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Síndrome Dispéptica: Causas e Sintomas

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Síndrome dispéptica 
A dispepsia é a principal manifestação clínica das doenças que acometem o estômago. Ela 
consiste em um grupo heterogêneo de sintomas como sensação de dor ou desconforto 
localizados na parte superior do abdome (necessariamente na região do epigástrio). E isso 
deve se apresentar por no mínimo 3 meses (12 semanas), com sintomas contínuos ou 
intermitentes, com inicio dos sintomas há pelo menos 6 meses. 
Outros sintomas como náuseas, eructações (arroto), azia, vômitos e também podem ser 
relatados. 
Por ser uma doença muito comum, como vamos ver mais adiante, é constatado que a dispepsia tem 
um impacto muito negativo na qualidade de vida do paciente. Podendo levar a perda da 
produtividade e angustia emocional por causa desses sintomas. 
Segundo os critérios de Roma IV, a dispepsia envolve a presença de um ou mais dos 
seguintes sintomas: 
 
 Sensação de plenitude pós-prandial (denominada de síndrome de desconforto pós-
prandial; é o empachamento; sensação desagradável da persistência prolongada do 
alimento no estomago após uma refeição); 
 Saciedade precoce (definida pela incapacidade de terminar uma refeição de 
tamanho normal ou a sensação que o estômago está bem cheio logo após o a 
ingestão do alimento); 
 Dor epigástrica ou queimação (denominada síndrome de dor epigástrica). 
 
Epidemiologia: 
A dispepsia é um tema de importante relevância e que merece nossa atenção, por ser muito 
comum. Ela acomete, hoje, por volta de 25-30% da população mundial. Outro ponto é que ela 
é queixa principal em 7% das consultas com clínicos gerais – e se formos olhar para as 
consultas com gastroenterologistas, algumas referências chegam apontar que a dispepsia é 
motivo para 50% dos atendimentos prestados. Então, é algo que traz inclusive muitas despesas 
medicas ao paciente . 
Estudos identificaram que a prevalência é mais alta: 
Pessoas que tomam medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais. Se o pac. dispéptico 
estiver fazendo uso de aines é aconselhável a suspensão do medicamento se possível. 
Nas mulheres (principalmente Mulheres que sofreram abuso emocional ou físico ; elas 
parecem ser particularmente vulneráveis a desenvolver sintomas da dispepsia e tb síndrome 
do intestino irritável (SII). 
Pessoas positivas para Helicobacter pylori. 
 
 
 
Classificação: 
Podemos classificar a dispepsia segundo as suas principais etiologias. Costumam ser divididas 
em dois grandes grupos: 
• Dispepsia Orgânica 
• Dispepsia Funcional 
1) Dispepsia orgânica: 
A dispepsia é denominada orgânica quando os sintomas relacionados ao aparelho digestivo alto são 
secundários à doenças orgânicas específicas. Pode ser causada por uma série de doenças inclusive 
algumas que nem são do trato digestório. Sendo que as principais causas organicas podem ser 
divididas em quatro grupos de etiologias: 
• Pépticas: Doença ulcerosa péptica , doença do refluxo gastroesofágico 
• Não-pépticas: Intolerância alimentar , doenças inflamatória ou infiltrativas 
• Biliopancreáticas: Pancreatite crônica, neoplasia pancreática, cólica biliar 
• Sistêmicas: Insuficiência coronariana , doenças endócrinas , colagenoses, cânceres 
Obs: Outra causa importante são parasitoses intestinais, devemos lembrar que o Brasil é um 
país subdesenvolvido e parasitoses são muito frequentes principalmente nas regiões mais 
pobres. Obrigatoriamente o pac. com dispepsia trata empiricamente para parasitoses 
intestinais. 
Fisiopatologia da dispepsia orgânica: 
Como já vimos, há inúmeras causas possíveis, mas vamos abordar a fisiopatologia de algumas 
das causas principais da dispepsia orgânica 
1) Inflamação duodenal de baixo grau, permeabilidade mucosa 
Quando há inflamação no TGI há perda da proteção da barreira mucosa que serve como a 
primeira linha de defesa contra patógenos e também ocorrem mudanças na 
permeabilidade. O que deixa mais suceptivel a infecções e dispepsia. 
2) Exposições ambientais: 
Como já vimos, Infecçoes agudas podem desencadear sintomas nos indivíduos 
infectados. 
O uso de AINES. (porque esses fármacos levam a inibição de alguns fatores protetores 
da mucosa gastrointestinal, como as prostaglandinas, e isso causa lesão epitelial no 
estômago e leva a formação de úlceras) 
Estresse, alergia alimentar , e alimentação inadequada também entram aqui sendo 
fatores ambientais causadores de sintomas. 
 
 
 
3) DRGE: 
Na doença do refluxo gastroesofágico, o esfíncter esofágico inferior não funciona bem, 
causando o refluxo do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago. Isso provoca dor 
em queimação. 
 
4) Infecção por H. pylori causando gastrite e ulceras: 
H. pylori é uma bactéria bastonete, gram negativa que tem grande afinidade por células da 
mucosa gástrica. A sua infecção leva a inbição das cél. D que produzem somatostatina. A 
somatostatina por sua vez é responsável por reduzir a secreção de ac clorídrico, assim pac. 
fica com quadro de hipercloridria devido a essa inbição da somatostatina, oque lesa as 
paredes do estomago. 
Além disso, há a produção de outras citocinas (pela bactéria e pela resposta inflamatória 
do hospedeiro) que degradam o muco gástrico, danificam as células epiteliais. Entao , a 
dispepsia ocorre por esse processo inflamatório desencadeado pela infecção, também por 
uma atividade muscular alterada do estômago, e também pela diminuição da sensibilidade 
gástrica. 
É a principal causa de gastrite e ulcera gástrica já que o há rompimento do equilíbrio da 
mucosa gastrointestinal, por aumento nos fatores agressivos (HCl, citocinas) e redução dos 
fatores protetores. 
Também pode causar dispepsia sem presença de gastrite e ulcera, sendo uma causa 
importante também de dispepsia funcional. Quando ocorre síndrome pós infecciosa, os 
sintomas podem permanecer mesmo com a erradicação da bactéria do organismo. 
Dispepsia Funcional: 
A dispepsia não-ulcerosa, também chamada dispepsia idiopática ou funcional. É caracterizada pelos 
mesmos sintomas dispépticos que são inexplicáveis após avaliação clinica e exames de 
imagem e laboratoriais. Quando não há evidências de doença orgânica,temos a dispepsia funcional. 
 E é o que ocorre na maioria dos casos (normalmente não conseguimos encontrar causa orgânica para a 
dispepsia do paciente) 
E esse termo amplo : dispepsia funcional; abrange pacientes das seguintes categorias 
: a síndrome do desconforto pós-prandial (PDS), que é caracterizada por sintomas dispépticos 
induzidos por refeição; e síndrome da dor epigástrica (EPS), que se refere dor epigástrica ou 
pirose que não ocorre exclusivamente pós-prandial, pode ocorrer durante o jejum e pode 
apresentar melhora se o individuo fizer alguma refeição. A dispepsia pode ser dividida nesses 
grupos. 
 
 
Fisiopatologia na dispepsia funcional: 
A fisiopatologia da dispepsia funcional é muito complexa e muitas causas não são 
completamente esclarecidas. Mas é fato que existem fatores relacionados, como: disfunção 
motora e sensitiva, alterações na imunidade, desregulação do eixo intestino-cérebro, como 
vamos ver a seguir. 
5) Esvaziamento gástrico lentificado: 
A motilidade gástrica é regulada pelo sistema nervoso autonômico, por meio dos plexos 
submucoso e mioentérico e anormalidades nesses processos podem desencadear um atraso 
no esvaziamento gástrico (gastroparesia). O esvaziamento gástrico atrasado está presente em 
uma fração importante dos pacientes , e esses pacientes exibem hipomotilidade antral após as 
refeições, por isso pode apresentar plenitude pós prandial. 
6) Acomodação gástrica prejudicada: 
O acomodamento gástrico também é controlado por um reflexo vago-vagal desencadeado 
pela ingestão de refeições e é mediado pela ativação de nervos parassimpáticos na parede 
gástrica, novamente pelos plexos submucoso e mioentérico. Alguns pacientes podem ter a 
parede gástrica rígida que não relaxa no período pós-prandial, isso ajuda o quimoa ficar 
retida no estômago, na região do antro, incapacitando de terminar a refeição (provoca a 
saciedade precoce). 
7) Hipersensibilidade gástrica e duodenal à distensão, ácidos e outros estímulos 
intraluminais: 
Apesar de os pacientes com dispepsia funcional terem uma produção basal e de pico de ácido 
gástrico normal, podem ter a mucosa gástrica e duodenal mais sensível ao ácido clorídrico. 
Também podem apresentar hipersensibilidade a substâncias química e lipídios. 
 
8) Fatores psicossociais: 
A associação entre dispepsia e distúrbios psiquiátricos, especialmente ansiedade, depressão , e 
distúrbios de somatização são muito comuns. Além disso, traumas de infância como abuso 
físico e emocional ou ainda em idade adulta e outras dificuldades em lidar com eventos da 
vida, também estão relacionados. O estresse agudo pode resultar em diminuição da 
contratilidade gástrica, mas ainda não sabemos se sintomas dispépticos crônicos são 
explicados por esses mecanismos. Mas sabemos que existe uma relação entre o intestino e a 
psique porque os pacientes com distúrbios gastrointestinais são mais propensos a desenvolver 
problemas psicológicos. 
Por isso, esses pacientes devem ser vistos sob um aspecto global, levando em consideração 
todos esses fatores para investigação clinica e tratamento.

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