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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX Agressão e defesa I – Prof. Luís Fernando – Aula 10 e 11 Sistema complemento O sistema complemento atua de forma totalmente integrada e ordenada, ativando suas proteínas em cascata. Ele apresenta atividade lítica no soro fresco e perde essa capacidade quando o soro é aquecido a 56°C por 30 min Muitas moléculas do sistema complemento são opsoninas = sinalização do patógeno para chamar atenção de outras células de defesa. Assim, haverá migração/homing de células → indução do processo de fagocitose Ele é um dos principais mecanismos efetores da imunidade humoral e também um importante mecanismo efetor da imunidade inata e/ou adaptativa • Inata – via alternativa e das lectinas • Adaptativa – via clássica É composto por proteínas séricas e de superfície celular que interagem umas com as outras e com outras moléculas do sistema imune de uma maneira altamente regulada • São sintetizadas no fígado em forma de zimogênio (inativas) • Se aproximam de certa característica das citocinas, pois há necessidade de contato físico As proteínas do complemento se tornam ativas após ligação ao microrganismo ou a complexos antígeno-anticorpo Os componentes do sistema complemento são designados com o símbolo C, seguido por números (C1, C2, C3, ... C9) Por convenção, os produtos proteolíticos de cada proteína do complemento são identificados por sufixos em letras minúsculas → a menor produto e b ao maior CONSEQUÊNCIAS DO SC Opsonização: • C3b e C4b são importante opsoninas • Reveste o microrganismo e se liga aos receptores (CR1-4) nos macrófagos e neutrófilos (fagocitose) Recrutamento celular e ativação: • C4a, C3a, C5a – anafilotoxinas = proteínas que se proliferam em reações alérgicas e de hipersensibilidade. C5a é a principal delas ➢ Vasodilatadores e aumento da permeabilidade vascular • C3a, C5a – quimiotáticos Lise celular de bactérias e vírus envelopados Remoção dos complexos imunológicos FUNÇÕES DO COMPLEMENTO 2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX O sistema complemento aumenta a fagocitose • O anticorpo e C3b atuam como opsoninas • C3b interage com CR1 • Receptor FC interage com o anticorpo C3a e C5a atuam principalmente no mastócito e basófilo, que quando estimulados degranulam, liberando histamina = mediador vasoativo, que aumenta a permeabilidade vascular • Permeabilidade aumentada facilita a migração de células • Adrenalina reverte o efeito da histamina, pois faz vasoconstrição e diminui o direcionamento de células, que diminuirá a resposta Forma-se edema pelo extravasamento de líquido (exsudato) Liberação de C3a e C5a com quimiotaxia e ação de anafilotoxinas • Ação direta (substância quimiotática) e indireta (histamina) no homing/migração de células • Predomínio de neutrófilo – processo inflamatório agudo REGULAÇÃO DA ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO A ativação da cascata do complemento e a estabilidade das proteínas ativas do complemento são firmemente reguladas para evitar a ativação do complemento em células normais do hospedeiro e para limitar a duração da ativação Se por um motivo a SC for ativado sem um contexto infeccioso, o C3b gerado começa a fazer opsonização no endotélio vascular, glomérulo renal = perde-se a autotolerância e forma-se imunocomplexos, atacando o próprio = reação de autoimunidade RECEPTORES DAS PROTEÍNAS DO COMPLEMENTO Tipo 1 (CR1 ou CD35) – promover fagocitose de partículas recobertas por C3b e C4b Tipo 2 (CR2 ou CD21) – acentua a ativação da célula B pelos antígenos e interage com C3d, C3dg e iC3b Tipo 3 (MAC-1 ou CR3, CD11bCD18) – reconhece bactérias diretamente para fagocitose e interage com iC3b Tipo 4 (CR4, CD11c/CD18) – marcador de células dendríticas VIA ALTERNATIVA A ativação ocorre na superfície de patógenos • O C3 inativo circulante encontra o patógeno e entra em contato com sua superfície e já ativa Não depende de anticorpo Ligação de C3 a várias superfícies de células microbianas • Não há um único C3 ligado, mas centenas deles se ligando e induzindo a ativação em cascata Não há formação do complexo antígeno- anticorpo Pode ser ativada pelas C3b ou por alguns tipos de parede celular microbiana Ativação: 3 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX • Fator D – equivalente ao C1s • Fator B – equivalente ao C2 • C2b – equivalente ao C4b • Properdina ou fator P – estabiliza a C3 convertase C3 convertase – age sobre C3, clivando-o em C3a e C3b C5 convertase – age sobre C5, clivando-o em C5a e C5b OBS: todas as 3 vias possuem C3 convertase e C5 convertase e possuem o mesmo desfecho VIA CLÁSSICA Dependente de anticorpo É iniciada quando a proteína C1 se liga à igG1, IgG3 ou IgM que se ligaram ao antígeno • O anticorpo deve estar opsonizando o agente infeccioso e induz a ativação da via clássica A C1 é um complexo multimérico grande, composto de subunidade C1q, C1r e C1s – C1q se liga ao anticorpo e C1r e C1s são proteases C1 – a primeira proteína da via clássica do SC VIA DAS LECTINAS Lectinas são proteínas ligadas a um carboidrato MBL – liga-se a resíduos de manose de glicoproteínas de membrana de microrganismos Este complexo cliva C4 e C2 As demais etapas da via são iguais à via clássica 4 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX MAC Está é a etapa posterior às vias de ativação. Consiste na formação do complexo de ataque à membrana (MAC) Inicia-se com a clivagem de C5 pela C5 convertase, a partir da qual há a formação de C5b, que se ligará à membrana. Posteriormente, o C6, C7 e o C8 unem-se ao C5b, formando um complexo que servirá de base para a polimerização do C9. O resultado é a formação do MAC que levará à lise osmótica da célula A proteína CD59 pode inibir a polimerização da MAC • Interage com C7 e C8, bloqueado a ligação de C9 A proteína S pode estar presente em algumas bactérias e se liga na inserção de C5b, C6 e C7, não havendo adesão na superfície do patógeno, inibindo a MAC
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