Buscar

Caquexia: Perda de peso e massa muscular

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caquexia
Visão Geral: É uma perda de peso associada a perda de massa muscular, que pode, ou não, estar associada a perda de gordura. É o estado mais grave de emagrecimento e, por isso, é considerada uma
síndrome metabólica associada a doença, caracterizada por aumento da taxa metabólica e perda do apetite. Pode ser definido, também, como uma perda de peso de, ao menos, 5% do peso basal em 12
meses (o tempo varia de acordo com a etiologia).
Epidemiologia
→ Incidência semelhante em
homens e mulheres;
→ Fatores de risco: Tabagismo,
idade avançada, autorrelato de
saúde precária, deficiências físi-
cas e doenças sistêmicas crôni-
cas.
→ As principais etiologias são:
neoplasias malignas, doenças
gastrointestinais não malignas e
os transtornos psiquiátricos. Con-
tudo, mais de 25% dos casos não
apresentam causas definidas.
Etiologia
→ É importante salientar que,
além das quatro causas citadas
anteriormente, a caquexia pode
acontecer por mais de uma dessas
ou, até mesmo, atrelada a outros
três fatores:
(1) Diminuição do aporte de
energia por jejum;
(2) Aumento do gasto de
energia por uma condição de
catabolismo, com liberação de
hormônios e células inflamatórias
(3) Perda de energia por via
urinária, intestinal ou pele.
Obs. Em pacientes idosos, a
causa pode ser multifatorial.
→ Uma vez que a causa mais
comum é a neoplasia maligna, o
fator mais comum será o
aumento do gasto de energia por
aumento da atividade metabólica,
sendo o catabolismo o mecanis-
mo causal para a perda de massa
muscular, somado ao estado
inflamatório do câncer.
Obs. citocinas anoréxicas esta-
rão presentes na inflamação do
câncer - induzem perda de
apetite.
Obs. O sítio específico da neo-
plasia pode ajudar na perda de
peso, como aqueles que acome-
tem o TGI.
Lembrete: o tratamento da
neoplasia, por exemplo, ajuda
na não alimentação correta do
paciente - através da perda de
olfato, falta de apetite, dificul-
dade na mastigação.
Fisiopatologia
→ Uma vez induzido um
estado de alta atividade catabó-
lica no indivíduo, acompanha-
do de uma baixa reposição
alimentar, irá ocorrer o consu-
mo de massa magra (= massa
muscular), causando atrofia
muscular dos membros e da
caixa torácica - causando perda
de funcionalidade motora e
respiratória.
→ O corpo tenta balancear, ou
seja, preservar a massa magra,
contudo, os mecanismos meta-
bólicos utilizados são inibidos
pelo estado inflamatório vigen-
te em decorrência, por exem-
plo, da neoplasia. Em outras
patologia, essa resposta corpo-
ral pode ser inibida por meca-
nismos endôcrinos.
Obs. O próprio desequilíbrio
catabólico causa aumento dos
seus hormônios.
→ A direta consequência será o
aumento da conversão de ami-
noácido pelo fígado e sua con-
versão em glicose - estes aminoá-
cidos virão dos músculos lisos.
Em mais detalhes
O estado inflamatório surge em
decorrência de uma injuria celular
que irá ativar o sistema imune e a
produção de citocinas em exces-
so.
É justamente esse excesso de
citocinas que estará implicada na
etiologia da anorexia. Esse au-
mento irá causar o aumento da
liberação de Fator Liberador de
Corticotrofina (CRF), que é um
anorexígeno conhecido por
modular a ingestão de alimentos e
gasto de enrgia.
A presença de CRF somado a
prostaglandinas age suprimindo a
produção de orexígenos - princi-
palmente o neuropeptídeo Y.
Outro fator que é aumentado
pelas citocinas é a atividade do
fator de transcrição nuclear KB,
responsável na diminuição da sín-
tese proteica do músculo + ao
fator de necrose tumoral e
interferom gama que inibem a
produção das cadeias de miosina -
somado a essa diminuição, está o
hipercatabolismo, quebrando os
aminoácidos para serem usados
como energia.
Por fim, o aumento dos níveis de
cortisol pelo corpo leva ao
aumento do metabolismo basal,
causando o aumento do
catabolsimo - por vezes, é o seu
causador.
Outras doenças
Gastrointestinais: úlcera, doença
celíaca, doenças inflamatórias -
estas causam o emagrecimento
através da dor ao alimentar-se,
disfagia, inflamação e perda de
nutriente nas fezes, além de
possíveis problemas dentários.
Doenças tuberculose, doenças
fúngicas, parasitoses, endocar-
dite bacteriana aguda e infecção
por HIV.
Doenças cardiovasculares e pul-
monares pois aumentam as de-
mandas metabólicas e atuam
diminuindo o apetite e a ingestão
de calorias.
Doença com insuficiência termi-
nal de órgãos: DPOC, hipóxia,
ativação neuroendócrina crônica.
Infecções: HIV, contudo,
destaca-se que, sozinha, ela
causa um gasto de energia total
semelhante a um indivíduo
normal. Quando essa perda é
exarcebada, pode ser pode
doença oportunista secundária.
Endocrinometabólicas: Diabetes
melitos e hipertireoidismo -
paciente sofre emagrecimento
em decorrência da fome celular e
hiperglicemia, pela perdas ener-
géticas causadas pela falta de
insulina.
Psiquiátricas: isolamento, de-
pressão, anorexia - perda por
falta de ingestão. Outro ponto é
o uso de drogas e medicações
opioides - Tabela.
Idosos: a institucionalização e
pobrezas, mas, no geral, os
pesquisadores dividem a perda
em quatro fatores: social/finan-
ceira; psiquiátrica, condições
médicas e idade.
Quadro Clínico
→ Anorexia, náuseas, disfagia,
saciedade precoce, odinofagia,
mucosites, disgeusia, constipação,
fadiga, dor e problemas psicológi-
cos.
Obs. Obesidade pode prostergar a
detecção da caquexia.
Durante a anamnese, deve-se
buscar três principais pontos: a
perda de peso, diminuição ou au-
mento do apetite e se possui infla-
mação presente ou ausente.
Entre estas, a pesquisa mais mi-
nuciosa deve ser sobre a infama-
ção; ela pode ser marcado pelo
febre, mas sua ausência não
exclui a presença da inflamação.
No exame físico, deve-se enforcar
nos dados antropométricos dos
paciente e um exame da cabeça e
pescoço. Além de exame neuroló-
gico, muscular e psiquiátrico.
Caso o paciente tenha alterações
sensoriais, fazer MMSE
A atrofia muscular pode ser
observada pela atrofia muscular,
descamação cutânea e quielite
(inflamação dos lábios).
Diagnóstico
Os critérios são: (1) perda de peso
de 5% do peso basal em 6 a 12
meses, sendo esse tempo contato
na presença de doença + sintomas
de fadiga, anorexia, baixo índice
de massa livre de gordura.
Em relação a exames laboratoriais
observa-se:
 PCR > 5mg/L,
 Albumina < 3,2g/dL
 IL-6 > 4,0 g/mL
O raio x de tórax é o exame mais
útil para demonstrar perda de
peso - sinais de cardiomegalia,
massas, infiltrados, cavitações,
derrames e adenopatias.
Outra parte importante é o proto-
colo dos 9d’s - imagem abaixo -
que é usada como um roteiro de
investigação para as causas de
perda de peso no idoso.
Tratamento
Em primeira linha, é importante
identificar e tratar a causa, sendo
que esté pode ser o suficiente para
recuperar o estado nutricional do
paciente.
Nos casos inexplicáveis, fazer uso
de suplementos nutricionais, entre
e junto as refeições.
O suporte nutricional é a nutrição
enteral, parenteral ou gastro. Por
via oral deve ser realizada sempre
que possível, seja sozinha ou com
uma das medidas de suporte.
Obs. Em idosos, deve-se manter o
suporte até que o paciente consiga
por via oral, manter 10% do seu
peso ideal.
Não há evidências para o uso de
medicamentos orexígenos, anabó-
licos e anticatabólicos, nem anti-
inflamatórios.
Indicado a realização de atividade
física, com intensidade adaptada.

Outros materiais