Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Existem três princípios doutrinários do SUS, são eles: universalidade, integralidade e equidade. Universalidade garante a atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão, independente de sexo, raça, condição socioeconômica. Com a universalidade, o cidadão passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde e também àqueles contratados pelo poder público. A saúde é direito de cidadania e dever do Governo: municipal, estadual e federal. Equidade tem como objetivo diminuir desigualdades. Todas as pessoas têm direito ao SUS, porém, não são iguais, tem necessidades diferentes. Portanto, esse princípio assegura ações e serviços de todos os níveis de atenção de saúde, de acordo com a complexidade que cada caso necessite, independente do local onde o cidadão more, sem privilégios e sem barreiras para os indivíduos que necessitam. Perante ao SUS, todo cidadão é igual e deve ser atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer. Integralidade considera a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para que isso aconteça, é necessário realizar a integração de ações que inclui a promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação. Então, cada indivíduo é diferente e tem suas necessidades específicas, que será atendido de forma individualizada, contemplando todos os níveis de saúde que o paciente necessita. As diretrizes do SUS são divididas em: Regionalização e Hierarquização, Descentralização e Comando Único, Participação Popular, Resolubilidade e Complementariedade do setor privado. Regionalização e Hierarquização baseiam-se que os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente (primário, secundário, terciário e quaternário), dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida. Isto implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população todas as modalidades de assistência disponível e necessária, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade (solução de seus problemas). O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário de atenção que devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam os serviços de saúde. Os problemas que não for resolvido no nível primário, deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. Além disso, a rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade. Descentralização é definida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo (federal, estadual e municipal). Então, o que é abrangência de um município deve ser de responsabilidade do governo municipal; o que abrange um estado ou uma região estadual deve estar sob responsabilidade do governo estadual, e, o que for de abrangência nacional será de responsabilidade federal. Deverá haver uma redefinição das atribuições dos vários níveis de governo com um reforço, principalmente, do poder municipal sobre a saúde - é o que se chama municipalização da saúde, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. Portanto, aos municípios cabe a maior responsabilidade na promoção das ações de saúde diretamente voltadas aos seus cidadãos. Resolubilidade é a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento e caso ocorra um problema ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência. Participação Popular é a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Essa participação deve acontecer nos Conselhos de Saúde, com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma de participação são as conferências de saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde. Deve ser também considerado como elemento do processo participativo o dever de as instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde. Complementariedade do Setor Privado é definida quando ocorre insuficiência do setor público e for necessário a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob três condições: 1ª - a celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público prevalecendo sobre o particular; 2ª - a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS. Prevalecem, assim, os princípios da universalidade, equidade e integralidade, como se o serviço privado fosse público, uma vez que, quando contratado, atua em nome deste; 3ª - a integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizativa do SUS, em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada região, deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e privados contratados, quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar. Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos, conforme determina a Constituição. Assim, cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e, na sequência, complementar a rede assistencial com o setor privado, com os mesmos concertos de regionalização, hierarquização e universalização. Torna-se fundamental o estabelecimento de normas e procedimentos a serem cumpridos pelos conveniados e contratados, os quais devem constar, em anexo, dos convênios e contratos. Ou seja, o serviço privado que for contratado deverá seguir as doutrinas e diretrizes estabelecidas pelo SUS, atendendo os indivíduos sem qualquer discriminação, suprindo suas necessidades e garantindo que o atendimento seja individualizado e específico para cada cidadão. O Sistema de Dominância de Mercado apresenta como características principais o financiamento privado, empresas seguradoras como mediadores coletivos, prestação desempenhada por prestadores privados, escolha da empresa prestadora feita pelo cidadão pagante e regulação delegada ao mercado. Essas características excluem a responsabilidade do Estado em relação a saúde da sua população, portanto essa responsabilidade é entregue na mão de empresas privadas para serem tratadas como vendas (capital de mercado). Um exemplo desse sistema é o Sistema de Saúde dos Estados Unidos, no qual, o Estado só garante assistência à saúde a população idosa e população pobre, o restante da população só recebe assistência à saúde com a aquisição de um seguro de saúde. O Sistema de Seguros Sociais Obrigatórios apresenta como principais características a cobertura de seguro obrigatório; financiamento provindo de contribuição de trabalhadores e empregadores; garantia de asseguramento aos desempregados por parte do Estado; contribuição proporcional à renda e não aos riscos individuais; maioria dos prestadores privados. Esse modelo assegura à populaçãoum nível de assistência independente do poder de compra dos cidadãos. O modelo de financiamento é mantido por contribuições iguais de patrões e empregados, incidentes sobre a folha de pagamento; esse tipo de financiamento tem como vantagem a garantia de asseguramento a todos os trabalhadores empregados e a contribuição mínima do Estado. No entanto, o Estado é responsável pelo financiamento dos indivíduos desempregados. O Sistema de Dominância Estatal tem como característica principal o Estado como provedor das três macrofunções (financiamento, regulação e prestação) e descentralização de algumas macrofunções. O Estado é responsável pela saúde dos seus cidadãos, sendo a saúde um direito de cidadania e não uma relação de consumo. Portanto, é um sistema universal, onde os cidadãos têm direito a uma assistência, sem uma tributação reincidente (além daquela já provida através dos impostos). Esse sistema é organizado através da Atenção Básica, com uma equipe de saúde responsável por um determinado número de habitantes e atuando como um filtro para os demais níveis do sistema (secundário, terciário e quaternário). No entanto, esse modelo possui algumas desvantagens como as grandes listas de espera, principalmente para os procedimentos de média e alta complexidade, pouca possibilidade de escolha por parte dos cidadãos e, talvez por causa disso, um baixo nível de satisfação entre os usuários. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde e é o pilar central em que se estrutura a expansão, consolidação e qualificação da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), cujos princípios são: promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde. Nas grandes cidades, as unidades da ESF contemplam prioritariamente áreas de maior carência socioeconômica, onde parte da população vive em condições precárias e exposta a problemas como violência e desemprego. Na ESF o trabalho em equipe é considerado um dos pilares para a mudança do atual modelo hegemônico em saúde, com interação constante e intensa de trabalhadores de diferentes categorias e com diversidade de conhecimentos e habilidades que interajam entre si para que o cuidado do usuário seja o imperativo ético-político que organiza a intervenção técnico-científica. A ESF tem como prioridade as ações de promoção, prevenção e reabilitação da saúde dos indivíduos e da família e veio para substituir o modelo tradicional de assistência, já que este não estava atendendo integralmente à necessidade da população e era orientado para a cura da doença em hospitais. Alguns estudos evidenciam a relação entre a APS e melhores indicadores na saúde da população, menores taxas de hospitalização desnecessárias e menores desigualdades socioeconômicas na saúde. No modelo tradicional de saúde, as unidades de saúde contavam com especialidades para atender a população (ginecologistas, pediatras, etc) e era executado um atendimento “passivo”, onde o atendimento só acontecia caso o indivíduo procurasse por atendimento para resolver algum problema de saúde, e esses problemas eram resolvidos de acordo com as especialidades que tinha naquela unidade de saúde, caso fosse um problema com uma especialidade que não tivesse profissional no local, o indivíduo era encaminhado para outros serviços. O modelo tradicional foca o atendimento nos problemas que já existem e não é baseado em prevenir problemas que podem vir a acontecer no futuro. Com o passar do tempo, as doenças crônicas e paciente que tinham várias patologias associadas foram aumentando e o modelo tradicional não foi capaz de satisfazer as necessidades do usuário, já que nesses casos precisaria de uma equipe muito grande. A Estratégia de Saúde da Família foi criada com esse objetivo, de atender o indivíduo como um todo e de acordo com as suas necessidades, independente dos problemas de saúde e da complexidade que esse indivíduo apresenta Médico generalista ou especialista em Saúde da Família, enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família, 1-2 auxiliar ou técnico de enfermagem e até 4-6 agentes comunitários de saúde. Cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, agentes de combate a endemias. O Núcleo Ampliado à Saúde da Família (NASF) foi criado pelo Ministério da Saúde em 2008, é uma estratégia inovadora e tem como objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a consolidação da Atenção Básica no Brasil, ampliando as ofertas de saúde na rede de serviços, a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações. É importante lembrar que o NASF, apesar de estar vinculado à Atenção Básica, não se constitui em porta de entrada do sistema para os usuários, e sua função é oferecer apoio ao trabalho das Equipes de Saúde da Família. TIPOS DE NASF MODALIDADES QUANTIDADE DE EQUIPES CARGA HORÁRIA DE TODOS PROFISSIONAIS CARGA HORÁRIA INDIVIDUAL 1 No mínimo, 5 e, no máximo 9 equipes de Saúde da Família. A carga horária da equipe deve acumular, no mínimo, 200 horas semanais. Cada profissional deve ter, no mínimo, 20 horas e, no máximo, 80 horas de carga horária semanal 2 No mínimo, 3 e, no máximo 4 equipes de Saúde da Família. A carga horária da equipe deve acumular, no mínimo, 120 horas semanais Cada profissional deve ter, no mínimo, 20 horas e, no máximo, 40 horas de carga horária semanal 3 No mínimo, 1 e, no máximo 2 equipes Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais), configurando- se como uma equipe ampliada. A carga horária da equipe deve acumular, no mínimo, 80 horas semanas. Cada profissional deve ter, no mínimo, 20 horas e, no máximo, 40 horas de carga horária semanal Mediante as análises epidemiológicas, irá escolher qual o tipo de NASF que será necessário para aquela região. O gestor irá olhar para o mapa do local e irá ver quais equipes estão solicitando o NASF e que tem características iguais ou parecidas (por exemplo: 3 equipes que a maioria da população é idosa, solicita o NASF, o gestor irá analisar qual NASF é necessário para suprir as demandas das equipes (verificar quais profissionais está precisando), no caso seria o NASF 2. Exemplo 2: 6 equipes que a maioria da população é adulto jovem, o gestor irá analisar qual NASF é necessário para suprir as demandas das equipes que estão precisando, no caso NASF 1). Se quando for solicitado o NASF para algumas equipes e estas tiverem demandas parecidas, mas 1 ou 2 equipes são muito distante do restante (por exemplo: cidade de São Paulo – cidade grande), o gestor distribui o NASF de acordo com as equipes que estão na mesma região. Os profissionais que irão atuar no NASF devem ser definidos pelos próprios gestores municipais e as equipes de SF, mediante critérios de prioridades identificadas a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações. Podem atuar no NASF os profissionais: médico acupunturista, assistente social, profissional/professor de educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ginecologista/obstetra, médico homeopata, nutricionista, médico pediatra, psicólogo, médico psiquiatra, terapeuta ocupacional, médico geriatra, médico internista (clínica médica), médico do trabalho, médico veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. Apoio Matricial é um modo de realizar a atenção em saúde de forma compartilhada visando à integralidade e à resolubilidade da atenção, por meio do trabalhointerdisciplinar. Na Atenção Básica em Saúde/Atenção Primária em Saúde, ele pode ser colocado em prática através da relação entre equipes de Saúde da Família e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), configurando-se de diferentes formas através de suas duas dimensões: técnico-pedagógica e assistencial. Na dimensão técnico-pedagógica, estão incluídas as ações conjuntas entre profissionais do NASF e das equipes vinculadas, considerando-se as necessidades de cada indivíduo, família ou comunidade em questão e as possibilidades de integração. As ações relativas à dimensão assistencial do apoio matricial dizem respeito às intervenções diretas dos profissionais do NASF com os usuários, tais como atendimentos individuais ou atividades coletivas específicas de cada categoria que o compõe. Clínica Ampliada busca integrar várias abordagens para possibilitar um manejo eficaz da complexidade do trabalho em saúde, que é necessariamente transdisciplinar e, portanto, multiprofissional. Trata-se de colocar em discussão justamente a fragmentação do processo de trabalho e, por isso, é necessário criar um contexto favorável para que se possa falar destes sentimentos em relação aos temas e às atividades não-restritas à doença ou ao núcleo profissional. A proposta da Clínica Ampliada engloba os seguintes eixos fundamentais: Compreensão ampliada do processo saúde-doença, Construção compartilhada dos diagnósticos e terapêuticas, Ampliação do “objeto de trabalho”. Projeto Terapêutico Singular (PTS) é instrumento de organização do cuidado em saúde construído entre equipe e usuário, considerando as singularidades do sujeito e a complexidade de cada caso. No PTS, a identificação das necessidades de saúde, a discussão do diagnóstico e a definição do cuidado são compartilhadas, o que leva a aumento da eficácia dos tratamentos, pois a ampliação da comunicação traz o fortalecimento dos vínculos e o aumento do grau de corresponsabilização (BRASIL, 2009b, p. 42). Um Projeto Terapêutico Singular constitui-se, então, em um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão de uma equipe interdisciplinar, que pode ser apoiada pela equipe Nasf. O PTS se desenvolve em quatro momentos: no diagnóstico, na definição de metas, divisão de responsabilidades e reavaliação. PREVALÊNCIA É calculado pelo número de número de casos novos + número de casos antigos de uma doença divido pela população exposta ao risco de adquirir a doença COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA 𝑵º 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒏𝒐𝒗𝒐𝒔 𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒕𝒊𝒈𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒖𝒎𝒂 𝒅𝒐𝒆𝒏ç𝒂 𝑷𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂 𝒂𝒐 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐 𝒅𝒆 𝒂𝒅𝒒𝒖𝒊𝒓𝒊𝒓 𝒂 𝒅𝒐𝒆𝒏ç𝒂 x100.000 COVID-19 𝟐𝟏.𝟑𝟖𝟎.𝟒𝟑𝟏 𝟐𝟏𝟑.𝟔𝟏𝟔.𝟒𝟕𝟔 x 100.000 = 10.008,79 a cada 100.000 habitantes. INCIDÊNCIA É calculado pelo número de casos novos de uma doença dividido pela população exposta ao risco. COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA 𝑵º 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒏𝒐𝒗𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒖𝒎𝒂 𝒏𝒐𝒗𝒂 𝒅𝒐𝒆𝒏ç𝒂 𝑷𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂 𝒂𝒐 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐 x100.000 Incidência de COVID-19 no Brasil 𝟐𝟏.𝟐𝟑𝟎.𝟑𝟐𝟓 𝟐𝟏𝟑.𝟔𝟏𝟔.𝟒𝟕𝟔 x 100.000 = 9.938,52 a cada 100.000 habitantes. Incidência de câncer na população brasileira em 2020 𝟏𝟐𝟏.𝟔𝟖𝟔 𝟐𝟏𝟏.𝟖𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 x 100.000 = 57,45 a cada 100.000 habitantes. TAXA DE MORTALIDADE GERAL É calculado pelo número de óbitos em determinada região num determinado tempo, dividido pela população total da região num determinado tempo e multiplica por 1.000. COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL 𝑵º 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝒎𝒐𝒓𝒕𝒆𝒔 𝒆𝒎 𝒅𝒆𝒕𝒆𝒓𝒎𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒓𝒆𝒈𝒊ã𝒐 𝒏𝒐 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 𝑻 𝑷𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒂 𝒓𝒆𝒈𝒊ã𝒐 𝑨 𝒏𝒐 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 𝑻 X 1.000 Exemplo: Taxa de Mortalidade Geral no Estado de São Paulo em 2019 𝟑𝟎𝟔.𝟏𝟗𝟎 𝟒𝟓.𝟗𝟏𝟗.𝟎𝟒𝟗 x 1.000 = 6,66 a cada 1.000 habitantes Exemplo 2: Taxa de Mortalidade Geral no Brasil em 2019 𝟏.𝟑𝟒𝟗.𝟖𝟎𝟏 𝟐𝟏𝟏.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 x 1.000 = 6,39 a cada 1.000 habitantes TAXA DE MORTALIDADE MATERNA É calculado pelo número de óbitos devido a causas ligadas a gestação divido pelo número de nascidos vivos na mesma comunidade e ano Ó𝒃𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒆𝒗𝒊𝒅𝒐 𝒂 𝒄𝒂𝒖𝒔𝒂𝒔 𝒍𝒊𝒈𝒂𝒅𝒂𝒔 𝒂 𝒈𝒆𝒔𝒕𝒂çã𝒐,𝒑𝒂𝒓𝒕𝒐,𝒑𝒖𝒆𝒓𝒑é𝒓𝒊𝒐 𝑵𝒂𝒔𝒄𝒊𝒅𝒐𝒔 𝒗𝒊𝒗𝒐𝒔 𝒏𝒂 𝒎𝒆𝒔𝒎𝒂 𝒄𝒐𝒎𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒆 𝒂𝒏𝒐 x100.000 𝟏.𝟓𝟕𝟔 𝟐.𝟖𝟒𝟗.𝟏𝟒𝟔 x 100.000 = 55,31 a cada 100.000 habitantes. Dados de 2019 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL É calculado pelo número de óbitos devido a causas ligadas a gestação divido pelo número de nascidos vivos na mesma comunidade e ano 𝑵º 𝒅𝒆 ó𝒃𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝟏 𝒂𝒏𝒐 𝒆𝒎 𝒖𝒎𝒂 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄í𝒇𝒊𝒄𝒂 𝑴𝒆𝒏𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝟏 𝒂𝒏𝒐 𝒅𝒆 𝒖𝒎𝒂 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄í𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒆𝒎 𝒖𝒎 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 𝑻 x100.000 𝟑𝟓.𝟐𝟗𝟑 𝟐.𝟖𝟒𝟗.𝟏𝟒𝟔 x 1.000 = 12,38 a cada 100.000 habitantes O fisioterapeuta junto com outros profissionais, pode realizar o rastreamento de indivíduos com fatores de risco que predispõe ao AVC, esses fatores de risco podem ser classificados em modificáveis (hipertensão, diabetes, sedentarismo, tabagismo etc.) ou não modificáveis (idade, raça, etnia etc.). Para prevenção, o fisioterapeuta precisa identificar os fatores de risco modificáveis que podem aumentar as chances de ocorrer um AVC. A hipertensão arterial aumenta em até oito vezes o risco de um indivíduo sofrer AVC, a diabetes aumenta em até seis vezes o risco e o tabagismo em até duas vezes o risco. A atuação do fisioterapeuta na prevenção ou controle (quando já instalada) dessas patologias é de suma importância para diminuir o risco de um indivíduo sofrer AVC, atuando através da educação em saúde e prescrição de exercícios. Além disso, os profissionais podem usar um instrumento, como o Framingham Stroke Risk Profile (FSP), esse instrumento irá avaliar a existência de fatores de risco modificáveis e não modificáveis, e consegue estimar a probabilidade do indivíduo vir a desenvolver um AVC nos próximos 10 anos. Para cada nível do fator de risco assinalado, terá um escore diferente e será somado no final da aplicação. Os indivíduos que apresentarem mais de 10% de risco de desenvolver um AVC serão classificados como alto risco. Exemplo: Paciente, sexo feminino, 70 anos (5 pontos), pressão sistólica de 140 mmHg (4 pontos), fumante (3 pontos), doença cardiovascular (2 pontos). Pontuação total: 14 – 13% de desenvolver AVC nos próximos 10 anos. O fisioterapeuta irá atuar na atenção primária na promoção, prevenção e no tratamento de indivíduos com AVC. As ações de promoção em saúde são importantes, pois já há indícios de crianças e adolescentes desenvolvendo hipertensão e um número crescente dessa população com diabetes e obesidade, portanto, conscientizar crianças e adolescentes sobre os riscos que essas doenças trazem para a saúde é necessário. As ações de prevenção serão voltadas para a comunidade, os fisioterapeutas podem realizar a educação em saúde com os indivíduos e mostrar a importância de realizar exercícios físicos e ter uma alimentação mais saudável, além disso, as ações de educação em saúde devem problematizar para que os indivíduos sua situação de saúde. Além disso, o fisioterapeuta pode realizar a prescrição de exercício aeróbico, baseado nas informações colhidas durante a triagem, esses exercícios podem ser prescrito para realização sem supervisão, mas sempre de acordo com os dados médicos do paciente, como a caminhada, corrida, subir e descer escada, natação, ciclismo etc., é importante ensinar o indivíduo a fazer o monitoramento dos sinais vitais, principalmente a frequência cardíaca. Outra estratégia que pode ser utilizada é a visita domiciliar, que é voltada para indivíduos que não conseguem se deslocar até a unidade de saúde próxima dasua residência. O fisioterapeuta irá avaliar a capacidade funcional, aspectos sociais, verificar a moradia (identificar fatores que podem causar algum acidente), avaliação das AVDs. As condutas terapêuticas que podem ser prescritas para indivíduos com sequelas de AVC são: manutenção da propriedade dos tecidos moles, exercícios progressivos de força muscular, alongamento, mobilização articular. Caso necessário, é papel do fisioterapeuta encaminhar o paciente com sequelas advindas do AVC para a atenção secundária e realizar o acompanhamento da evolução do paciente. A abordagem fisioterapêutica às gestantes e puérperas são iniciadas nos centros de saúde com o ato de acolher, escutar e oferecer respostas resolutivas para a maioria dos problemas de saúde. O acolhimento ocorre através da detecção de Disfunção do Assoalho Pélvico (DAP) e/ou a detecção de disfunções musculoesqueléticas. No primeiro momento, as gestantes e puérperas devem ser identificadas em relação a presença ou ausência de DAP. As mulheres que apresentarem alguma disfunção irão passar por uma avaliação fisioterapêutica detalhada, serão orientadas em relação ao tratamento, sobre ações de prevenção e educação em saúde, e se necessário, serão encaminhadas para a atenção secundária. As mulheres que não apresentaram nenhuma disfunção serão encaminhadas para ações de promoção e educação em saúde. Após a triagem, as mulheres que apresentarem algum tipo de disfunção podem receber atendimento coletivo supervisionado pelo fisioterapeuta, porém as gestantes ou puérperas com quadro álgico agudo devem ser encaminhadas para atendimento na atenção secundária. A avaliação das disfunções do assoalho pélvico em gestantes e puérperas pode ser realizada através de questionários e exame físico. Os questionários mais utilizados são o International Consultation on Incontinence Questionnaire Short Form (ICIQ-SF), usado para classificar os pacientes em continentes e incontinentes e avaliar o impacto da IU na qualidade de vida, o King’s Health Questionnaire, avalia a existência de sintomas de IU e seu impacto na qualidade de vida, e o Quality of Life in persons with urinary incontinece (I-QOL), avalia a qualidade de vida por meio de domínios de limitação do comportamento, impacto psicossocial e constrangimento social. As mulheres devem ser avaliadas de forma individualmente e orientadas sobre os procedimentos de avaliação e instruídas sobre a anatomia e a correta contração dos MAP. Após essas instruções, o fisioterapeuta pede para a paciente deitar-se de barriga para cima (decúbito dorsal) com os joelhos fletidos, para que realize a inspeção dos MAP. O fisioterapeuta deve observar o movimento do centro tendíneo do períneo em direção cranial sem uso da musculatura acessória (glúteos, abdominais e adutores de quadril), DEVE realizar a palpação vaginal para conseguir ver a qualidade da contração dos MAP dessa paciente. A atuação do fisioterapeuta no pré-natal visa promover práticas saudáveis, diminuir a ansiedade e prevenir ou minimizar os desconfortos durante a gravidez, o parto e o pós-parto, podendo incluir atividades de educação e promoção em saúde. As intervenções fisioterapêuticas na atenção primária à saúde podem incluir atividades coletivas supervisionadas, atividades autogerenciadas e intervenção domiciliar (quando a gestante não tem condição de ir até a unidade de saúde). Durante a gravidez deve ser realizada uma preparação global do corpo da gestante, que irá proporcionar uma melhor percepção do seu próprio corpo, bem-estar, segurança, confiança no momento do parto e alívio da dor. Além disso, é importante a preparação dos MAP para prevenir e tratar as DAP na gravidez e no pós-parto, o treinamento físico deve focar no fortalecimento e no alongamento de grupos musculares específicos, exercícios aeróbicos orientados, conscientização corporal, correção postural, exercícios respiratórios, relaxamento e treinamento dos MAP, esses exercícios irão ajudar na preparação para o parto e também auxiliar na prevenção de DAP. Os exercícios domiciliares podem ser indicados pelo fisioterapeuta, este irá orientar as gestantes sobre a maneira correta para a realização dos exercícios. No pós-parto, as puérperas podem ser atendidas pelo fisioterapeuta na UBS ou em casa (mulheres que ainda não estejam aptas para se deslocar), o objetivo do atendimento domiciliar é a reeducação postural, do assoalho pélvico e preparação para o retorno às atividades habituais. O fisioterapeuta pode orientar as puérperas sobre os cuidados com a mama, orientações ergonômicas em relação aos cuidados com o bebê (posicionamento para amamentação, troca de fraldas, banho e como carregar o bebê) e também sobre a prevenção e tratamento de edema, disfunções musculoesqueléticas e treinamento dos MAP. O aparelho urinário inferior é composto pela bexiga e pela uretra, que são responsáveis pelo armazenamento e eliminação do conteúdo vesical. A bexiga, para atuar como reservatório, precisa estar relaxada para armazenar a urina na fase de enchimento e contrair para eliminar a urina na fase de esvaziamento. A uretra precisa estar contraída durante o enchimento vesical, para manter a continência, e relaxada na fase de esvaziamento, para permitir a micção. Os circuitos neurais atuam como um complexo integrado de reflexos que regula a micção, comandado pelo SNC, que permitem que o trato urinário inferior e os MAP coordenem os processos de armazenamento, complacência e eliminação do conteúdo vesical, mediante a ações facilitadoras e inibitórias do sistema nervoso periférico. O controle é exercido perifericamente pela inervação dos sistema simpático (nervo hipogástrico e pélvico) durante a continência, parassimpático (nervo pélvico) na fase de esvaziamento vesical e somático (nervo pudendo) controlando a contração e relaxamento dos MAP. As estruturas da pelve, ligamentos densos fáscias fecham a pelve e apoiam as vísceras em posição vertical, oferecendo estabilidade funcional suficiente para resistir às forças tracionais e compressivas durante a locomoção. O sistema de suporte é composto por tecido conjuntivo e muscular, componentes do sistema nervoso que circundam, sustentam e inervam as vísceras pélvicas, mantendo as relações anatômicas entre o colo e a vagina, a bexiga e a uretra, o reto e o canal anal entre si e nos limites da pelve. O suporte mecânico é realizado principalmente pelo diafragma urogenital (períneo), fáscia endopélvica e diafragma pélvico. Durante a micção ocorre o relaxamento dos grupos musculares que tem vetor de força anterior, possibilitando que o colo da bexiga gire para baixo, até o limite das inserções faciais, liberando a base da uretra e possibilitando a micção (para que haja continência é necessário que a pressão uretral exceda a pressão vesical). É possível realizar um diagnóstico clínico preciso baseado em uma história clínica minuciosa e exame físico detalhado e criterioso. Os exames complementares só serão indicados em pacientes que necessitam de investigação mais aprofundada, sendo o exame urodinâmico padrão ouro. A avaliação deve ser composta pela história clínica (anamnese) e exame físico. Na anamnese deve ser abordado dados sobre a história ginecológica, obstetrícia, predisposição genética, antecedentes pessoais e familiares de doenças crônicas, cirurgias (histerectomia, perineoplastia), hábitos de vida (profissão, lazer, atividade física, fumo) e uso de medicação de maneira regular que possa ter implicação no sistema urinário. É importante também identificar as circunstâncias de perdas: aos esforços, em situação de emergência/urgência ou na associação de ambas, e também as características das perdas, a frequência e a quantidade. Os aspectos geniturinários, intestinais e sexuais também devem ser avaliados pelo fisioterapeuta, como o início dos sintomas, duração, gravidade, se faz uso deprotetor (quantas vezes troca), frequência urinaria, noctúria, esvaziamento incompleto, disuria, infecções urinarias recorrentes, hábitos intestinal, dispareunia. O exame físico começa pela avaliação postural, avaliando a postura pélvica e possíveis desequilíbrios lombopélvicos que podem modificar os vetores musculares. Após isso, o fisioterapeuta realiza a palpação da região do abdômen, verificando o tônus muscular, a existência de hernias, cicatrizes, diástase de reto abdominal, impactação fecal e dor. Além disso, realiza a inspeção da região perineal, registrando possíveis alterações cutâneas, tróficas, sensoriais, prolapso ou perdas urinarias durante estímulos (contração voluntaria ou tosse). E por último, realiza a palpação vaginal para avaliar a musculatura do assoalho pélvico, que tem como objetivo quantificar e qualificar a capacidade da paciente contrair e relaxar os MAP de forma correta, é importante perceber se a paciente está realizando alguns movimentos indesejados, como a manobra de Valsalva ou contrações de músculos acessórios (abdominais, adutores e glúteos). Após a avaliação, as mulheres que apresentarem capacidade de contração serão encaminhadas para o treinamento dos MAP na UBS, esse atendimento pode ser em grupo com mulheres que apresentem a mesma disfunção ou um atendimento em grupo que vise à prevenção dessas disfunções. Estudos mostram que mulheres que apresentavam queixas de IU tiveram melhora quando realizado atendimento domiciliar ou o tratamento em grupo associado à intervenção domiciliar, as mulheres de ambos os grupos relataram redução na quantidade de urina perdida, a frequência de perda e o impacto da IU na qualidade de vida. Além disso, as pacientes também devem receber orientações sobre o treinamento vesical, mudanças nos hábitos de vida e orientações para regulação do hábito intestinal. As vestibulopatias são um conjunto de disfunções do sistema vestibular e se divide em dois: distúrbios de origem periférico e distúrbios de origem central. As vestibulopatias de origem periféricas são as mais comuns e causam lesões nos canais semicirculares, órgãos otolíticos do vestíbulo ou nervo vestibular. São 3 tipos principais: Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB) – desprendimento dos cristais minerais; Vertigem Postural Fóbica – sentimento de aglomeração de pessoas (fobia); Doença de Menière – crises vertiginosas intensas que podem durar horas, associadas ao zumbido e hipoacusia, a maior causa é idiopática. Há casos de vestibulopatias periféricas que são desenvolvidas por medicamentos, como antidepressivos. As vestibulopatias centrais vão ocorrer em menor proporção, são eventos mais graves, a principal causa é isquemia vertebrobasilares, enxaqueca basilar e em menores casos, neoplasias, esclerose múltipla e epilepsia. Pode ser acompanhado de paresia bilateral, disartria, ataxia, redução do nível de consciência. A VPPB ocorre através do desprendimento de cristais minerais das otocônias, juntamente com sua movimentação dentro dos canais semicirculares, causando episódios de vertigem breves. Os sintomas da VPPB surgem durante ações comuns do dia a dia, como se movimentar na cama para sentar ou rolar, abaixar para pegar objetos no chão ou rodar a cabeça para observar o transito ao atravessar a rua. A Doença de Menière é provocada pelo aumento no volume de endolinfa em decorrência da redução de sua reabsorção e sua causa é idiopática, na maioria dos casos. Os sintomas são crises vertiginosas intensas e que podem durar várias horas e ainda está associada a zumbido e hipoacusia, formando a tríade de identificação dessa doença. Pode ser distinguidas através da escala de disfunção vestibular para atividade de vida diária, onde a escala permite avaliar a severidade do paciente. Também através do exame de locomoção de atividades e funcionalidade individual, e participação desse individuo, após os 50 anos tem maior chances de morbidade. Deve ser realizado uma boa avaliação, com uma anamnese detalhada e aplicação de escalas. Importante diferenciar a vestibulopatia e ver qual é a vestibulopatia do paciente. O fisioterapeuta pode atuar na educação em saúde e no tratamento físico. Na educação em saúde, os profissionais devem dar orientações sobre aspectos emocionais, alimentação (o que precisa excluir, exemplo: cafeína), orientações de atividade física regular, cuidados e orientações quanto ao uso correto das medicações e treinamento de cuidadores para minimizar a sobrecarga de cuidado e maximizar a recuperação e segurança do paciente em seu ambiente. Além disso, é necessário a realização de ações de combate as deficiências de função fisiológica do sistema vestibular e as limitações decorrentes da deficiência vestibular. Para a VPPB, é recomendado a realização da manobra de Semont, Epley e Gufoni para desobstrução dos canais semicirculares interrompidos por cristais provenientes dos órgãos otolíticos. As outras hipofunções vestibulares tem como base os exercícios específicos e direcionados a comprometimentos vestibulares, contemplando exercícios que promovem a estabilização do olhar, exercícios de habituação optocinéticos, exercícios que melhoram o equilíbrio e a marcha, e exercícios de endurance. O protocolo de Herdman baseia-se em treinos funcionais, mimetizam as atividades de vida diária e permitem um aprendizado motor a partir do desafio do equilíbrio estático e dinâmico. A avaliação no período de internação é o principal recurso para identificação precoce e início do acompanhamento com intuito de recuperação da função de vários sistemas do bebê. Os serviços de atenção primária (exemplo: ESF) são responsáveis pelo acompanhamento de crianças em ambientes comunitários, rastrear aspectos neuromotores, comportamentais, psicossociais e do ambiente. Na maternidade, o fisioterapeuta pode utilizar como recurso de avaliação a AIMS (Alberta Infant Motor Scale), que é capaz de detectar possíveis alterações do desempenho motor. Outra ferramenta diagnóstica é a avaliação do desempenho oculomotor, que é capaz de detectar alterações funcionais por meio da avaliação oculomotora na relação de reciprocidade entre a função motora visual e corporal. Nos serviços de atenção primária, o fisioterapeuta tem disponibilizado o instrumento Denver II, que é um método de rastreamento que permite ao profissional identificar com alta sensibilidade o comportamento pessoal, social, linguagem e habilidades motoras de crianças até os 6 anos, pode ser aplicado no serviço de atenção primária ou no ambiente escolar. A atuação fisioterapêutica na atenção primária será voltada para prevenção de alteração no desenvolvimento neuropsicomotor em bebês prematuros, com baixo peso ou pequeno para a idade gestacional e características de fragilidade familiar e social. Inicialmente, as intervenções devem ser baseada em aspectos de motricidade grossa, progredindo para habilidades motoras finas e cognitivas, e também interação social. O fisioterapeuta junto com a equipe deve realizar uma nova triagem da criança com suspeita de atraso e avaliar a necessidade de encaminhamento para serviços especializados. Em crianças que já estão em idade escolar e em ambiente comunitário, é necessário uma equipe multidisciplinar e um acompanhamento longitudinal para observar a evolução do comportamento neuropsicomotor e minimizar as sequelas. O tratamento pode ser realizado no nível primário pelo cuidado aos pais e abordagens de terapias físicas e psicocomportamentais auxiliadas por profissionais de equipes do apoio matricial, como psicólogos. A intervenção em crianças com suspeita de atraso será semelhante as que apresentam risco de atraso. O fisioterapeuta irá atuar diretamente na promoção e prevenção de saúde, relacionado a osteoartrite, podendo contar com a ajuda de outros profissionais, como o educador físico e nutricionista. As abordagens serãovoltadas para os fatores de risco modificáveis relacionados ao desenvolvimento de osteoartrite, são eles: sobrepeso/obesidade, lesões traumáticas prévias, alteração da biomecânica articular, ocupação, atividade física e esportiva. Uma estratégia eficaz é a criação de programas de atividade física regular na comunidade, supervisionada por educadores físicos ou fisioterapeutas, com objetivo de promover e prevenir doenças. Outra estratégia eficaz é a educação em saúde, abordando fatores comportamentais que conscientizem e modificam aspectos do cotidiano, como alimentação e prática de atividade física. É importante realizar a identificação de grupos que tem predisposição a desenvolver osteoartrite, como indivíduos com elevado IMC, aqueles que desenvolvem atividade ocupacionais de sobrecarga, manutenção postural, movimentos repetitivos e pessoas do sexo feminino. O rastreamento de pessoas com osteoartrite pode ser realizado através da triagem ou por meio de buscas ativas na comunidade. Durante a triagem, pode ser aplicado um instrumento que identifica a osteoartrite no joelho e/ou quadril em indivíduos maiores de 50 anos, Knee and Hip Osteoarthritis Screenin Questionnarie (KHOA-SQ). Após a identificação de indivíduos com a patologia, eles devem ter consultas agendadas na unidade de saúde, com o objetivo de eliminar pacientes falso-positivos. O fisioterapeuta durante sua consulta, deverá realizar uma avaliação minuciosa, composta por anamnese e exame físico, isso irá ajudar a identificar os indivíduos com osteoartrite. A equipe de saúde irá obter informações que podem levar a tomada de decisões, como: intervir no próprio serviço, encaminhar para outro profissional da equipe e/ou para outro nível de assistência à saúde. O fisioterapeuta pode elaborar um programa de exercícios aeróbicos, por meio de grupos de caminhada, que são eficazes para melhorar a capacidade aeróbica, elevar a funcionalidade dos portadores de OA, produzir alívio da dor, sempre realizando o monitoramento dos sinais vitais, velocidade e fadiga.. Os exercícios de potência muscular podem ser abordados por meio de faixas elásticas nas atividades em grupo ou na utilização de cargas domésticas nos exercícios autogerenciados. Os exercícios sensóriomotores podem ser elaborados antes ou após os exercícios citados acima, esses podem ser explorados através de movimentos funcionais que estão presentes nas ações de vida diária, assim como estimular os sistemas responsáveis pelo equilíbrio. Outra estratégia eficaz e bastante utilizada são os programas educativos, com finalidade de modificar os fatores comportamentais e sociais, além de possibilitar o conhecimento de características individuais. O primeiro fator de risco que é sempre levantado pelos profissionais de saúde para lombalgia é a degeneração discal, porém, estudos mostram que as degenerações discais ocorrem na mesmo proporção em indivíduos saudáveis e nos indivíduos com dor lombar. Um fator de risco importante para lombalgia são os fatores biomecânicos e de postura (levantamento e carregamento de cargas, movimentos em torção, longa permanência em pé, sentado ou andando, acúmulo de carga lombar). O sobrepeso e a obesidade (sobrecarga mecânica) são fatores que também estão relacionados a lombalgia não específica, podendo levar a cronicidade da dor. Outro fator que pode estar associado é a alteração de controle da musculatura abdominal, principalmente os músculos internos (transverso do abdômen e multífido, que são responsáveis pelo controle antecipatório da coluna lombar durante qualquer tipo de movimento). A fisioterapia deve realizar a epidemiologia da população e realizar uma triagem para ver qual tipo de lombalgia o paciente apresenta, específica ou não específica. O rastreamento para cronicidade da lombalgia pode ser realizado através do instrumento Start Back Screening Tool (SBS), que consegue classificar os pacientes em três grupos de risco: baixo, médico e alto risco de cronicidade e isso irá fornecer o embasamento para tomada de decisão quanto ao tratamento. Se a dor lombar for identificada como específica e com risco de lesão grave, os profissionais da atenção primária devem encaminhar o paciente aos cuidados médicos de urgência. Na dor lombar não específica, as estratégias de tratamento podem ser baseadas no instrumento Start Back, se o paciente for classificado como de baixo risco, será assistido com estratégias educativas (ensino de modalidades terapêuticas autogerenciadas para o alivio da dor, necessidade de manter os níveis de atividade física e trabalho, e evitar longos períodos de repouso na cama), o fisioterapeuta pode elaborar um manual para entregar aos pacientes todas as informações referentes aos exercícios que potencializam o nível funcional do indivíduo e alívio da dor. Nos pacientes classificados como de médio risco, o fisioterapeuta irá ter que desenvolver intervenções semelhantes ao grupo de baixo risco (educação em saúde) juntamente com a prescrição de recursos terapêuticos com evidência cientifica comprovada, como exercícios sensoriomotores, mobilizações oscilatórias e/ou manipulativas, liberação miofascial e terapias complementares, como acupuntura. O grupo de alto risco para cronicidade da lombalgia será cuidado de forma mais aprofundada, portanto, o fisioterapeuta deverá aplicar o seu conhecimento de educação em saúde, cinesioterapia e recursos manuais, de acordo com o necessário, e também recursos para o manejo dos obstáculos psicológicos por meio da terapia cognitivo-comportamental, então será uma abordagem biopsicossocial. A terapia por estabilização segmentar, técnicas de terapia manual e terapia cognitivo comportamental são recursos que revelam boas evidências no paciente com dor lombar. Exercícios que realizam a ativação sincrônica do transverso do abdômen e dos multífidos são associados a estabilização segmentar. Os recursos manuais são compostos de técnicas articulares (mobilizações oscilatórias – devolver a capacidade artrocinemática para as articulações vertebrais; manipulação articular – se difere da mobilização pela velocidade em que se aplica e em menor amplitude), neuromusculares (eliminar bandas tensas existentes na musculatura e que causam dor e limitação de movimento) e miofasciais (liberação e quebra das fibras de colágeno para a ocorrência de distensão do tecido).
Compartilhar