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1 APG 24 APG 24: S14P1 O que é essencial? Cláudia foi buscar o resultado do “teste do pezinho” de seu primeiro filho e se surpreendeu com um resultado positivo para fenilcetonúria. Cláudia ficou preocupada por não saber se teve culpa e se, caso venha a engravidar novamente, o problema poderá se repetir. 1. Analisar a relação entre a fenilcetonúria e os aminoácidos essenciais (herança genética) 2.Estudar a bioquímica da digestão (transformação dos aminoácidos e enzimas presentes na digestão dos alimentos e o que pode ocorrer se faltarem essas enzimas). 3. Compreender o teste do pezinho e quais as doenças detectadas por ele, bem como verificar como esse exame é ofertado no sistema público e no sistema privado. Fenilcetonúria Herança autossômica recessiva, relacionado ao aminoácido fenilalanina (PHE). O defeito genético ocorre no gene que codifica a enzima Fenilalanina Hidroxilase (PHA). A fenilcetonúria é uma doença relacionada a uma alteração genética rara, que afeta aproximadamente 1 a cada 10.000 pessoas e envolve o metabolismo de proteínas. Para nascer com fenilcetonúria, um bebê tem que ter herdado o gene da fenilcetonúria de ambos os pais. Frequentemente, os pais não sabem que carregam o gene. Quando comemos alimentos que contêm proteínas, as enzimas digestivas quebram essas substâncias em aminoácidos, que são necessários para formarmos novas proteínas para o nosso corpo através de outras enzimas. Uma pessoa com fenilcetonúria tem alteração na função de uma enzima específica para processar o aminoácido fenilalanina. Assim, qualquer alimento que contenha fenilalanina não pode ser metabolizado corretamente e ela se acumula no organismo, causando problemas no cérebro e em outros órgãos. A fenilcetonúria não tem cura, mas é possível tratá-la desde que o diagnóstico seja feito antes da criança completar 3 semanas de vida, evitando-se graves consequências no desenvolvimento cerebral. A triagem dessa doença, no Brasil, é realizada através do “Teste do Pezinho”. Ele deve ser coletado após o 3º dia, para que o recém-nascido já tenha se exposto à fenilalanina do leite materno, até o 7º dia, para que se descubra a doença a tempo de tratá- la. A lesão resultante do acúmulo de fenilalanina acarreta retardo mental grave, convulsões e hiperatividade. TESTE DO PEZINHO O Teste do Pezinho é um exame gratuito e obrigatório, realizado no momento da alta hospitalar, para todos os recém- nascidos. Tem por objetivo diagnosticar e tratar precocemente doenças que podem causar deficiência intelectual, entre outros danos à saúde do bebê, se não forem tratadas desde os seus primeiros dias de vida. Teste do pezinho é um exame realizado entre o segundo e o quinto dia do nascimento do bebê que consiste na coleta de algumas gotinhas de sangue do calcanhar em papel filtro especial. O exame é feito nesse local porque nele estão presentes muitos vasos sanguíneos, o que facilita o acesso ao sangue. O teste ajuda a diagnosticar doenças metabólicas, genéticas e infecciosas capazes de afetar o desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido, mas que não apresentam sintomas detectáveis. 2 O teste do pezinho é obrigatório e gratuito em todo o território nacional desde 1992. Existem três versões disponibilizadas no Brasil: uma básica e duas ampliadas. A versão básica é oferecida tanto pela rede pública (SUS), quanto pela rede privada e identifica seis tipos de doença: • Fenilcetonúria • Hipotireoidismo congênito • Deficiência de biotinidase • Fibrose cística • Anemia falciforme • Hiperplasia adrenal congênita (HAC) Versões ampliadas do teste do pezinho O teste do pezinho básico é obrigatório para crianças nascidas no Brasil. No entanto, ele não detecta todas as doenças e, por isso, existem versões ampliadas, oferecidas somente pela rede privada. Alguns diagnósticos possíveis por meio do teste ampliado: • Galactosemia; • Toxoplasmose congênita; • Deficiência de G6PD; • Rubéola congênita; • Doença de Chagas. POR QUE O SUS AINDA NÃO OFERECE O TESTE AMPLIADO? Para o Ministério da Saúde, “a triagem neonatal no sistema privado se restringe à possibilidade de uma gama de testes passíveis de serem realizados em amostra de sangue seco, mas nem todas as doenças triadas pelos exames oferecidos na saúde suplementar possuem tratamento estabelecidos e medicamentos disponíveis que possam modificar o curso natural da doença BIOQUÍMICA DA DIGESTÃO A digestão química é um processo que ocorre com a ação de enzimas. Ela inicia-se na boca com a ação da enzima amilase, que está presente na saliva e faz a digestão do amido. No estômago, ocorre a ação do suco gástrico, constituído por ácido clorídrico e pela enzima pepsina, que atua na digestão das proteínas. No intestino delgado, o alimento sofre a ação de substâncias produzidas pelo pâncreas (substância alcalina que contém tripsina e quimiotripsina, enzimas que agem sobre as proteínas) e pelo fígado (a bile, que contém sais que atuam da digestão de gordura, é produzida pelo fígado, mas é armazenada e concentrada na vesícula biliar). O sistema GI digere macromoléculas em unidades absorvíveis usando uma combinação de degradação mecânica e enzimática. A mastigação e a agitação gástrica produzem pedaços menores de alimentos com mais área de superfície exposta às enzimas digestórias. O pH no qual as diferentes enzimas digestórias funcionam melhor reflete a localização onde elas são mais ativas. Enzimas que agem no estomago trabalham bem em pH ácido e aquelas secretadas no intestino delgado funciona melhor em pH alcalino. As proteínas são digeridas gerando pequenos peptídeos e aminoácidos A maior parte das proteínas ingeridas são polipeptídeos ou maiores. Contudo, nem https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/bile.htm 3 todas as proteínas são igualmente digeridas pelo corpo. As proteínas vegetais são as menos digeríveis. Entre as mais digeríveis está a proteína do ovo (80% a 90%), da qual pode ser digerida e absorvida. Surpreendentemente, de 30 a 60% das proteínas encontradas no lúmen intestinal não são provenientes do alimento digerido, mas de células mortas que se desprendem e de proteínas secretadas, como as enzimas e o muco. As enzimas que realizam a digestão das proteínas são classificadas em dois grandes grupos: endopeptidases e exopeptidades. As endopeptidases também chamada de proteases atacam ligações peptídicas no interior da cadeia de aminoácidos e quebram uma cadeia peptídica longa em fragmentos menores. Essas proteases são secretadas como proenzimas inativas pelas células epiteliais do estomago, do intestino e pâncreas e são ativadas no lúmen do trato GI. Exemplos de protease incluem as pepsinas e a quimiotripsina. As exopeptidases liberam aminoácidos dos peptídeos clivando-os a partir das extremidades, um de cada vez. As exopeptidases digestórias mais importantes são duas isoenzimas de carboxipeptidase secretadas pelo pâncreas. As aminopeptidases desempenham um papel menor na digestão. Os principais produtos da digestão das proteínas são aminoácidos livres, dipeptídeos e tripeptídeos, todos os quais podem ser absorvidos. A maioria dos aminoácidos livres é transportada por proteínas cotransportadoras dependentes de Na+ similares aqueles presentes no túbulo proximal dos rins. Alguns transportadores de aminoácidos são dependentes de H+. Dipeptídeos ou tripeptídeos são transportados para dentro da célula da mucosa pelo transportador de oligopeptídeos PepT1, que usa o cotransporte dependente de H+. Uma vez dentro da célula epitelial, os oligopeptídeostem dois destinos possíveis. A maioria é digerida por peptidases citoplasmáticas em aminoácidos, os quais são então transportados através da membrana basolateral por um trocador dependente de H+. O sistema de transporte que move esses oligopeptídeos também é responsável pela captação intestinal de certos fármacos, como alguns antibióticos beta-lactâmicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina e inibidores da trombina. Pâncreas secreta enzimas que atuam sobre as proteínas promovendo sua maior digestão Proteínas absorvidas pelas bordas em escova, pelas enzimas proteolíticas inseridas. 4 Hidolases – precisam de água pra quebrar as ligações Pré-enzimas – previne a autodigestão (forma inativa) – são ativados quando está no trato GI. Ácido Clorídrico – desnaturar as proteínas Transformam em primárias e tal 5
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