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Introdução à Psicologia - A1

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Nome: RGSG
Disciplina: Introdução à Psicologia
Professor: Carlos Linhares
Atividade A1 - Pesquisa Teórica
1) No começo de qualquer trabalho histórico, impõe-se uma questão inicial: seriam as transformações do objeto estudado produto da evolução gradual e contínua de uma experiência original, ou seriam o resultado de múltiplas combinações casuais e inesperadas? É quase um consenso entre os historiadores da psicologia o estabelecimento do século XIX como marco institucional do surgimento dessa disciplina. Uma boa parte dos textos sobre história da psicologia aponta para uma origem remota, como se a psicologia pudesse encontrar nessa sua fundação no século XIX ecos de uma experiência e de uma curiosidade bem anteriores. Uma outra forma de pensamento histórico aponta para o surgimento da psicologia a partir da irrupção de condições bem peculiares que teriam surgido de forma singular a partir do século XVI, e que confluíram para a necessidade do conhecimento de si, da busca de uma natureza na individualidade e na interioridade humanas. Muito mais do que uma tomada de consciência, teria se produzido uma nova experiência da relação consigo e com os demais, em que um conhecimento disciplinado e naturalizado teria se imposto como uma necessidade. Com base no conhecimento adquirido na disciplina e no texto indicado na bibliografia faça uma resenha discorrendo sobre: 1) A constituição de um plano de subjetividade; e 2) a constituição de individualidades, como fundamental para o surgimento da psicologia como ciência independente no final do séc. XIX (mínimo 1 lauda, máximo 3 laudas).
A constituição de um plano de subjetividade visa a criação das técnicas de si desvendando como eram estabelecidas as relações de trato e cuidado consigo desde a Grécia e a Roma antiga. Esta história faz parte de um processo baseado em um conjunto de práticas e nas transformações em sua configuração.
	Esta história é baseada numa reflexão sobre si mesmo. "Conhece-te a ti mesmo" aponta para a sanidade moral e autocontrole, guiada pelo autoconhecimento, onde o homem deveria saber seus limites e assim o que prevalece neste período é a busca de constituição baseada no autogoverno e na justa medida. As técnicas de relação consigo buscam a construção de si a partir da verdade e do ensinamento dos grandes mestres.
	A partir do século II d.C., começam a ser formados os termos básicos para a constituição do cuidado de si atual como ao seu objeto e ao seu processo. Segundo Foucault em 1995, neste momento surge a figura do homem santo com o objetivo de buscar Deus no interior do seu verdadeiro eu.
	Antigamente o grego tinha uma ideia de alma, mas era desprovida de individualidade, era uma alma universal. Somente na filosofia medieval religiosa, essa alma começa a se encarnar no corpo do indivíduo. O caminho religioso era o caminho para a purificação dessa alma.
Na filosofia antiga existiam duas concepções de alma, a platônica, da alma universal e a aristotélica, da alma individual. Era um eu com alma desprovida de sensibilidades, uma outra concepção diferente dos dias atuais. São duas coisas diferentes.
Galileu em 1610, estuda a queda dos corpos, o início da sistematização do conhecimento científico , que afeta diretamente a psicologia como ciência. Houve um corte epistemológico que separa o mundo antigo do mundo moderno. Galileu afirma que pode conhecer Deus e a natureza a partir da física e matemática, assim poderia produzir um conhecimento científico.
No século XVI, o conhecimento se impõe no cenário moderno a partir das incertezas. Diversos acontecimentos levaram Descartes a uma nova abordagem da interioridade. Ele encontra a base para o estabelecimento das novas certezas. A única certeza é de que não há certezas, ele se nutre da própria dúvida cética. Resumindo, René Descartes funda a subjetividade que é uma interioridade reflexiva centrada na ideia de um eu.
Saindo da história da subjetividade ou da interioridade reflexiva, inicia-se aqui o processo da constituição dos indivíduos, enquanto unidades políticas a serem destacadas e diferenciadas no conjunto da sociedade.
Em 1994, Norbert Elias ressalta que até o século XIII não existia a palavra indivíduo, nem mesmo qualquer experiência nesse sentido. O processo de individualização pode ser descrito em dois tempos, conforme a constituição de dois tipos de indivíduos. O primeiro, o indivíduo como entidade universal, autônoma e livre. Reflexão de pensadores políticos modernos (Hobbes e Rousseau), descrevendo práticas políticas herdadas dos Estados modernos da Igreja católica de Roma. O segundo, o indivíduo como objeto constituído do produto das relações políticas de poder a partir do século XVIII, evidenciando as práticas disciplinares descritas por Foucault em 1977.
No decorrer da Idade Média, as relações sociais estão calcadas nas relações de linhagem, na relação contratual entre as famílias de diferentes graus hierárquicos.
No início do Renascimento, surge a experiência de individualização no campo social e político. Dumont descreve em 1993, que existia uma correlação dos Estados modernos e uma experiência de individualização. Nos Estados modernos todos eram irmãos perante a lei do Estado. Antes dos Estados modernos, o modelo de Roma como base nas antigas fraternidades monásticas individualizadas pela igualdade, onde os homens eram irmãos perante a lei de Deus. 
Sendo assim, no início da Idade Moderna surgiu uma primeira experiência mais universal de individualização: um sujeito autônomo, singular, igual aos demais e dotado de uma interioridade (foro íntimo) que seria a base contratual dos Estados modernos e que incide na fonte e o objeto de poder, o povo.
Até o século XVIII teríamos o surgimento de um indivíduo abstrato, fonte da lei, ao mesmo tempo que regulado por ela. Esse indivíduo só realmente aparece no momento do delito. O Estado não tem ainda como meta o bem estar e a qualidade de vida dos seus cidadãos. Nas palavras de Foucault 1977, “trata-se de um Estado que faz morrer e deixa viver.” 
A partir do século XVIII surge a necessidade de outra forma de individualização, pois o indivíduo soberano não era o alvo do conhecimento ele se fazia presente como fonte jurídica. Manifestam-se fatores diversos que impõe a constituição de novas tecnologias de poder baseadas na vigilância constante dos indivíduos e das populações ao longo do tempo e do espaço. Surge o que Foucault chama de biopoder, composto de biopolítica (sobre as populações) e de poder disciplinar (sobre os indivíduos). 
O alvo do cuidado dos Estados contemporâneos e de uma série de agências privadas, é a fórmula disciplinar: “fazer viver e deixar morrer”. A qualidade de vida e o bem estar dos indivíduos vão constituir os saberes psicológicos, médicos e psiquiátricos. Essas são marcas importantes para a formação das diversas escolas psicológicas de língua inglesa fundadas no século XIX, que são baseadas em saberes sobre a vida, como a biologia evolucionista. Deve-se considerar que essas formas de nossa individualização oscilam entre a busca de autonomia (soberania) e o controle dos seus sujeitos (disciplina). 
Poderíamos afirmar que a psicologia só existe pela ambiguidade entre o indivíduo autônomo e soberano (fonte do poder) e o indivíduo sob o controle das disciplinas (alvo dos poderes). Se só houvesse um dos dois a intervenção psicológica seria desnecessária, pois não haveria a suposição do indivíduo como objeto de conhecimento. Nikolas Rose em 1998, supôs que a psicologia só seria viável em sociedades liberais, tendo como função beneficiar o “bom uso” da liberdade pelos indivíduos.
Houve o impacto de novas regras disciplinares incidindo em algumas instituições como: casernas, hospitais, asilos, presídios, escolas e fábricas. Surgiram tipos como doentes mentais, crianças problema, delinquentes e trabalhadores desajustados. Todos serão objeto de exame necessário para constituição de psicologias específicas (psicopatologias, psicologias da infância e do desenvolvimento, psicologias do trabalho).
2) Embora seja geralmentelouvado nos manuais de história da psicologia como fundador da psicologia científica, grande parte da obra de Wilhelm Wundt permanece desconhecida por parte dos psicólogos contemporâneos, sobretudo no que diz respeito à relação entre filosofia e seu pensamento psicológico. A definição de psicologia apresentada por Wundt pode ser assim resumida: a psicologia é uma ciência empírica cujo objeto de estudo é a experiência interna ou imediata. No entanto, nessa definição, aparentemente simples, há uma expressão que precisa ser esclarecida, a saber, ‘experiência imediata’, que fundamenta toda a psicologia wundtiana. De acordo com o pensamento de Wundt, explique: a) O projeto de uma Psicologia Científica aos moldes das ciências naturais, seu objeto de estudo e a dupla divisão de tarefas em Psicologia; b) Como ele define “experiência” e diferencie os conceitos de experiência mediata e de experiência imediata; c) Descreva o seu método de estudo dessa experiência (introspecção) e como ele o concebia esse de modo diferente dos modelos tradicionais; d) Explique os princípios do Paralelismo Psicofísico e a questão da Causalidade Psíquica dentro do projeto de psicologia inaugurado por Wundt (mínimo 1 lauda, máximo 3 laudas).
A definição de psicologia apresentada por Wundt pode ser assim resumida: a psicologia é uma ciência empírica cujo objeto de estudo é a experiência interna ou imediata.
Wundt propõe uma divisão entre as Ciências Naturais e a Psicologia. Ele explica que elas diferem quanto ao ponto de vista no estudo de um fenômeno: as Ciências Naturais estudam os objetos da experiência independentes do sujeito, enquanto que a Psicologia investiga-os na sua relação com o sujeito, por isso, a relação entre a psicologia e as ciências da natureza é de complementaridade.
A psicologia dispõe como a ciência natural de dois métodos de investigação que darão origem a duas formas complementares de estudo psicológico: o experimento, que a psicologia individual/fisiológica, utiliza na análise dos processos psíquicos mais simples; e observação dos produtos mentais, através da qual a psicologia dos povos investiga os processos psíquicos superiores. Seu objeto de estudo: os processos psíquicos revelados na experiência.
Segundo Wundt a psicologia é uma ciência empírica, no qual o objeto de estudo é a experiência imediata. Wundt entende por experiência um todo unitário e coerente, elaborado a partir de duas perspectivas diferentes no entanto complementares. A perspectiva das ciências naturais e a perspectiva da ciência psicológica. Conteúdo objetivo, pensado independentemente do sujeito da experiência (experiência mediata - mundo externo) ou subjetivo, o próprio sujeito da experiência é investigado (experiência imediata - mundo interno). Com base nessas duas perspectivas, aparece uma dupla possibilidade de fazer ciência empírica: a ciência natural (física, química, fisiologia, psicofísica etc.), que trata dos assuntos intrínsecos da experiência mediata, visto que os objetos concedidos na experiência são sempre permeados por fatores subjetivos; e a psicologia, que possui por objeto a experiência imediata, já que não ignora o próprio sujeito, como a ciência natural. 
Tendo as mesmas ferramentas da ciência natural e estudando a percepção, Wundt consegue fazer da psicologia uma ciência independente da ciência natural porém complementar pois ela cuida da mesma experiência por uma outra perspectiva, pela perspectiva do sujeito. Sendo assim, não há uma diferença essencial entre o mundo interno e o mundo externo, uma vez que a experiência é um todo organizado que abrange ambos.
Quando a ciência natural olha para a experiência, está olhando para os objetos e assim descreve essa experiência de forma objetiva, de forma mediata, porque é mediado pela estrutura cognitiva, pela representação que o objeto tem na consciência e pelo próprio instrumento que media essa observação, enquanto aquilo que as ciência naturais excluíram da sua observação (o sujeito), será reincluído na observação psicológica, o sujeito da experiência vai ser o objeto da observação. A experiência imediata, antes dela se constituir como consciência. Fazer psicologia era tornar os objetos descritíveis mediante experimentos.
	Na medida em que a psicologia é a ciência das formas universais da experiência humana imediata, ela pode ser apontada como a mais geral das ciências do espírito e, consequentemente, o fundamento de cada uma delas em particular (filologia, história, direito etc.).
	Wundt acredita que a psicologia, entre todas ciências empíricas, é aquela dos quais os resultados mais colaboram para a investigação dos problemas gerais da teoria do conhecimento e da ética, as duas áreas filosóficas essenciais para ele. Podemos dizer que a psicologia é preparatória para a filosofia pois é complementar às ciências naturais e o alicerce das ciências naturais, melhor dizendo, os resultados da investigação psicológica podem guiar a construção de um sistema filosófico.
	A psicologia tem uma dupla tarefa , estudar os processos psicológicos básicos e os processos psicológicos superiores a partir do método, que vai envolver experimento e a observação, para compor um estudo completo dos fenômenos psicológicos.
	A psicologia se utiliza das mesmas ferramentas das ciências naturais, o experimento e a observação, pois estuda o mesmo objeto, a mesma experiência, porém por outra perspectiva. O experimento compreende na manipulação proposital do pesquisador sobre o início, a duração e o modo de apresentação dos fenômenos investigados (como na física, na química e na fisiologia.). A observação refere-se a simples apreensão de fenômenos ou objetos, sem que haja qualquer tipo de influência por parte do observador (como na botânica, na anatomia e na astronomia.).
	A psicologia utiliza o experimento diretamente em suas observações como são apresentados nos estudos sobre a sensação, a percepção e a representação, o que é chamado por Wundt de psicologia individual, fisiológica ou experimental. Começa estudando a sensação que gera uma percepção que é representada na consciência. Ressalta-se uma diferença metodológica importante entre a psicologia e as ciências da natureza resultante da peculiaridade do ponto de vista psicológico. Primeiramente, a psicologia e o estudo da experiência imediata e em segundo lugar, não pode desconsiderar o sujeito da experiência, visto que o sujeito justamente é o assunto de seu interesse. Além do mais o propósito do observador modifica consideravelmente o ínicio e o rumo dos processos psíquicos.
	Levando em conta essa peculiaridade dos processos psicológicos, o psicólogo estaria privado de usar a observação pura ou auto-observação no âmbito da psicologia individual. Wundt afirmou que a partir da percepção interna que se escapa das armadilhas da suposição metafísica, do exame de consciência, controlando experimentalmente a observação e a partir desse ponto é possível fazer ciência psicológica. A percepção interna está baseada nas condições experimentais do controle das condições externas da experiência que substituiria a introspecção tradicional.
	Em determinado momento, Wundt chama os objetos psíquicos de produtos mentais que são aqueles que aparecem ao longo da história e serão observados, como por exemplo, a linguagem, os mitos, a religião etc. Uma característica relevante desses produtos mentais é que eles presumem a existência de uma comunidade de muitos indivíduos que compartilham uma devida mentalidade, apesar de sua última fonte sempre serem as propriedades psíquicas do indivíduo em particular. Por estarem conectados a uma comunidade popular, que Wundt chamou essa psicologia de psicologia dos povos, que integra a psicologia individual ou experimental na busca de um entendimento total dos princípios essenciais da vida psíquica.
	Ao mesmo tempo que na psicologia individual Wundt procurou sempre investigar direta e empiricamente os fenômenos, na psicologia dos povos ele o fez indiretamente se respaldando acima de tudo nos relatos e estudos etnológicos.
	Enfim,a psicologia possui igualmente a ciência natural duas formas complementares: o experimento, que a psicologia individual/fisiológica utiliza na análise dos processo básicos; e a observação dos produtos mentais, através do qual a psicologia dos povos investiga os processos superiores.
O paralelismo psicofísico é uma doutrina que se refere ao problema mente-corpo, que tem suas bases, sobretudo, na hipótese da harmonia pré-estabelecida por Leibniz. Esta doutrina, independentemente de algumas diferenças, está caracterizada pela afirmação de que o físico e o psíquico são processos paralelos, que não interagem entre si e não podem ser reduzidos um ao outro. O paralelismo psicofísico é muito influente na filosofia e na psicologia moderna, tentando superar tanto o dualismo de substâncias quanto o monismo materialista.
Wundt permanece firme quanto à tradição filosófica e usa essa doutrina, para sustentar a irredutibilidade do mental ao físico.
Segundo Wundt a experiência pode ser conhecida através de dois pontos de vista diferentes, no entanto complementares, objetivo (experiência mediata) e subjetivo, (experiência imediata). Algumas partes da experiência, mediata e imediata, pode ter uma conexão direta entre elas, mas essa conexão entre o mental e o físico impossibilita que uma experiência possa ser reduzida à outra, devido aos limites de cada ponto de vista. 
Wundt percebe que existem vários conteúdos da nossa experiência que podem ser conhecidos unicamente a partir de uma mesma perspectiva, seja ela física ou psicológica, devidos às possíveis conexões entre os processos mentais e físicos. Seríamos obrigados a aceitar a autonomia do conhecimento psicológico e estaríamos justificados a presumir uma causalidade própria para a atribuição dos processos mentais igualmente ao que supomos a causalidade física na natureza. Esses dois tipos de causalidade são complementares e jamais poderiam entrar oposição entre si.
O princípio da síntese criadora é uma das ideias centrais na psicologia criada por Wundt que se diferencia das demais psicologias da época, pois foi uma consequência relevante da causalidade psíquica.
3) E. B. Titchener apresentou três propostas básicas para a psicologia: 1 - Reduzir os processos conscientes aos seus componentes mais simples ou mais básicos; 2 - Determinar as leis mediante as quais esses elementos se associam; 3 - Conectar esses elementos às suas condições fisiológicas. Portanto os objetivos da psicologia eram os mesmos das ciências naturais, a maioria de seus esforços foi no primeiro problema - a descoberta dos elementos da consciência. De acordo com o pensamento de Titchener, explique: 1) O projeto de uma Psicologia Experimental aos moldes da matriz alemã a partir de um novo paradigma científico; 2) Como ele define “experiência” e diferencie os conceitos de experiência dependente e de experiência independente, segundo a abordagem perspectivista; 3) Descreva o seu método de estudo dessa experiência (introspecção experimental sistemática) e como ele o concebia de modo diferente do método wundtiano; 4) Apresente as contribuições e críticas feitas à Psicologia Estrutural de Titchener e seu lugar na história da psicologia (mínimo 1 lauda, máximo 3 laudas).
Titchener através do método experimental (psicologia fisiológica), de matriz alemã, aplica a biologia (os processos biológicos estruturais) e não mais a fisiologia, utilizando o experimento e a observação. Não quer descrever os elementos da consciência e a maneira como se organizam e sim descrever os processos elementares, chamados estruturais. Como também as relações desses processos com os fundamentos biológicos, a embriologia, a histologia e a anatomia, ou seja, estava concentrado nos elementos e na sua opinião a tarefa essencial da psicologia era a descoberta da natureza das experiências conscientes elementares e a determinação da estrutura da consciência por intermédia da análise de suas partes integrantes.
	Para Titchener o objeto de estudo da psicologia era experiência consciente como dependente do indivíduo que a vivencia. Há duas perspectivas distintas para se conhecer os objetos de estudo. A experiência é considerada independente quando ela ocorre sem a vivência do indivíduo. Quando houver alguém presente, essa experiência será dependente, pois irá variar de acordo com as percepções de cada indivíduo em particular. Do ponto de vista da física, a experiência é exata e do ponto de vista da psicologia, depende de um indivíduo consciente experimentando o objeto de estudo.
	Titchener definia a consciência como a somas das experiências existentes em determinado momento. Definia a mente como a soma das experiências acumuladas ao longo do tempo. 
	Na descrição de seu método, Titchener considerou a introspecção experimental sistemática igualmente a definição de Külpe. Titchener usou relatos detalhados, subjetivos e qualitativos das atividades mentais dos indivíduos no decorrer do ato de introspecção. O ponto central da psicologia de Titchener era diferente do foco de Wundt, que utilizava mensurações quantitativas e objetivas. Ele era contra essas abordagens porque acreditava não serem úteis na análise das sensações e imagens elementares da consciência. 
	Titchener focava nas partes e Wundt focava no todo. Através da apercepção, Titchener estava interessado em analisar a experiência consciente complexa dos elementos a partir das partes componentes e não na síntese dos elementos. 
	Com isso, o sistema de Titchener era muito mais restrito do que o de Wundt, porque Wundt utilizava conteúdos relacionados a psicologia dos povos. Titchener se distanciou do método de Wundt por usar a introspecção. 
	O método de introspecção foi criticado pelo filósofo positivista Auguste Comte e o médico inglês Henry Maudsley onde dúvidas foram levantadas o que motivou Titchener a modificar e aprimorar seu método adequando-o aos métodos científicos. 
	Titchener tinha dificuldade em definir o método introspectivo. 
	Um alvo das críticas era quanto ao seu método, pois Titchener treinava os observadores estruturalistas que eram instruídos para observar uma experiência cometendo um erro de estímulo, pois as palavras comuns eram ignoradas do vocabulário. Para Titchener dois observadores deveriam produzir resultados que se complementassem. Titchener acreditava que os observadores iriam desenvolver um vocabulário de trabalho com palavras sem significado. 
Outro alvo de crítica era relacionado a sua metodologia pela forma que os observadores estruturalistas eram treinados para participar das experiências. Eles deveriam se concentrar nas formas básicas específicas da experiência. Como eles iriam descrever as experiências se as palavras comuns eram ignoradas? Havia a necessidade de desenvolver uma linguagem introspectiva pois as palavras comuns eram ignoradas do vocabulário.
Havia muita discordância entre os resultados apresentados pelos observadores que pertenciam até do mesmo laboratório. Não conseguiram obter a mesma observação. Mesmo assim, Titchener insistia nessa ideia.
Os historiadores acreditam nas contribuições de Titchener e dos estruturalistas. A experiência consciente que era seu objeto de estudo foi claramente definida. Seus métodos de pesquisa foram considerados cientificamente os mais tradicionais. Esses métodos eram baseados na observação, na experimentação e na mediação. A auto-observação era o método mais adequado para o estudo da experiência consciente.
O método de introspecção ainda é empregado em diversas áreas da psicologia. Na psicologia atual os relatórios introspectivos são frequentemente usados.
O estruturalismo de Titchener sendo o alvo da oposição, proporcionou movimentos da psicologia com o surgimento de novas escolas de pensamento que surgiram devido a reformulação da posição estruturalista.
	
4) William James foi um filósofo e psicólogo americano e o primeiro intelectual a oferecer um curso de psicologia nos Estados Unidos. James foi um dos principais pensadores do final do século XIX e é considerado por muitos como um dos filósofosmais influentes da história dos Estados Unidos enquanto outros o rotularam de "pai da psicologia americana". Com base na bibliografia da disciplina e nas discussões em aula: a) Explique como James descreve a Consciência (ou Self) e cite suas características ou atributos; b) Apresente os principais fundamentos filosóficos e epistemológicos do movimento funcionalista a partir de William James; c) Descreva que forças históricas conduziram de forma mais específica a um projeto de saber voltado para as práticas de ajustamento e d) Demonstre como o movimento funcionalista norte-americano lhe conferiu uma feição mais organizada e sistemática, apesar de sua tão comentada falta de sistematicidade (mínimo 1 lauda, máximo 3 laudas).
Segundo William James, a consciência não é algo estático, limitado ou fragmentado, é descrita como um fluxo de pensamento contínuo, que depende de sua interação com o mundo no qual está inserido. A consciência é utilizada para mencionar a percepção que um indivíduo tem de seus pensamentos, sensações, sentimentos e memórias.
O self pode ser definido como aqui e agora em relação ao mundo. Aqui é a sua posição e o agora é o tempo presente de sua ação, passando somente a existir a partir de suas ações sobre o ambiente que são desenvolvidas a partir da função adaptativa da consciência.
Para James a consciência teria como propriedades básicas: a pessoalidade, pois se apresenta intuitivamente, na primeira pessoa, ingênua e imediata; o seu aspecto mutante, no seu aspecto dinâmico; a continuidade, a consciência não é discreta; a referência ao objeto e seu aspecto seletivo, a consciência selecionando as melhores respostas e adaptando o indivíduo ao meio.
Algumas definições prévias da filosofia de James, em 1907, onde no seu pragmatismo podemos destacar “primeiramente um método, e em segundo lugar, uma teoria genética do que se entende por verdade”. 
Para James as “regras de conduta” representavam o estudo das modificações na experiência trazidas pelas teorias metafísicas e religiosas. 
O método pragmático une a teoria pragmática da verdade a boa conduta em seu sentido adaptativo. Existe semelhança entre o pragmatismo e o funcionalismo. O pragmatismo seria o funcionalismo filosófico e o funcionalismo seria o pragmatismo psicológico, no entanto existem implicações do pragmatismo à constituição do funcionalismo. Neste sentido a consciência e a experiência são consideradas a partir da sua função em um processo dinâmico e como processo orgânico com finalidade adaptativa.
. 	A experiência (a adaptação) é regulada por um novo modelo tipicamente darwinista. A partir deste ponto a biologia passa a ter a função de ciência-guia da psicologia. A relação da consciência com o mundo passa ser de adaptação e não mais de adequação.
A modernização nos Estados Unidos, no século XIX, tem relação direta com o processo acelerado de urbanização que se desenvolve da costa leste (Nova Iorque) para a costa oeste (Califórnia), através do avanço industrial e de diversas transformações institucionais, como o desenvolvimento do sistema escolar. Esse processo necessitou de diversos ajustes, exames e controles sobre os indivíduos, que Foucault em 1977, chamaria de poder disciplinar.
Esses indivíduos foram classificados, selecionados e ajustados de acordo com suas necessidades, dentro das escolas, fábricas através da psicologia ativa.
Na mesma velocidade em que ocorreu a urbanização, o sistema universitário norte-americano se desenvolveu, principalmente dentro da filosofia e das ciências humanas com novos conceitos de adaptação, função e equilíbrio de acordo com o evolucionismo darwinista e spenceriano.
As universidades de Columbia e Chicago têm importância relevante por se tornarem sedes de movimentos funcionalistas. Tanto em Harvard quanto nessas sedes, os novos conceitos de adaptação, função e equilíbrio, serão fortemente usados, pois possibilitará importantes ajustes e controle do mundo em desenvolvimento e não só o estudo dos processos naturais, como a evolução e adaptação dos organismos.
Com essas modificações nas universidades, devido a modernização, o Estado, procura os psicólogos, que estavam nos laboratórios, para começarem a resolver os problemas da vida.
O movimento funcionalista norte-americano iniciou-se no final do século XIX, em duas universidades, Chicago e Columbia. Nessa época nenhum psicólogo se diferenciava por sua escola. O que caracterizava uma escola era o convívio institucional de um grupo de psicólogos que utilizavam mais ou menos uma mesma linha, como no caso dessas escolas funcionalistas. Titchener, era oposto a essa abordagem da psicologia germânica na tentativa de diferenciar as abordagens estrutural e funcional. Apesar de não se divergirem, demarcam uma tomada da consciência: abordagem estrutural, abordagem funcional e abordagem genética.
As características da psicologia funcional são a sua assistematicidade e o seu caráter eclético. Existe uma ambiguidade da importância dos conceitos de função e adaptação. Função é sinônimo de atividade, ou seja, função é vista como utilidade promovida em uma situação adaptativa. Adaptação é a utilidade de uma atividade. Se a noção de adaptação se associa às de ajustamento e equilíbrio a de função representa a utilidade, a finalidade biológica cumprida por este equilíbrio. O conceito de função como adaptação é um conceito importado da biologia. 
A Escola de Columbia toma adaptação em sentido mais comportamental e associada em aspectos motivacionais. 
O funcionalismo de Columbia troca a consciência pelos impulsos do organismo. Essa abordagem funcionalista de adaptação é marcada por um desvio darwinista. Trata-se mais da adaptação do indivíduo do que da espécie. Estar adaptado é estar ajustado às necessidades do meio social, função dos psicólogos. Assim a psicologia funcional conduziria a uma concepção instrumental do ser humano. Segundo Canguilhem (1956), “o homem não seria mais uma inteligência servida por órgãos, mas uma mera consciência a serviço deste”.
A psicologia funcional deseja se transformar num instrumento de adaptação. A adaptação psicológica visa ajustar a sociedade a si própria. A utilidade-função é regulada pelas normas sociais. O psicólogo busca promover de acordo com a moda utilitarista transformando assim a utilidade individual em patrimônio social.
A psicologia funcional ao mesmo tempo utilitarista e biológica utiliza testes mentais para selecionar alguns indivíduos mais adaptativos. O psicólogo, em sua prática, ajustando os indivíduos aos novos meios modernos favorecendo uma adaptação ativa.
Podemos afirmar que a fundação do movimento funcionalista é norte-americana.
A psicologia funcional finalmente teria encontrado seu termo nos trabalhos de Carr (Chicago) e Woodworth (Columbia) ou ainda no behaviorismo ao dispensar a consciência (Watson).
Referências Bibliográficas:
FERREIRA, Arthur A.L.; JACÓ-VILELA, Ana Maria; PORTUGAL, Francisco T. História da psicologia: Rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2019, Cap. 1,5 e 7.
MARCELLOS, Cintia F. O desenvolvimento de um projeto de psicologia científica em Edward Titchener. 2017. Programa de pós-graduação - Doutorado em Psicologia - Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, 2017.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Thomson, 2005, Cap. 5.

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