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Apendicite Aguda

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Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
Embriologia 
• O sistema digestório se desenvolve a partir de modificações do intestino 
primitivo -> tais modificações se iniciam durante a QUARTA semana de 
gestação. 
• O intestino primitivo pode ser dividido em 3 partes: 
o INTESTINO ANTERIOR -> irrigado pelo tronco celíaco -> dor epigástrica 
▪ Faringe primitiva 
▪ Trato respiratório inferior 
▪ Esôfago 
▪ Estômago 
▪ Duodeno logo abaixo da abertura do ducto biliar 
▪ Fígado e sistema biliar 
▪ Pâncreas 
o INTESTINO MÉDIO -> irrigado pela A. mesentérica superior -> dor 
periumbilical 
▪ Intestino delgado, incluindo o duodeno distal até a abertura do ducto 
biliar 
▪ Ceco 
▪ Apêndice 
▪ Colo ascendente 
▪ 2/3 colo transverso 
o INTESTINO POSTERIOR -> irrigado pela A. mesentérica inferior -> dor 
hipogástrica 
▪ Terço esquerdo até metade do colo transverso 
▪ Colo descendente 
▪ Colo sigmoide 
▪ Reto e parte superior do canal anal 
▪ Epitélio da bexiga e maior parte da uretra 
Desenvolvimento do apêndice 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• Na DÉCIMA semana de gestação, as alças intestinais herniadas começam a 
retornar à cavidade abdominal (importante ao fazer o ultrassom) 
• O ceco e o apêndice começam a se formar na SEXTA semana de gestação com 
o surgimento do broto cecal. 
• O broto cecal é a última parte do intestino a retornar para a cavidade 
abdominal. 
• Inicialmente, o apêndice é um pequeno divertículo do ceco. Posteriormente ele 
aumenta rapidamente de tamanho. 
• Após o nascimento, o crescimento desigual das paredes do ceco faz com que o 
apêndice entre no seu lado medial. 
• Como o apêndice se desenvolve durante a descida do cólon, sua posição final é 
frequentemente posterior ao ceco ou ao cólon. Essas posições do apêndice são 
chamadas de retrocecal ou retrocólica, respectivamente. 
• Está sujeito a variações anatômicas em seu posicionamento de pessoa para 
pessoa. 
• Fundo do apêndice o local de maior incidência de apendicite. 
Histologia 
• Camada mucosa: 
o Agregados de nódulos linfáticos + gânglios (ou criptas) + células 
caliciformes. 
o Projetada para o lúmen do apêndice vermiforme de forma irregular devido 
aos agregados de nódulos linfáticos. 
o As glândulas são similares as das demais partes do intestino grosso, mas 
estão em menor número e são menos densamente agrupadas. 
o As células caliciformes, que produzem muco, estão espalhadas por toda a 
mucosa. 
• Camada submucos a: 
o Muitos agregados linfoides e plexo submucoso que faz inervação. 
• Camada muscular: 
o Muscular longitudinal + camada circular 
o Muscular longitudinal tem fibras longitudinais que envolvem o apêndice de 
forma uniforme. 
o Camada circular se encontra o plexo mioentérico responsável por parte 
da inervação. 
• Camada serosa (não visível em pequeno aumento): 
o Formada pelo peritônio visceral, realiza uma cobertura quase completa 
do apêndice, exceto na fixação mesentérica do mesoapêndice. 
o Apêndice: contém menos glândulas intestinais e não contém tênias do 
cólon. 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
NÓDULOS LINFÁTICOS 
• Embora o apêndice seja frequentemente descrito como um órgão vestigial, o 
abundante tecido linfático que ele contém no início da vida sugere que ele 
desempenhe um papel imunológico. 
• Por ter um fundo cego, o conteúdo do apêndice não é renovado rapidamente, 
tornando-o frequentemente um local de inflamação -> APENDICITE 
• O aumento de tecido linfoide ocorre na primeira década de vida, apresentando 
um pico máximo entre os 12 e 20 anos. 
• A partir da terceira década de vida há uma redução abrupta da quantidade de 
tecido linfoide, evoluindo para uma quase total ausência após a sexta década 
de vida, diminuindo muito a chance de apendicite. 
• RN -> não tem tanta apendicite devido ao tamanho do lúmen e por não ter 
fecalito. 
 
Anatomia 
O apêndice vermiforme é uma estrutura 
tubular e alongada (2-20 cm, média de 
9 cm em adultos), fixado ao ceco em sua 
porção posteromedial, na confluência 
das tênias colônicas, sendo este um 
importante ponto de orientação 
cirúrgica. Apesar da localização mais 
comum ser retrocecal, o apêndice pode 
assumir outras posições como pélvica e 
retroperitoneal. Dessa forma, o 
apêndice localiza-se a maioria dos 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
casos na região de FOSSA ILÍACA DIREITA. 
 
Camadas da Parede Abdominal: 
Existem nove camadas da parede abdominal que devem ser acessadas durante a 
incisão para se realizar apendicectomia: 
1. Pele 
2. Tecido subcutâneo 
3. Fáscia superficial 
4. Músculo oblíquo externo 
5. Músculo oblíquo interno 
6. Músculo transverso do abdome 
7. Fáscia parietal do abdome (transversal) 
8. Tecido adiposo extra peritoneal ou pré-peritoenal 
9. Peritônio parietal 
PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL 
PERITÔNIO: 
• O peritônio é uma membrana serosa transparente 
• O peritônio apresenta duas lâminas contínuas: 
Peritônio parietal: 
o Reveste a face interna da parede abdominopélvica e recobre a face inferior do 
diafragma. 
o Mesma inervação somática que ele reveste -> DOR BEM LOCALIZADA! 
Peritônio visceral 
o Reveste vísceras 
o Mesma inervação visceral das vísceras que ele reveste. Estimulado por 
distensão e irritação química -> dor provocada nele é mal localizada, sendo 
referida para os dermátomos dos gânglios vertebrais que emitem as fibras 
sensitivas. 
o Víscera é músculo liso e a inervação é simpático e parassimpático (vago – desce 
entre carótida e jugular). 
o Por isso, a dor como no caso do apêndice, normalmente são sentidas da região 
umbilical. 
CAVIDADE PERITONEAL: 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
O espaço entre as lâminas parietal e visceral do peritônio é chamado de cavidade 
peritoneal, que contém o líquido peritoneal, com função lubrificante e contém 
anticorpos que combatem infecções. 
 
Óstio do Apêndice 
 
• O lúmen do apêndice é pequeno e se abre no ceco através do óstio do apêndice, 
que se localiza abaixo e posteriormente à abertura ileocecal. 
• O tamanho do óstio do apêndice vermiforme em alguns indivíduos pode 
contribuir para apendicite. 
• O tamanho aumentado do óstio e do lúmen nos extremos da vida pode ser uma 
razão pela qual a apendicite aguda é relativamente incomum nestas faixas 
etárias. 
PONTO DE MCBURNEY 
• É um ponto de referência importante 
relacionado com o apêndice. 
• Normalmente a base do apêndice se localiza 
profundamente ao Ponto de McBurney. 
• O ponto de McBurney está localizado a 
aproximadamente um terço da distância do 
trajeto de uma linha oblíqua traçada entre a 
espinha ilíaca ântero-superior direita e o 
umbigo. 
Irrigação e drenagem 
• Artéria Apendicular 
• Aorta abdominal -> A. mesentérica superior -> A. ileocólica -> A. apendicular 
• A artéria apendicular é suscetível a uma trombose durante episódios de 
inflamação e pode causar isquemia da parte distal do apêndice e gangrena 
(casos supurativos). 
• Veia Ileocólica 
• Veia Ileocólica -> Veia Mesentérica Superior -> Veia Esplênica Posterior -> Veia 
Porta do Fígado -> Veia Cava Inferior. 
Inervação 
• A inervação do ceco e do apêndice é feita pelo sistema autônomo 
• As fibras nervosas simpáticas -> parte torácica inferior da medula espinal 
• As fibras nervosas parassimpáticas -> ramos do nervo vago (X par craniano). 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• As fibras nervosas aferentes do apêndice acompanham os nervos simpáticos 
até o segmento T10 da medula espinal. 
 
Definição 
• A apendicite é a inflamação do apêndice cecal, que por ter seu comprimento 
maior que seu calibre, é comum sofrer com as obstruções. 
Epidemiologia 
• A apendicite é a principal causa de abdome agudo (termo que designa um 
conjunto de doenças que se manifesta de forma súbita com sintomas que 
persistem em geral por mais de 6h, tendo a dor abdominal como principal 
sintoma), em adultos de ambos os sexos,na gestante e na criança. 
• Prevalência de aproximadamente 7% na população. 
• Mais comum em homens. 
• Pico entre 10 e 30 anos. 
o Sexo feminino: 10-14 anos 
o Sexo masculino: 15-19 anos 
• Mortalidade (EUA): pouco menor do que 1%, mas chega a 3% nos casos de 
perfuração e atinge até 15% quando a perfuração ocorre em pacientes idosos. 
Etiologia 
Obstrução do apêndice por fecalitos ou apendicolitos (mais comum), hiperplasia dos 
folículos linfoides, neoplasias, parasitos ou outros coros estranhos. 
Fisiopatologia 
1. Obstrução do lúmen apendicular -> quanto mais grave o caso, maior a 
chance de a obstrução ser por fecalito/apendicolito. 
2. Acúmulo de secreção com supercrescimento bacteriano 
3. Aumento da pressão intraluminal e distensão do apêndice 
4. Início da condução do estímulo álgico pelos nociceptores viscerais 
apendiculares, causando dor -> DOR PERIUMBILICAL INICIALMENTE!! 
5. Comprometimento do retorno venoso e linfático -> isquemia do órgão. 
6. Inflamação atinge o peritônio parietal -> receptores de inervação somática 
-> dor localizada em FID. 
7. Processo inflamatório que pode culminar em necrose e perfuração. 
A perfuração do apêndice ocorre geralmente após 48h do início dos sintomas, 
podendo causar um abscesso localizado (periapendicular) ou, nos casos mais graves, 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
peritonite generalizada com consequente formação de múltiplos abscessos 
intraperitoneais (pelve, sub-hepático, subdiafragmático e entre alças). 
As principais bactérias envolvidas na apendicite são Escherichia coli e Bacteroides 
fragilis. 
Apendicite aguda gangrenosa: 
• Aumento acentuado da pressão intraluminal 
• Trombose venosa 
• Isquemia do apêndice 
• Borda antimesentérica é a região menos vascularizada 
• Infarto do apêndice 
• Caracteriza por extensas áreas de ulceração hemorrágica da mucosa e sua 
coloração esverdeada, além da coloração vinhosa de toda a parede, incluindo a 
serosa. 
Apendicite aguda perfurativa: 
• Necrose tecidual + hipertensão intraluminal -> perfuração e extravasamento de 
pus. 
• A partir do estado descrito acima, dá-se a ruptura do apêndice cecal, o que pode 
ocasionar graves complicações locais ou até mesmo sistêmicas. 
• Pode ocorrer abscesso localizado ou peritonite difusa. 
• Evolução: 
o Abscesso periapendicular (95%): por quimiotaxia, o omento (prega 
constituída por duas camadas de peritônio (revestimento mesotelial) e 
que liga os órgãos da cavidade abdominal) e as alças do intestino delgado 
envolvem o conteúdo apendicular, formando um abscesso. 
o Peritonite difusa (5%): comum em crianças menores de 2 anos e idosos 
com mais de 65 anos. O acúmulo de pus ocorre na região pélvica e espaço 
subepático direito ou supraepático subdiafragmático. 
GRAUS DE APENDICITE CLASSIFICADO PELO CIRURGIÃO 
• G1 – hiperemia / edema 
• G2 – fibrina (exsudato fibrinoso) 
• G3 – abscesso localizado (infecção fora do órgão) 
• G4 – peritonite / necrose / perfuração 
G1 e G2: antibiótico como profilaxia pois a infecção está restrita ao órgão. Profilaxia 
ocorre 1 hora antes. 
G3 e G4: faz antibioticoterapia pois a infecção extravasou para a cavidade. 
G3: coloca dreno (para observar as secreções e ver possíveis fistulizações). 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
G4: porque não é drenado? É uma peritonite difusa e não tem como drenar o abdome 
inteiro. Nesses casos podem ocorrer laparotomias e deixar aberto para reoperar. 
Monitorado na UTI, antibiótico amplo, observar todos os parâmetros. 
• Ao abrir um paciente e encontrar um apêndice normal, qual a conduta? 
- Retirada do apêndice e puxa o íleo para ver diverticulite de Merkel perfurado (terço 
distal do íleo terminal). 
- Retira pois o paciente irá ficar com a cicatriz do mesmo jeito e, em um momento 
futuro, ele pode desenvolver apendicite e não suspeitarem do caso devido à cicatriz. 
Quadro clínico 
• Costuma iniciar com dor abdominal vaga, geralmente periumbilical, 
frequentemente seguida de anorexia e náuseas. 
• A dor caracteristicamente migra para a fossa ilíaca direita, após cerca de 12-
24h, localizando-se no ponto de McBurney. 
• Vômitos devido dor abdominal intensa ou íleo metabólico inflamatório. 
• Febre discreta (38 – 38,6), os valores mais elevados indicam perfuração. 
• Sintomas urinários ou hematúria microscópica devido à inflamação dos tecidos 
ao redor do apêndice, como ureter e bexiga. 
• Quando deitados, assumem uma atitude característica: permanecem em 
decúbito dorsal com as pernas fletidas, principalmente a perna direita. 
CARACTERÍSTICAS DA DOR 
 Característica da 
dor 
Localização Causa 
Primeira fase 
Intensidade 
crescente (de leve 
desconforto a 
intensa), podendo 
ser em cólica 
Pouca específica, 
sendo referida em 
epigástrio e região 
periumbilical 
Distensão do 
apêndice nas fases 
iniciais do processo 
inflamatório 
Segunda fase 
Intensidade média 
a forte, 
normalmente em 
pontada e contínua 
Localização mais 
precisa sobre o 
ponto da doença – 
quadrante inferior 
direito 
Envolvimento da 
serosa e do 
peritônio parietal 
no processo 
inflamatório 
Terceira fase 
Alguns pacientes 
referem melhora 
no desconforto, 
depende da 
contenção da 
inflamação 
Depende se o 
processo é ou não 
rapidamente 
bloqueado. 
Perfuração do 
apêndice. 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
DOR DEPENDENTE DA LOCALIZAÇÃO DO APÊNDICE 
Apêndice em FID Apêndice Retrocecal Apêndice Pélvico 
• Dor abdominal 
difusa 
• Dor referida em FID 
• Náuseas e vômitos 
• Febre discreta 
• Piora do quadro 
Dor pode irradiar para 
coxa ou para testículo 
direito, e muitas vezes dor 
em região lombar. 
Pode apresentar disúria 
Dor pode se localizar em 
QIE. 
Pode apresentar disúria 
 
DIAGNÓSTICO DE APENDICITE EM DIFERENTES IDADES 
Apendicite na criança Apendicite na gravidez Apendicite no idoso 
Dor abdominal, febre alta, 
distensão abdominal e 
diarreia 
A dor apresenta uma 
posição constante. Ao ser 
colocada numa inclinação 
lateral esquerda a dor é 
localizada a direita. 
Náuseas e anorexia. 
Febre é incomum. 
Incidência igual na 
população. 
Dor comumente discreta e 
difusa em quadrante 
inferior direito. 
Febre e leucocitose estão 
frequentemente ausentes. 
 
Incomum em criança com 
menos de 2 anos pela 
característica do 
apêndice, que dificulta a 
obstrução. 
Indicação de 
apendicectomia. 
1 e 2 trimestre: gestação 
não será alterada. 
3 trimestre: risco 
aumentado de cesarianas 
e trabalho de parto 
prematuro. 
Quadro grave no idoso e 
50 – 90% apresentam 
perfuração. 
 
Exame físico 
INSPEÇÃO 
• Paciente pode assumir a posição fetal ou manter os membros inferiores fletidos. 
• Pode encontrar febre baixa (38 – 38,6) ou pode atingir até 39 em casos de 
perfurações. 
AUSCULTA 
• RHA presente nos casos iniciais – no começo pode estar aumentando por 
hiperestimulação. 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• RHA ausentes ou diminuídos nos casos avançados (bloqueio ou íleo paralítico). 
Na percussão, timpanismo abdominal. 
PERCUSSÃO 
• Timpanismo 
PALPAÇÃO 
• Mostra defesa localizada no QID 
• Hiperestesia cutânea próxima a área afetada por reflexo víscero-cutâneo. 
Sinais propedêuticos 
No exame físico vamos encontrar achados para o diagnóstico da apendicite aguda. 
Esses achados devem-se a irritação peritoneal que vai provocar dor, sendo eles: 
SINAL DE BLUMBERG 
• Descompressão dolorosa no ponto de McBurney. Comprimir o ponto de 
McBurney e retirar bruscamente a mão, causando dor. 
SINAL DE ROWSING 
• Compressão em FIE e dor em FID por deslocamento de gases. 
SINAL DE LAPINSKY 
• Dor provocada pela compressão do apêndice entre o músculo psoas e a mão do 
examinador. 
• Compressão do ceco contra a parede posterior do abdome, enquanto se manda 
o doente elevar o membro inferior direito estendido. 
• Surge dor, principalmente nos apêndices retrocecaisdevido compressão do 
apêndice entre o músculo psoas e a mão do examinador. 
SINAL DE DUMPHY 
• Dor desencadeada pela percussão abdominal ou referida quando se solicita ao 
paciente para tossir. 
SINAL DO OBTURADOR 
• Dor epigástrica à rotação interna da coxa direita flexionada sob decúbito dorsal. 
• Sugere apêndice pélvico. 
SINAL DO PSOAS 
• Dor à extensão seguida de abdução da coxa direita, com o paciente em decúbito 
lateral esquerdo. 
SINAL DE LENANDER 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• Diferença da temperatura axilar e retal maior que 1 
SINAL DE AARON 
• Dor ou pressão no epigástrio ou tórax anterior com pressão firme persistente 
aplicada ao ponto de McBurney 
SINAL DE MARKLE 
• Fazer com que o paciente fique nas pontas dos pés e de repente caia nos 
calcanhares com um baque audível. Assim, o paciente conseguirá sentir uma 
dor bem definida conseguindo localizá-la. 
SINAL DE TEM HORN 
• Dor causada por tração suave do testículo direito 
SINAL DE CHUTRO 
• Desvio da cicatriz umbilical para direita 
SINAL DE MURPHY 
• Ausência de som timpânico 
Exames laboratoriais 
1. Hemograma completo 
o Leucocitose (15.000/mL) 
o Desvio para esquerda 
o Neutrofilia > 75% 
o PCR é o melhor marcador de fase aguda 
o Leucocitose > 20.000/mL e neutrofilia > 80% -> Gangrena e perfuração 
2. Urina 1 
o Geralmente normal 
o DD: pielonefrite e 
nefrolitíase 
o Piuria mínima 
o Hematúria microscópica 
ESCALA DE ALVARADO 
• Índice baixo (< ou igual a 3 
pontos): 
o Alta e retorno em 12h. 
o Quase exclui apendicite 
aguda 
o Dispensa TC 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• Índice intermediário (4-6 pontos) 
o 35% de casos positivos 
o Observação 
o Indica TC para diagnóstico 
• Índice alto (maior ou igual a 7 
pontos) 
o Indica cirurgia 
ESCORE AIR -> MAIS ESPECÍFICO 
• Soma 0–4: baixa probabilidade 
• Soma 5-8: moderada 
probabilidade 
• Soma 9-12: alta probabilidade 
ESCALA DE RIPASA 
• Soma < 5: improvável -> repete em 1 a 2h após 
• Soma 5-7: baixa probabilidade -> US e 
observação 
• Soma 7,5-10: alta probabilidade -> US 
• Soma > 12: diagnóstico apendicite aguda -> 
cirurgia 
Exames de imagem 
RADIOGRAFIA SIMPLES 
• Baixa sensibilidade e especificidade 
• Não confirma diagnóstico 
• Detecta cálculos renais, obstrução intestinal e 
úlcera perfurada 
• Achados de radiografia: 
o Apendículo calcificado (10-15%) 
o Acúmulo fecal em ceco (85% 
especificidade) 
o Nível hidroaéreo em íleo terminal e ceco – alça sentinela 
o Distensão do delgado 
o Escoliose antálgica para a direita 
o Apagamento do psoas direito 
o Pneumoperitônio 
o Enema de Bário – não enche 
 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
 
ULTRASSONOGRAFIA 
• 85% sensibilidade 
• 90% especificidade 
• Vantagem: não invasiva 
• Desvantagem: acurácia depende do examinador e dificuldade na interpretação 
• Achados na USG: 
o Diâmetro maior ou igual 7mm 
o Distensão luminal 
o Edema da mucosa 
o Imagem em alvo 
o Não compressibilidade 
o Coleção apendicular 
o Apendicolito 
o “Anel de Fogo” -> distensão e espessamento da parede (embaixo, a 
direita) e o fluxo sanguíneo está aumentado, gerando o anel de fogo. 
Presente em G1. 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
• Idosos – DD demorado 
• 90% sensibilidade 
• 85% especificidade 
• Mais confiável 
• Achados aumentam com gravidade da doença 
• Suspeita de perfuração 
• Apendicolitos: 50% dos casos 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• Achados na TC: 
o Apêndice distendido (>7mm) 
o Espessamento da parede apendicular 
o Densificação da gordura 
o Coprolito 
o Massas inflamatórias (edema) 
o Coleção gasosa 
o Apendicolito 
o Pneumoperitônio 
 
Diagnóstico diferencial 
NEONATO 
• Apendicite: 
o Letargia 
o Irritabilidade 
o Anorexia 
o Vômito 
o Febre 
o Dor aparente 
• Estenose pilórica: 
o Vômito e desidratação 
o Peristaltismo visível 
• US é o mais utilizado 
PRÉ-ESCOLAR 
• Intussuscepção 
o Dor em cólica intermitente 
o Ausência de peritonite 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• Diverticulite de Merkel 
o Dor periumbilical 
• Gastroenterite aguda 
o Diarreia e vômito precoces e persistentes 
o Sensibilidade abdominal difusa 
o Ausência de sinais de peritonite 
ESCOLAR 
• Gastroenterite 
o Dor abdominal, diarreia, sem febre e leucocitose 
• Linfadenite mesentérica 
o Mais comum, USG 
o Infecções entéricas 
o Náuseas e vômitos menos intensos 
• Doença inflamatória intestinal 
o Dor abdominal redicivante 
• Constipação 
o Fezes duras 
o Sem sinal de peritonite, febre e leucocitose 
• Dor funcional 
o Branca, redicivante e autolimitada 
ADULTO 
• Pielonefrite 
o Dor em flanco, febre alta 
o Contagem de leucócitos alta e piúria 
• Colite 
o Diarreia 
o Dor esboça trajetória do cólon 
• Diverticulite 
o Início insidioso e mais extenso 
o TC: visualiza divertículo e espessamento da parede cecal 
• Doença de Crohn 
o Dor periumbilical 
MULHER/GESTANTE 
• Doença Inflamatória Pélvica 
o Dor bilateral, febre alta 
o Atividade sexual recente, DIU 
o Abcesso tubo-ovariano 
• Torção ovariana 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
o Dor repentina, contínua e inespecífica 
o Região inguinal, flanco e hipomesogástrio 
o Irritação peritoneal 
o Vômito, náuseas e febre 
• Gravidez ectópica 
o Dor intensa, distensão abdominal 
o Anemia e lipotimia 
o Beta-HCG e USG 
IDOSO 
• Apendicite 
o Forma atípica, febre incomum 
o Leucócitos normais 
o Muitos não apresentam dor em FID 
o Mais de 50% são perfurados 
• Diverticulite 
• Obstrução intestinal 
o Cólica intensa, náuseas e vômito 
• Tumor maligno 
• Úlcera perfurativa 
• Colecistite 
o Dor em HD, gradual e persistente 
o Anorexia, náusea, vômito e febre 
Tratamento 
Para a grande maioria dos pacientes o tratamento é cirúrgico 
Pré-operatório 
• Antibióticos pré-operatórios: de amplo espectro que cubra gran-negativas e 
anaeróbias (amoxicilina). 
o Para pacientes com apendicite não perfurada, uma dose única pré-
operatória de antibióticos reduz as infecções pós operatórias da ferida e a 
formação de abscesso intra-abdominal. 
o Os antibióticos orais pós-operatórios não reduzem adicionalmente a 
incidência de complicações infecciosas nesses pacientes. 
o Para portadores de apendicites perfuradas ou gangrenosas, continuamos 
com antibióticos intravenosos no período pós-operatório até o paciente 
estar afebril. 
• Quadros não complicados é aplicado solução de cristaloide para corrigir déficit 
de volume. 
• Jejum 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
Apendicectomia aberta x laparoscopia 
• ABERTA/LAPAROTOMIA 
o Convencional 
o Maior tempo de recuperação 
o Mais invasiva 
o Maior chance de infecção 
• LAPAROSCOPIA 
o Menor tempo de hospitalização 
o Menos dolorosa 
o Menor chance de infecção 
o Menos invasiva 
o Se tiver dúvida diagnóstica, é o método de escolha 
o Custo elevado 
o Paciente obeso tem menor dor e hospitalizações mais curtas após 
laparoscopia 
o Pacientes com apendicite perfurada têm taxas menores de infecções da 
ferida após a remoção laparoscópica do apêndice 
o Pacientes tratados por laparoscopia têm resultados de melhor qualidade 
de vida duas semanas após a cirurgia. 
o Em comparação com a apendicectomia aberta, a abordagem 
laparoscópica envolve custos mais elevados de sala de cirurgia, mas estes 
têm sido contrabalanceados em algumas séries pela menor duração da 
estadia hospitalar. 
APENDICECTOMIA ABERTA 
• Incisão transversa no quadrante inferior direito (fossa ilíaca direita) ( Davis 
ou Rockey) ou incisão obliqua (McArthur-McBurney) 
• Casos não complicados é preferido a incisão transversa com divulsão dos 
músculos laterais do abdômen sobre o ponto de McBurney 
• Diérese: pele 🡪 aponeurose do mm obliquo externo, interno e transverso 🡪 
peritônio parietal 
• Anestesia local 
• Após abertura do peritônio, apêndiceé localizado por sua consistência firme 
• Mesoapêndice é ligado e seccionado, juntamente com a artéria apendicular 
• Apêndice é seccionado em sua base 
• Sutura em bolsa de tabaco ou sutura em Z em torno da parede cecal 
 
APENDICECTOMIA LAPAROSCÓPICA 
• Indicado em: obesos, mulheres jovens em idade fértil, idosos, crianças 
• Porta no umbigo outra na região supra púbica na linha media e outra no meio 
da outras duas, mas a esquerda do musculo reto do abdômen 
• Paciente na posição de Trendelenburg e inclinado para o lado esquerdo 
Ana Júlia Cardoso Santos – T69 
 
• Procedimento de retirada é o mesmo que na laparotomia 
• Apêndice é seccionado, colocado em um saco e retirado pela porta da 
cicatriz umbilical 
• Apendicite perfurante 
 
Complicações 
• Infecções de ferida – complicação mais comum 
• Obstruções do intestino delgado 
• Infertilidade 
• Fístulas apendicocutâneas ou apendicovesicais 
• Hérnia incisional 
• Abcesso de parede e abcessos pélvicos e subfrênicos

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