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Enterobíase: Parasita Comum em Crianças

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Enterobíase
A família Oxyuridae possui várias espécies de interesse veterinário e uma (Enterobius vermicularis) que ocorre no ser humano (oxiúros), o gênero
Enterobius tem 7 espécies parasitas de macacos em diferentes regiões, destacando o E. vermicularis com distribuição mundial, de incidência
maior nas regiões de clima temperado, e na faixa etária de 5-15 anos.
Morfologia
O E. vermicularis tem nítido
dimorfismo sexual, ambos os
2 sexos são: de cor branca,
filiformes na extremidade
anterior, lateralmente à
boca, há expansões
vesiculosas típicas ("asas
cefálicas"), a boca
pequena, seguida do
esôfago claviforme,
terminando em um bulbo
cardíaco.
MACHO: mede ≃ 5 mm de
comprimento por 0,2 mm de
diâmetro, cauda fortemente
recurvada em sentido
ventral, com um espículo
presente, tem 1 testiculo;
heteroinfecção: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo
hospedeiro (primoinfecção);
auto-infecção indireta: ovos na poeira ou alimentos atingem o mesmo
hospedeiro que os eliminou;
auto-infecção externa ou direta: principal mecanismo responsável pela
cronicidade dessa verminose, pois o indivíduo leva os ovos da região
perianal à boca;
auto-infecção interna: raro, as larvas eclodem dentro do reto e migram
até o ceco, transformando-se em vermes adultos.
TRANSMISSÃO: pode ocorrer pelos mecanismos:
Biologia
HABITAT: machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice, as fêmeas repletas
de ovos (5-16 mil) estão na região perianal - em mulheres, pode-se
encontrar esse parasito na vagina, útero e bexiga;
CICLO BIOLÓGICO: monoxênico, após a cópula, os machos são eliminados
com as fezes e morrem, já as fêmeas, repletas de ovos, se desprendem do
ceco e dirigem-se para o ânus, suspeita-se que realizam a oviposição na
região perianal, assim, os ovos seriam eliminados por rompimento da fêmea,
devido a algum traumatismo ou dissecamento, por serem similares a "sacos
de ovos", com a cutícula extremamente distendida, o rompimento é
facilitado. Os ovos eliminados embrionados, se tornam infectantes em
poucas horas e são ingeridos pelo hospedeiro, no intestino delgado, as
larvas rabditóides eclodem e sofrem 2 mudas no trajeto intestinal até o
ceco, ao chegar transformam-se em vermes adultos, 1-2 dias depois as
fêmeas são encontradas na região perianal - sem reinfecção, o parasitismo
extingue-se;
FÊMEA: mede ≃ 1 cm de comprimento por 0,4 mm de diâmetro, cauda
pontiaguda e longa, a vulva abre-se na porção média anterior, e é seguida
por uma curta vagina que se comunica com 2 úteros, cada ramo uterino se
continua com o oviduto e ovário;
OVO: mede ≃ 50 µm de comprimento por 20 µm de largura, aspecto
grosseiro de D pois um dos lados é sensivelmente achatado e o outro
convexo, possui membrana dupla, lisa e transparente e no interior apresenta
uma larva.
Patogenia
Na maioria dos casos, o parasitismo passa despercebido pelo paciente, que
nota a doença quando sente ligeiro prurido anal ou vê o verme nas fezes, em
infecções maiores, há enterite catarral provocada por ação mecânica e
irritativa, o ceco está inflamado e o apêndice é atingido, a alteração mais
intensa e frequente é o prurido anal, a mucosa local fica congesta, recoberta
de muco contendo ovo e/ou fêmeas inteiras. O ato de coçar a região anal
pode lesar mais o local, possibilitando infecção bacteriana secundária, e o
prurido ainda provoca perda de sono, nervosismo e, devido à proximidade
dos órgãos genitais, masturbação e erotismo, principalmente em meninas - a
presença de vermes nos órgãos genitais femininos causa vaginite, metrite
salpingite e ovarite.
Diagnóstico
corta-se um pedaço de 8-10 cm de fita adesiva;
coloca-se a parte adesiva para fora, sobre um tubo de ensaio ou dedo
indicador;
apõe-se várias vezes a fita na região perianal;
coloca-se a fita sobre uma lâmina de vidro;
leva-se ao microscópio e examina-se com aumento de 10 e 40 vezes.
CLÍNICO: o prurido anal noturno e continuado leva a uma suspeita clínica de
enterobiose;
LABORATORIAL: o melhor método é o da fita adesiva (transparente) ou
método de Graham:
1.
2.
3.
4.
5.
Essa técnica deve ser feita ao amanhecer, antes de a pessoa banhar-se e
repetida em dias sucessivos, caso dê negativo.
Epidemiologia
fêmeas eliminam grande quantidade de ovos na região perianal;
ovos em poucas horas tornam infectantes, podendo atingir os hospedeiros
por vários mecanismos;
ovos podem resistir até 3 semanas em ambiente domésticos,
contaminando alimento e poeira;
o hábito de, pela manhã, sacudir roupas de cama ou de dormir pode
disseminar os ovos no domicílio.
Essa helmintose tem alta prevalência nas crianças em idade escolar, é de
transmissão doméstica ou de ambientes coletivos fechados, tendo como
fatores responsáveis:
Profilaxia
a roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro deve ser enrolada e
lavada em água fervente;
tratamento de todas as pessoas parasitadas da família e repetir o
medicamente 2-3 vezes, com intervalo de 20 dias até que não hajam
infectados;
corte rente das unhas, aplicação de pomada mercurial na região
perianal ao deitar-se, banho de chuveiro ao levantar-se e limpeza
doméstica com aspirador de pó.
Tratamento
efeitos colaterais: náuseas, vômitos, cefaleias, sonolência e erupção
cutânea;
contra-indicação: gravidez e disfunção hepática.
PAMOATO DE PIRANTEL: líquido e comprimidos, a dose única é de 10 mg/kg,
com 80-100% de cura; 
efeitos colaterais: náuseas, vômitos, cefaléias e desconforto
gastrointestinais;
contra-indicação: gravidez.
efeitos colaterais: náuseas, vômitos, cefaléias, pruridos, tonturas e astenia;
contra-indicação: gravidez, amamentação e pacientes com alteração
do SNC.
ALBENDAZOL: líquido, a dose única em crianças > 2 anos é de 100 mg, com
≃ 100% de cura;
IVERMECTINA (revectina): comprimidos 6 mg, a dose 
única é de 200 µg/k, para pacientes com > 15 kg, com > 85% de cura, é
utilizado em 2 dias consecutivos.
LAYANE SILVA

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