Buscar

'Luz e Sombra, Elementos básicos de Astrologia - Emma Costet de Mascheville

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

2 
 
Emma Costet de Mascheville 
 
 
 
LUZ E SOMBRA 
 
Elementos básicos de Astrologia 
 
 
 
 
Apresentação de 
Aor Costet de Mascheville 
 
 
 
 
Edição 
ampliada e revista 
 
 
 
1991 
 
 
 
 
 
 
Edições Hipocampo 
 
3 
 
Ilustrações: Pedro Mohr 
Fotos: Ceia: AI Handam 
Estrela: Fábio Praça 
 
SUMÁRIO 
 
Apresentação 04 
I. Astrologia, Astrodinamismo e Astrosofia 07 
- Criador, criação, criatura, 07 
- Benéfico ou maléfico?, 08 
- Luz, estrela, espectro, 08 
- Constelações, signos, casas, 10 
- Luz e sombra, 13 
- A gota d' água, 14 
- O crescer da vida, 16 
- O despertado, 18 
- O inquieto, 19 
- O inconsciente, 19 
 
II. A mensagem universal de Leonardo da Vinci 22 
- Primeiro eixo: Áries-Libra, 24 
- Segundo eixo: Touro-Escorpião, 25 
- Terceiro eixo: Gêmeos-Sagitário, 27 
- Quarto eixo: Câncer-Capricórnio, 28 
- Quinto eixo: Leão-Aquário, 28 
- Sexto eixo: Virgem-Peixes, 30 
 
III. Os planetas e as casas 32 
- O primeiro plano: Mercúrio, 34 
- O segundo plano: Vênus, 34 
- O terceiro plano: Marte, 34 
- O quarto plano: Júpiter, 35 
- O quinto plano: Saturno, 35 
- O sexto plano: Urano, 36 
- O sétimo plano: Netuno, 36 
- O oitavo plano: Plutão, 37 
- Evolução e educação, 37 
- Sol, Lua, Meio-Céu e Ascendente, 39 
- As oitavas, 39 
 
 
4 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A neta Emília, a neta da Baroneza von Hoffmann, da Transilvânia, que no Brasil foi a 
astróloga, conselheira de muitos, chamada Emi, Émi, Emmy, Emy, Ema, Dona Emi, Dona 
Ema, Dona Emmy, Dona Emma, e conhecida como Emma Costet de Mascheville. 
Emi, como a maioria das mulheres, foi bebê, menina, irmã, filha, neta, esposa, vovó e 
bisavó. Como todas as mulheres, Emi inquietou-se com o Sol, a Lua, as estrelas, o cometa 
Halley, as estrelas cadentes. 
Mas as circunstâncias da vida tornaram estas inquietações mais profundas e dela 
fizeram uma astróloga. 
Uma astróloga que descia o Morro do Cristal para lavar a roupa da família na fonte, no 
meio da floresta, na falda da elevação, quando ainda havia pássaros nos arredores de Porto 
Alegre. Uma astróloga que cozinhava, fazia bolos, panquecas, doces, pudins, marmeladas. 
Uma astróloga que plantava morangos, verduras e flores. Uma astróloga que cuidava de 
galinhas e tinha cabra. Uma astróloga que deu aulas de alemão, francês e inglês para ajudar 
no sustento da família. Uma astróloga que administrava sua casa como qualquer outra 
mulher e que cuidava de seus familiares como qualquer outra mãe, esposa e filha. Que 
também dependeu de seus pais, esposo, irmãos, tias e outros familiares, como qualquer 
mulher, mesmo sendo astróloga. Que teve ajuda de amigos, vizinhos, conhecidos, 
desconhecidos e da Providência Divina, a qual se referia como "a mão de Deus que 
intervém em nossa vida e nos conduz para o caminho certo, mesmo que não seja aquele 
que queremos". 
Foi operária, estenografa, secretária, gerente, representante e vendedora de porta em 
porta. Colaborou, com seu pai, na assistência aos soldados, nos campos de prisioneiros, 
durante a Primeira Guerra Mundial, na assistência aos refugiados e aos famintos no Leste 
europeu, através da Cruz Vermelha. 
Nasceu em Heimhausen, na Bavária, no sul da Alemanha, mas sua primeira língua foi o 
italiano, pois viveu seus primeiros anos de vida em Monte Veritá, junto ao Lago Maggiore, 
no norte da Itália e sul da Suíça. Esteve na Hungria e passou sua juventude mudando de 
cidade em cidade na Alemanha. Teria crescido nos Estados Unidos, não fora um acidente 
ferroviário hospitalizando seu pai, convidado a lecionar em universidade americana. 
Sua vinda ao Brasil, acompanhando sua família, de temporária tornou-se definitiva ao 
conhecer, em Curitiba, seu futuro esposo, amigo de sua tia, aos 22 anos de idade. Com 
Cedaior, seu marido, começa o estudo da astrologia que, ao longo dos afazeres domésticos 
e dos anos, torna-se cada vez mais profundo. 
Se na Europa desfrutou dos círculos de interesse cultural, artístico, literário, religioso, 
idealistas e humanitaristas, pois seu pai era jornalista, pastor ecumênico, escritor, 
conferencista, desde menina dominando várias línguas, estudando literatura inglesa na 
Universidade de Berlim e interessando-se por sânscrito, frequentando museus e 
5 
bibliotecas, no Brasil veio viver em contato com o caboclo goiano, o caipira paranaense, o 
colono catarinense, o gaúcho rural, o operário paulista, o povo nortista e o nordestino do 
Acre, os brasileiros de todo Brasil de Brasília, os cariocas e a classe média e tradicional das 
zonas urbanas e suburbanas. 
Cerca de 10 mil horóscopos que calculou e interpretou mostram seu vigoroso 
pensamento, embora cálido e dialogado, lembrado por seus clientes, alunos, amigos, 
parentes e curiosos, refletindo em milhares de páginas datilografadas, manuscritas ou em 
gravações e, principalmente, de longas conversas, de duas horas com cada pessoa, pelo 
menos. 
O português que aprendeu foi pela mão de franceses que falavam o espanhol, por isso 
aparecem em seus trabalhos escritos, por vezes, galicismos e castelhanismos, por vezes 
platinos. Adota a pontuação germânica, da pausa - tão do agrado de Machado de Assis, e a 
ordem latina das palavras. Aprendeu pela antiga ortografia, a do "ph", Suas mestras e seus 
mestres, agora, no aprendizado da língua lusitana, são os colaboradores mais próximos: a 
cozinheira, a lavadeira, a passadeira, o verdureiro, o comerciante, a vendedora, a 
agricultora, o operário, o pedreiro, o instalador hidráulico, o eletricista, o pastoreador, o 
peão rural, o analfabeto, o guarda e também colegas professores, inquilinos, costureiras, 
amigos, vizinhos, estrangeiros, clientes... 
Tal como Sócrates da Grécia, seu grande esforço, através da astrologia, foi o de 
procurar o "Conhece-te a ti mesmo", conversando com as pessoas, procurando com que 
cada pessoa chegasse a compreender a si mesma e, assim, os seus próprios problemas, as 
coisas da vida e, finalmente, chegasse a compreender os outros. 
Por isso, sua grande preocupação foi a criança e a educação. A maneira astrológica de 
compreender as pessoas como crianças, como jovens e moços, como pessoas adultas. A 
mãe, compreendendo-se a si mesma, através da astrologia, poderá também melhor 
compreender os filhos e, assim, dar-lhes uma educação mais adequada. 
Não especulou através de livros e teorias. Meditou em cima de cálculos e estatísticas 
de milhares de horóscopos. Experiências diárias com dezenas de pessoas e situações, por 
vezes centenas. A começar por seu próprio horóscopo, pela observação de seus sete filhos, 
das pessoas que lhe eram mais próximas pelas confidências e desabafos, relatos e 
exposições de seus clientes, perguntas de alunos, reptos de seus criticadores ou 
personagens céticos, não a deixando alçar voos na imaginação sem fundamento. 
Testou aforismos da tradição árabe, afirmações do conhecimento medieval, 
interpretação da tradição clássica, curiosidades orientais, os ditos da tradição popular, no 
campo da astrologia. 
Manteve, sempre, uma atitude coerente com o método científico: observar, sem 
demolir, a tradição em fase de compreensão e entendimento. 
Acumulou, ao longo de milhares de dias e horas de entrevistas com seus clientes e 
conversas com seus amigos e parentes, um vasto acervo de informações, cada dia mais 
precisas, cada dia mais profundas, cada dia mais sabiamente transmissíveis, que se 
encontram refletidas em seus trabalhos escritos ou gravados, ou imprimidos na lembrança 
de milhares de mentes e corações. 
Cada cliente a consolar trazia um maior acervo de conhecimentos para serem 
assimilados por Emi, preparando-a com mais sabedoria para o atendimento do próximo 
6 
consulente, se não o do mesmo dia, um de um dia mais no futuro. 
Emi sempre foi grata aos que lhe ensinaram através da vida, dos livros, dos fatos, dos 
cálculos, reconhecendo sempre a Mão de Deus que lhe encaminhava as pessoas ou os 
instrumentos que lhe permitiam ajudar os outros, que lhe facilitaram o crescimento do 
conhecimentoda astrologia de uma forma saudável e não egoísta. Sua gratidão foi em 
relação a todos que mencionou ou somente guardou na lembrança. 
Procurou retribuir à Mão de Deus. Se durante um período da vida cobrou 
profissionalmente para sua sobrevivência e de seus familiares, por outro lado atendeu a 
muitos que não podiam pagar, não deixando ninguém partir sem um aconselhamento 
astrológico. 
Para Emi, a Astrologia foi uma grande aventura que viveu por toda a vida, que lhe deu 
uma imensa riqueza de vida, ainda que tenha passado por tipos de dificuldades e 
sofrimentos que uma mulher possa ter, e os teve da mesma maneira que qualquer outra 
mulher. 
Através da Astrologia compreendeu que todos temos nossos sofrimentos e nossas 
alegrias, mas que o plano de distribuição dessas oportunidades, de vida mais apertada ou 
de vida mais folgada, varia de pessoa para pessoa. 
Diz São Tomás de Aquino que é lícito ao homem conhecer os desígnios de Deus 
através da Astrologia. Através dessa arte, ciência e técnica podemos ver que Deus é justo, 
pois Deus nos traz as provas no tempo certo. E o grande Relógio, em que estão marcados 
esses momentos, está no Céu, onde se movimentam as constelações, os signos, o Sol, a 
Lua, os planetas, as estrelas, os cometas, os asteroides, as estrelas cadentes... 
E assim Emi, na busca da união da Fé e da Ciência, encontrou uma maneira de 
explicar, de se fazer compreender e de ver a Beleza da Justiça Divina e a Bondade de Deus 
aos outros, às mães, aos jovens, às futuras gerações, através da Astrologia. 
 
Aor Costet de Mascheville 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
I 
Astrologia, Astrodinamismo e Astrosofia 
 
Desde sua infância, o homem levantou os olhos ao firmamento, em busca de uma 
razão para suas alegrias e sofrimentos. A observação das relações entre os fenômenos 
siderais e suas próprias emoções fez com que ele criasse seus deuses, bons e maus. Destas 
observações nasceram a Astronomia e a Astrologia. 
Ambas devem ter evoluído paralelamente e adotam a mesma simbologia para os 
planetas e constelações. Esta simbologia revela-nos um profundo conhecimento psicológico 
dos efeitos dos fenômenos siderais na vida humana. A Astronomia é a anatomia do céu, a 
Astrologia é a fisiologia do céu. 
Observando os corpos celestes separadamente e relacionando-os a deuses bons e 
maus, causadores de alegrias e sofrimentos, os antigos consideraram as influências 
cósmicas como forças que agiam de fora para dentro, isto é, do céu sobre a Terra e o 
homem. 
Mas, ao perceber as leis imutáveis e a suprema inteligência que regem o universo, o 
homem chegou à compreensão de um Deus único. Assim, a Astrologia, expressa em deuses 
bons e maus, caiu na descrença, sendo desvirtuada, combatida e encarada como 
superstição. 
Atualmente, com o desenvolvimento da ciência, nasce da antiga Astrologia um novo 
estudo e pesquisa, que chamamos Astrodinamismo: o estudo das vibrações cósmicas nos 
fenômenos terrestres e na vida humana. 
Achamo-nos diante de uma nova era em que, pelo despertar da consciência cósmica, o 
homem evolui de uma fé passiva para uma fé positiva, e da Astrologia de ontem chegamos, 
através da observação astrodinâmica, à Astrosofia: o estudo da criação, que nos leva a 
conscientizar-nos do Criador. 
 
Criador, Criação, Criatura 
 
Todo mecanismo tem dois aspectos: o da sua aparência e o da sua finalidade. Mas 
estes dois aspectos são inseparáveis de um terceiro: a inteligência do inventor do 
mecanismo. 
Existem, pois: 
 
CRIADOR DEUS 
CRIAÇÃO ou NATUREZA 
CRIATURA HOMEM 
 
Para explicar seus sofrimentos, o homem sempre considerou dois desses aspectos, 
8 
culpando o terceiro: 
 O homem e a natureza são bons: os deuses são culpados. 
 O homem e Deus são bons: a natureza é falha e tende à ruína. 
• O homem e a natureza são bons: Deus não existe. 
Hoje, compreendemos que, se o mecanismo ou a obra são falhos, há também falha na 
inteligência do inventor. Então, estudamos a Astrologia, o Astrodinamismo e a Astrosofia 
neste sentido: partimos do principio de que Criador, criatura e criação são inseparáveis, 
seguindo sempre leis imutáveis que se entrelaçam. 
A medida que se aprofundarem neste estudo, vocês verão que não existem nem a 
perfeição nem a imperfeição; somente o perfeito aperfeiçoamento, que é a evolução 
segundo leis de uma perfeita inteligência suprema. 
 
Benéfico ou Maléfico? 
 
A primeira condição (talvez a única) que exijo dos meus alunos é: se querem 
aproveitar este estudo, tirem da cabeça tudo o que sejam preconceitos sobre planetas 
"benéficos" ou "maléficos", sobre signos "bons" e "ruins". O único que existe é: sabedoria 
ou ignorância. E para combater a ignorância, estudamos a maravilhosa sabedoria e a 
harmonia que existe sob a aparente dissonância universal. 
Por isso, a condição deste estudo é não falar mal de ninguém, seja de signo, de 
planeta ou de pessoa, e se não podem evitá-lo, não o façam sem compreensão e amor. 
Amor que compreende que do erro vem o sofrimento e que não há evolução sem a 
experiência do sofrimento. A crítica deve ser feita com amor universal. 
 
Luz, estrela, espectro 
 
A "Luz" ou princípio criador, diminuindo sua velocidade vibratória, divide-se em 
positivo e negativo, matéria e energia. Ambos esses aspectos, embora distintos, são 
inseparáveis e têm a finalidade de reunir-se novamente, criando uma nova luz. 
A luz divide-se em três cores básicas: vermelho, azul e amarelo, formando um 
triângulo das energias criadoras, que chamamos Tri-unidade da Luz e que as religiões nos 
transmitiram sob o símbolo da Divina Trindade.* 
* O termo "luz” - usado pela autora, indistintamente, ora como sinônimo do princípio 
criador, no sentido metafísico, ora para indicar o fenômeno físico da luz. Essa indistinção é 
proposital, pois uma tese básica do pensamento da autora, como os leitores verão adiante, 
é que os sucessivos desdobramentos, ou manifestações, do principio criador, seguem a 
estrutura do espectro das cores, ou seja, do Zodíaco. (N. E.) 
 
 
 
 
9 
 
 
Mas não há irradiação sem que os raios de luz se reflitam no sentido oposto: 
 
 
 
As três cores básicas irradiadas são chamadas, na Astrologia, os signos de fogo, e as 
refletidas, os signos de ar. 
Temos então o velho símbolo da estrela entrelaçada, formado pelos dois triângulos 
das três vibrações básicas: 
 
 
 
Entre uma vibração irradiada e uma refletida formam-se cores compostas: entre o 
vermelho e o a amarelo forma-se o laranja; entre o amarelo e o azul, o verde; entre o azul e 
o vermelho, lilás: 
 
 
 
10 
Embora o fenômeno da precessão dos equinócios impeça a comprovação astronômica 
da existência dos signos, podemos comprová-la na prática astrológica. Cinquenta anos de 
estudos e observação levaram-me a concluir que o fenômeno astrológico não é originado 
no Zodíaco Sideral, quer dizer, nas constelações e em sua "influência" sobre a Terra ou o 
homem. Ele é a vida universal existente em toda forma vivente - concreta ou abstrata-, e 
una em sua essência. 
Para facilitar o estudo da Astrologia, aconselho a meus alunos iniciarem por onde 
terminei, compreendendo que: 
 
1) Vida é luz que se irradia de tudo o que é existente, seja concreto ou abstrato, pedra 
ou célula, aglomeração de pedras ou de células, planeta ou homem, palavras ou 
pensamentos, obras ou conhecimentos. 
2) Onde há vida, há irradiação, formando uma esfera energética em redor, que atrai e 
impele. 
3) Esta esfera, sendo originada pela luz, é vida interna e forma o espectro. 
4) Sendo este espectro igual em todas as formas, ele prova que a essência da vida é 
una. 
5) A Astrologia constata que o espectro é o mesmo em redor do Sol, da Terra e do 
homem. Este conhecimento antiquíssimo confirma o que hoje a Biologia* afirma sobre o 
biomagnetismo - que a frequência eletromagnética em redor do Sol, da Terra e do homem 
é idêntica. 
* Madame Curie, embora poucos saibam, fez parte do movimento espiritualistafrancês, e 
em seus estudos sobre a radiatividade estava interessada tanto no aspecto físico do 
fenômeno quanto em seu significado metafísico. (N. E.) 
6) Desta maneira está exposto, em termos científicos, o que na religião chama-se a 
onipresença ou o princípio vital único que anima o universo. 
 
Constelações, signos, casas 
 
Onde há vida, há eletromagnetismo, e, em consequência, vibrações que irradiam e 
atraem. Seja Sol, planeta, pedra, célula ou homem, esta irradiação, esta manifestação de 
vida, da luz interna, sempre existe. Foi isto o que entusiasmou Madame Curie, quando 
descobriu a irradiação luminosa da vida de uma pedra. A fé e a convicção de encontrar a 
prova de existência da luz interna lhe deram forças para destilar vagões e vagões de terra. 
Ela abriu, com sacrifício de sua vida, as portas para uma nova era da ciência e da 
consciência cósmica.* 
* No caso já no campo da Biofísica. 
Onde há um ponto, há um círculo em redor - não somente em redor da pedra ou de 
um globo, mas também em redor de uma ação ou palavra, que, sendo emanadas pela vida 
humana, têm vida. Este é o fato que possibilita fazer o estudo de uma criação mental e de 
uma ideia. 
Imaginem, então, três pontos em forma de globos: Sol, Terra e homem, irradiando luz. 
11 
• Do Sol, em direção ao firmamento, irradia-se o chamado Zodíaco Sideral, que deu 
origem aos nomes das constelações. 
• Da Terra, a mesma vida irradia-se em forma de uma esfera bioenergética, formando 
campos que deram origem ao que chamamos zodíaco matemático ou signos. 
• No homem, chamamos, a este campo de sensibilidade, as casas. 
Estas casas, ou "campos", dão origem ao que chamamos horóscopo, pois suas 
variações dependem da rotação da Terra nas vinte e quatro horas do dia. Os signos que 
circundam a Terra dependem do movimento de translação e dos meses do ano. O que os 
signos são para a Terra, as constelações são para o Sol: são símbolos do espectro do Sol, 
irradiando de dentro para fora em direção ao espaço, e variando, em relação à Terra, de 
acordo com o fenômeno chamado precessão dos equinócios: 
Imaginem então três espectros em forma de holofotes (figura abaixo) que se movem 
em ritmos diferentes: 
• Rotação - o homem, pelo movimento da Terra, gira em redor de si mesmo;* 
* O ciclo de 24 horas, que assinala o percurso do Sol pelas doze "casas", funciona, na 
astrologia, como um símbolo do caráter cíclico da vida humana. (N. E.) 
 Translação - a Terra movendo-se em torno do Sol; 
 Nutação - um movimento semelhante ao rodopiar de um pião, originado pela 
atração do Sol e da Lua, e ligado a modificações na inclinação do eixo terrestre, que 
obedece a um ciclo de 25.920 anos. Este fenômeno é chamado precessão dos equinócios, 
ou o Grande ano de Platão. 
 
 
 
Pela estrela dos triângulos entrelaçados, compreendemos que se trata da vida 
manifestada pela divisão da luz em três cores, irradiando, refletindo e infiltrando-se numa 
manifestação de doze campos vibratórios. Eles existem e vibram de dentro para fora ao 
redor do homem, da Terra e do Sol, infiltrando-se de fora para dentro num infinito de 
diferentes tonalidades vibratórias. 
A Psicodinâmica das cores reconheceu cientificamente a influência das cores sobre a 
emoção e a sensibilidade humanas, o mesmo ocorrendo na Astrologia. Cada vibração dos 
12 
doze campos do espectro causa uma reação específica, que mais adiante explicaremos. 
A espécie humana, em sua infância, tinha, como uma criança, a sensibilidade mais 
consciente, criando nomes, símbolos e ideografias conforme observava a atuação dessas 
energias sobre a Terra e sua vida. A Astrologia era para os antigos o que hoje para nós é a 
Psicologia, razão pela qual muitos hoje a chamam de Cosmopsicologia. 
Para dar conta das mudanças provocadas pela precessão dos equinócios, surgiram 
várias novas teorias. Por exemplo: colocar dois novos signos, a Baleia e a Serpente, com 
suas influências "felizes" e "nefastas". Não discuto, mas não acredito. Em Astrologia não se 
pode acreditar, mas somente observar. Entretanto, parece-me que, na compreensão do 
espectro da vida no nosso sistema solar, se encontra explicação mais adequada para o 
fenômeno astrológico do que na teoria da influência das constelações. 
Há também a teoria da inversão do Zodíaco, sob a hipótese que o Zodíaco é um 
"sensitivo atmosférico", ocasionado pelo clima, relacionando-se ÁRIES com a primavera e 
PEIXES com o degelo. Os autores dessa teoria consideram também que os signos do 
Hemisfério Sul sejam opostos aos signos do Hemisfério Norte. Estudei e pesquisei milhares 
de casos e não encontrei essas diferenças. A Terra deve ser considerada uma unidade e se a 
teoria de que o Zodíaco é um sensitivo atmosférico está certa, eu pergunto: como será 
então para os que nascem no Equador e nos Polos? 
Outra teoria é que, para ajustar a Astrologia à precessão dos equinócios, é preciso 
mudar os signos: Áries não é mais Áries e hoje é Peixes. Isto, no meu entender, seria 
impossível, pois seria o mesmo que declarar que a cabeça do homem agora está nos pés.* 
* A menção de cabeça e pés refere-se à analogia entre os signos do Zodíaco e os órgãos e 
funções do corpo humano. Áries correspondendo à cabeça, Touro ao pescoço e ombros, 
Gêmeos aos braços e pulmões, Câncer ao estômago, útero e seios, Leão ao coração, Virgem 
ao intestino, Libra aos rins, Escorpião aos órgãos genitais, Sagitário às coxas e ao fígado, 
Capricórnio ao esqueleto e ao joelho, Aquário ao sistema circulatório e à barriga-da-perna, 
e Peixes aos pés. (N. E.). 
Mas esta explicação pertence a outro trabalho, onde estudaremos as transformações 
que se dão a cada 2.160 anos (um mês cósmico), em especial o mês cósmico que agora 
está começando, a que chamam a "Era de Aquário".* 
* A cronologia das Eras astrológicas é medida pelo fenômeno da precessão dos equinócios, 
que consiste no deslocamento do ponto Vernal (intercessão entre a órbita aparente do sol, 
ou eclítico, e o equador celeste), para trás, na ordem inversa dos signos. Formam-se assim 
dois Zodíacos: um Zodíaco dos signos, que começa sempre no ponto vernal, e o Zodíaco das 
constelações, que começa na primeira estrela da constelação de Áries. O signo que estiver 
onde está o ponto vernal (ou seja, no começo da constelação de Áries) marca a Era 
astrológica daquele. Agora o ponto vernal está mais ou menos no sexto grau da constelação 
de Peixes, e por isto é que se diz que estamos no fim da Era de Peixes. (NE) 
A lei básica e imutável universal está no fato de que a luz se manifesta nos doze 
campos vibratórios, originados pelas três cores ou princípios básicos, presentes no Sol, na 
Terra e no homem. Pela compreensão das diferentes combinações entre os campos 
vibratórios esclarecem-se todas essas mudanças - que as hipóteses acima descritas 
procuram explicar - e além disso se mostra que tudo é originado pela luz, a fonte una de 
vida. 
13 
 
Luz e sombra 
 
O Zodíaco é um encadeamento, uma engrenagem de energias, manifestação da vida 
universal. Não podemos negar que a vida existe embora não a enxerguemos; negar o 
Zodíaco matemático seria negar a existência da vida universal. 
Há no ser humano uma revolta contra a ideia de que forças maiores atuam sobre ele, 
condicionando sua vida em determinado sentido. Com razão: no período em que o homem 
ainda não tinha compreensão da unidade existente entre Criador, criação e criatura, ele 
tinha de explicar suas alegrias e sofrimentos culpando um destes três aspectos. Mas 
chegamos agora a uma era de consciência cósmica e sabemos que o átomo é um sistema 
solar em miniatura e o homem um universo dentro do universo. 
Ao escrever, certa vez, as virtudes de cada signo, dispondo-as no círculo do Zodíaco 
em lugar dos símbolos e hieróglifos, compreendi então que as virtudes de um dependem 
das virtudes do seu oposto. Desde então tenho uma nova forma de compreender e explicar 
os signos zodiacais, segundo a bipolaridade de luz e sombra. 
Quando dizemosque o Sol está no signo de Áries, é porque a Terra está transitando no 
que chamaram de Libra ou Balança. 
Áries, primeiro signo, significa a força criadora que parte do início-energia. E 
simbolizado no carneiro, porque esta força parte do nosso cérebro, assim como o carneiro 
usa a cabeça para derrubar os obstáculos. A Terra, projetando sua sombra, interrompe a 
vibração que foi iluminada pelo Sol (ver desenho), assim como o ser humano, ao nascer no 
universo visível, divide as energias numa dualidade de luz e sombra. 
 
Áries significa energia, ação, o "eu sou", a independência do homem. Balança significa 
a harmonia, o medir, o "tu és", a cooperação da humanidade. Se uma criança nasce com o 
Sol em Áries, recebe a sombra na Balança, e pelo fato de uma vibração ser iluminada sem 
ter a outra em equilíbrio, surge o que chamamos "defeitos". Ou seja: 
• A energia de Áries sem a harmonia da Balança provoca a violência e impaciência. O 
agir sem medir as consequências causa as lutas e os fracassos. A independência sem o 
sentido de coletividade causa o egoísmo. 
• Da mesma forma, o medir, sem agir, é vacilar. Considerar os outros, sem impor os 
próprios direitos, torna o indivíduo um frouxo. 
Os defeitos e as lutas, por consequência, não vêm dos signos, mas da ignorância das 
energias que estão na sombra. "Luz e sombra" não quer dizer "bem e mal", mas somente 
ação e repouso. A chave da sabedoria na vida é, pois, conscientizar-se das forças que estão 
na sombra, passivas ou no subconsciente. 
Peço aos alunos meditarem sobre a sabedoria com que os antigos chamaram o 
14 
primeiro eixo zodiacal de Áries-Libra (Balança): 
 
 
A Verdade da minha cabeça depende do Direito da tua cabeça. 
 
a cabeça - as cabeças 
o homem - a humanidade 
 
A gota d'água 
 
Já repeti milhares de vezes a explicação da "gota d'água" para pessoas que queriam 
saber algo por meio da Astrologia. Faço sempre o mesmo desenho para cada um, pois nele 
está a síntese de tudo o que precisamos saber da nossa vida. Mesmo sem termos outros 
conhecimentos da Astrologia, ele nos permite ajudar aos outros e a nós mesmos. 
Cada mãe precisaria conhecê-lo, para conscientizar-se de sua vida e da dos seus filhos; 
os casais precisam conhecê-lo cada qual com relação ao outro, para que, amando-se, 
aprendam desde o início a compreender-se mutuamente. Cada educador teria muito 
menos problemas se conhecesse a essência da vida no ser humano que quer educar. 
Imaginem o universo como um círculo em nosso redor. 
 
Um oceano que divide o universo em duas partes, visíveis e invisíveis: 
 
e uma gota d'água que chega à superfície, pulando para fora do oceano, 
 
espelhando-se nela todo o universo visível: 
15 
 
A criança, ao nascer, é como a gota d'água. Na sua primeira respiração imprimem-se 
nela todas as vibrações e fluídos eletromagnéticos da metade do universo. Imprimem-se 
nela como a luz se imprime numa chapa fotográfica, no instante em que ela se abre para a 
luz, e esta parte impressa e fixada é o nosso consciente. 
Entretanto, a Terra, o oceano, não dividem nada, eles são em relação ao universo 
somente uma gotinha: visível e invisível estão nela inseparáveis numa mesma forma 
Manifesta-se então a parte invisível universal como o nosso subconsciente. 
A partir desta compreensão a frase da Bíblia - "O homem é feito à imagem e 
semelhança do Criador" - toma outro sentido para nós, e não imaginamos mais Deus como 
um ser parecido ao homem. Como o átomo é um sistema solar em miniatura, o homem é o 
universo, a criação, e por consequência o Criador em miniatura, porém dividido em dois: 
visível e invisível, luz e sombra, ativo e passivo, consciente e subconsciente. 
 
A base fundamental dessa divisão é a linha do horizonte, num eixo que divide o todo 
em duas partes. Este eixo básico, dividido em dois raios, penetra no consciente no sentido 
ascendente e o outro se recolhe no subconsciente no sentido oposto, descendente. 
 
 
 
Vocês compreendem, então, que não se pode fazer um horóscopo sem o 
16 
conhecimento da hora de nascimento e da posição geográfica, pois estes elementos é que 
vão determinar a natureza desse eixo fundamental. Duas crianças, nascidas no mesmo 
instante, mas em lugares diferentes, já não têm os mesmos horóscopos, porque o 
horizonte e o céu são diferentes, como diferentes vão ser as suas lutas, seu crescimento e 
seu amadurecimento. 
 
 
O crescer da vida 
 
Comparem o universo a uma usina de eletricidade. Ela fornece para a sua casa luz e 
força? Geralmente me respondem: 
Sim! Mas eu respondo: Não! A usina somente fornece os dois fios das duas correntes. 
A luz e a força dependem da minha instalação! 
Nesta resposta está toda a sabedoria da interpretação astrológica. 
Não é o universo ou a fonte de vida a origem dos meus curto-circuitos e tempestades, 
como na Antiguidade pensaram. Não há erros, culpas, desgraças nem doenças ocasionadas 
pelas forças externas, somente pela minha ignorância de como instalar a luz. 
É a vida, com suas tempestades e curto-circuitos, que me faz crescer e aprender a 
chegar: 
 da fúria ao amor; 
 da ignorância à sabedoria; 
 da agitação ao equilíbrio; 
 da sombra à luz, 
irradiando o que me foi dado em forma de energia bipolar, emanando luz. 
Perguntaram a De Gaulle se o homem iria realmente à Lua. Sua resposta foi: "Não há 
dúvida que o homem irá ao espaço externo, mas muito mais difícil é a sua viagem ao 
espaço interno, que sem dúvida ele também fará" O homem, na entrada de uma era da 
consciência cósmica, à medida que se levanta e penetra no cosmos, está ao mesmo tempo 
entrando no caminho do "Conhece-te a ti mesmo". 
A Astrologia, nesta nova forma de explicar o funcionamento dinâmico da bipolaridade 
em nós, facilita eliminar nossa ignorância a respeito de nós mesmos. 
O primeiro é o que recebe a energia em forma de duas correntes completamente 
afastadas uma da outra. Ele anda na escuridão e à medida que os dois polos se aproximam 
cada vez mais encontrará choques, mas no fim da vida ele se transformará. Se ele tinha 
Áries ativo e Balança passivo, foi um violento, um impaciente, que se torna, no fim da vida, 
bondoso. Se o ativo foi a Balança, ele se tornará, no fim da vida, enérgico, por que 
reconhecerá quantas vezes errou por não impor sua personalidade e sua energia. Um não 
17 
nasceu violento e o outro não nasceu frouxo. Eles nasceram com as energias divididas, e 
seu caminho foi que, pelas lições da vida, tiveram de encontrar o equilíbrio e a paz. 
 
 
 
Chamamos este estado de inconsciente. Sendo consciente e subconsciente 
completamente divididos, esse homem só encontra a compreensão da sua vida na última 
respiração. Como o sonho que passa na fração de segundos em que alguém bate à porta, 
no último momento de vida ele chega ao porquê de tudo e encontra sua iluminação. Nisto 
baseiam-se o confessionário e a absolvição: ao reconhecermos uma culpa ou um erro, a 
lição da vida foi dada e a culpa é eliminada. Na psicanálise, saber o porquê da dor faz com 
que ela desapareça, e traz o equilíbrio. 
 
 
 
Há aquele que recebeu as duas correntes tão próximas, que está sempre em curto-
circuito. Quando seu consciente quer algo, seu subconciente solicita o contrário. Mas este 
poderá aprender mais rápido, pois terá a todo momento lições da vida. A este nós 
chamamos inquieto. 
Ao terceiro, chamamos despertado, porque, ao ligar-se a luz, a instalação já estava 
feita. Sua luta é para saber manter e respeitar as leis da eletricidade. 
 
 
 
Por último, o iluminado. Como exemplo, damos o nascimento de Jesus. À meia-noite o 
Sol iluminou o subconsciente e a estrela (cometa ou conjunção de planetas), o consciente, 
dando-lhe a consciência da energia cósmica. Nele não havia sombra. Ele era a, encarnação 
da força criadora sem divisão. Os magos (astrônomos e astrólogos) vieram a seu lugar de 
nascimento como hoje a astronomiavai pesquisar e observar os fenômenos em busca da 
compreensão da luz una. 
18 
 
O crescer da vida e sua conscientização, não somente na vida humana, mas em todas 
as formas de vida do indivíduo e da coletividade, passa por sete etapas ou situações: 
 
 
 
Ao nascer, a criança penetra no universo visível recebendo como base os polos ativos 
e passivos em equilíbrio. A prova é que, ao entrar no primeiro banho, ela se agarra, tendo 
consciência do perigo de vida. Mais tarde ela perde essa noção. Se queremos dar a uma 
criança um alimento que não corresponde a sua idade, ela rejeita e se revolta. Mais tarde, 
será capaz de engolir o pior veneno sem se dar conta. Se chamamos uma criança 
mostrando um doce numa mão e na outra uma agulha de injeção, ou se fingimos 
amabilidades quando na verdade não lhe sentimos amor, ela não virá ao nosso encontro. 
Ela ainda é iluminada pela vida e tem noção do iluminado, sentindo o que passa no 
nosso íntimo, porque consciente e subconsciente ainda não se dividiram, os polos ativos e 
passivos ainda estão em harmonia. A medida que desperta para a vida, tomando conta do 
seu corpo, da sua casa com a instalação feita, ela começa a desenvolver seus cinco sentidos 
que captam o visível, e desliga os que captam o invisível. 
 
O despertado 
 
Tenho feito milhares de estudos e hoje vejo os horóscopos dos bisnetos das bisavós 
que estudei no passado. O que mais me entusiasma e me comove é este maravilhoso 
relógio universal que nos faz compreender as leis da hereditariedade. Hoje posso afirmar 
algo que caberá a vocês confirmar e levar mais adiante: se hoje a Lua está num signo, os 
gens que correspondem a este biotipo são os mais fortes, fecundando as famílias onde 
existem esses gens. Se há concepção, desenvolve-se no corpo materno o corpo físico da 
criança com os caracteres hereditários daquele biotipo fecundado pela Lua. Nove meses 
depois ela nasce, na hora em que o signo correspondente a esta herança genética se 
19 
levanta no horizonte. 
 
Ao nascer, essa forma física penetra no visível terrestre e na consciência humana. À 
medida que a criança desenvolve o uso dos cinco sentidos, sobem as suas qualidades ao 
consciente (ascendente, ativo) e se recolhem os sentidos que captam o invisível ao 
subconsciente (descendente, passivo). 
 
No princípio da vida estes ainda estão equilibrados (ver acima). Dessa forma o eixo 
fundamental se transformará em dois raios, ativos e passivos; e desta divisão se desenvolve 
o estado inquieto. 
 
O inquieto 
 
Este estado nasce dos repetidos choques entre as duas energias, e às vezes notam-se 
na criança mais as energias do signo oposto ao seu Ascendente, porque ela luta para não 
perder o equilíbrio. 
Mas a lei da vida é esta: a criança nascida com Áries no Ascendente nunca chegará a 
ser um líder capaz de impor a sua personalidade, sua independência e suas energias 
criadoras, se sempre tiver de perguntar o que querem os outros ou como deve agir. Sua 
energia de Áries se manifesta então em um comportamento impaciente, voluntarioso ou 
egoísta. 
Os defeitos, ou o que chamamos erros, não são originados pelos signos, mas 
unicamente pelo crescer da vida e pelo desligamento aparente dos signos opostos. Quando 
os dois opostos se desligarem completamente, passaremos, do estado inquieto ao estado 
inconsciente. 
 
O inconsciente 
 
Todos nós passamos por este estado das trevas, Então não sabemos de todas as 
energias cósmicas que estão em nós, e assim surgem as lutas, os sofrimentos e os erros. 
20 
Mas não há erro, pecado ou desgraça. Ha somente as aulas da vida que nos 
despertam para a busca da luz, que é o estado inquieto da vida, para chegarmos ao 
amadurecimento e ao despertar das energias latentes, alcançando a auto-realização e a 
consciência de nós mesmos. 
Com cada curto-circuito temos um relâmpago, um vislumbre dessa luz, e aos poucos 
chegamos a compreender este mecanismo das energias ocultas em nós. Posso aprender a 
me servir de uma instalação elétrica através das lições dadas pelos choques, e chegar a 
consertar meu ferro etérico sem precisar do eletricista. Mas pelo conhecimento da 
eletricidade poderei instalar a luz muito mais rápido e sem tanta dor. 
Este é o valor da Astrologia: 
• Ensinar-nos a saber fazer uso das energias cósmicas bipolares em nós e em todo o 
universo. 
• Não adianta previsão, nem aviso, nem profecia, se cada ser não se conscientizar de 
si mesmo. 
• O homem em busca do espaço externo precisa em primeiro lugar conhecer o espaço 
interno. 
Tomem o exemplo da planta: o ser humano é uma semente cósmica, sua primeira 
respiração é a sua semeadura. Esta semente tem de dar um fruto, mas o erro é querer 
saber do fruto antes de saber que espécie de semente ela é. Para dar esse fruto, a semente 
tem de ser lançada à terra fria; tem de bipartir-se para poder libertar a energia e a força 
nela existente. Depois germina e aparentemente apodrece para assimilar, e depois crescer, 
florescer, amadurecer, e enfim dar o fruto. 
Mas sem passar pelo estado nº 1, aparentemente apodrecendo e estragando, sem 
passar pelo estado nº 3, com toda a sua amargura e acidez, nunca chegará à doçura do nº 
4. 
 
Há então dois estudos a fazer; 
1 - A vida no homem. 
2 - O homem na vida. 
Na Psicologia, começamos geralmente pelo nº 2, pela observação do homem na vida, 
segundo a sua manifestação e assimilação. Na Astrologia começamos o estudo pelo nº 1: a 
vida no homem, a semente da energia cósmica nele e o fruto que poderá dar. 
Compreendemos então que todos os eventos bipartidos, azedos e amargos, são os 
fatos desse crescimento, e que pelo conhecimento podemos eliminar e amenizar a dor do 
crescer. 
O homem é o mecanismo que faz um instante cósmico não se desvanecer, 
eternizando-se, girando, irradiando nova luz. 
21 
E então compreendemos plenamente o Apóstolo Paulo, quando afirma na Carta aos 
Colossenses (Cap. I, verso 16): 
 
"Tudo foi criado por Ele, para Ele." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
II 
A mensagem universal de Leonardo da Vinci 
 
 
PERGUNTEI AO MEU MESTRE qual o significado do número 7, considerado e sempre 
mencionado como o número iniciático, tendo em vista o fato de que, na Astrologia, não 
encontramos sete, mas doze princípios básicos. 
Sua resposta foi: "Quantas linhas tens num horóscopo? Observa e medita sobre elas." 
Compreendi, então, que cada dois signos formam um eixo de energia: 
 
 
O sétimo é o círculo: 
 
Cada ponto é rodeado de um círculo, e a sétima linha é o círculo que reúne todos os 
eixos do horóscopo. Isto, para mim, quer dizer que os sete selos do livro da Sabedoria 
cairão no dia em que a humanidade encontrar novamente o equilíbrio que existe no 
universo, na vida e nela mesma, chegando à conscientização desses seis eixos. 
A primeira confirmação de que esse conhecimento da correspondência dos signos 
opostos é uma sabedoria da Antiguidade, me foi dada através das obras de Leonardo da 
Vinci. Diante do quadro da "Última Ceia", meu filho, colaborador de muitos anos, disse: 
23 
"Veja, tudo que me ensinastes está neste quadro!" foi como se me caíssem as vendas. 
Quantas vezes tinha olhado esse quadro sem nunca ter percebido que toda a interpretação 
da lei da harmonia entre os opostos ali estava, tal qual eu a vinha ensinando. 
 
 
 
Não há dúvida de que Da Vinci pintou todo o seu profundo conhecimento da 
Astrologia e da psicologia no quadro da "Ultima Ceia", dando à humanidade, no tempo em 
que a fé e a ciência se separavam, o testamento de todo o seu conhecimento oculto. 
Pouco depois foi também publicada uma pesquisa sobre a "Mona Lisa", onde se 
revelava o conhecimento de Leonardo sobre Astrologia, ao mostrar, cem anos antes de 
Galileu, as órbitas heliocêntricas dos planetas. 
Na maneira de distribuir linhas, luzes e dimensões, Leonardo da Vinci falou-nos, em 
seus quadros, não somente da arte, mas também do saber universal.Tudo no quadro da 
"Última Ceia" é simbologia, não somente da Astrologia, mas também da Numerologia. 
Existem várias interpretações de outros autores a respeito da Astrologia e dos doze 
apóstolos. Mas a ordem, a biotipologia, os gestos e as expressões como Da Vinci os pintou 
na "Ultima Ceia", mostram a mesma interpretação que eu tinha encontrado na observação 
das fisionomias, nos gestos e da vida das pessoas. 
As linhas diagonais no quadro da "Ultima Ceia" cruzam-se no coração de Cristo. O 
centro do círculo do arco da porta está na testa de Cristo, e isso expressa a luz do mundo, a 
unidade e a fonte de vida rodeada dos doze tipos humanos, sendo cada apóstolo um 
receptor das doze forças básicas originadas pela trindade da luz e seu espectro, que 
formam os doze polos e os seis eixos. 
Na Astrologia, usamos desenhar de (Áries) a (Peixes) da esquerda para a direita, 
enquanto que, na Astronomia, costuma-se desenhar no sentido contrário, da direita para a 
esquerda. 
Um horóscopo é o espelho do Universo e a ordem é contrária à que aparece no 
quadro. Leonardo usou a posição do Universo e da Astronomia, da direita para a esquerda 
de quem olha. São seis signos, de Áries a Virgo, à esquerda de Cristo, e seis à sua direita. A 
24 
ordem deles é a seguinte: 
 
 
 
 
 
 
Simão é o líder que usa a energia, a iniciativa, incentivando à decisão e à luta sentado 
à testa da mesa, impondo pelas suas mãos a diretiva a tomar. É Áries ou Carneiro, que 
mostra franco a sua personalidade combativa. a força da sua cabeça - a testa iluminada 
defendendo a verdade. Ação, coragem e consciência da própria vontade. É o "Eu Sou", o ser 
que age com o impulso do seu cérebro. E o defensor da força e da vontade. 
A cento e oitenta graus, oposto a Áries, está Libra, simboliza do por São João. É a 
harmonia, a justiça e, pelo semblante de São João, mostra-nos a beleza, aquele que medita 
e mede. Libra é o coordenador, o colaborador, simbolizado pelas mãos entrelaçadas, 
inclinando a cabeça para evitar o impacto da energia de Áries. Balança é aquele que 
considera o outro lado do Eu, o Tu. Áries é o homem; Balança é a humanidade. Áries é a 
independência e a verdade, Balança é a coletividade e a justiça. 
Quem é de Áries e gosta de usar a espada, vai, no decorrer da vida, aprender que não 
pode agir e lutar sem medir as consequências, e que a sua verdade e o seu impulso 
precisam da consideração e de medir o direito dos outros. Quem é de Balança não deve 
25 
sempre somente medir os direitos alheios sem impor os seus próprios. 
Áries impõe e deve aprender a ceder. Libra cede e deve aprender a impor e a agir. 
Toda ação de Áries torna-se luta e guerra quando não usa a Balança. Toda procura de 
harmonia e justiça da Balança torna-se desequilíbrio e aniquilação, quando não há energia 
e ação. 
Para os de Áries, há a palavra: "Sede mansos." E, para os de Balança: "Eu vos trago a 
espada." E o lutar pela beleza e para deter e manter a harmonia da vida. O eixo Aries-Libra 
significa o encontrar o equilíbrio recíproco entre a ação do Eu e o direito do Tu. 
O signo que está na sombra, oposto ao Sol, o que está na passividade do 
subconsciente, precisa ser iluminado e despertado para o amadurecimento e a auto-
realização. 
 
 
O cérebro (Áries) comanda e as glândulas (Touro) executam e realizam aglomerando a 
matéria. Touro é o signo da obediência, da fecundidade física, e Escorpião é o signo da 
autoridade, da organização, da força criadora e da química. 
Esses dois polos dependem um do outro, e Leonardo deu-lhes as figuras dos apóstolos 
Judas Tadeu e Iscariotes. Como no corpo humano glândulas e órgãos genitais são 
indispensáveis para a saúde e a realização criadora, é claro que são dois polos de um eixo 
que não pode ser quebrado. 
Leonardo iluminou o pescoço em Judas Tadeu, o cabelo rico, ondulado, o semblante 
atento, mas, ao mesmo tempo, o olhar desconfiado e ansioso, para ver de onde virá a 
picada. A mão ergue-se num gesto de aceitar o comando de Áries, de agradar, de obedecer 
para realizar. Da mesma forma, o corpo aceita e cresce, forma a matéria através do desejo. 
Mas quem não tem autoridade sobre os seus desejos e nas suas realizações, não procura 
uma organização consciente, e, tornando-se escravo da matéria, sucumbe e fracassa sob o 
peso dos jugos. 
Parece um absurdo quando digo a uma pessoa, que tem a boa vontade, o carinho, o 
esforço e a dedicação de Touro, que imponha a sua autoridade e tenha sangue-frio, mas se 
o faço é porque lhe falta a compreensão da energia que está simbolizada em Judas 
Iscariotes. Não adianta ter matéria que não seja utilizada e transmutada, não há Física sem 
Química e não pode haver Química sem haver matéria. 
Uma mãe do signo de Touro, dedicada, excessivamente carinhosa e desejosa de 
manter o filho para si, torna-se a mãe mártir, por não usar a sua autoridade para fazer 
desenvolver nele os talentos e predicados. É claro que ela precisa também ter sangue frio 
diante da dor e aprender a dominar os seus desejos. 
Dizem que, no Escorpião, a vibração desse eixo produz o ser que tem duas almas: a do 
bem e a do mal. 
Os taurinos querem o que realizaram e possuem o senso de conservar, com todo 
carinho e amor, o que desejam. Mas Escorpião contraria a matéria física e quer despertar 
as forças latentes, a vida oculta nessa matéria, para uma transformação e uma renovação. 
Escorpião é o signo da morte, da destruição da matéria para a transmutação e a 
26 
libertação do espírito. Quem chegar a compreender o Judas Iscariotes de Leonardo da 
Vinci, não chamará mais o Escorpião de "o pior signo", mas saberá a sua grande função 
dentro da engrenagem do zodíaco e da vida humana. 
Enquanto o Touro (Tadeu) aceita e executa com o gesto da mão, Escorpião (Judas 
Iscariotes) enfrenta e mostra a sua decisão batendo na mesa. Recuando para fixar e estudar 
o conjunto, está com o saquinho de dinheiro na mão: Judas Iscariotes era o organizador da 
comunidade dos apóstolos. Se deram a ele essa função, foi porque tinha a capacidade de 
administração. Ele foi o político, que, talvez, mais reconhecia o poder de Cristo, esperando 
ter nele o Messias, libertador de Israel. 
Como cirurgião (os Escorpiões são os melhores cirurgiões), esperava que Jesus, 
sempre meigo e pacífico, usasse seu poder divino para comandar a revolta do povo, no 
sentido de expulsar os romanos. Quando Jesus lhe mostrou que não usaria seu poder para 
a matéria, mas sim para a libertação do espírito, Judas, achando-se fracassado, aplicou o 
dardo em si mesmo, assim como faz o escorpião.* Mas sem Judas não teria havido a cruz e 
a prova de ressurreição que libertou a humanidade. 
* N. E. Expressão figurativa e tradicional. 
Dizem que Escorpião tem duas almas - a da destruição e a da transmutação e 
regeneração. O químico tem de ter essa energia e, decididamente, decompor ou 
desassociar uma substância para criar uma nova. 
Há dois exemplos do Escorpião nos seguidores de Jesus. Judas Iscariotes, que destrói 
para impor a sua vontade de domínio, usando a força e não a mansidão, e se destrói a si 
mesmo, e São Paulo, que, por sua iluminação, se transforma de fato no organizador da 
comunidade cristã. 
Se algum Escorpião te fere, sê consciente de que ele tem a finalidade de despertar 
alguma qualidade que mantinhas oculta e deixaste de manifestar. Mesmo a ferida é um 
bem para o teu despertar a que deves ser grato, assim como o és ao cirurgião que desperta 
nova vida em ti. 
Mas se tu és Escorpião, seja pela hora (posição da Terra), pelo mês (posição do Sol) ou 
pelo dia (posição da Lua), deves ter a consciência de que o êxito no que queres reformar e 
organizar está dependendo de teu auto-sacrifício, da tua mão mansa e do teu amor. 
Somente poderás domar pela dedicação, pelo carinho e pela tenacidade realizadora do 
Touro. Organiza somente o que tu mesmo possa realizar - com amor, sem raiva e sem ódio. 
Atualmente, nascem muitas crianças com influências predominantes do signodo 
Escorpião. Antes, tínhamos observado muitos nascimentos sob Aquário, que são, no 
momento, os precursores da nova era. Mais tarde, esses Escorpiões nascidos agora serão 
os reorganizadores da era que se iniciará por volta de 1990. Depende dos educadores de 
hoje fazer deles reorganizadores conscientes do seu poder, pela mão mansa e pelo amor 
humano, e não destruidores, pela raiva e pelo exagero na imposição da autoridade que os 
levará a destruírem-se a si mesmos. 
Mas, mesmo assim, lembramo-nos das palavras de Cristo a Judas, que Ele incentiva na 
sua missão: "Vai e faz o que tu tens de fazer." Que ele vá de Escorpião (o uso do poder 
próprio) a Touro (o conforto e amor do próximo). Judas Escariotes tem o saquinho de 
dinheiro na mão; ele se assegura no poder do dinheiro. Ensina e ele que a chave para esse 
poder está no amor e na dedicação. Lembra a ele a carta de São Paulo aos Corintos (cap. II, 
27 
verso 1 a 13): "Se eu tivesse toda a sabedoria e todos os poderes e não tivesse amor 
(carinho), tudo isto de nada me valeria." 
O Escorpião tem esse amor no seu subconsciente e é preciso não sufocá-lo, mas 
cultivá-lo para que resplandeça e construa. Mas o Escorpião não deve deixar que seus 
desejos o dominem, e sim saber tornar-se o senhor através da obediência; impor o jugo aos 
seus próprios desejos e saber dirigir com mão mansa. 
 
 
Gêmeos é a esquerda e a direita, o movimento da vida, a formação do intelecto pelo 
que assimila e se adapta, aprendendo no correr da vida. E o dom da palavra, o homem 
comunicativo, o advogado, o repórter, o escritor e todas as profissões que dependem do 
uso da palavra e da adaptação. 
Se tivéssemos dúvidas e achássemos que os gestos e as expressões no quadro de 
Leonardo da Vinci são casualidades ou somente frutos de "intuição" artística, diante das 
duas figuras de Gêmeos e Sagitário, a hipótese se transforma em admiração e certeza de 
um profundo ensinamento que ele transmite. 
São Mateus e São Pedro são Gêmeos e Sagitário, respectivamente. Gêmeos rege, no 
corpo humano, os braços e os pulmões, o que é dividido em dois. Sagitário rege as coxas e 
a circulação. 
O terceiro, na ordem dos apóstolos, é São Mateus, o repórter da vida de Cristo, o que 
viu e conviveu. No quadro, ele estende a cabeça em direção a Simão (Áries) e os braços em 
direção a Cristo, o que simboliza a dispersão do movimento para todos os lados, querendo 
falar para várias direções ao mesmo tempo. O rosto é absolutamente o biótipo esguio, 
correndo, falando, movimentando-se em direções opostas. 
O nono signo é Sagitário, simbolizado pelo centauro, expressando a lei da evolução na 
forma de animal humano em busca do alto. 
Sagitário representa a lei, o dogma, a religião e a filosofia, o pensamento fixo no alto, 
que Leonardo simbolizou na figura de São Pedro - aquele que fez o dogma e a Lei da Igreja. 
Com a faca na mão direita, representa também a fera, o animal que está no homem. A 
parte superior, inclinada sobre Judas, é o ser humano em busca de avançar para a frente, 
com o dedo apontado para o Divino. É o animal humano em busca do Divino. 
Quem é de Gêmeos precisa do polo oposto, Sagitário: não dispersar demais - firmar, 
fixar os pensamentos para um alvo. O próprio símbolo explica que as pessoas deste signo 
têm de procurar criar as paralelas, não dispersar o que aprendem com facilidade, mas 
pensar e criar a meta e o alvo a atingir. 
Já quem é Sagitário somente atinge o alvo pelos movimentos da vida. Chamamos 
Sagitário o signo da sinfonia inacabada. Seus ideais são altos, morais e elevados, mas as 
quedas para trás, as mudanças e aprendizagens da vida o fazem encontrar a meta - que 
esperava ao longe, no alto - dentro de si mesmo. Assim, o entusiasta dogmático e defensor 
da lei, torna-se o filósofo realizado na sua vida interna, mudando as leis conforme o seu 
crescer. 
Gêmeos é a 'inteligência; Sagitário é a força espiritual empolgante. Uma sem a outra 
inclina-se a erros. 
28 
 
 
A sensibilidade e a visão do amanhã, e a conservação emocional do ontem, os antigos 
simbolizaram no Caranguejo, com seus passos para frente e para trás, representando a fé e 
a gratidão. 
Capricórnio, a cabra montanhesa é a expressão da segurança e da prudência Da 
concentração e da capacidade de subir pelo passo de hoje. É a razão, a confiança e o 
raciocínio. 
Quem olhar e procurar a correspondência entre as expressões de Felipe e André, verá 
que Felipe é o encantado pela fé, pela visão em Cristo, e que ele conserva essa visão, 
interiorizando-a pelos gestos das mãos, que fazem o sinal que representa o signo de 
Câncer. 
Fisicamente, o rosto cheio e as mãos fofas de Felipe estão em contraste com as mãos 
secas, as juntas e os ossos salientes de André. As mãos de Felipe expressam o "vem a mim"; 
as de André expressam o "longe de mim", o homem assustado pelo dever, pelo senso de 
responsabilidade e pela preocupação de ter calculado, raciocinado com certeza. 
A figura de André representa a confiança no hoje. Mas o amanhã, o ontem e o hoje 
não podem ser separados: são os dois polos do eixo do eterno presente. 
Se és Câncer, com toda a sua fé, sensibilidade e emotividade, olha a figura de André, e 
acharás a chave para o equilíbrio da vida: a confiança nos teus próprios pés. Usa a tua visão 
e fé no passo de cada dia, por mais duro que pareça, realizando assim a tua esperança. 
Se és Capricórnio, olha a figura de Felipe. Teu caminho da razão e do raciocínio será 
menos duro e suavizado pela fé e pela certeza de que amanhã será o hoje, e de que teu 
caminho será sempre tão seguro como hoje. 
Aplico a estes dois signos a fábula de La Fontaine, da cigarra e da formiga. Câncer é a 
cigarra e Capricórnio é a formiga. A cigarra cumpre sua missão cantando, e a formiga, 
trabalhando. Mas também aplico a versão de Monteiro Lobato, onde a formiga convida a 
cigarra para ensiná-la a cantar e dançar. É então preciso saber cantar trabalhando e 
trabalhar cantando. 
 
 
Há discussões sobre qual dos dois apóstolos pintados por Leonardo seja o Tiago Maior 
ou Menor. O fato é que, para Leonardo, os dois formam um só eixo: o da atração e 
irradiação. 
Leão significa o Rei, o centro e o governo, o que exerce o seu magnetismo e disciplina 
sobre os vassalos. Leão e Aquário são símbolos de um fenômeno que acontece não 
somente no nosso sistema solar, como também em nosso próprio corpo. 
Leão é a atração Aquário é a irradiação. Leão é o coração e Aquário são as veias e a 
coluna vertebral. Se o constante pulsionar entre estes dois polos, atraindo e irradiando, 
falhar, então não haverá vida. Se, num dia de muito sol, a umidade da Terra é atraída para 
a atmosfera, formando a bruma, esta bruma atrai os raios cósmicos e forma a tempestade. 
A tempestade é que vai irradiar, devolver para a Terra o que dela foi atraído em excesso. A 
29 
tempestade sacode os velhos galhos para dar lugar aos novos brotos 
Daí temos, para o signo de Leão, o símbolo do fenômeno da força solar atrativa e, para 
o de Aquário, aquele que rega a terra para crescer a planta, o do aguadeiro. E a eletricidade 
cósmica, as ondas ou raios da tempestade. 
Ambos são indispensáveis no equilíbrio do criar da vida. 
Tiago Menor significa o mais jovem na idade e acho por isso certo que seja Leão, 
simbolizando o bater regular do coração. Aquário é o Maior: maior na experiência feita, 
que sempre tem de ser renovada. 
Leonardo da Vinci dá ao gesto de Tiago Menor, com os braços abertos, a significação 
de que o Leão atinge tudo o que está em seu redor, mas que ele visa o seu próprio coração, 
o ponto central. Esse gesto dá a entender que ninguém pode duvidar de sua lealdade, da 
confiança em seu próprio poder e força, da sua alegria de vida e disciplina. Podemos 
observar isto na vida, pois as pessoas de Leão sempre alcançam postos de direção e 
tornam-se centros de atenção. 
Oposto ao Tiago Menor, símbolo do sistema solar, está a penúltima figura, o Tiago 
Maior, o irmão de maior idade,a eletricidade cósmica, a irradiação, o raio da tempestade 
que não pode ser detido. E a liberdade. 
Mas o Sol não brilha somente porque exige e atrai: seu brilho vem do dar e irradiar. 
Quando as duas energias estão divididas no ser humano, causam muitos conflitos. 
Nesta transição do fim do segundo milênio para o terceiro, é preciso meditar muito 
sobre o significado desta dualidade, pois não haverá a felicidade enquanto o despertar da 
consciência cósmica, da liberdade e da fraternidade não for equilibrada com a chama, com 
o poder do coração e a disciplina. 
Leonardo deixou a sua compreensão de Aquário registrada no Tiago Maior, que 
visualiza toda a mesa, encostado em Peixes. 
Ele tem a sua experiência, forma a sua ideia própria, mas a sua mão nas costas de São 
Pedro (veja Sagitário) pergunta: "Meu irmão, o que tu achas?" 
A vontade da tempestade, de sacudir e renovar para encontrar o progresso tem seu 
limite na lei da ordem e da evolução. Ela não poderá sacudir as raízes (Saturno) da 
experiência, para não destruir a vida. 
As pessoas de Aquário são as pioneiras, precursoras do futuro; têm suas 
originalidades, sua liberdade de agir; são isentas de preconceitos, dinâmicas, decididas e 
altruístas; são fraternas, prontas a dar, embora muitas vezes sejam introvertidas, 
pessimistas ou neurastênicas, porque a falta do aspecto "Leão" lhe dá a incerteza do êxito, 
a falta de confiança no próprio poder, o que as faz hesitar e irritar-se. 
A mão estendida, a pergunta a Pedro, expressa essa inquietude aquariana. Primeiro, 
eles perguntam, mas depois, de repente, agem conforme o seu próprio impulso. 
Ao aquariano devemos alertar: "Olha para Tiago Menor. A consciência do poder e da 
força estão nele. És rei, mas para seres rei tens de disciplinar a tua liberdade". 
A mão apoiada em Pedro quer dizer que será justo o que estiver dentro da lei da 
evolução. Mas tens que ter o senso da responsabilidade e a consciência de arcar com as 
consequências de teu desejo de ser o primeiro ou o pioneiro. Cultiva a alegria de vida e o 
Sol, a certeza de brilhar! 
Como é grande a mensagem que Leonardo dá para nossa época, na entrada da Era de 
30 
Aquário, no momento em que o homem, na busca do espaço cósmico externo e da 
consciência do espaço interno, precisa compreender a lei universal dos opostos: não há Sol 
sem tempestade, e vice-versa. Não há liberdade sem disciplina. 
Ao homem de Leão, devemos apontar Tiago Maior, e fazer compreender que ele não 
poderá ser rei amado sem descer do trono, sem ser servidor do seu povo, sem dar 
liberdade na justa medida. E, ao de Aquário, dizer que veja Tiago Menor, para que a 
esperança do êxito seja a certeza do Sol em seu próprio coração. 
 
 
Sentado à direita de Jesus e João, está Tomé, que é Virgo, a procura da sabedoria. No 
fim da mesa está Bartolomeu, que ocupa a posição de Peixes. 
Na ordem do zodíaco, Virgem-Peixes é o 6º eixo. Virgo é a natureza em constante 
movimento, e Peixes simboliza a calma, é onde a serpente morde a própria cauda, 
mostrando que, no círculo, não há princípio nem fim, somente o ponto central ilimitado. 
Virgo é a variação da forma, a vida manifestada: Peixes é a síntese da essência da vida. 
Virgo é o observar, girar e aperfeiçoar; Peixes é o radar, o sentir a perfeição. 
Chegamos ao momento onde não há palavras para explicar tudo o que sentimos, mas 
somente símbolos, e por isso deixamos somente Leonardo falar - o grande herege de 
ontem, que possuía a fé de hoje. 
De um lado, Tomé, a ansiedade e a inquietação em seu rosto, na procura de querer 
aprender mais de acordo com o que vê, analisando a minúcia dos defeitos. Até diante de 
Cristo ele levanta o dedo, querendo averiguar e constatar. Aponta e critica o pequeno erro 
com a ponta do dedo, colocado diante dos seus próprios olhos. 
Bartolomeu, no polo oposto, tem seus pés situados na luz (Peixes rege os pés no corpo 
humano). Sua compreensão da calma, da visão ampla por cima de toda a balbúrdia da 
mesa, procurando sentir, imaginar, penetrar pacificamente na razão de tudo e de todos. 
Afasta-se da dor e da ansiedade do presente, situando-se na luz. 
Se tu és Virgo, seja pela hora ou pelo dia, vê a luz nos pés de Bartolomeu e lembra-te 
de uma prece: "Senhor, não deixes que eu critique meu irmão sem andar sete dias nas 
sandálias dele." Lembra-te de nunca julgar ou inquietar-te pela aparente imperfeição, mas 
procura sentir a razão oculta de tudo o que te parece errado, e observe sempre com amor. 
Deves até compreender com amor os erros, porque da aparente imperfeição vem a dor e a 
busca da perfeição, girando, crescendo e evoluindo. Tu és um ansioso reformador, mas 
somente terás êxito através da calma. A Terra gira calmamente, e mesmo que algo te 
enerve, lembra-te das palavras de Galileu: "Eppur si muove!" Não adianta forçar: tudo o 
que procuras ansiosamente ensinar, um dia chegará. Essa calma te dará toda a força na 
realização. Não te pertubes, enerves ou inquietes pelas pequenas coisas. Visa as grandes 
causas, com amor global e universal; o teu saber será a verdadeira sabedoria. 
Peixes: deves aprender que não poderás fugir para o céu da tua visão e imaginação. Se 
estás com os pés na Terra, embora sintas a grande saudade, a nostalgia da paz e do amor 
universal, é aqui que deverás obrar, girar e aceitar o que fere a tua sensibilidade. É no 
trabalho, na colaboração para o aperfeiçoamento, na aceitação da variação das pequenas 
coisas que a tua força de sentir e a tua capacidade de perdoar podem te dar e te fazer dar a 
31 
paz. 
Antigamente, o quadro de Leonardo da Vinci estava em cada sala de refeição, com os 
rostos virados para a porta, "para o pão entrar em casa". Hoje em dia, o quadro 
desapareceu das salas. 
Mas deveria estar em toda parte onde procuramos educar, receber o alimento das 
nossas forças espirituais, virado para a porta da alma, para enxergarmos nele as forças e as 
belezas que estão dentro de nós, e compreender que tudo o que buscamos, nós temos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
III 
Os planetas e as casas 
 
CADA PLANO OU SIGNO tem um planeta de vibração idêntica, que por isto é chamado 
seu planeta regente. Se comparamos a essência da vida, que estudamos pelo espectro, a 
um átomo, os planetas são os elétrons que, girando, produzem a variação das formas. 
Para o signo de Áries o regente é o planeta Marte; para Touro é Vênus; para Gêmeos, 
é Mercúrio; para Câncer, é a Lua; para Leão, é o Sol; para Virgem, Mercúrio; para Libra, 
Vênus (estes dois últimos signos são regidos pelos mesmos planetas que regem Gêmeos e 
Touro, respectivamente); para Escorpião, é Plutão; para Sagitário, Júpiter; para Capricórnio, 
Saturno; para Aquário, Urano (antes regido por Saturno); e para Peixes, Netuno (antes 
regido por Júpiter). 
Para sentirmos de fato a maneira pela qual os planetas agem sobre a Terra, fiz um 
esquema que deve ser utilizado durante a leitura deste capítulo,e que se encontra no final 
do livro (pág. 41). 
Sendo o astro central, o Sol é o que dá a vida, o que irradia, governa e exerce a 
disciplina sobre todo o sistema solar. (Ao desenharmos um horóscopo, só não tomamos o 
Sol como centro porque é a vibração projetada para a Terra que calculamos.) O Sol irradia 
para os planetas e eles transmitem a luz solar, junto com a própria vibração de cada um 
para a Terra. 
No início, cerca de dois bilhões de anos atrás, a Terra rodeou-se de uma camada de 
nuvens vulcânicas que impediam que a luz e as vibrações irradiadas pelo Sol e pelos 
planetas chegassem até aqui; a luz e as vibrações eram assim repelidas para o espaço. 
Fenômeno semelhante temiam os cientistas que acontecesse com os astronautas quando 
regressassem à Terra; podia ser que não conseguissem penetrar na atmosfera terrestre e 
fossem repelidos pelos cinturões magnéticos, perdendo-se para sempre no cosmos.* 
* Essa camada protetora em volta da Terra é conhecida como Cinturão de Van AllenEste fato ocorre com a maioria das vibrações cósmicas que não conseguem chegar à 
33 
Terra. Entretanto, a Lua, que não tem esta atmosfera, é o satélite que absorve e transmite 
toda a irradiação do Sol e dos planetas para a Terra, influenciando a vida para o 
crescimento. Em contrapartida, quando a Lua está minguante, o magnetismo e a gravidade 
da Terra fazem desenvolver as raízes, isto é, atraem a vida para o centro da Terra. Quando 
a Lua sobe no horizonte: sobem as águas, e quando ela desce no horizonte*, as águas se 
recolhem, dando-nos as marés dos nossos oceanos e mares. 
* N. E.: Leia-se quadratura. . 
Quando então, há cerca de dois bilhões de anos as densas nuvens vulcânicas se 
tomaram suficientemente rarefeitas a Lua conseguiu enviar até a superfície da Terra os 
raios e vibrações próprias, as recebidas do Sol e as dos planetas. Estas vibrações e energias 
cósmicas, refletidas pela Lua, desenvolveram na água a vida orgânica, criando a primeira 
célula, a primeira matéria viva pelo intercâmbio do Sol, da Lua e da Terra. Fecundou-se 
então a vida, a partir dessa primeira célula orgânica, desenvolvendo-se até atingir a 
maravilhosa organização de células que é o ser humano. 
 
 
 
Vamos estudar agora o esquema da influências do Sol, da Lua e dos planetas sobre a 
Terra; neste esquema estão todos os planetas com seus nomes, além da Terra; primeiro os 
cinco planetas visíveis que são: Mercúrio ( ), Vênus ( ), Marte ( ), Júpiter ( ) e 
Saturno ( ). Estes cinco planetas agem sobre os nossos cinco sentidos no plano concreto. 
Para além, estão os planetas invisíveis, que só vemos com telescópios, que são Urano ( ), 
Netuno ( ) e Plutão ( ), e que agem no plano abstrato. 
 
 
 
A sucessão apresentada no esquema é a mesma das órbitas dos planetas, na ordem do 
seu afastamento do Sol - de Mercúrio, o mais próximo, até Plutão, o mais afastado. 
Provavelmente, já estão se aproximando, já estão sendo descobertos os dois que faltam 
para que tenhamos para cada signo um astro. (Alguns autores referem-se a esses dois 
planetas como sendo Vulcano, simbolizado por um homem com o pé rachado, e que será 
34 
regente do signo de Virgo, e Vesta, doadora de Luz, que será regente de Libra ou Balança.) 
Nosso esquema está dividido em três colunas, além da coluna dos astros: a primeira 
coluna demonstra o crescimento da vida exemplificada no crescimento das plantas; a 
segunda, as energias desenvolvidas por esse crescimento; e a terceira demonstra o 
crescimento do homem. 
 
O primeiro plano: Mercúrio 
 
A primeira reação da célula é movimentar-se para dividir-se e multIplIcar-se; temos, 
então, o plano de Mercúrio, o primeiro plano, no qual a célula, após se multiplicar, assimila 
o que está em redor e procura se adaptar ao seu meio ambiente. Daí compreendemos que 
Mercúrio é o planeta que rege todos os movimentos (inclusive o comércio). Uma vez 
organizadas as células num ser humano, na criança, sua primeira reação é movimentar-se, 
interessar-se pelo que se passa ao seu redor assimilando o que esta a sua volta, ela 
desenvolve sua inteligência e aprende a ver, ouvir, falar e caminhar. Tudo isto está no plano 
de Mercúrio. 
 
O segundo plano: Vênus 
 
No plano de Vênus a natureza trata do embelezamento da espécie, porque os dois 
lados que se dividiram devem novamente unir-ser-se, para que haja o desejo, a tentação 
da aproximação, é necessário este florescer, embelezar, para que se concretize a união, a 
harmonia, o amor, a arte. 
A segunda reação do homem é sentir, desejar, amar, gostar, querer o conforto, a 
satisfação. A segunda coisa que a criança deseja ou desenvolve é a procura da satisfação 
de seus sentido, o querer mamar, e daí vem, em geral, na vida humana, tudo o que rege os 
nossos desejos, nosso sentir, a procura do nosso conforto, o embelezamento, a arte, o 
gozar e gostar. 
 
O terceiro plano: Marte 
 
Depois da união dos seres, forma-se a energia. Depois que a planta cresceu, ela dá um 
35 
impulso para cima, para crescer. Ela desenvolve força, e luta para crescer para chegar 
primeiro que as outras à luz, ao Sol. Isto é o planeta Marte: esta luta para chegar primeiro 
ao Sol, esta energia, iniciativa, ação, força de vontade, a procura de ser independente, a 
vontade de crescer, a decisão. 
E o homem, no terceiro plano, vai ter de se desenvolver. A partir do conviver, do 
apreender através daquilo que assimila do meio ambiente ( ), ele desenvolve os seus 
sentidos e desejos ( ), para, então, entrar em luta e ação ( ), para alcançar um lugar ao 
Sol, enfrentando, competindo, até vencer e alcançar a sua independência. 
 
O quarto plano: Júpiter 
 
Depois que a planta cresceu, e conforme tenha crescido, vai ter o seu merecimento, 
vai desenvolver os frutos. O quarto plano após a Lua e a Terra é o desenvolver dos frutos. O 
fruto é a proteção da vida para que a semente possa se desenvolver com saúde, sem ser 
ferida, conseguindo o amadurecimento natural no tempo e no ritmo certos, aos poucos. O 
fruto é a justiça, o merecimento, e no ser humano Júpiter será aquele que produz haveres; 
conforme o homem tenha agido, ele vai receber os seus haveres, sua fortuna, sua fartura, 
sua colheita dos valores, o crédito, o sucesso, o desenvolvimento dos seus talentos e das 
suas capacidades, porque a fortuna não é somente representada por bens materiais, mas 
também pelas realizações em todos os campos, por tudo o que se obtém como fruto. (Por 
exemplo, conheço gente muito pobre que tem Júpiter na décima-primeira casa, e cuja 
riqueza é representada pelas amizades e esperanças.) 
 
O quinto plano: Saturno 
 
Após o amadurecimento do fruto, a planta desenvolve a vontade de perpetuação, de 
prosseguir na vida, e, para poder crescer, ela se abnega, se despe de tudo o que é 
desnecessário. Nesta abnegação, a planta deixa cair as folhas, os frutos e os galhos verdes, 
ficando somente com o tronco, a raiz e as sementes, os elementos essenciais para poder 
perpetuar, para poder continuar, para ter segurança a fim de penetrar numa nova fase de 
evolução. No caso do ser humano, depois de adquirir os haveres, dos haveres advêm os 
deveres e as responsabilidades, o dever de deixar bases seguras para o futuro. Então vem a 
razão, o raciocínio, a economia, o senso de responsabilidade, o aproveitar das experiências 
feitas, dando ao homem o saber, o firmar, o aprofundar, o construir para deixar bases 
firmes e raízes seguras para o futuro. Então compreendemos o planeta Saturno, que é 
36 
representado por uma cruz (+) e uma âncora ( ), ( ), a cruz simbolizando o sacrifício, a 
abnegação, e a âncora simbolizando o lançar bases e raízes para o futuro. 
 
O sexto plano: Urano 
 
Até O quinto plano, estudamos os planetas visíveis que agem sobre a parte concreta 
da natureza. 
Ao desenvolver este assunto, chegando a este ponto, não sabia como continuar, pois 
compreender o plano abstrato era bem mais difícil, e esbarrei em Urano, o primeiro dos 
planetas abstratos. Qual seria mesmo a sua influência sobre a natureza? Depois de muita 
meditação, num determinado amanhecer, levantei-me às quatro horas e fui para a sala de 
estudos, onde havia, sobre uma mesa, uma folhagem com algumas sementes na casca. 
Raciocinando, julgava que o símbolo com o "H" de Herschel - o descobridor desse planeta - 
( ) não era o mais indicado para representar Urano; que o círculo com um ponto central (
), representando a vida interna ,encimado por uma seta vertical, representando a força 
impulsiva ( ), era o símbolo que melhor expressava a maneira de ser de Urano, que é 
aquele dinamismo para subir verticalmente, diferindo de Marte que é a energia dirigida 
para um alvo ( ). A esta altura de meu raciocínio, no momento em que, desenhando, 
levantei a flecha vertical que indicava a força impulsiva, uma semente da folhagem rompeu 
a casca ou castanha, num estalido característico (clac!), saltando para o outro lado da mesa. 
Este fenômeno natural, oportuno e místico, levou-me a compreendera vibração e a 
influência de Urano, dando a sequencia a meu raciocínio. Donde compreendi que Urano é a 
força dinâmica da natureza que não quer que a semente crua sobre a mesma raiz (o que 
conduziria ao refinamento e à degeneração das espécies), mas quer que ela pule para 
longe, quer o progresso. Do dever e do saber ( ) que levamos mais adante, nascem a 
ciência e o progresso: Urano, que é o planeta da liberdade, do impulso, da originalidade, da 
invenção e da inspiração, renova levando adiante as energias geradas na natureza de uma 
maneira impulsiva. 
 
O sétimo plano: Netuno 
 
Depois que a semente, impulsionada por Urano, se afasta de suas raízes, entrando no 
plano de Netuno, precisa absorver água. Netuno representa a água: é o absorver de fluídos, 
de forças. E o planeta das faculdades psíquicas. Conforme o ser humano absorve do meio 
ambiente, forma-se o seu estado psíquico: esclarecido, intoxicado ou envenenado. O ser 
humano que se encontra no mar contempla o universo e começa a sonhar com mundos 
melhores; desenvolve a fé, a intuição, o misticismo. Vem a visão, a intuição, a imaginação 
37 
de outros mundos. O mar reflete o céu, e a igualdade, a uniformidade e harmonia de suas 
gotinhas é para o ser humano um símbolo de igualdade dos homens. Meditando sobre o 
mar, ele chega a compreender a fraternidade, o amor universal, desenvolvendo daí a 
caridade, a iniciação, o esclarecimento e todo o misticismo. 
 
O oitavo plano: Plutão 
 
Após a semente ter ficado impregnada de água, pela ação de Netuno, passa para o 
plano de Plutão, que é vulcão. O vulcão abre a terra para jogar as forças radiativas internas 
para fora, e a semente faz a mesma coisa: tem de se abrir para libertar o poder, a força 
criadora que está armazenada dentro dela. Desabrochando as forças latentes, vai 
manifestar-se a consciência, que é o fogo universal interno, o fogo sagrado manifestando as 
suas capacidades e os seus talentos. O ser humano vai então conscientizar-se, procurar 
organizar, criar, redimir, regenerar, curar, transmutar e renascer, como renasce a plantinha 
através da semente. 
 
Evolução e educação 
 
Como vimos no início, os cinco primeiros planetas agem sobre os cinco sentidos que 
captam o concreto, o visível, e os três últimos - Urano, Netuno e Plutão - agem sobre os 
sentidos que captam o abstrato, o invisível, desenvolvendo a inspiração, a intuição e a 
consciência. 
Se uma criança perde um dos sentidos regidos por Mercúrio - o ver, ouvir, falar, 
caminhar - , ela automaticamente vai desenvolver a inspiração, a intuição. Esta é a razão 
por que, creio eu, no momento nascem tantas crianças excepcionais: não se trata de 
decadência ou de doença como muitas vezes se pensa: não se vê a razão disso, mas julgo 
que o fato é provocado pelo início da Era de Aquário, que faz com que a criança perca um 
dos sentidos para desenvolver o "sexto" sentido e obrigar também os pais a se 
desenvolverem, para poderem lidar com essa criança. 
Desde a Antiguidade até as gerações de meados de nosso século, a educação começa 
por aquilo que era assimilado do meio ambiente, conforme o chão batido ou o tapete onde 
o homem era criado, formando daí seu intelecto, sua inteligência, seu apreender, para 
depois alcançar as lutas, os haveres e no fim os deveres: e o ser humano imaginava o 
abstrato como aquilo que tinha visto em pequeno: o pai que tudo lhe dava. Através dessa 
sensibilidade que ele desenvolvia, do apreender chegava a voltar para trás, ao entender. 
Porém, desde o ano de 1943, aproximadamente, até agora e até o ano 2000, os três 
planetas abstratos - Urano, Netuno e Plutão - estão em uma posição tão forte que as novas 
gerações desenvolvem o intelecto e a inteligência em sentido contrário: o que elas não 
captam, não veem, é o Plano de Mercúrio; o primeiro plano, para elas, já são os planos 
38 
abstratos. A criança que nasce hoje tem desde pequena uma consciência e já mostra saber 
aquilo que quer. Essa posição dos três planetas abstratos produz a arte abstrata; produz a 
ficção científica: ninguém mais lê romances de histórias "normais", mas sim as de ficção 
científica; produz o desenvolvimento da parapsicologia; produz todo o interesse por uma 
nova compreensão do mundo abstrato. A busca do espaço mostra que de fato esses três 
planetas, nos últimos tempos, imprimiram um impulso tão forte que na formação do 
indivíduo surgem em primeiro lugar esses três planos, fazendo com que as novas gerações 
comecem com Plutão, que é o desabrochar daquilo que sentem dentro de si; com Netuno, 
sonham com mundos melhores e, segundo estejam esclarecidas ou não esclarecidas 
(intoxicadas), elas procuram criar um mundo novo de uma maneira fictícia, imaginária, 
utilizando para isso os tóxicos e querem ser livres antes mesmo de terem sido presas. 
Vem então o plano de Saturno, que as novas gerações vão desenvolver em primeiro 
lugar na área dos sentidos que captam o concreto; enquanto as velhas gerações 
desenvolveram primeiro o desejo do luxo (Vênus), do conforto e do bem-estar, as novas 
gerações, em primeiro lugar, não querem nada de desnecessário, mas sim a simplicidade, a 
frugalidade, a razão, o raciocínio; abnegadas, elas querem o austero, para depois então 
começarem a desenvolver o sentido da responsabilidade. Como não copiaram das velhas 
gerações, os que vêm em sentido inverso (do abstrato para o concreto) não têm senso de 
responsabilidade, não querem deveres porque partem da liberdade, porém as 
necessidades e as lutas pela vida vão ensiná-los aos poucos e os levarão para o concreto, 
para a realidade, e quando chegarem ao plano de Saturno, vão aprender a não querer 
gozar do luxo, a encarar as necessidades e as responsabilidades da vida. Por isso seria um 
erro absoluto ensinar a essas gerações pela sucessão natural do esquema, uma vez que seu 
desenvolvimento natural vem pela sucessão inversa, isto é, de Plutão para Mercúrio. 
Depois do desenvolvimento da responsabilidade é que vem o desenvolvimento dos 
frutos, dos haveres, os resultados, os talentos, as capacidades e realizações: o plano de 
Júpiter. 
Uma das mais bonitas maneiras de explicar este caminho das novas e futuras 
gerações é esta pois elas vêm sem o desejo de copiar o que as gerações anteriores faziam. 
Enquanto as gerações de até os meados do século XX procuravam aprender copiando, as 
novas, instintivamente, não querem copiar, porque o mundo está em fase de transição e 
elas têm de chegar a uma outra concepção, a uma outra transformação. Essas novas 
gerações vão fazer o caminho evolutivo que está muito bem ilustrado no filme "Irmão Sol, 
Irmã Lua". São Francisco de Assis é chamado "o homem do Terceiro Milênio". No princípio, 
no primeiro plano, com Plutão, é o desabrochar, o despertar da consciência; no segundo 
plano, com Netuno, é o querer igualar, a caridade que ele tem para com os empregados do 
pai; no terceiro plano (Urano), ele se despe de tudo e corre livre pelos campos; no quarto 
plano, com Saturno, ele se junta aos confrades e constrói um mosteiro, pedra por pedra, 
todos vestidos de preto; no quinto plano, com Júpiter, o povo vem lhes trazer os frutos; no 
sexto plano, com Marte, é a luta, quando o bispo lhe queima o mosteiro; no sétimo plano, 
com Vênus, Santa Clara vem cooperar; e no fim vem o oitavo plano com Mercúrio, quando 
São Francisco vai ao Papa e pede: - "Meu pai, ensina-me; explica-me." 
Por isso, a única maneira de educar as novas gerações é pelo exemplo: não querendo 
que, neste período de transição da humanidade, elas nos copiem, mas deixando que, após 
39 
terem lutado e buscado, elas venham a reconhecer o que era correto no exemplo dos pais e 
se lembrem: "Bem que meus pais diziam." 
 
Sol, Lua, Meio-Céu e Ascendente 
 
Já estudamos no esquema a influência dos oito planetas, de Mercúrio a Plutão. Vamos 
agora estudar a matéria viva, representada pelo Sol, pela Terra, pela Lua e pelo Meio-Céu 
(M.C.). 
Meio-Céu. O meio-céu é o ponto culminante daquela energia que vem

Outros materiais