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HEMATOSCOPIA Foco da aula alterações nas células vermelhas. HEMOGRAMA Exame de sangue que permite avaliação qualitativa e quantitativa dos elementos figurados do sangue no microscópio. Apresenta os elementos figurados do sangue – hemácias, leucócitos e plaquetas analisados na parte citológica, e o plasma – água, sais minerais e compostos orgânicos analisados na parte bioquímica e imunológica. A hematoscopia faz parte do hemograma e tem como objetivo confrontar os dados hematológicos com a avaliação pela microscopia óptica. O hemograma é realizado através de um processo de automação. A análise microscópica do esfregaço sanguíneo ainda é realizada na maioria dos lugares – existe um modelo de hemograma que não necessita de microscópio, ele gera imagens no computador, mas é pouco utilizado devido seu alto custo. Exame com custo baixo, mas é complexo. Dividido em três partes Eritrograma avaliação dos glóbulos vermelhos. Leucograma avaliação dos glóbulos brancos. Plaquetograma contagem de plaquetas. PRODUÇÃO DE CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS Células sanguíneas – hemácias, leucócitos e plaquetas – são produzidas pela MO. Quanto maior a idade do paciente, menor a quantidade de tecido hematopoiético vermelho presente e menor a quantidade de ossos que produzem células. A hemácia passa por diferentes estados de maturação, sofrendo diversas mitoses antes de atingir o estado de célula anucleada. HEMATOSCOPIA Análise microscópica do sangue. Colocar o sangue do paciente em uma lâmina e fazer o esfregaço sanguíneo. Realizar a coloração especifica por corantes hematológicos. Analisar o esfregaço pelo microscópio. Esse processo faz parte do hemograma. ERITROGRAMA Contém informações sobre número de hemácias, dosagem de hemoglobina, hematócrito ou volume globular, constantes corpusculares ou índices hematimétricos. Número de eritrócitos quantidade de células vermelhas em 1 mm3 de sangue. Análise quantitativa: quantidade de hemácias, hemoglobina, índices hematimétricos. Analise qualitativa: cor, forma, tamanho, células jovens e inclusões eritrocitárias. ANÁLISE DE HEMÁCIAS – He/Hc Valor de referência: Homens: 4,5-5,9 milhões/mm3. Mulheres: 1,0-5,2 milhões/mm3. Morfologia da hemácia: bicôncava. Eritropoietina hormônio produzido nos rins que estimula a MO a produzir e maturar células vermelhas. Policitemia fisiológica se o paciente vai para uma região muito elevada, a dificuldade de realizar trocas gasosas é maior, consequentemente ocorre hipóxia, o que estimula o rim a produzir TPO para aumentar a produção de células vermelhas. Altitude elevada menos 02 hipóxia aumento de TPO aumento na produção de eritrócitos. Policitemia vera doença da MO em que esta produz células vermelhas de forma descontrolada. É uma doença genética. O paciente fica vermelho/rosado pela grande quantidade de hemácias, não apresentando aspecto doentio mesmo estando doente. Alguns processos reduzem a quantidade de células vermelhas no sangue Hemorragia crônica ou aguda: perda de muito sangue e de muitas hemácias. Diminuição da eritropoietina: por insuficiência renal, por exemplo, diminuindo o estimulo para produção de células. Estado hemolítico: destruição de hemácias por causas diversas – malária, anticorpos, medicamentos, anemias falciformes. ANÁLISE DA HEMOGLOBINA Geralmente é o segundo item do Eritrograma. Indica presença ou ausência de anemia. Valor de referência: Homens: 13,5-17 g/Dl. Mulheres: 12-16 g/DL. 11,9 anemia discreta na mulher, é comum, mas não normal. Hemoglobina molécula proteica que se encontra dentro dos eritrócitos. Cada eritrócito tem uma infinidade de hemoglobina. Morfologia da hemoglobina 4 cadeias globínicas + 4 grupamentos heme (anel porfirínico + ferro). Hemoglobina do adulto = hemoglobina A – A1. Problemas no código genético podem acarretar em problemas na cadeia proteica da hemoglobina. Diminuição de hemoglobina causa anemia. ANEMIA queda de hemoglobina. Quedas de hemácia e hematócrito podem levar à queda de hemoglobina e anemia. HEMATÓCRITO OU VOLUME GLOBULAR – Vg Relação de plasma e hemácias. Relação de elementos figurados/plasma. Normal = 55% de plasma e 45% de hemácias. Leucócitos e plaquetas representam uma quantidade muito pequena, sendo desprezíveis no hematócrito. Tubos de ensaio Normal = 45% de hemácias e 55% de plasma. Anemia = quantidade menor de hemácias (30%). Anemias por deficiência de ferro ou hemolítica. Policitemia = quantidade maior de hemácias (70%). Policitemia vera ou fisiológica. Desidratação = quantidade normal de hemácias com diminuição da quantidade de plasma, resultando em hematócrito alto (70%) por falta de plasma/desidratação. Sempre ver relação quantidade de plasma/quantidade de hemácias. INDÍCES HEMATIMÉTRICOS – VCM, HCM, CHCM, RDW VCM – VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO Tamanho médio das hemácias. Valor de referência: 80-100. Classificação: Normocítica. Macrocítica. Microcítica. HCM – HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA Peso de hemoglobina dentro da hemácia Indica quantidade de hemoglobina. Valor de referência: 26-34. CHCM – CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA Cor de hemácia perante a quantidade de hemoglobina. Valor de referência: 31-36. Quantidades maiores deixam a hemácia muito cheia, enquanto quantidades menores deixam-na vazia. Indica se hemácias estão muito vazias ou muito cheias. Classificação: Normocrômicas. Hipocrômicas. Hipercrômicas. ÍNDICE DE ANISOCITOSE – RDW Amplitude das células vermelhas. Quanto as hemácias variam em relação ao tamanho. Indica anisocitose – tamanhos diferentes. Valor de referência: Até 15%. Abaixo de 10% geralmente é erro de laboratório. Quanto mais anisocitose, maior o valor do RDW. Sempre confirmar na microscopia. Presente em anemias. Na anemia ferropriva, começou a faltar ferro uma semana atrás. As hemácias duram 120 dias, as que foram produzidas antes desse período possuem tamanho normal e, as que começaram a ser produzidas e liberadas agora possuem tamanho menor. Com populações de tamanhos diferentes, há alteração no RDW. ANEMIAS MICROCÍTICAS E HIPOCRÔMICAS ANEMIA FERROPRIVA Deficiência de ferro pode ocorrer por parasitose, gestação, má alimentação. Ocorre falha na produção de hemoglobina. TALASSEMIAS Doenças genéticas que afetam a produção de cadeias globínicas – alfa e beta. Talassemia pode ser do tipo alfa ou beta, dependendo de onde está a alteração. Talassemia menor – ainda ocorre cerca produção de Hb. Talassemia maior – não ocorre produção de Hb. Necessitam de transplantes sanguíneos regulares. ANEMIA SIDEROBLÁSTICA Falha na síntese do anel porfirínico. Pode ocorrer devido exposição ou poluição por chumbo. Sem o anel, a incorporação do ferro também não ocorre e a hemoglobina não se forma corretamente. O ferro se acumula ao redor do núcleo como um anel, já que não consegue ser incorporado. Anemia microcítica hipocromia pensar em deficiência de ferro, talassemia, sideroblástica e doença crônica. NÃO PODE COMEÇAR A TRATAR O PACIENTE COM FERRO. Apesar da anemia ferropriva constituir 70% ou mais de todas as anemias, ela não é exclusiva da microcitose e hipocromia. Na anemia sideroblástica por exemplo, o paciente já está com ferro acumulado, então não pode tratar com ferro, senão vai começar a ter ferro em excesso, que vai se depositar nos tecidos, e causar lesões e destruição de órgãos, principalmente fígado, rins e coração. O que fazer então? Investigar anemia - dosar ferro, ferritina, índice de saturação, transferrina ou investigar talassemia com eletroforese de hemoglobina. É preciso investigar o que está causando a anemia e a queda de hemoglobina e de HCM. ANEMIAS MACROCÍTICAS – MEGALOBLÁSTICAS Ocorrem por falta de associação núcleo – citoplasma. Hematopoese normal Célulaprecursora – divisão – aumento do citoplasma – multiplicação do DNA – separação dos núcleos – separação das células. Hematopoese com macrocitose Deficiência de ácido fólico ou B12 assincronia núcleo – citoplasma. Célula precursora – aumento do citoplasma – núcleo não se forma pela deficiência de tímida (pela deficiência de folato ou B12) – não ocorre multiplicação da célula – célula com citoplasma aumentado, com quantidade de hemoglobina duplicada, mas sem divisão. Hemogramas com microcitose não dosar folato ou B12. Paciente apresenta hemácias grandes por falta de divisão. Gera anemia porque o que era para formar 2 hemácias forma só 1 anemia por diminuição da síntese de eritrócitos por dificuldade na divisão celular. HCM elevado pelo aumento da hemoglobina. Pode ocorrer hemólise intramedular, mas a anemia é megaloblástica, e não hemolítica. Não há problema na produção de hemoglobina, e sim na produção celular. CHCM sem alterações – quantidade de Hb aumenta, mas tamanho da célula também. VCM aumenta. HCM aumenta. Microscopia linfócito ajuda na análise do tamanho das hemácias. Tamanho da hemácia = tamanho do linfócito hemácia grande. Laudo Pode haver presença de megalócitos – hemácias grandes com aspecto oval. Pode haver presença de neutrófilos hipersegmentados. Neutrófilo: deve ter de 2 a 5 lóbulos. (lóbulo = partes roxas mais escuras). Neutrófilo hipersegmentado: de 6 a mais lóbulos (é alteração e deve ser relatada no laudo). O neutrófilo hipersegmentado é uma das primeiras alterações observadas no sangue do paciente com deficiência de B12 e ácido fólico. É visto até mesmo antes da queda da hemoglobina e alteração do VCM. É a primeira célula a sofrer com a deficiência desses compostos, pois começa a envelhecer e se hipersegmenta (toda célula precisa dos compostos para realizar seu processo/funções). Ele dura de 7 a 12 horas na circulação sanguínea, depois é substituído por outro, porém a quantidade não está sendo produzida corretamente (produção começa a diminuir), logo aquele neutrófilo que já aguentou 12 horas, vai ter que aguentar cada vez mais horas pois não tem nenhum para substituí-lo. Então ele começa a ficar velho na circulação sanguínea e vai se tornar hiperlobulado. MICROSCOPIA Verifica se os valores da hematoscopia estão certos. Análise qualitativa: POIQUILOCITOSE (HEMÁCIAS COM FORMA DIFERENTE DO NORMAL) O aparelho não sabe ver isso (precisa de alguém para interpretar). Alteração observada apenas na microscopia em relação a forma. Qualquer hemácia que não seja redonda, com o centro branco, chamamos de poiquilócito. De uma forma geral, podem aparecem em vários tipos de anemia, não vão caracterizar uma determinada anemia. Podem aparecer por deficiência de ferro, b12, anemia hemolítica autoimune, etc. Exceção: poiquilócito drepanócito ou hemácia em foice. Único poiquilócito que caracteriza uma determinada anemia. TIPOS DE POIQUILÓCITOS Hemácia em alvo ou codócitos Centro branco com pigmento de Hb. Frequente em hemoglobinopatias – talassemia, falciforme. Equinócitos Hemácias com projeções regulares, especuladas, com o mesmo tamanho e mesma quantidade de projeções. Indica problema na bomba de sódio e potássio com perda de água. Hemácia falciforme ou drepanócitos Forma de foice, ponta fina nas extremidades. Indica presença de hemoglobina S – exclusivo de falciforme. Pedir exame complementar pois pode se associar a talassemia ou HbC. Acantócitos Projeções irregulares em relação a quantidade, tamanho e distribuição. Pode aparecer em anemias como um todo. Estomatócitos Hemácias apresentam fenda semelhante a uma boca. Relacionada com alterações na quantidade de lipídeos a membrana. Fenda é formada pelo fato de a membrana se dobrar. Eliptócitos Forma mais comprida. Aparece bastante na anemia ferropriva. Doença – eliptocitose hereditária defeito na membrana com mais de 25% das hemácias apresentando- se como Eliptócitos. Hemácias nascem normais mas mudam de conformação ao passar por um capilar fino e nunca mais retornam à sua conformação normal. Investigar anemias hemolíticas. Se o laudo não apresentar a % de Eliptócitos, perguntar, pois pode guiar os exames complementares. Esferócitos Hemácias hipercrômicas. Perde membrana e se compacta. Pode ocorrer em anemias hemolíticas, indicando hemólise. Hemácia perde sua morfologia bicôncava – fica similar à bolinha de gude. Doença – esferocitose hereditária alteração na membrana do eritrócito, que fica duro e rígido ao passar pelos capilares do sistema reticulo endotelial – macrófagos do fígado e baço – e acaba ficando preso nos capilares. Quando consegue se soltar perde um pedaço de sua membrana, tornando-se esférico. Dacriócitos ou hemácia em lágrima Aparece em diversas anemias. Marcador de mielofibrose. Esquizócitos Fragmentos de hemácias. Pode ocorrer em queimaduras severas ou coagulação intravascular disseminada. Queratócitos Hemácia em forma de capacete. Hemácia foi mordida pelo macrófago. Policromasia Hemácias jovens. Hemácias mais azuladas. Presença de policromasia no hemograma indica que há hemácias jovens na corrente sanguínea. Quando a hemácia é sintetizada na medula, apresenta núcleo e primeiro se chama eritroblasto. Passará por vários estágios de maturação, expulsando o núcleo e se transformando em reticulócito, que são hemácias que ainda possuem RNA (servirá para terminar a sua síntese). São células jovens e presentes em concentrações de 0,5 a 2% na medula. De repente a medula começa a liberar muitos reticulócitos na corrente sanguínea. Por eles ainda possuírem RNA, ao aplicar-se corante, ele cora o RNA e o dissolve, por isso a hemácia fica de outra cor. Esse achado é geralmente bom, pois indica atividade da medula, que está muito ativa. Casos patológicos de policromasia: Anemia hemolítica, pois estará destruindo muito as células e também produzindo muito para suprir essa perda (por conta do tempo da célula ficar pronta ser de até 13 dias, não há como esperar todo esse tempo sem ter células, logo a medula estará liberando muitas células jovens). Casos de hemorragia muito grave. Anemia megaloblástica ou ferropriva. Há um exame mais específico (que não cabe ao hemograma) que faz a contagem de reticulócitos. Caso a policromasia não esteja clara, fazer a contagem destes, pois há sensibilidade maior. INCLUSÕES ERITROCITÁRIAS Sempre indicam problemas na produção de hemácias. Eritoblastos: são hemácias nucleadas encontradas no sangue quando a medula precisa acelerar o processo de produção e mandá-lo logo para corrente sanguínea, então manda célula nucleada ou com resto de RNA e no sangue essa célula termina seu processo de maturação. Eritoblastos vão ser encontrados quando há perda sanguínea muito intensa ou muita destruição. Corpúsculo de Howell Jolly: são pontinhos dentro da hemácia, geralmente na região periférica. São restos de núcleos indicando que algo está acontecendo em que a medula óssea está tendo que produzir célula muito rápido e tem que expulsar esse núcleo muito rápido, e acaba não fazendo isso direito por isso fica com esse corpúsculo, indicando um problema na produção da hemácia. Pontilhados basófilos: dentro da hemácia tem um chuvisco que são restos de ribossomos. Podem aparecer devido a produção estar muito rápida e não ter tempo de expulsá-los da célula ou por estar muito lenta e “esquecer-se” de expulsar. Como exemplo anemia ferropriva, pois o ribossomo fica esperando para fazer hemoglobina e não faz, então vai para a corrente sanguínea. Eles também vão indicar um problema na produção das células sanguíneas. Anel de Cabot: dentro da hemácia tem um anel que parece uma “caretinha”. São restos de fibra do fuso que também indica problema na produção, que geralmente está muito lenta.
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