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Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Doença infecto-contagiosa, causada por vírus, que se apresenta sob três formas clínicas de encefalite: aguda, subaguda e crônica progressiva. Tem como alvo o sistema nervoso central. Cinomose Vírus de fita simples de RNA, envelopado com proteínas Gênero: Morbillivirus Família: Paramyxoviridae Outros do mesmo gênero: Envelope lipoproteíco (GP viral + membrana celular) Genoma: Só codifica 6 proteínas: H (adsorção); F e M (penetração); N (proteção); P e L (replicação) Sensível: Com variações genéticas mas só um sorotipo Etiologia Sarampo (humanos) Peste de pequenos ruminantes (PPRV) Vírus Hendra (equinos) 1. 2. 3. Éter, solventes lipídicos, pH<4.5 e T ° (50° C por 30min) Climas quentes: 20° C por 3 horas e exsudatos por 1 hora. No exsudato ocorre uma acidificação desse substrato, por isso o vírus não resiste. O vírus não sobrevive aos extremos de pH. 1. 2. Epidemiologia Uma das mais importantes viroses de caninos, e a morbidade só perde para a raiva. É muito estudada por estar associada a outras doenças de importância, como a esclerose multipla em humanos. Distribuição mundial Descrito em outras ordens como: ursidae, felidae Características OBS: O cão é o principal reservatório, em outras espécies não completam a doença. Raramente ocorre reinfecção com aparência clinca. O animal contrai de novo o vírus, mas não apresenta a doença, pode passar a doença adiante por continuar secretanto e podendo contaminar outros animais. Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Exsudatos respiratórios Urina Secreções em geral Excreção Eliminada após 7 dias do início da infecção OBS: O animal nunca fica livre dos vírus e qualquer diminuição da imunidade ele expele o vírus novamente. Transmissão Animais infectados com saudáveis Fontes de infecção Ar, fômites, água, alimento Vias de infecção Respiratória, digestiva, conjuntival e transplacentária Imunidade natural - duradoura Imunidade vacinal - limitada Imunidade Stress Imunossupressão Contato com animais infectados Cepa viral (carga, genética): existem cepas que são mais perigosas que outras. Hospedeiro (idade, nutrição) Ambiente (umidade, temperature, adensamento) Duração, intensidade e Efeito imunossupressor Depende de: Prevalência Filhotes de 3 a 6 meses: a amamentação é MUITO importante para a proteção imunológica. Ate mais ou menos 2 meses. OBS: A imunidade vacinal não é muito confiável, existem mais chances dela ser contornada e o animal contrair a doença. Persistência nos tecidos Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Patogenia Entra via aerossol Tonsilas, linfonodos Timo, baço, intestino Viremia Células Mononucleares Virus pode entrar SNC Defesa imune adequada Bastante Ac Doença inaparente Poucos sinais no SNC Invasão de tecidos e SNC Defesa imune deficiente Sem Ac Doença multisistêmica Poucos Ac Doença leve ou inaparente Livrar do vírus Sinais NervososMorte Melhora Tempo de evolução da doença 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Procura os órgãos linfoides mais próximos da porta de entrada para diminuir a imunidade do animal. Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Dia 1 ao 5 - Febre inicial e leucopenia -> A viremia causa febre A partir do dia 6 - Conjuntivite, febre, vômitos, anorexia, e diarréia A partir do dia 13 - Tremores e convulsões A partir do dia 17 - Ataxia e mioclonia Sinais e sintomas associados aos dias: OBS: A clínica depende do status de imunidade do paciente, da carga viral, e de outros fatores que podem atrasar ou adiantar esses sinais, é apenas uma base e NÃO deve ser considerado como padrão. Clínica Intensa disseminação epitelial Bulbo olfatório Via hematógena Plexo coróide Vasos sanguíneos do cérebro Invasão neural DESMIELINIZAÇÃO Encefalite aguda/crônica Quando ocorre a desmielinização, o impulso elétrico não fica restrito ao axônio, e é perdido no tecido adjacente e “vasa para os lados”, as áreas que estão em contato e recebem esse impulso reagem sem ter sido intencionalmente objetivadas, e por isso causam espasmos, convulsão, dor e etc. Patogenia no Sistema Nervoso Central Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Replicação nos tecidos linfoides Imunossupressão Celulas T CD4 e CD8 Resposta deficiente na fase aguda Mas detecta-se IgM nas primeiras semanas Presença Ag/Ac no SNC agrava lesão tecidual Destruição seletiva de oligodendrócitos OBS: Resolução da doença depende de Ac IgG contra a proteína H do vírus. Resposta Imune Linfocitose em período de recuperação, e linfopenia durante a infecção Causa diminuição nas reservas de células T mais que de células B. A IgM é feita com células B, e isso prova que os células T são mais afetados, já que é possível identificar IgM nas primeiras semanas. Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Apatia Anorexia Febre Infecções do trato respiratório superior Discarga ocular serosa bilateral podendo evoluir para mucopurulenta Tosse e dispnéia Após episódios leves ou subclínicos pode-se observar a formação de cerato-conjuntivite Dermatite pustular ou vesicular Hiperqueratose digital e nasal normalmente associada à sintomatologia nervosa Cerca de 50% dos achados são subclínicos, ou normalmente com formas leves Sintomas mais comuns Achados clínicos Dermatite pustular ou vesicular Hiperqueratose digital e nasal Hiperestesia Rigidez paraespinhal ou cervical Convulsões Paresia ou tetraparesia com ataxia sensorial Mioclonia Imunossupressão leva à instalação de infecções oportunistas com comprometimentos diversos. Como a imunidade diminui, bactérias e outras doenças oportunistas agem, principalmente em filhotes. A doneça no SNC tem um mau prognóstico pelo caráter progressivo, aparecem de 1-3 semanas após desaparecerem os sintomas clínicos e podem demorar até meses para aparecer. Sintomas Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Sistema Nervoso Central Hipoplasia do esmalte. Defeitos dentários - comuns em animais que tiveram infecção subclínica Broncopneumonia em um filhote Sangue: linfopenia absoluta, trombocitopenia, anemia regenerativa Líquor: aumento da concentração protéica (>25mg/dl): a presença de células mortas, proteínas virais e etc. é grande o que aumenta a concentração proteica do animal. O líquor é excelente para PCR, principalmente se a doença já estiver na fase neurológica, onde não existe tanta viremia que tem chance de negativo na PCR. Pesquisa de inclusão de Lentz ou Singaglia-Lentz Fixação de complemento Imunofluorescência Imunoperoxidase ELISA Himunohistoquímica: pode ser feito postmortem Clínico: pelos achados clínicos e epidemiologia, mas é insuficiente. Laboratorial: Sorológico: Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Diagnóstico Inclusão neuronal pós-vacinal Inclusão no eritrócito, totalmente circular Histoquímica neurônio Broncopneumonia verminótica: Dipilidiose Toxoplasmose: em fase terminal pode dar mioclonia Isoosporose Intoxicação por organoclorados e clorofosforados. Raiva Keilla Sandrele - Medicina Veterinária Diagnóstico diferencial Toxocara sp. formação de toxinas neurogênicas; Ancylostoma sp. (causa diarréia) Estrongiloidose (Stronguloides stercolaris) Tratamento Sintomático: suporte (hidratação parenteral, anti-piréticos, antibióticos, vitaminas e energéticos) Estimulantes do sistema imune, Imunossupressores Anticonvulsivantes OBS: Estimula na fase aguda e imunossuprime na fase neurológica para evitar o aporte de células de defesa e anticorpos se acumulando no sistema neurológico que pode afetar os tecidos, como falado anteriormente. Profilaxia Vacinação OBS: O fator idade é muito importante, a imunidade cai mais rápido para a cinomose do que em animais mais novos
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