão penetrando no latão. Por esta razão, o latão se “encolhe”. Este experimento, além de provar que o mecanismo de difusão predominante é o de troca de lugar com lacunas, revolucionou as idéias que se tinha na época sobre difusão e mostrou que o fenômeno era mais complexo do que se imaginava. Vamos detalhar um pouco mais o efeito Kirkendall utilizando um par de difusão ouro/níquel, conforme ilustra a figura abaixo. Ilustração do efeito Kirkendall para um par de difusão Au/Ni. Equações de Darken Após recozimento a 900 C, o níquel se difunde no ouro e o ouro se difunde no níquel, estabelecendo o perfil de concentração mostrado na figura. O ouro se difunde no níquel mais rapidamente que o níquel no ouro. Isto causa um deslocamentorelativo dos marcadores. A interface dos marcadores é chamada interface de Kirkendall. Uma outra interface é a de Matano, em homenagem ao pesquisador japonês C. Matano (1933). A interface de Matano é definida no diagrama concentração versus distância e ela se localiza na posição em que as áreas A1 e A2 são iguais. Do exposto pode-se concluir que existe um coeficiente de difusão do níquel no ouro (DNi) e um coeficiente de difusão do ouro no níquel (DAu). É possível definir um coeficiente de difusão clássico ou da liga ou ainda coeficiente de interdifusão em função dos coeficientes de difusão intrínsecos. Considerando v a velocidade da interface de Kirkendall em um intervalo de tempo t, e sendo XNi a fração molar de níquel e XAu a fração molar de ouro, tem-se: As equações anteriores são conhecidas como equações de Darken, em homenagem ao pesquisador americano L. Darken, propostas por ele em 1948. Finalmente, é interessante mencionar que quando um dos coeficientes de difusão é muito maior que o outro, aparecem vazios (devido ao acúmulo de lacunas) em um dos lados do par de difusão. Estes pequenos vazios são denominados porosidade de Kirkendall. Par de difusão cobre-níquel, formação de poros no lado do metal mais rápido (cobre), após 64h a 1000oC, ampliação de 160X. Difusão não-estacionária (transitória) • A concentração das espécies que se difundem é uma função do tempo e da posição C = C(x,t) • Neste caso a Segunda Lei de Fick é usada x C D xt C Segunda Lei de Fick ALGUMAS SOLUÇÕES DA SEGUNDA EQUAÇÃO DE FICK SOLUÇÃO PARA FILME FINO ADIÇÃO OU REMOÇÃO DE MATERIAL DA SUPERFÍCIE JUNÇÃO DE DUAS SOLUÇÕES SÓLIDAS HOMOGENIZAÇÃO D independe de c • Exemplo 1: solução para um filme fino. Suponha uma barra longa de um metal puro e que na sua secção reta foi depositado um filme fino de espessura b. Este filme contém uma concentração C0 do soluto que vai se difundir na barra. O produto bC0 pode ser substituído pela quantidade total de átomos do soluto que vai se difundir. Agora, imagine que uma outra barra do mesmo metal puro e com a mesma secção é unida à barra que contém o filme na sua extremidade. Desta maneira, fizemos um “sanduíche” com o filme. O soluto vai se difundir nas duas barras. Esta experiência está esquematizada na figura a seguir. Ilustração esquemática do princípio de difusão de traçadores radioativos. Suponha que a origem seja fixada no filme. A concentração de soluto em função da posição x e do tempo t é dada pela fórmula: No exemplo acima, o filme poderia ser do mesmo metal das barras. Neste caso, o filme poderia ser de um isótopo do metal da barra. Desta maneira, ele poderia ser detectado pela sua radioatividade. Este tipo de experimento é muito utilizado para se determinar coeficientes de difusão e é denominado método do traçador radioativo. Além disto, a solução anterior tem bastante aplicação em metalurgia. Por exemplo, após solidificação, as ligas metálicas apresentam heterogeneidades de composição, denominadas segregação. Estas segregações são indesejáveis e devem ser diminuídas por difusão em um tratamento térmicos denominado de homogeneização. Os tempos e temperaturas necessários podem ser estimados com o auxílio da solução do filme fino. • Exemplo numérico: Em uma experiência de autodifusão, um metal puro foi tratado a uma certa temperatura por 100h. Através da utilização de um isótopo radioativo, foram feitas as medidas indicadas a seguir. Calcule o coeficiente de difusão para este metal. • Solução: Solução (cont.): X (cm) C X2 ln C 0 1,0 0 0 3 x 10-4 0,72 9 x 10-8 -0,32 6 x 10-4 0,28 36 x 10-8 -1,28 9 x 10-4 0,06 81 x 10-8 -2,81 ln C = ln(constante) – x2/(4Dt) 0,0 2,0x10 -7 4,0x10 -7 6,0x10 -7 8,0x10 -7 -3,0 -2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 ln(C) = -0,01 - 3,47x10 6 x 2 ln (C ) x 2 (cm 2 ) -3,47x106 = – 1/(4Dt) D = 2 x 10-13 cm2/s • Exemplo 2: homogenização. A segregação interdendrítica durante o processo de solidificação causa variações locais de composição, que podem ser aproximadas por uma onda senoidal de comprimento de onda 2x e amplitude c0max. A homogenização por difusão diminui a amplitude c0max para cmax, conforme mostrado na figura abaixo. Definindo c e c0 como as diferenças entre concentrações locais e a composição média, a extensão da homogenização será descrita pela seguinte equação: Perfil senoidal de concentração c0, resultante de segregacão interdendrítica, e perfil c após alguma homogenização. • Exemplo 3: junção de duas soluções sólidas. Consideremos um par bimetálico soldado, com diferentes concentrações iniciais, c1 e c2, respectivamente. A figura abaixo representa esta situação. Perfis de concentração para diversos tempos (t2 > t1 > 0) quando duas barras semi-infinitas de diferentes composições são soldadas e recozidas. Neste caso, a solução da segunda equação de Fick será dada pela seguinte expressão: c(x,t) = Concentração no ponto x no tempo t erf (z) = integral normalizada de probabilidade ou função de erro de Gauss erf(z) : valores fornecidos no gráfico e na tabela a seguir. dye y z 2 0 2 Diagrama esquemático mostrando as características principais da função de erro de Gauss. Tabulação da função de erro de Gauss. • Exemplo numérico: Considere um par de difusão de duas ligas de elementos A e B, unido por soldagem e submetido a um tratamento térmico de recozimento. O tratamento foi conduzido a 500oC por 40h. Dados: c1 = 50%A (liga à esquerda da solda) c2 = 40%A (liga à direita da solda) Após o recozimento, a análise química mostrou que a uma distância de 0,20cm à direita da solda a composição cA era de 42,5%A. a) Calcule o coeficiente de difusão D. b) Assumindo um valor constante para D, calcule o tempo necessário para se obter a mesma composição cA no dobro da distância da solda. • Solução: Solução (cont.): D = 3,6 x 10-7 cm2/s t2 = 160 h condições de contorno: em t = 0, C = Co para 0 x em t > 0, C = CS para x = 0 (const. surf. conc.) C = Co para x = • Exemplo 4: enriquecimento superficial de um elemento. pre-existing conc., Co of carbon atoms Surface conc., C of C atoms bars Cs Solução: CS Co C(x,t) Dt x CC Ct,xC os o 2 erf1 • Exemplo numérico: Uma liga Fe-C (CFC) inicialmente contendo 0.20 wt% C foi cementada numa temperatura elevada e numa atmosfera que fornece uma concentração superficial constante de carbono de 1.0 wt%. Se após 49.5 h a concentração de carbono é 0.35 wt% a uma distância 4.0 mm abaixo da superfície, determine a temperatura na qual o tratamento térmico foi realizado. • Solução: Dt x CC CtxC os o 2 erf1 ),( Solução (cont.): – t = 49.5 h x = 4 x 10-3 m – Cx = 0.35 wt% Cs = 1.0 wt% – Co = 0.20 wt% Dt x CC C)t,x(C os o 2 erf1 )(erf1 2 erf1 20.00.1 20.035.0),( z Dt x CC CtxC os o erf(z) = 0.8125 Solução (cont.): Precisamos determinar da Tabela o valor de z para o qual a função erro é 0.8125. Uma interpolação é necessária, como se segue: z erf(z) 0.90 0.7970 z 0.8125 0.95 0.8209 7970.08209.0 7970.08125.0 90.095.0 90.0z z 0.93 Agora resolvendo para D Dt x z 2 tz x D 2 2 4 /sm 10 x 6.2 s 3600 h 1 h) 5.49()93.0()4( m)10 x 4( 4 211 2 23 2 2 tz x D • Para calcular a temperatura na qual D tem o valor encontrado, rearranjamos a equação D = f(T) )lnln( DDR Q T o d da Table, para difusão de C no Fe CFC Do = 2.3 x 10 -5 m2/s Qd = 148,000 J/mol /s)m 10x6.2 ln/sm 10x3.2 K)(ln-J/mol 314.8( J/mol 000,148 21125 T Solução (cont.): T = 1300 K = 1027 C • Exemplo numérico: Calcule o tempo de cementação necessário para se atingir um teor de 0,8%C a uma profundidade de 0,2mm de uma amostra de aço, que originalmente continha 0,2%C. Suponha que o teor de carbono da superfície possa ser mantido no valor de 1,3%C e que o tratamento de cementação é realizado a 9500C. • Solução: Dt x CC CtxC os o 2 erf1 ),( Solução (cont.): – T = 9500C x = 0,2x 10-3 m – Cx = 0.80 wt% Cs = 1.30 wt% – Co = 0.20 wt% Dt x CC C)t,x(C os o 2 erf1 )(erf1 2 erf1 20.030.1 20.080.0),( z Dt x CC CtxC os o erf(z) = 0.4546 /sm/t 10 x 5.5 )()4278.0()4( m)10 x .20( 4 28 2 23 2 2 ttz x D Solução (cont.): Precisamos determinar da Tabela o valor de z para o qual a função erro é 0.4546. Uma interpolação é necessária, como se segue: z erf(z) 0.40 0.4284 z 0.4546 0.45 0.4755 z 0.4278 Agora resolvendo para D Dt x z 2 tz x D 2 2 4 4284.04755.0 4284.04546.0 40.045.0 40.0z D Do exp Qd RT da Table, para difusão de C no Fe CFC Do = 2.3 x 10 -5 m2/s Qd = 148,000 J/mol Solução (cont.): D = 1,1 x 10-11 m2/s 5,5 x 10-8/ t = 1,1 x 10-11 t = 1,4 h • Exemplo 5: empobrecimento superficial de um elemento. Uma situação freqüente e muito importante em ciência dos materiais é aquela em que uma liga metálica tem sua região superficial empobrecida em um elemento de liga durante o recozimento em altas temperaturas. Um exemplo clássico é a descarbonetação da superfície de peças de aço. Outro exemplo é a dezincificação (perda de zinco) dos latões. Nestes casos, a solução da segunda lei de Fick é muito parecida com a solução discutida anteriormente. A figura a seguir apresenta os perfis de concentração correspondentes. Variação da concentração com a distância na descarbonetação. • Exemplo numérico: Se um aço com 0,9%C é mantido 10h a 9500C em uma atmosfera descarburizante, que mantém a concentração superficial em 0,1%C, em qual profundidade abaixo da superfície a quantidade de carbono será de 0,8%? • Solução: Solução (cont.): – T = 9500C x = ? – Cx = 0.80 wt% Cs = 0.10 wt% – Co = 0.90 wt% )(erf 2 erf 10.090.0 10.080.0),( z Dt x CC CtxC SO S erf(z) = 0.875 Solução (cont.): Precisamos determinar da Tabela o valor de z para o qual a função erro é 0.875. Uma interpolação é necessária, como se segue: z erf(z) 1.00 0.8427 z 0.875 1.10 0.8802 z 1.09 Agora resolvendo para D Dt x z 2 tz x D 2 2 4 /sm 10 x 1,1 s 3600 h 1 h) 10(.09)1()4( m)( 4 211 2 22 2 2 x tz x D 8427.08802.0 8427.0875.0 00.110.1 00.1z x = 1,4 mm Difusão não-estacionária (cont.) Até o presente momento, foram apresentadas soluções para a segunda equação de Fick considerando que o coeficiente de difusão D independe da concentração c. Na realidade, trata-se de uma simplificação do problema, pois D depende de c. Um método utilizado para a determinação do coeficiente de difusão foi proposto por Matano (1933). Neste método seguem-se os seguintes passos: a) Plota-se o perfil de concentração. b) Encontra-se a chamada “interface de Matano”, que será a origem do referencial. Esta interface localiza-se numa posição tal que as áreas à sua esquerda e à sua direita são iguais. Em outras palavras, ela indica uma posição tal que o fluxo das duas espécies atômicas é igual. c) Solução da equação: c0: concentração de um lado da interface em um ponto bem distante, onde a composição é constante. Dessa forma, para uma dada distância x e uma dada concentração c, determina-se a tangente ∂c/∂x. Para um tempo t conhecido, pode-se então calcular o coeficiente de difusão D. Gráfico de dados hipotéticos de difusão: método de Matano. Neste método, pode-se também determinar o gráfico de D em função de c. Variação do coeficiente de difusão D com a composição. • Exemplo numérico: Considere a tabela ao lado, para determinação da curva de penetração. Suponha uma concentração c = 0,375. Para um tempo de difusão de 50h, calcule o coeficiente de difusão D pelo método de Matano. • Solução: C(%) X (cm) 100 0,508 93,75 0,314 87,50 0,193 81,25 0,103 75,00 0,051 68,75 0,018 62,50 -0,007 56,25 -0,027 50,00 -0,039 43,75 -0,052 37,50 -0,062 31,25 -0,072 25,00 -0,087 18,75 -0,107 12,50 -0,135 6,25 -0,182 0,00 -0,292 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0 20 40 60 80 100 c = 0,375 tangente para c = 0,375 Marcador Interface de Matano co nc en tr aç ão ( % ) distância (cm) Curva de penetração c = 0,375 c 0 = 0 t = 50h Sequência: a) Construção do gráfico c-x; b) Cálculo de = 1/6,10 cm; c) Cálculo de = 0,0466 cm D = 2,1 x 10-8 cm2/s Difusão intersticial Caracterização: trata-se de movimento atômico por intermédio de saltos de uma posição intersticial para outra vizinha. Efeito da temperatura na difusividade: análogo ao caso da difusão substitucional. Efeito da composição na difusividade: análogo ao caso da difusão substitucional. Determinação do coeficiente de difusão: a) Método de Grube; b) Método de Matano; c) Método de fricção interna – efeito Snoek Di Doiexp Qi RT Difusão de carbono no ferro CFC a 1127oC. Efeito da composição no coeficiente de difusão. Efeito Snoek Seja uma célula unitária CCC com seus interstícios, conforme mostra a figura ao lado. Para esta situação existe um númro estatisticamente igual de átomos de soluto que podem ser encontrados ao longo dos três eixos ortogonais. Por outro lado, se esta célula CCC for submetida a um esforço de tração (esforço pequeno, para uma deformação da ordem de 10-5) ao longo da direção [100], os átomos que se situam nesta direção terão suas distâncias aumentadas, enquanto que os átomos das direções [010] e [001] terão suas distâncias diminuídas. Este efeito faz com que os átomos de soluto ocupem preferencialmente a direção do esforço de tração aplicado, criando assim um excesso de átomos de soluto nesta região. Posições intersticiais ocupadas por átomos de carbono na célula CCC do ferro. O excesso de átomos de soluto criado na célula pela aplicação do esforço de tração vale: onde: np = excesso de átomos de soluto K = constante de proporcionalidade Sn = tensão aplicada O exceso de átomos de soluto varia com o tempo da seguinte maneira: A explicação para esta última equação é a seguinte. No momento em que a tensão é aplicada, t = 0, o número de excessos de átomos é nulo. Com o passar do tempo, o excesso de átomos vai aumentando, até atingir um valor máximo, np(max)..A partir daí, o equilíbrio na rede foi alcançado, e o excesso de átomos começa a diminuir progressivamente com o tempo. Neste caso, define-se então o tempo como sendo o tempo de relaxação, que está relacionado com esta diminuição de excesso de átomos. Quando se aplica a tensão Sn na célula unitária, a deformação total da célula na direção paralela à tensão aplicada vale: onde: = deformação total el = deformação elástica normal da célula an = deformação anelástica A deformação anelástica resulta do fato de que cada átomo de soluto adicional em uma posição preferencial soma um pequeno incremento ao comprimento da amostra, na direção da tensão aplicada. Como a deformação anelástica é diretamente proporcional ao número de excesso de átomos de soluto nas posições preferenciais, fazendo uma analogia com a equação que determina a dependência do excesso de átomos com o tempo, tem-se: com significado dos símbolos análogo à equação anterior. Dessa forma, tem-se o gráfico a seguir, que esquematiza a relação da deformação elástica e da deformação anelástica com o tempo. Relação entre as deformações elástica e anelástica. O efeito da remoção da tensão após a deformação anelástica ter alcançado o seu valor máximo também é mostrado na figura anterior. A deformação elástica é recuperada instantaneamente, enquanto que a componente anelástica segue uma equação da forma: com significado dos símbolos análogo à equação anterior. O significado de σ pode ser entendido ao se substituir t por σ na equação acima. Assim: Desta forma, σ é o tempo no qual a deformação anelástica tem uma queda de 1/e no seu valor. Se σ é grande, a deformação relaxa lentamente; se σ é pequeno, a deformação relaxa rapidamente. A taxa na qual a deformação relaxa é então inversamente proporcional ao tempo de relaxação σ. Esta taxa é também inversamente proporcional aotempo médio de permanência de um átomo em uma posição intersticial. Estes dois tempos essencialmente diferentes são então diretamente relacionados. Para uma estrutura CCC pode-se mostrar que: Lembrando a definição do coeficiente de difusão: onde: D = coeficiente de difusão = constante para cada célula unitária a = parâmetro da rede = tempo médio de permanência de um átomo em um nó da rede Para um metal CCC, tem-se: Conclusão: considerando que o tempo de relaxação σ pode ser determinado experimentalmente, de posse das equações acima pode-se calcular o coeficiente de difusão intersticial. Determinação experimental do tempo de relaxação Se o tempo de relaxação for muito grande (da ordem de minutos a horas), ele pode ser determinado por intermédio de uma experiência que forneça um gráfico do tipo da figura ao lado. Neste caso, uma tensão é aplicada na amostra, e mantida até que a componente anelástica da deformação tenha efetivamente alcançado o seu valor de equilíbrio – ponto a da figura ao lado. Neste momento, a tensão é rapidamente removida, e a deformação é medida em função do tempo. O tempo de relaxação será obtido a partir do tempo requerido para que a parte anelástica da deformação atinja 1/e do seu valor. Relação entre as deformações elástica e anelástica. Por outro lado, se o tempo de relaxação é da ordem de segundos, o método anterior não é apropriado. Usa-se neste caso um pêndulo de torção, conforme ilustrado na figura ao lado. A amostra, na forma de um fio, é fixada em suas extremidades, a parte superior está presa no dispositivo e a parte inferior está livre para girar. O pêndulo é torcionado até uma certa posição, e então é liberado para oscilar. Um espelho convenientemente colocado no dispositivo permite o acompanhamento da variação da amplitude do pêndulo com o tempo. A amplitude do pêndulo diminui com o tempo, devido à perda de energia vibracional no interior do fio. Trata-se da fricção interna no metal, devido a diversos fatores. Nós estamos interessados na fricção interna devido à presença de átomos de soluto intersticiais. Pêndulo de torção. Queda de amplitude em um pêndulo de torção. A perda de energia por ciclo em um pêndulo de torção pode ser determinada diretamente a partir do gráfico da figura acima. Considerando que em um sistema oscilante a energia de vibração é proporcional ao quadrado da amplitude de vibração, pode-se mostrar que: A perda de energia por ciclo E/E varia com o período ou a frequência do pêndulo. Quando expressa em termos da frequência angular do pêndulo : onde é a frequência do pêndulo (ciclos por segundo) e é o período do pêndulo (segundos), a perda de energia assume então a seguinte forma simples e conveniente: onde: E/E = perda de energia por ciclo ( E/E)max = perda máxima de energia = frequência angular do pêndulo σ = tempo de relaxação para difusão intersticial A equação vista anteriormente é simétrica tanto em quanto em σ, de tal sorte que a variação da perda de energia E/E é a mesma, independentemente se mantivermos σ constante e variamos ou se mantivermos constante e variamos σ. Qualquer que seja a situação, se E/E for plotada em função de log( ) ou de log( σ) a curva resultante é simétrica em relação ao máximo valor da perda de energia, conforme ilustra a figura abaixo. Variação de E/E com log( ) ou log( σ) . Conforme mostrado na figura anterior, o valor de ( E/E)max ocorre para a seguinte relação: Esta equação mostra que a perda de energia será máxima quando a frequência angular do pêndulo for igual ao recíproco do tempo de relaxação. Este fato é importante porque fornece uma relação direta entre a frequência medida experimentalmente e o tempo de relaxação. O tempo de relaxação é função da temperatura, enquanto a frequência do pêndulo é função da sua geometria. Teoricamente, existem dois métodos básicos para determinação do ponto de máxima perda de energia: a) a frequência do pêndulo deve variar enquanto a temperatura é mantida constante (portanto, mantendo o tempo de relaxação constante); b) a frequência do pêndulo deve ser mantida constante enquanto a temperatura é variada. O segundo método é mais conveniente. Neste caso, as seguintes relações devem ser utilizadas para a determinação do coeficiente de difusão: Exemplo numérico: Determinação do coeficiente de difusão do carbono no ferro CCC, em função da temperatura. Sequência: a) Ajustar o pêndulo de torção para operar em diferentes frequências = 2,1 / 1,17 / 0,86 / 0,63 / 0,27 ciclos por segundo b) Calcular as frequências angulares e os tempos de relaxação σ correspondentes : c) Traçar para cada frequência escolhida uma curva E/E versus 1/T d) Obter em cada curva E/E versus 1/T o valor da temperatura Tmax que corresponde ao pico ( E/E)max e) Plotar log( σ) em função de 1/Tmax (uma reta), e determinar σo (intercepto na ordenada) e Q (inclinação) f) Obter a expressão: g) Obter a expressão: Fricção interna em função da temperatura para o ferro CCC com carbono em solução sólida, para cinco diferentes frequências do pêndulo. (cps) (rps) σ (s) log( σ) Tmax (K) 1/T 2,10 13,19 0,076 -1,119 320 3,125 x 10-3 1,17 7,35 0,136 -0,866 314 3,185 x 10-3 0,86 5,40 0,185 -0,733 311 3,215 x 10-3 0,63 3,96 0,253 -0,597 309 3,236 x 10-3 0,27 1,69 0,592 -0,228 300 3,334 x 10-3 = frequência do pêndulo = frequência angular σ = tempo de relaxação Tmax = temperatura para ( E/E)max Dados correspondentes ao exemplo numérico Variação de log( σ) em função de 1/Tmax A partir do gráfico anterior, tem-se: Posto isto, considerando a relação entre o tempo médio de permanência de um átomo de carbono na posição intersticial e o tempo de relaxação, tem-se: Conclusão: tomando-se a = 2,86Å (parâmetro de rede do ferro CCC), tem-se: logaritmo na base 10 A.F.Padilha: Materiais de Engenharia – Microestrutura e Propriedades, Hemus, 2000. W.D.Callister : Materials Science & Engineering, 7th Edition, John Wiley & Sons, 2007. R.E. Reed-Hill : Physical Metallurgy Principles, 3th Edition, PWS Publishing Co., 1994. 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