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Ana Júlia Cardoso Santos – T69 Embriologia • O sistema digestório se desenvolve a partir de modificações do intestino primitivo -> tais modificações se iniciam durante a QUARTA semana de gestação. • O intestino primitivo pode ser dividido em 3 partes: o INTESTINO ANTERIOR -> irrigado pelo tronco celíaco -> dor epigástrica ▪ Faringe primitiva ▪ Trato respiratório inferior ▪ Esôfago ▪ Estômago ▪ Duodeno logo abaixo da abertura do ducto biliar ▪ Fígado e sistema biliar ▪ Pâncreas o INTESTINO MÉDIO -> irrigado pela A. mesentérica superior -> dor periumbilical ▪ Intestino delgado, incluindo o duodeno distal até a abertura do ducto biliar ▪ Ceco ▪ Apêndice ▪ Colo ascendente ▪ 2/3 colo transverso o INTESTINO POSTERIOR -> irrigado pela A. mesentérica inferior -> dor hipogástrica ▪ Terço esquerdo até metade do colo transverso ▪ Colo descendente ▪ Colo sigmoide ▪ Reto e parte superior do canal anal ▪ Epitélio da bexiga e maior parte da uretra Desenvolvimento do apêndice Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • Na DÉCIMA semana de gestação, as alças intestinais herniadas começam a retornar à cavidade abdominal (importante ao fazer o ultrassom) • O ceco e o apêndice começam a se formar na SEXTA semana de gestação com o surgimento do broto cecal. • O broto cecal é a última parte do intestino a retornar para a cavidade abdominal. • Inicialmente, o apêndice é um pequeno divertículo do ceco. Posteriormente ele aumenta rapidamente de tamanho. • Após o nascimento, o crescimento desigual das paredes do ceco faz com que o apêndice entre no seu lado medial. • Como o apêndice se desenvolve durante a descida do cólon, sua posição final é frequentemente posterior ao ceco ou ao cólon. Essas posições do apêndice são chamadas de retrocecal ou retrocólica, respectivamente. • Está sujeito a variações anatômicas em seu posicionamento de pessoa para pessoa. • Fundo do apêndice o local de maior incidência de apendicite. Histologia • Camada mucosa: o Agregados de nódulos linfáticos + gânglios (ou criptas) + células caliciformes. o Projetada para o lúmen do apêndice vermiforme de forma irregular devido aos agregados de nódulos linfáticos. o As glândulas são similares as das demais partes do intestino grosso, mas estão em menor número e são menos densamente agrupadas. o As células caliciformes, que produzem muco, estão espalhadas por toda a mucosa. • Camada submucos a: o Muitos agregados linfoides e plexo submucoso que faz inervação. • Camada muscular: o Muscular longitudinal + camada circular o Muscular longitudinal tem fibras longitudinais que envolvem o apêndice de forma uniforme. o Camada circular se encontra o plexo mioentérico responsável por parte da inervação. • Camada serosa (não visível em pequeno aumento): o Formada pelo peritônio visceral, realiza uma cobertura quase completa do apêndice, exceto na fixação mesentérica do mesoapêndice. o Apêndice: contém menos glândulas intestinais e não contém tênias do cólon. Ana Júlia Cardoso Santos – T69 NÓDULOS LINFÁTICOS • Embora o apêndice seja frequentemente descrito como um órgão vestigial, o abundante tecido linfático que ele contém no início da vida sugere que ele desempenhe um papel imunológico. • Por ter um fundo cego, o conteúdo do apêndice não é renovado rapidamente, tornando-o frequentemente um local de inflamação -> APENDICITE • O aumento de tecido linfoide ocorre na primeira década de vida, apresentando um pico máximo entre os 12 e 20 anos. • A partir da terceira década de vida há uma redução abrupta da quantidade de tecido linfoide, evoluindo para uma quase total ausência após a sexta década de vida, diminuindo muito a chance de apendicite. • RN -> não tem tanta apendicite devido ao tamanho do lúmen e por não ter fecalito. Anatomia O apêndice vermiforme é uma estrutura tubular e alongada (2-20 cm, média de 9 cm em adultos), fixado ao ceco em sua porção posteromedial, na confluência das tênias colônicas, sendo este um importante ponto de orientação cirúrgica. Apesar da localização mais comum ser retrocecal, o apêndice pode assumir outras posições como pélvica e retroperitoneal. Dessa forma, o apêndice localiza-se a maioria dos Ana Júlia Cardoso Santos – T69 casos na região de FOSSA ILÍACA DIREITA. Camadas da Parede Abdominal: Existem nove camadas da parede abdominal que devem ser acessadas durante a incisão para se realizar apendicectomia: 1. Pele 2. Tecido subcutâneo 3. Fáscia superficial 4. Músculo oblíquo externo 5. Músculo oblíquo interno 6. Músculo transverso do abdome 7. Fáscia parietal do abdome (transversal) 8. Tecido adiposo extra peritoneal ou pré-peritoenal 9. Peritônio parietal PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL PERITÔNIO: • O peritônio é uma membrana serosa transparente • O peritônio apresenta duas lâminas contínuas: Peritônio parietal: o Reveste a face interna da parede abdominopélvica e recobre a face inferior do diafragma. o Mesma inervação somática que ele reveste -> DOR BEM LOCALIZADA! Peritônio visceral o Reveste vísceras o Mesma inervação visceral das vísceras que ele reveste. Estimulado por distensão e irritação química -> dor provocada nele é mal localizada, sendo referida para os dermátomos dos gânglios vertebrais que emitem as fibras sensitivas. o Víscera é músculo liso e a inervação é simpático e parassimpático (vago – desce entre carótida e jugular). o Por isso, a dor como no caso do apêndice, normalmente são sentidas da região umbilical. CAVIDADE PERITONEAL: Ana Júlia Cardoso Santos – T69 O espaço entre as lâminas parietal e visceral do peritônio é chamado de cavidade peritoneal, que contém o líquido peritoneal, com função lubrificante e contém anticorpos que combatem infecções. Óstio do Apêndice • O lúmen do apêndice é pequeno e se abre no ceco através do óstio do apêndice, que se localiza abaixo e posteriormente à abertura ileocecal. • O tamanho do óstio do apêndice vermiforme em alguns indivíduos pode contribuir para apendicite. • O tamanho aumentado do óstio e do lúmen nos extremos da vida pode ser uma razão pela qual a apendicite aguda é relativamente incomum nestas faixas etárias. PONTO DE MCBURNEY • É um ponto de referência importante relacionado com o apêndice. • Normalmente a base do apêndice se localiza profundamente ao Ponto de McBurney. • O ponto de McBurney está localizado a aproximadamente um terço da distância do trajeto de uma linha oblíqua traçada entre a espinha ilíaca ântero-superior direita e o umbigo. Irrigação e drenagem • Artéria Apendicular • Aorta abdominal -> A. mesentérica superior -> A. ileocólica -> A. apendicular • A artéria apendicular é suscetível a uma trombose durante episódios de inflamação e pode causar isquemia da parte distal do apêndice e gangrena (casos supurativos). • Veia Ileocólica • Veia Ileocólica -> Veia Mesentérica Superior -> Veia Esplênica Posterior -> Veia Porta do Fígado -> Veia Cava Inferior. Inervação • A inervação do ceco e do apêndice é feita pelo sistema autônomo • As fibras nervosas simpáticas -> parte torácica inferior da medula espinal • As fibras nervosas parassimpáticas -> ramos do nervo vago (X par craniano). Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • As fibras nervosas aferentes do apêndice acompanham os nervos simpáticos até o segmento T10 da medula espinal. Definição • A apendicite é a inflamação do apêndice cecal, que por ter seu comprimento maior que seu calibre, é comum sofrer com as obstruções. Epidemiologia • A apendicite é a principal causa de abdome agudo (termo que designa um conjunto de doenças que se manifesta de forma súbita com sintomas que persistem em geral por mais de 6h, tendo a dor abdominal como principal sintoma), em adultos de ambos os sexos,na gestante e na criança. • Prevalência de aproximadamente 7% na população. • Mais comum em homens. • Pico entre 10 e 30 anos. o Sexo feminino: 10-14 anos o Sexo masculino: 15-19 anos • Mortalidade (EUA): pouco menor do que 1%, mas chega a 3% nos casos de perfuração e atinge até 15% quando a perfuração ocorre em pacientes idosos. Etiologia Obstrução do apêndice por fecalitos ou apendicolitos (mais comum), hiperplasia dos folículos linfoides, neoplasias, parasitos ou outros coros estranhos. Fisiopatologia 1. Obstrução do lúmen apendicular -> quanto mais grave o caso, maior a chance de a obstrução ser por fecalito/apendicolito. 2. Acúmulo de secreção com supercrescimento bacteriano 3. Aumento da pressão intraluminal e distensão do apêndice 4. Início da condução do estímulo álgico pelos nociceptores viscerais apendiculares, causando dor -> DOR PERIUMBILICAL INICIALMENTE!! 5. Comprometimento do retorno venoso e linfático -> isquemia do órgão. 6. Inflamação atinge o peritônio parietal -> receptores de inervação somática -> dor localizada em FID. 7. Processo inflamatório que pode culminar em necrose e perfuração. A perfuração do apêndice ocorre geralmente após 48h do início dos sintomas, podendo causar um abscesso localizado (periapendicular) ou, nos casos mais graves, Ana Júlia Cardoso Santos – T69 peritonite generalizada com consequente formação de múltiplos abscessos intraperitoneais (pelve, sub-hepático, subdiafragmático e entre alças). As principais bactérias envolvidas na apendicite são Escherichia coli e Bacteroides fragilis. Apendicite aguda gangrenosa: • Aumento acentuado da pressão intraluminal • Trombose venosa • Isquemia do apêndice • Borda antimesentérica é a região menos vascularizada • Infarto do apêndice • Caracteriza por extensas áreas de ulceração hemorrágica da mucosa e sua coloração esverdeada, além da coloração vinhosa de toda a parede, incluindo a serosa. Apendicite aguda perfurativa: • Necrose tecidual + hipertensão intraluminal -> perfuração e extravasamento de pus. • A partir do estado descrito acima, dá-se a ruptura do apêndice cecal, o que pode ocasionar graves complicações locais ou até mesmo sistêmicas. • Pode ocorrer abscesso localizado ou peritonite difusa. • Evolução: o Abscesso periapendicular (95%): por quimiotaxia, o omento (prega constituída por duas camadas de peritônio (revestimento mesotelial) e que liga os órgãos da cavidade abdominal) e as alças do intestino delgado envolvem o conteúdo apendicular, formando um abscesso. o Peritonite difusa (5%): comum em crianças menores de 2 anos e idosos com mais de 65 anos. O acúmulo de pus ocorre na região pélvica e espaço subepático direito ou supraepático subdiafragmático. GRAUS DE APENDICITE CLASSIFICADO PELO CIRURGIÃO • G1 – hiperemia / edema • G2 – fibrina (exsudato fibrinoso) • G3 – abscesso localizado (infecção fora do órgão) • G4 – peritonite / necrose / perfuração G1 e G2: antibiótico como profilaxia pois a infecção está restrita ao órgão. Profilaxia ocorre 1 hora antes. G3 e G4: faz antibioticoterapia pois a infecção extravasou para a cavidade. G3: coloca dreno (para observar as secreções e ver possíveis fistulizações). Ana Júlia Cardoso Santos – T69 G4: porque não é drenado? É uma peritonite difusa e não tem como drenar o abdome inteiro. Nesses casos podem ocorrer laparotomias e deixar aberto para reoperar. Monitorado na UTI, antibiótico amplo, observar todos os parâmetros. • Ao abrir um paciente e encontrar um apêndice normal, qual a conduta? - Retirada do apêndice e puxa o íleo para ver diverticulite de Merkel perfurado (terço distal do íleo terminal). - Retira pois o paciente irá ficar com a cicatriz do mesmo jeito e, em um momento futuro, ele pode desenvolver apendicite e não suspeitarem do caso devido à cicatriz. Quadro clínico • Costuma iniciar com dor abdominal vaga, geralmente periumbilical, frequentemente seguida de anorexia e náuseas. • A dor caracteristicamente migra para a fossa ilíaca direita, após cerca de 12- 24h, localizando-se no ponto de McBurney. • Vômitos devido dor abdominal intensa ou íleo metabólico inflamatório. • Febre discreta (38 – 38,6), os valores mais elevados indicam perfuração. • Sintomas urinários ou hematúria microscópica devido à inflamação dos tecidos ao redor do apêndice, como ureter e bexiga. • Quando deitados, assumem uma atitude característica: permanecem em decúbito dorsal com as pernas fletidas, principalmente a perna direita. CARACTERÍSTICAS DA DOR Característica da dor Localização Causa Primeira fase Intensidade crescente (de leve desconforto a intensa), podendo ser em cólica Pouca específica, sendo referida em epigástrio e região periumbilical Distensão do apêndice nas fases iniciais do processo inflamatório Segunda fase Intensidade média a forte, normalmente em pontada e contínua Localização mais precisa sobre o ponto da doença – quadrante inferior direito Envolvimento da serosa e do peritônio parietal no processo inflamatório Terceira fase Alguns pacientes referem melhora no desconforto, depende da contenção da inflamação Depende se o processo é ou não rapidamente bloqueado. Perfuração do apêndice. Ana Júlia Cardoso Santos – T69 DOR DEPENDENTE DA LOCALIZAÇÃO DO APÊNDICE Apêndice em FID Apêndice Retrocecal Apêndice Pélvico • Dor abdominal difusa • Dor referida em FID • Náuseas e vômitos • Febre discreta • Piora do quadro Dor pode irradiar para coxa ou para testículo direito, e muitas vezes dor em região lombar. Pode apresentar disúria Dor pode se localizar em QIE. Pode apresentar disúria DIAGNÓSTICO DE APENDICITE EM DIFERENTES IDADES Apendicite na criança Apendicite na gravidez Apendicite no idoso Dor abdominal, febre alta, distensão abdominal e diarreia A dor apresenta uma posição constante. Ao ser colocada numa inclinação lateral esquerda a dor é localizada a direita. Náuseas e anorexia. Febre é incomum. Incidência igual na população. Dor comumente discreta e difusa em quadrante inferior direito. Febre e leucocitose estão frequentemente ausentes. Incomum em criança com menos de 2 anos pela característica do apêndice, que dificulta a obstrução. Indicação de apendicectomia. 1 e 2 trimestre: gestação não será alterada. 3 trimestre: risco aumentado de cesarianas e trabalho de parto prematuro. Quadro grave no idoso e 50 – 90% apresentam perfuração. Exame físico INSPEÇÃO • Paciente pode assumir a posição fetal ou manter os membros inferiores fletidos. • Pode encontrar febre baixa (38 – 38,6) ou pode atingir até 39 em casos de perfurações. AUSCULTA • RHA presente nos casos iniciais – no começo pode estar aumentando por hiperestimulação. Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • RHA ausentes ou diminuídos nos casos avançados (bloqueio ou íleo paralítico). Na percussão, timpanismo abdominal. PERCUSSÃO • Timpanismo PALPAÇÃO • Mostra defesa localizada no QID • Hiperestesia cutânea próxima a área afetada por reflexo víscero-cutâneo. Sinais propedêuticos No exame físico vamos encontrar achados para o diagnóstico da apendicite aguda. Esses achados devem-se a irritação peritoneal que vai provocar dor, sendo eles: SINAL DE BLUMBERG • Descompressão dolorosa no ponto de McBurney. Comprimir o ponto de McBurney e retirar bruscamente a mão, causando dor. SINAL DE ROWSING • Compressão em FIE e dor em FID por deslocamento de gases. SINAL DE LAPINSKY • Dor provocada pela compressão do apêndice entre o músculo psoas e a mão do examinador. • Compressão do ceco contra a parede posterior do abdome, enquanto se manda o doente elevar o membro inferior direito estendido. • Surge dor, principalmente nos apêndices retrocecaisdevido compressão do apêndice entre o músculo psoas e a mão do examinador. SINAL DE DUMPHY • Dor desencadeada pela percussão abdominal ou referida quando se solicita ao paciente para tossir. SINAL DO OBTURADOR • Dor epigástrica à rotação interna da coxa direita flexionada sob decúbito dorsal. • Sugere apêndice pélvico. SINAL DO PSOAS • Dor à extensão seguida de abdução da coxa direita, com o paciente em decúbito lateral esquerdo. SINAL DE LENANDER Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • Diferença da temperatura axilar e retal maior que 1 SINAL DE AARON • Dor ou pressão no epigástrio ou tórax anterior com pressão firme persistente aplicada ao ponto de McBurney SINAL DE MARKLE • Fazer com que o paciente fique nas pontas dos pés e de repente caia nos calcanhares com um baque audível. Assim, o paciente conseguirá sentir uma dor bem definida conseguindo localizá-la. SINAL DE TEM HORN • Dor causada por tração suave do testículo direito SINAL DE CHUTRO • Desvio da cicatriz umbilical para direita SINAL DE MURPHY • Ausência de som timpânico Exames laboratoriais 1. Hemograma completo o Leucocitose (15.000/mL) o Desvio para esquerda o Neutrofilia > 75% o PCR é o melhor marcador de fase aguda o Leucocitose > 20.000/mL e neutrofilia > 80% -> Gangrena e perfuração 2. Urina 1 o Geralmente normal o DD: pielonefrite e nefrolitíase o Piuria mínima o Hematúria microscópica ESCALA DE ALVARADO • Índice baixo (< ou igual a 3 pontos): o Alta e retorno em 12h. o Quase exclui apendicite aguda o Dispensa TC Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • Índice intermediário (4-6 pontos) o 35% de casos positivos o Observação o Indica TC para diagnóstico • Índice alto (maior ou igual a 7 pontos) o Indica cirurgia ESCORE AIR -> MAIS ESPECÍFICO • Soma 0–4: baixa probabilidade • Soma 5-8: moderada probabilidade • Soma 9-12: alta probabilidade ESCALA DE RIPASA • Soma < 5: improvável -> repete em 1 a 2h após • Soma 5-7: baixa probabilidade -> US e observação • Soma 7,5-10: alta probabilidade -> US • Soma > 12: diagnóstico apendicite aguda -> cirurgia Exames de imagem RADIOGRAFIA SIMPLES • Baixa sensibilidade e especificidade • Não confirma diagnóstico • Detecta cálculos renais, obstrução intestinal e úlcera perfurada • Achados de radiografia: o Apendículo calcificado (10-15%) o Acúmulo fecal em ceco (85% especificidade) o Nível hidroaéreo em íleo terminal e ceco – alça sentinela o Distensão do delgado o Escoliose antálgica para a direita o Apagamento do psoas direito o Pneumoperitônio o Enema de Bário – não enche Ana Júlia Cardoso Santos – T69 ULTRASSONOGRAFIA • 85% sensibilidade • 90% especificidade • Vantagem: não invasiva • Desvantagem: acurácia depende do examinador e dificuldade na interpretação • Achados na USG: o Diâmetro maior ou igual 7mm o Distensão luminal o Edema da mucosa o Imagem em alvo o Não compressibilidade o Coleção apendicular o Apendicolito o “Anel de Fogo” -> distensão e espessamento da parede (embaixo, a direita) e o fluxo sanguíneo está aumentado, gerando o anel de fogo. Presente em G1. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • Idosos – DD demorado • 90% sensibilidade • 85% especificidade • Mais confiável • Achados aumentam com gravidade da doença • Suspeita de perfuração • Apendicolitos: 50% dos casos Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • Achados na TC: o Apêndice distendido (>7mm) o Espessamento da parede apendicular o Densificação da gordura o Coprolito o Massas inflamatórias (edema) o Coleção gasosa o Apendicolito o Pneumoperitônio Diagnóstico diferencial NEONATO • Apendicite: o Letargia o Irritabilidade o Anorexia o Vômito o Febre o Dor aparente • Estenose pilórica: o Vômito e desidratação o Peristaltismo visível • US é o mais utilizado PRÉ-ESCOLAR • Intussuscepção o Dor em cólica intermitente o Ausência de peritonite Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • Diverticulite de Merkel o Dor periumbilical • Gastroenterite aguda o Diarreia e vômito precoces e persistentes o Sensibilidade abdominal difusa o Ausência de sinais de peritonite ESCOLAR • Gastroenterite o Dor abdominal, diarreia, sem febre e leucocitose • Linfadenite mesentérica o Mais comum, USG o Infecções entéricas o Náuseas e vômitos menos intensos • Doença inflamatória intestinal o Dor abdominal redicivante • Constipação o Fezes duras o Sem sinal de peritonite, febre e leucocitose • Dor funcional o Branca, redicivante e autolimitada ADULTO • Pielonefrite o Dor em flanco, febre alta o Contagem de leucócitos alta e piúria • Colite o Diarreia o Dor esboça trajetória do cólon • Diverticulite o Início insidioso e mais extenso o TC: visualiza divertículo e espessamento da parede cecal • Doença de Crohn o Dor periumbilical MULHER/GESTANTE • Doença Inflamatória Pélvica o Dor bilateral, febre alta o Atividade sexual recente, DIU o Abcesso tubo-ovariano • Torção ovariana Ana Júlia Cardoso Santos – T69 o Dor repentina, contínua e inespecífica o Região inguinal, flanco e hipomesogástrio o Irritação peritoneal o Vômito, náuseas e febre • Gravidez ectópica o Dor intensa, distensão abdominal o Anemia e lipotimia o Beta-HCG e USG IDOSO • Apendicite o Forma atípica, febre incomum o Leucócitos normais o Muitos não apresentam dor em FID o Mais de 50% são perfurados • Diverticulite • Obstrução intestinal o Cólica intensa, náuseas e vômito • Tumor maligno • Úlcera perfurativa • Colecistite o Dor em HD, gradual e persistente o Anorexia, náusea, vômito e febre Tratamento Para a grande maioria dos pacientes o tratamento é cirúrgico Pré-operatório • Antibióticos pré-operatórios: de amplo espectro que cubra gran-negativas e anaeróbias (amoxicilina). o Para pacientes com apendicite não perfurada, uma dose única pré- operatória de antibióticos reduz as infecções pós operatórias da ferida e a formação de abscesso intra-abdominal. o Os antibióticos orais pós-operatórios não reduzem adicionalmente a incidência de complicações infecciosas nesses pacientes. o Para portadores de apendicites perfuradas ou gangrenosas, continuamos com antibióticos intravenosos no período pós-operatório até o paciente estar afebril. • Quadros não complicados é aplicado solução de cristaloide para corrigir déficit de volume. • Jejum Ana Júlia Cardoso Santos – T69 Apendicectomia aberta x laparoscopia • ABERTA/LAPAROTOMIA o Convencional o Maior tempo de recuperação o Mais invasiva o Maior chance de infecção • LAPAROSCOPIA o Menor tempo de hospitalização o Menos dolorosa o Menor chance de infecção o Menos invasiva o Se tiver dúvida diagnóstica, é o método de escolha o Custo elevado o Paciente obeso tem menor dor e hospitalizações mais curtas após laparoscopia o Pacientes com apendicite perfurada têm taxas menores de infecções da ferida após a remoção laparoscópica do apêndice o Pacientes tratados por laparoscopia têm resultados de melhor qualidade de vida duas semanas após a cirurgia. o Em comparação com a apendicectomia aberta, a abordagem laparoscópica envolve custos mais elevados de sala de cirurgia, mas estes têm sido contrabalanceados em algumas séries pela menor duração da estadia hospitalar. APENDICECTOMIA ABERTA • Incisão transversa no quadrante inferior direito (fossa ilíaca direita) ( Davis ou Rockey) ou incisão obliqua (McArthur-McBurney) • Casos não complicados é preferido a incisão transversa com divulsão dos músculos laterais do abdômen sobre o ponto de McBurney • Diérese: pele 🡪 aponeurose do mm obliquo externo, interno e transverso 🡪 peritônio parietal • Anestesia local • Após abertura do peritônio, apêndiceé localizado por sua consistência firme • Mesoapêndice é ligado e seccionado, juntamente com a artéria apendicular • Apêndice é seccionado em sua base • Sutura em bolsa de tabaco ou sutura em Z em torno da parede cecal APENDICECTOMIA LAPAROSCÓPICA • Indicado em: obesos, mulheres jovens em idade fértil, idosos, crianças • Porta no umbigo outra na região supra púbica na linha media e outra no meio da outras duas, mas a esquerda do musculo reto do abdômen • Paciente na posição de Trendelenburg e inclinado para o lado esquerdo Ana Júlia Cardoso Santos – T69 • Procedimento de retirada é o mesmo que na laparotomia • Apêndice é seccionado, colocado em um saco e retirado pela porta da cicatriz umbilical • Apendicite perfurante Complicações • Infecções de ferida – complicação mais comum • Obstruções do intestino delgado • Infertilidade • Fístulas apendicocutâneas ou apendicovesicais • Hérnia incisional • Abcesso de parede e abcessos pélvicos e subfrênicos
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