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Prof. Luiz Cláudio Cândido AÇOS ESPECIAIS – I (MET 307) candido@em.ufop.br MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Grupo de Estudo Sobre Fratura de Materiais Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Grupo de Estudo Sobre Fratura de Materiais Telefax: 55 - 31 - 3559.1561 – E-mail: demet@em.ufop.br CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS (CORROSÃO EM AÇOS INOXIDÁVEIS) • Introdução • Tendência à corrosão – Aspectos termodinâmicos e eletroquímicos • Caracterização do sistema corrosivo • Camada passiva - formação e ruptura • Mecanismos de oxidação de metais • Corrosão geral ou uniforme • Corrosão por pites e em frestas • Corrosão intergranular • Corrosão galvânica • Corrosão sob tensão CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS (CORROSÃO EM AÇOS INOXIDÁVEIS) • O objetivo é dar subsídios a uma correta seleção entre os vários tipos de aços, no sentido de adequação às características exigidas. • Por exemplo, um aço inox. mal especificado terá um desempenho pior do que o de outro metal ou liga menos nobre, mas de melhor afinidade com o meio corrosivo. 1 - Resistência à corrosão É a razão fundamental para a especificação do aço inoxidável. O nível de resistência necessário, frente à corrosividade do ambiente, deve ser conhecido. Se a corrosão não é um problema, pode haver pouca necessidade de se usar inox. 2 - Propriedades Mecânicas Em particular, ênfase deve ser dada ao limite de resistência. Junto à resistência à corrosão, este segundo parâmetro define a liga específica para uma dada aplicação. • A escolha de um tipo de aço inoxidável, para atender a uma aplicação específica, deve ser criteriosa e deve obedecer aos seguintes parâmetros, em ordem de importância: 4 - Relação custo - benefício É a análise do valor global do aço inox, onde se deve incluir o preço inicial, o custo agregado e a expectativa de vida efetiva para o produto acabado. 5 - Disponibilidade do Produto Refere-se a condições de fabricação do produto, operações de adequação ao uso, centros de serviços e depósitos disponíveis, assistência técnica, etc. A definição do fornecedor é a consideração final na escolha do aço inoxidável mais econômico e adequado. 3 - Operações de Fabricação Refere-se a como o material será processado. Nesta fase deve ser incluída a capacidade da liga em ser usinada, soldada, conformada, etc. Todos os metais e ligas são susceptíveis a apresentar corrosão em algum ambiente; Não existe um metal ou liga indicado para todas as aplicações. Pode-se citar o ouro por sua excelente resistência à corrosão atmosférica, mas que sofrerá intensa corrosão em presença de Mercúrio; Por outro lado, o Ferro é relativamente inerte à ação do Mercúrio, mas apresenta corrosão atmosférica; Felizmente existem um ou mais materiais que tem um desempenho satisfatório para um dado ambiente corrosivo; Os aços inoxidáveis, desta forma, podem ser considerados versáteis, na medida que são resistentes à corrosão, em uma larga variedade de ambientes. A seleção de um material com resistência à corrosão inadequada pode ser um erro de alto custo. Prejuízos diretos e indiretos: • Substituição do equipamento corroído; • Super dimensionamento para suportar a corrosão; • Interrupção do processo produtivo devido à falha por corrosão; • Perda do produto, por exemplo, devido a vazamentos; • Contaminação de produtos e do ambiente; • Perda da eficiência de processo, por exemplo, em trocadores de calor. Alguns destes custos podem ser muitas vezes superiores ao do material que teria o desempenho adequado, e devem ser considerados, quando da seleção de materiais. Por sistema corrosivo entende-se: • Material Metálico: - Tipo de aço: Austenítico, Ferrítico, Martensítico, etc. - Estrutura: fases, tamanho de grão, precipitação, etc. - Acabamento superficial: rugosidade por face. - Nível de tensões: tração, compressão, múltiplas, etc. • Meio Corrosivo: - Composição química, variações de teores e contaminações; - Teor de oxigênio, inibidores de corrosão (efeitos combinados); - Sólidos suspensos; - Variações de fluxo (contínuo/turbulento), etc. - Condições Operacionais: - Temperatura e suas oscilações; - Pressão de processo e variações; - Regime de trabalho (intermitente ou contínuo); - Freqüência de limpeza e drenagens, etc. Camada Passiva Formação e Ruptura O Papel do Cromo na Corrosão Atmosférica Principais elementos de liga: Carbono, Níquel, Molibdênio, Titânio, Nióbio, Alumínio, Cobre, Silício, Nitrogênio, Enxofre. 10° 10¹ 10² 10³ 104 Taxa de Corrosão [Oxidação] 10° 10¹ 10² 10³ 104 Taxa de Corrosão [Oxidação] Transpassividade Passividade Atividade log i P o te n c ia l e le tr o q u ím ic o , E ( m V , E C S ) i c Epp 10 10º 10¹ 10² 10³ 10-1 4 ip Et Aumentando [H+] Aumentando temperatura log i P o te n c ia l e le tr o q u ím ic o , E ( m V , E C S ) Metal Metal + H + Eletrólito H M H H H++ M H H M H ++ H M H M M H+ H+ H+ + + + M H M H M M + H H H H H + H 1 2 3 4 MetalEletrólitoMetalEletrólito Eletrólito Metal M M M H M M M M M M M M M M M M M M M M M M M H H Filme Passivo Eletrólito H M H Cl- Água Adsorvida Anion ou Cloreto Adsorvido Complexo Metálico M M M M M M M M M Cl - M Cl + M M M EletrólitoMetal 2 4 6 8 pH -2,5 -3,5 -4,5 -5,5 -6,5 0 pHd • O filme passivo (aproximadamente 30 Ǻ nos aços inoxidáveis) é rico nos elementos mais oxidáveis (cromo); • É hidratado e heterogêneo (a parte mais externa é mais hidratada e a mais interna mais próxima a um óxido); • A espessura e a composição dependem muito da história metalúrgica da superfície. Normalmente, o filme, evolui com o tempo; • O filme passivo, nas ligas Fe-Cr, é um oxi-hidróxido hidratado de ferro e cromo; • Maior a quantidade de cromo no filme, maior a proteção da liga contra a corrosão; • O filme interno é rico em cromo e próximo a um óxido; • O filme externo é rico em ferro e próximo a um hidróxido. • O ácido nítrico e outros ácidos oxidantes (como por exemplo o ácido fosfórico) tendem a passivar e não a corroer o aço inoxidável; • Por esse motivo são utilizados em tratamentos de “passivação”. Oxidação de aços inoxidáveis Aços Inoxidáveis Ferríticos para Sistema de Exaustão de Automóveis – Oxidação de ligas Fe-Cr; – Efeito de outros elementos na liga; – Aplicação em sistema de exaustão de automóveis. Formação de óxidos oxidação seletiva Cr < 10% FeO Liga Fe Cr Cr2O3 FeCr2O4 Fe2O3 Fe3O4 Cr > 15% Liga Fe Cr Cr2O3 Fe2O3 Fe3O4 Aplicação de Aços Inoxidáveis para Sistema de Exaustão de Automóveis Catalisador Coletor T>750°C T<750°C Tubo primário Flexível Abafador Silencioso Tubo Saída Aços inoxidáveis utilizados no sistema de exaustão AISI Cr Ni Mo Ti Nb Aços inoxidáveis Ferríticos 409 11,5 - - Ti% + Nb% = 0,2 441 17,8 - - Ti% + Nb% = 0,7 439 17,0 - - Ti% + Nb% = 0,4 434 17,0 - 1,25 - - 436 17,5 - 1,25 Ti% + Nb% = 0,4 Aços inoxidáveis Austeníticos 321 17,5 9,2 - 0,3 - 304 18,2 8,7 - - Aços inoxidáveis ferríticos estabilizados Vantagens: - estrutura ferrítica em todas temperaturas - ausência de variação de volume do metal - estabilidade mecânica da camada de óxido - maior velocidade de difusão do Cr, Si - formação rápida da camada protetora - baixo coeficiente de expansão térmica - maior resistência aos ciclos de variação de temperaturas -maior resistência à fluência (adição de Nb ) Dificuldades: - Ti tem uma forte afinidade pelo oxigênio - oxidação interna - teor controlado - propriedades mecânicas “fracas” em altas temperaturas Oxidação contínua (950°C) tempo (h) 4000 50 100 150 200 250 300 350 0 10 30 50 70 90 110 130 150 409 439 436-441 321 a u m en to d e m a ss a g /m 2 Oxidação cíclica a 950°C (20 min a 950°C - 5 min resfriamento) 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 Tempo (h) P er d a d e m a ss a g /m 2 R20-12 304 321 441 - 444 436 Influência do ciclo térmico coeficiente de expansão térmica (40-900°C) • Óxidos têm coeficientes de expansão térmica (CET) mais baixos que aços; • CET dos aços inoxidáveis ferríticos estabilizados estão próximos do CET dos óxidos. => baixas tensões térmicas, maior aderência do óxido, conduz a uma diminução de ocorrência de fraturas nos aços ferríticos estabilizados 10-6 K-1SiO2 1 10 20Al2O3 Cr2O3 439 441 321 R20-12 409 304 Comportamento mecânico durante variações cíclicas de temperatura tempo (min) 20 950 Aquecimento Encharque destacamento Resfriamento Fraturas de óxido oxidação Conclusões • Corrosão em alta temperatura tem um papel importante na seleção do material (Numerosas aplicações); • Termodinâmica nos informa da formação dos óxidos no equilíbrio – óxidos que podem se formar (diagrama de Ellingham) – permite dar algumas tendências; • Crescimento da camada depende da difusão iônica: – para uma camada de óxido protetora, a taxa de crescimento é controlada pela difusão (lei parabólica) – Cinética depende da concentração de defeitos – a resistência à oxidação é melhor quanto maior a afinidade do metal com o oxigênio; • Ensaios de oxidação têm que ser adaptados às aplicações; • Oxidação cíclica pode conduzir à fratura do óxido e esfoliação. O uso do aço inox, principalmente dos ferríticos, tem levado a uma maior garantia de vida útil dos componentes de sistemas de exaustão, tanto para parte quente, quanto para a parte fria. Características Principais: - Corrosão a uma velocidade uniforme, em toda a sua superfície. O resultado final seria a perda de espessura. - Reação química ou eletroquímica que se processa sobre toda a superfície exposta do material. Este se torna mais fino e, eventualmente, fratura. Aços Inox - Corrosão Geral ou Uniforme Características Principais: Projeto: ensaios comparativos, ou tabelas de corrosão (valores de perda de espessura / tempo de exposição) Aços inox: formação de filme passivo em meios oxidantes. Corrosão Geral ou Uniforme Características Principais: Filme passivo: resistente a processos de oxidação posteriores à sua formação e a outras formas de ataque. Espessura: Nível molecular; invisível. Protetor em ambientes oxidantes, por exemplo, ao ar e em ácido nítrico. Perda de passividade em ambientes redutores, como por exemplo, ácido clorídrico. Corrosão Geral ou Uniforme Características Principais: As adições de Ni e Mo também expandem a faixa passiva. A corrosão geral é uma ruptura uniforme do filme passivo. Referências: - taxa de corrosão < 0,05mm/ano necessária para alimentos; - taxa de corrosão de 0,5 mm/ano pode ser para aplicação industrial; - taxa de corrosão > 1,3 mm/ano podem ser toleradas, e acima não são viáveis. Corrosão Geral ou Uniforme Medida da Taxa de Corrosão (Extrapolação de Tafel) E (mV) log i (A/cm2) Ecorr Curva Anódica Curva Catódica icorr R(mm/ano) = 0,0033 . icorr . e = K . icorr K = 0,01346 AISI 304 K = 0,01397 AISI 316 Corrosão Geral ou Uniforme Corrosão por Pites Corrosão por Pites região anódica região catódicametal Intensidades de Corrente: ia = ic = icorr Densidades de Corrente Catódica dc = ic/Ac Densidades de Corrente Anódica da = ia/Aa Área anódica = Aa Área catódica = Ac , Ac >>> Aa Se ia = ic => da.Aa = dc.Ac ou da/dc = Ac / Aa ===> >>>1 Corrosão por Pites Aços inox com MnS (sem Ti)a Aços inox sem MnS (com Ti)b % Cr nas ligas Fe-Cr Ep 410 360 310 260 210 160 110 12 13 14 15 16 17 b a (mV, ECS) Corrosão por Pites Metal Filme passivo Eletrólito - Cl M + Cl - MCl (adsorção) (formação de um complexo) (dissolução do filme passivo) - + 2 +3 - Início da corrosão por pites Dissolução da liga base Início da corrosão por pites junto à inclusão de MnS Inclusão de MnS Corrosão por pites Corrosão por Pites 0 100 200 300 400 500 600 700 E1mV/ECS 409 430 439 434 436 441 304 316 444 409 430 439 434 436 441 304 316 444Potencial de Pite 0,02M NaCl pH = 6,6 Corrosão por Pites Cl- (%) PITES SEM PITES Corrosão em Frestas Depósito 2O H O 2 Na + Cl - H O 2 Na + Cl - O2 Na+ Cl - O2 H O 2 H O 2 Cl - Na + Cl- O OO H O 2 2 22 M +n M M M+n +n +nH H ClCl --+ + Ânodo Cátodo M Baixa concentração de O Alta concentração de Cl, H e cátion metálico Hidrólise: Alta concentração de O ½ O + H O + 2M M +n + n M +n + n H O2 M(OH) + n H + 2 OH22 - 2 2- + e - e - e - e - e - e - n Aumento de [H ] + log i E Ep Epp i c Aumento de [Cl ] - Na fresta, o aumento de acidez e o aumento do teor de Cl-, levam a 2 possíveis mecanismos de quebra do filme passivo: 1) Corrosão ácida: O pH diminui com o tempo e o filme passivo é quebrado quando o pH começa a ser menor que o pH de depassivação. 2) Corrosão por pites em meio ácido: O aumento na concentração de Cl- provoca uma permanente diminuição do potencial de pite. Quando o potencial de pite começa a ser menor que o potencial de corrosão, teremos a quebra do filme passivo. pH de depassivação de vários aços inoxidáveis em soluções ácidas que contém NaCl 2M. 3 2,5 2,0 1,5 pH 17Cr 17Cr-1Mo 18Cr-10Ni 18Cr-2Mo 18Cr-12Ni-2Mo pHd Aços inoxidáveis 430 pHd em NaCl 2M3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 439 434 304 444 316L Uranus B6 Para prevenir a corrosão por frestas: - Projeto adequado do equipamento. - Limpeza periódica evitando depósitos e incrustações. - Utilizar aços inoxidáveis com pH de depassivação e potencial de pite (em meios ácidos que contém Cl-) adequados. - Evitar frestas! Critérios para escolha de aços inoxidáveis: - Meios ácidos, sem Cl-, densidade de corrente crítica; - Meios neutros, com Cl: potencial de pite; - Meios ácidos, com Cl: pH de depassivação o potencial de pite; - Meios ácidos, com elevada concentração de Cl-: densidade de corrente crítica e potencial de pite. Corrosão Intergranular • Iniciação: Precipitação de carbonetos de cromo Sensitização em um aço: precipitação de carbonetos de cromo em contornos de grão. Mag = 1000X Mag = 3000X Corrosão Intergranular (precipitação de carbonetos e diminuição local do cromo) Corrosão Intergranular Queda de cromo na área vizinha de contorno do grão para um aço austenítico: a) imagem de microscopia eletrônica de transmissão (MET); b) perfil de concentração do cromo e ferro. Corrosão Intergranular Mecanismo: Queda de cromo localizada Corrosão no contorno do grão Fratura intergranular Precipitação de carbonetos ou nitretos fratura intergranular Corrosão e fratura intergranular Corrosão Intergranular Corrosão intergranular em torno de solda Zona termicamente afetada Corrosão Intergranular Aços Austeníticos Aços Ferríticos Soluções Tratamentos térmicos - recozimento pós têmpera - recozimento após soldagem (raramente utilizado) • aços de baixo carbono: C < 0,03% - (tipo 304L, 316L, etc.) • aços estabilizados - elementos estabilizantes: Ti, Nb, Zr - ex. de aço estabilizado com Ti (tipo 321) Soluções impossíveis: - recozimento pós têmpera - aços de baixo carbono • Soluções possíveis: - recozimento após soldagem - estabilização (Ti, Nb, Zr) • Exemplo de aço estabilizado com Ti: - mínima quantidade necessária: Ti > 0,15% +4 (C + N) Corrosão intergranular em torno de solda Diversos tubossão soldados sobre um tubo principal. A corrosão parece uniforme ao lado da solda dos tubos. Não foi feito tratamento termico após soldagem. A solda é sensível à corrosão intergranular, devido a precipitação de carbonetos de cromo na zona afetada termicamente. Corrosão Intergranular Serpentina Trincas: intergranulares e intragranulares. Trincas (ruptura) Corrosão Galvânica e- e- e- e- - H+ H+ H H H2 H+ H2 Cl- + Zn2+ Zn2+ Zn Pt Reação anódica: Zn Zn2+ + 2e- Reação catódica: 2H+ + 2e- - H2 Potenciais de eletrodo (volts), 25°C, eletrodo normal de hidrogênio Nobre (Catódico) Ativo (Anódico) Série galvânica de alguns metais e ligas em água de mar Nobre (Catódico) Ativo (Anódico) - Na corrosão galvânica, a relação entre as áreas anódicas e catódicas é muito importante; - A pior situação consiste em uma área catódica grande e uma área anódica pequena; - Para um determinado fluxo de elétrons entre as duas áreas, a densidade de corrente será muito maior na área menor. E a densidade de corrente é diretamente proporcional à taxa de corrosão. - Uma área anódica pequena dará lugar a uma densidade de corrente anódica elevada (e a uma alta taxa de corrosão no metal menos nobre); - Por exemplo, entre uma chapa de aço carbono com rebites de Cu e outra de Cu com rebites de aço carbono esta última é a pior situação, porque o material mais ativo é o que apresenta menor área no par galvânico; - Para que exista corrosão galvânica, além de um par galvânico entre metais diferentes, é necessário que o meio ambiente seja um eletrólito; - Um par galvânico em óleo, por exemplo, não apresentará corrosão galvânica, já que o óleo não é um eletrólito. - Mesmo existindo um eletrólito, um par galvânico pode não provocar corrosão galvânica; - Por exemplo, pares galvânicos entre aço inox e Al não apresentam problemas, devido à facilidade de passivação tanto do aço inox quanto do Al no meio ambiente (atmosfera). Zn Aço C Revestimento com metal menos nobre. Revestimento com metal mais nobre. Sn Aço C Prevenção Quando em um projeto são utilizados metais ou ligas diferentes: 1- Escolher metais ou ligas o mais próximos possíveis na série galvânica; 2 - Evitar relações de áreas desfavoráveis (caso de área anódica pequena e área catódica grande); 3 - Utilizar isolantes elétricos entre os metais ou ligas diferentes; 4 - Utilizar revestimentos ou pinturas. De preferência revestir o metal ou liga mais nobre; 5 - Instalar em terceiro metal que seja anódico, em relação aos outros dois metais. Aspecto macroscópico. Aspecto micrográfico. CORROSÃO SOB TENSÃO (fraturante) Exemplos de corrosão localizada em aços inox. Corrosão Sob Tensão (Cloretos) Corrosão por pites e sob tensão (cloretos e concentração de tensões) Características: Trincamento transgranular e ramificado em estrutura austenítica, transversal ao cordão de solda e à direção da tensão de tração aplicada. Corrosão Sob Tensão Corrosão Sob Tensão - Ocorre quando o material está submetido, simultaneamente, a um estado de tensões e a um meio corrosivo específico; - O trincamento que ocorre é, freqüentemente, transgranular, isto é, se desenvolve rompendo todo o grão, sem uma preferência de propagação nos contornos de grão; - Variáveis importantes: Temperatura, composições da solução e do material , tensão e estrutura do metal. O trincamento se propaga geralmente na direção perpendicular à tensão aplicada; - A influência da tensão é relacionada ao tempo necessário para o trincamento ocorrer, isto é, aumentando-se a tensão reduz-se este tempo. As tensões presentes no processo corrosivo podem ser devidas a quaisquer fontes: • Tensão aplicada durante operação do equipamento, tensões residuais de processos de encruamento durante fabricação e tensões térmicas devidas a tratamentos térmicos necessários ou a processos de soldagem. • Os produtos de corrosão são outra fonte de tensão residual, já que podem exercer ação de cunha na região da trinca. - A corrosão sob tensão fraturante nos aços inox ocorre comumente em ambientes com cloretos, e a presença de oxidantes tem grande influência na tendência ao trincamento. Principais ambientes: - Soluções de HCl, MgCl2 , BaCl2 - Soluções NaCl - H2O2 , água de mar - H2S, soluções NaOH - H2S - Vapores condensados de águas com cloretos Corrosão Sob Tensão - A corrosão sob tensão dos aços inox é dependente do teor de Níquel da liga e da tensão de escoamento; - Aços inoxidáveis com limite de escoamento baixo são relativamente imunes ao trincamento causado por cloretos, quando o teor de Níquel não ultrapassa cerca de 1,0%, por exemplo nos aços 405 e 430; - À medida que o teor de Níquel da liga cresce, aços inox de limite de escoamento baixo tornam-se susceptíveis ao trincamento em soluções de cloretos à temperaturas superiores a 60ºC, atingindo um máximo de susceptibilidade a cerca de 8,0% de Ni. Exemplo disso é o comportamento do aço AISI 304; - Incrementos maiores no teor de Níquel, até cerca de 30%, provocam um aumento significativo na resistência ao trincamento. Corrosão Sob Tensão - Em resumo, os aços de baixo limite de escoamento são resistentes à CST por Cl- quando não contêm Níquel ou quando o teor deste elemento é superior a 30%; - Os aços inox de mais alta resistência mecânica, isto é, aços martensíticos e endurecíveis por precipitação, diferem dos aços de baixa resistência pelo fato de que podem sofrer trincamentos à temperatura ambiente e são, ainda, susceptíveis mesmo quando não contêm nenhum Níquel; - Em geral, os aços de mais alto limite de escoamento, dentre os aços inox de alta resistência mecânica, serão mais susceptíveis à corrosão sob tensão fraturante; - Esta é apenas uma regra e dados mais precisos devem ser obtidos de experiências e tabelas específicas. Corrosão Sob Tensão A influência do principal agente - CLORETO - no processo de corrosão sob tensão dos aços inox austeníticos pode ser resumida no gráfico apresentado abaixo: Sem CST Com CST Corrosão Sob Tensão Os métodos de prevenção da corrosão sob tensão são de natureza geral ou empíricos. - Redução dos níveis de tensão através de recozimento, aumento da seção da peça ou redução da carga aplicada; - Eliminação de agentes críticos do ambiente, utilizando processos de desgaseificação, desmineralização ou destilação; - Aplicação de proteção catódica, tanto por corrente impressa, como através de ânodos de sacrifício; - Adição de inibidores, devendo ainda inibir a corrosão localizada e o ataque por pites. Corrosão Sob Tensão EXEMPLO DE FALHA EM SERVIÇO CORROSÃO EM SILENCIOSO TRAZEIRO – EMPRESA X, Modelo Y N º peça data da venda data da reclamação km rodados 1................29/08/2001.......................30/01/2002................13.192 2................26/09/2001.......................08/01/2002................11.097 3................20/08/2001.......................16/01/2002................11.344 4................20/09/2001.......................18/01/2002................09.917 EXEMPLO DE FALHA EM SERVIÇO CORROSÃO EM SILENCIOSO TRAZEIRO - EMPRESA X Modelo Y Modelo Z EXEMPLO DE FALHA EM SERVIÇO - A causa básica da falha foi a fresta existente entre a tela e a parede interna de aço AISI 409. Sua presença causa alteração no meio corrosivo, e acelera o processo de corrosão, chamado corrosão em frestas e pode ocorrer, também, corrosão por pites. - A rapidez do processo de perfuração é diretamente proporcional à quantidade de condensado neste equipamento, e depende das condições de utilização do veículo. - A presença da fresta e mesmo de baixos teores de cloreto no condensado compromete a utilização de qualquer aço inoxidável, que também apresentará este tipo de corrosão. - Necessário a redução da quantidade de líquido internamente através do reposicionamento do tubo de saída ou do giro do silencioso, colocando-sea parte plana no fundo, próxima ao tubo de saída. O aço inox AISI 409 é um produto adequado a esta aplicação, pelo menos durante a vida útil necessária para a garantia do produto, ou seja, 1 ano. CORROSÃO EM SILENCIOSO TRAZEIRO - EMPRESA X
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