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Bruna Oliveira – 144 Aula de Fernanda 2021.1 Tromboembolismo Venoso Se o edema for bilateral, provavelmente não é TVP Principais exames de triagem: USG com doppler e D-dímero. Se o D-dímero vier negativo, exclui a hipótese de TVP. Diante de uma HD muito forte, está indicada iniciar a anticoagulação mesmo antes do resultado dos exames complementares Pode ocorrer em veias de qualquer localização (MMSS, cava, ilíacas, cervicais, viscerais, SNC, etc) Tromboflebite superficial (quando acontece no sistema venoso superficial) e embolia pulmonar (TEP) Embolia pulmonar Migração de um êmbolo (trombo) do sistema venoso para a a. pulmonar e/ou seus ramos Manifestações clínicas cardiopulmonares Epidemiologia: • Afecção pulmonar mais comum em pacientes hospitalizados • Alta mortalidade • Frequentemente acompanha TVP (90% dos casos) • Nem sempre precisa ter o sinal clínico de TVP para que embolize. Pode haver também TVP sintomática, sem sintomatologia de TEP, mas já tendo embolos lá → 75% dos pacientes com TEP ou TVP apresentam evidências de distúrbios nas duas localizações Fisiopatologia Tríade de Virchow: • Lesão endotelial • Estase venosa • Hipercoagubilidade Fatores de risco: • Adquiridos (não consegue mudar): o > 40 anos o Doença maligna o TEV prévio o Ac antifosfolipideos • Transitórios (quando retira, as chances de ter TVP caem muito) o Cirurgia recente (> 30-45min) o Traumas o Gravidez/ puerpério o Uso de estrogênios (AC e TRH) o Imobilidade prolongada • Tabagismo • Sedentarismo • Obesidade • Abortamentos • Infecção / sepse • Varizes de MMII (FR quando somado a outros fatores) • Cateteres intravenosos • Cardiopatias (ICC) • Hiper-homocisteneínemia (é uma trombofilia adquirida) • Trombofilias hereditárias / adquiridas o Def. de antitrombina III o Def, de proteína C o Def. de proteína S o Resistência a prot. C ativada (fator V de Leiden) -> mais prevalente o Mutação da protrombina (G20210A) o Disfibrinogenemias o Doenças mieloproliferativas/neoplasias o Síndrome do Ac antifosfoliideo (SAF) o Quando pesquisar? ▪ TEV espontâneo (inexplicado) ▪ História familiar + ▪ Caráter recorrente ▪ TEV em paciente com < 40 anos ▪ TVP em sítios incomuns Trombose venosa profunda Mais comum nas veias dos MMII = TVP Formação de um trombo em uma veia do sistema venoso profundo. Na grande maioria dos casos, é unilateral Muito comum nas veias gastrocnêmias e soleares Quadro varia de acordo com a localização e extensão do trombo. Epidemiologia: • Altas incidência e prevalência (ambos os sexos) • Alta morbimortalidade (evolução para TEP) • Frequentemente é uma complicação de outras doenças Quadro Clínico Sinais e sintomas: • Edema ASSIMÉTRICO • Empastamento • Dor (persistente em 50% dos pacientes) • Dilatação do sistema venoso superficial • Sinal de Homans (dor a dorsiflexão do pé) e Sinal de Olow (dor a palpação da panturrilha. Não são patognomônicos, mas ajudam no diagnostico. Formas clínicas: • Assintomática • Sintomática • Flegmásia o Além do comprometimento venoso, há comprometimento do sistema arterial (isquemia) Bruna Oliveira – 144 Aula de Fernanda 2021.1 o Hipóteses: Devido ao aumento da pressão e do edema, há uma compressão dos sistema arterial ou pode ser um espasmo arterial reflexo ou falta de perfusão devido a falta do retorno venoso o Quadro: ▪ Acomete segmento ilíacofemoral (TVP muito extensa) ▪ Sinais e sintomas de isquemia (a dor é muito pior) ▪ Alba dolens → palidez ▪ Cerúlea dolens → cianose e/ou gangrena o Há risco de perder o membro o Muito raro Diagnóstico Suspeita clínca – 20 a 40% negativsos Estratificação de risco/probabilidade pré-teste: • Racionalização dos exames complementares • Anticoagulação empírica • Wells (TEP e TVP) o Baixa < 0 o Moderada entre 1 e 2 o Alta > 2 o Para TEP: • Genebra (quando tem disponibilidade de exames complementares). Só usa para TEP o Genebra completo envolve gaso e rx. O modificado envolve apenas a clínica Nos casos de alta probabilidade e não tem Ecodopler, pode começar a anticoagulação; Exames complementares: • Ecodoppler venoso o Não invasivo o Alta sensibilidade e alta especificidade o Exames de escolha (MMII, MMSS e cervical) o Se não colaba a veia, é porque tem trombo • Flebografia o Padrão ouro o o Invasivo o Usa contraste iodado Bruna Oliveira – 144 Aula de Fernanda 2021.1 o Esclarecer dúvidas do ecodoppler venoso o Possibilidade terapêutica (trombólise) • Angio-ressonância o Não invasivo o Não utiliza iodo o Alta sensibilidade e especificidade o Alto custo o Lugares mais atípicos → cava e ilíacas internas, SNC • D-dímero o Muito sensível, pouco específico o Alto VPN Diagnóstico Diferencial de Edema • Insuficiência venosa • Cisto de Baker: cisto sinovial na art. Do joelho. Se romper, o líquido escorre pela musculatura. • Infecções (celulite, linfangite, erisipela) • Linfedema / obstrução linfática (não dói e é crônico) • Traumas • Sd. Da pedrada: rutura das fibras musculares da panturrilha causada por esforço físico. História muito bem definida. Edema bilateral: • Redução da pressão oncótica: o Desnutrição o Insuficiência hepática o Sd. Nefrótica o Enteropatias • Aumento da pressão hidrostática: o ICC o Insuficiência renal o Medicamentos (bloqueador de canal de Ca) o Gestação Complicações Agudas: • Embolia pulmonar • Gangrena venosa Crônica: • Síndrome pós-trombótica Tratamento Objetivos: • Limitar extensão • Evitar recorrência • Evitar TEP • Preservar função valvular • Restaurar patência • Evitar/ reduzir síndrome pós-trombótica Tratamento clínico: • Cuidados gerais: elevação do membro, repouso, hidratação e analgesia • Anticoagulação: o Heparina não fracionada o Heparina de baixo peso molecular o Anticoagulantes orais (DOACs e Cumarínicos - marevan) • Duração do tratamento depende de: o Episódio provocado ou não provocado o TEV complicado ou não o TVP proximal ou TEP provocada → 3 meses o TVP proximal/TEP ocasionado por fator de risco transitório não-cirúrgico → 3 meses o TVP distal decorrente de cirurgia ou por outro fator de risco transitório → 3 meses o TVP espontânea (próximal ou distal)/EP → pelo menos 6 meses (tendência a extensão para 1 ano e meio) o TVP complicada ou com fator de risco não- transitório → tendência a extensão Fibrinólise tem risco de sangramento (cirurgia recente, neurológica, oftalmológica, muito idoso etc, não podem fazer). Caso tenha risco de soltar êmbolos, passa um filtro na veia cava. Usada apenas em casos selecionados, onde há restrição à anticoagulação; Escores de risco: • Caprini (cirúrgicos) • Pádua (clínicos) De acordo com a pontuação, faz a profilaxia: Bruna Oliveira – 144 Aula de Fernanda 2021.1 Escore de risco de sangramento – IMPROVE Profilaxia: • Métodos físicos: o Elevação dos MMII o Deambulação o Compressão pneumática externa intermitente o Movimentação ativa e passiva o Meias elásticas • Farmacológicas – mesmas drogas que anticoagula, mas em doses diferentes Tromboflebite Superficial Trombo dentro de uma veia dentro do sistema superficial. Trajeto linear acompanhando a drenagem venosa. Endurecido, vermelho e quente (se for aguda). Precisa anticoagular sempre que estiver acima do joelho (nesse caso, usa só AINES), pois pode evoluir para TVP ou TEP. Geralmente associada a neoplasia maligna. Síndrome Pós-trombótica Conjunto de sintomas e sinais clínicos que surgem nos membros como consequência de uma TVP Fisiopatologia: 1. TVP 2. Obstrução venosa e destruição do sistema valvular (na tentativa de destruir o trombo) 3. Aumento da resistência ao fluxo venoso e refluxo 4. Hipertensão venosa de deambulação (geralmente é bem menos que a pressão de repouso) 5. Alteraçõesmicrocirculatórias – sangue passa direto da arteríola para as vênulas 6. Isquemia capilar 7. Trombose venular 8. Úlcera da pele (região maleolar medial) Quadro clínico: • Edema • Dor em peso • Dilatação das veias superficiais (varizes secundárias) • Alterações cutâneas (descamação, eczema) o Hiperpigmentação (dermatite ocre): hemácias migram para o extravascular e os macrófagos digerem, dando essa coloração o Lipodermatoesclerose (TSC fica mais aderido) o Úlceras (rasas, vermelhas, granulando) • Prurido Tratamento: • Cuidados com a pele • Compressão elástica ou inelástica • Tratamento cirúrgico
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