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O APÓSTOLO PAULO EM ATENAS Paulo vai pregar a palavra de Deus num lugar onde seu público é pagão e as pessoas não tem as noções básicas da fé cristã. Atenas era na época, a capital intelectual do mundo, a cidade dos sábios e filósofos como Péricles, Aristóteles, Platão, Sócrates, etc. Atenas era uma cidade mergulhada na cultura secular, nas artes, fliosofias (filosofias e vãs sutilezas – Col. 2:8) e costumes mundanos. Ao percorrer a cidade, Paulo fica indignado ao ver a cidade entregue à idolatria (Atos 17:16). Então, ele resolve ir para as sinagogas debater com os Judeus e religiosos locais e diariamente nas praças (ágora) com os que se apresentavam (Atos 17:17). Um aspecto importante de se destacar a respeito da religião grega era a inexistência de um livro sagrado. As crenças eram difundidas pelos poetas, mas com uma visão não dogmática e sem uma autoridade que teria o direito de proteger os dogmas. Com isso, os filósofos gregos não enfrentaram resistência religiosa à sua liberdade de pensamento. Na ágora os cidadãos masculinos maiores de 18 anos expressavam suas idéias e tentavam impor sua cosmovisão. Discutiam com Paulo os filósofos epicuristas e estóicos. Os epicuristas eram os seguidores de Picuro, cuja filosofia principal era o hedonismo que consiste na busca do prazer sem importar o futuro e tinham como lema a frase: comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. Já os estóicos acreditavam que a vida era marcada por um destino cego e implacável, era o determinismo implacável (uma espécie de predestinação). E Paulo, discordando deles, diz que há possibilidade de mudança sim, Deus não leva em conta o tempo da ignorância, antes deseja que todos se arrependam e escrevam uma nova história para suas vidas. O discurso de Paulo confrontava tudo o que aqueles filósofos pregavam, seu discurso apontava para Jesus Cristo, o ressurreto, o salvador, tanto de judeus como samaritanos, galileus e de todos os confins da terra. Então, aqueles intelectuais chamaram Paulo de tagarela que na sabia do quê estava falando. Para eles o evangelho que Paulo pregava era algo muito estranho e para eles o Deus de Paulo era “desconhecido”. Nada mais curioso que a cidade mais iluminada e considerada o centro cultural e sapiencial do mundo mergulhada no obscurantismo e em densas trevas da ignorância espiritual. Isso quer dizer que academia, muita cultura e conhecimento teórico não leva ninguém a Deus, não já basta informação, é necessário que haja transformação, há pessoas muito cultas e intelectuais, mas espiritualmente vivem na escuridão. A bíbia diz que aqueles homens, filósofos e intelectuais, levaram Paulo ao areópago (Atos 17:19), uma espécie de tribunal de justiça ou conselho, que funcionava a céu aberto no outeiro de Marte, antiga Atenas, desempenhando papel importante sobre temas políticos e religiosos. Atenas era considerada uma cidade muito aberta e liberal, era a cidade dos filósofos, dos pensadores, da multiplicidade religiosa, segundo Plínio, um naturalista, escritor, historiador, gramático, administrador e oficial do exército romano, havia em Atenas naquela época mais de trinta mil estátuas dedicadas aos deuses gregos, já Suetônio, um senador e general romano dizia que para cada edifício havia um altar em Atenas, enquanto Diógenes, antigo filósofo grego, também conhecido como “Diógenes, o cínico”, certo dia satirizando, saiu às ruas em plena luz do dia com uma lanterna acesa e, sendo indagado pelo quê estava procurando, respondeu: eu procuro um homem, pois só vejo “deuses” nessa terra. É neste contexto que Paulo foi levado ao areópago para se explicar e falar sobre o que, para os atenienses era uma novidade vista com estranheza. Então Paulo proferiu o discurso que se encontra registrado no livro de Atos dos Apóstolos 17:22-31, o qual inicia de forma https://pt.wikipedia.org/wiki/Senador_romano estratégica, e disse Paulo: Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio... Alguns pontos merecem destaque no discurso de Paulo: De forma estratégica e sutil, Paulo ganhou a atenção do auditório ao iniciar o discurso chamando os atenienses de “excepcionalmente religiosos” (tradução original do grego Atos 17:22); Paulo era observador, visto que o “altar ao deus desconhecido” não passou despercebido por ele (passando eu e observando Atos 17:23); Paulo aproveita a ocasião e usa o “altar ao deus desconhecido” como ponte para fundamentar seus argumentos e assim, anunciar e apresentar o Deus que ele conhecia e servia, O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens (Atos 22:24); Paulo, com muito desembaraço, anuncia que o Deus que ele conhece é maior que todos os templos de Atenas, pois Ele não habita em templos feitos por mãos humanas; Paulo, com muita eloqüência, anuncia o Deus da salvação que julgará, não conforme os padrões do areópago ou tribunal grego composto por homens, mas pelos padrões que Ele estabeleceu, onde prevalecerá, acima de tudo, a justiça divina (Porquanto tem determinado um dia em que, com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos Atos 17:31); Paulo fez uma leitura correta do seu auditório e usou a linguagem adequada para a ocasião, conseguindo fazer com sua mensagem alcançasse os corações de alguns atenienses (Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros. Atos 17:34) É admirável a desenvoltura e perspicácia de Paulo no areópago, pregando para uma platéia de sábios, filósofos e religiosos gregos que, adeptos do dualismo, não acreditavam na ressurreição e tinham uma visão distorcida a respeito do corpo/matéria humano, pois diziam que o corpo é mal e não presta, mas o corpo não é mal porque nos é dado por Deus, o corpo humano é criado por Deus e tudo o que Deus faz é bom (Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. 1º Tim. 4:4). Embora a bíblia relate que, ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez. (Atos 17:32), a palavra de Deus pregada por Paulo naquele dia não voltou vazia, antes produziu efeito e alcançou corações (Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. Isaías 55:10-11) https://www.bibliaonline.com.br/acf/atos/17/32+
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