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Amanda Salema – T14 SONDAGEM VESICAL MASCULINA Fisiologia: Os rins filtram os produtos de excreção metabólica a partir do sangue Os ureteres transportam a urina dos rins até a bexiga A bexiga conserva a urina até que o volume nela contido “urgência miccional” A micção = contração da bexiga + relaxamento do esfíncter urinário + expelida da urina através da uretra Capacidade = 300 a 500ml A bexiga quando está armazenando urina: esfíncter contraído (ajudado pelos músculos peri-uretrais) Assoalho pélvico com musculatura frouxa = dificuldade na contenção urinária - Mulheres parto normal / idoso Aumento do volume de urina causa contração da bexiga (sensação de urgência miccional) Adultos eliminam: 30 a 50ml/h Crianças menores de 1 ano: 2ml/kg/h Crianças maiores de 1 ano: 1ml/kg/h Diferenças entre uretra masculina e feminina Feminina: 4cm (apenas urina) Masculina: 16cm (urina + sêmen) – sistema reprodutor e urinário Néfron – parte funcional do rim Removem do sangue os produtos de excreção Regulação do balanço hídrico e eletrolítico O glomérulo filtra água, glicose, aminoácidos, ureia, ácido úrico, creatinina e eletrólitos mais importantes Grandes proteínas e células sanguíneos não são normalmente filtradas pelo glomérulo (proteinúria ou hematúria) 99% do filtrado glomerular é reabsorvido pela alça de Henle e o túbulo distal Produção normal de urina é de 1 a 2 L/dia Fatores que influenciam a eliminação urinária Crescimento e desenvolvimento: Micção involuntária até a idade de 18 a 24 meses Idosos: diminuição na capacidade da bexiga, aumento da irritabilidade vesical e uma frequência aumentada de contrações vesicais durante o enchimento da bexiga. Redução da capacidade de segurar a urina. Maior risco para incontinência, doenças crônicas, mobilidade, cognição e destreza Fatores psicológicos Ansiedade e estresse aumentam a frequência A depressão pode diminuir o desejo de continência urinária Ingestão líquida A ingestão líquida elevada aumenta a produção de urina (se homeostase) O álcool reduz hormônio diurético e aumenta a produção de urina Cafeína e outros irritantes vesicais = contrações vesicais não solicitados = frequência, urgência e incontinência Procedimentos cirúrgicos Um trauma local durante uma cirurgia abdominal inferior e pélvica obstrui por vezes o fluxo de urina, tornando necessário o uso temporário de um cateter urinário de demora Amanda Salema – T14 Drogas anestésicas e outras drogas administradas durante uma cirurgia podem diminuir a contratilidade vesical e/ou a sensação de plenitude vesical, causando retenção urinária Medicações Os diuréticos aumentam o débito urinário por impedir a reabsorção de água e de alguns eletrólitos Algumas drogas alteram a cor da urina - (p. ex. fenazopiridina: laranja; riboflavina: amarelo intenso) Exames diagnósticos A cistoscopia pode causar um trauma localizado na uretra, acarretando disúria e hematúria transitórias (por 1 a 2 dias) Sempre que o trato urinário estéril é cateterizado há um risco de infecção Condições patológicas Diabetes melito, esclerose múltipla e acidentes vasculares encefálicos podem alterar a contratilidade vesical e a capacidade de perceber o enchimento vesical = hiperatividade vesical ou esvaziamento deficiente da bexiga. Artrite, doença de Parkinson, demência e síndromes dolorosas crônicas podem interferir no acesso no momento oportuno a um banheiro. Lesão da medula espinhal ou uma patologia de disco intervertebral (acima de S-1) = hiperatividade da bexiga, distúrbio da coordenação entre a bexiga em contração e o esfíncter urinário. O aumento da próstata (p. ex., hipertrofia prostática benigna [HPB]) = obstrução da vazão vesical → retenção urinária. Problemas comuns da eliminação urinária Sintomas comuns: Urgência: desejo de urinar imediato e forte, que não é adiado facilmente Disúria: dor ou desconforto em associação à micção Frequência: Urinar mais de 8 vezes durante o período de vigília e/ ou a intervalos reduzidos, como menos que a cada 2 horas Hesitação: demora no início do jato urinário ao urinar Gotejamento: Vazamento de pequenas quantidades de urina apesar do controle voluntário da micção Poliúria: eliminação de quantidades excessivas de urina. Oligúria: Débito urinário diminuído em relação à ingestão de líquido. Débito urinário inferior a 30 mL por mais de duas horas Noctúria: Despertado do sono devido ao impulso a urinar Hematúria: Presença de sangue na urina (macroscópica ou microscópica) Retenção urinária: incapacidade de esvaziar total ou parcialmente a bexiga Aguda: Início rápido; Distende a bexiga e causa desconforto/dor, hipersensibilidade sobre a sínfise pubiana; Podem ter de zero débito urinário a maior frequência e urgência para pequenos volumes ou incontinência de pequenos volumes Crônica: Início lento e gradual; Diminuição no volume de micção, esforço ao urinar, frequência, urgência e sensação de esvaziamento incompleto; Amanda Salema – T14 Incontinência urinária (IU): Perda involuntária da urina Infecções de trato urinário (ITU) A ITU relacionada a sondagem vesical de demora, representa cerca de 30% das infecções adquiridas em ambientes hospitalares durante a internação. Sintomas: febre > 38ºC, disúria, dor ou desconforto e urocultura positiva. Que sintomas podem levar à cateterização ou sondagem? Anúria ou oligúria na fase de abordagem inicial ou com edema e congestão. Dificuldade crônica de urinar com volume residual. Sofrimento para urinar em paciente terminal. Intermitência miccional, jato fraco, dificuldade de urinar. Incontinência paradoxal por transbordamento. Hematúria maciça de causa não esclarecida. Retenção urinária com distensão da bexiga palpável com ou sem dor suprapúbica. Contraindicações Cateterismo vesical ou sondagem vesical É a introdução de uma sonda na bexiga através da uretra com o objetivo de esvaziá-la (cateterismo de alívio), ou garantir a drenagem contínua (cateterismo de demora), ou coleta para exame Procedimento invasivo que requer uma prescrição médica e, em contextos institucionais, uma técnica asséptica. Cateterismo de demora ou Sondagem Vesical de Demora (SVD) Cateterismo de Alívio ou Sondagem Vesical de Alívio (SVA) Cateterismo Intermitente ou Sondagem Vesical de Intermitente (SVI) SVD Consiste na introdução de um cateter na bexiga, através do meato uretral, e tem como um dos requisitos principais a necessidade de permanência prolongada. Para este procedimento as sondas geralmente são de látex, ficando as de silicone para pessoas com alergia à borracha. Curto prazo menor e igual 2 semanas Longo prazo maior que 1 mês Amanda Salema – T14 Foley: mais utilizada Drenagem do conteúdo urinário Owen: hematúria – para irrigar bexiga Os cateteres de silicone têm diâmetro interno maior. Indicados para pacientes que necessitam de trocas frequentes do cateter devido à incrustação. Os cateteres intermitentes/retos são constituídos de borracha (mais macia e mais flexível) ou de PVC. As bifurcações da sonda: 1. Cateter reto (alívio ou intermitente): drenagem da urina. 2. Cateter de retenção de demora (demora): drenagem de urina e insuflação do balão. 3. Cateter de luz tripla (demora): drenagem de urina, insuflação do balão e solução de irrigação flui para dentro Indicações: Alto risco de retenção urinária aguda Anestesia peridural ou raquidiana (casos selecionados) Após cirurgia perineal, uretral, anorretal; Dificuldade miccional transitória pós-partorefratária a outras medidas Obstrução crônica Prostatismo (hiperplasia benigna grave até a solução cirúrgica, turmores, etc.) Trauma, cirurgia ou estenose uretral Válvula de uretra posterior (correção cirúrgica) Disfunção urinária crônica de origem neurológica Anomalias congênitas ou trauma raquimedular, sequela de AVC Outras neuropatias graves como coma ou perda de controle urodinâmico Distúrbios urodinâmicos neurogêncos (bexiga neurogência) Controle rigoroso do volume urinário: Para cirurgias com mais de três horas de duração ou que exigem monitorização avançada Paciente clinicamente instável (choque, politraumatizados, disfunção renal aguda, etc.) Amanda Salema – T14 Outros: Pacientes incontinentes com úlceras sacrais ou perinais Irrigação vesical (hematúria ou piúria maçicas, quimioterapia, infecções refratárias, etc.) Pacientes paliativos com doença terminal em que o cateterismo melhora o conforto Queimaduras graves envolvendo a genitária SVA O cateterismo urinário de alívio consiste na inserção de um cateter estéril pelo canal uretral até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina, sendo a sonda retirada imediatamente após o esvaziamento da bexiga. Indicado para retenção aguda. Indicações para SVA: Obstrução urinária aguda Obstrução por cálculo, prostatite, coágulo, inflamação, disfunção miccional aguda • Disfunção miccional transitória pós - anestesia, cirúgias pélvicas ou uroginecológicas ITU com retenção aguda (comum) Para exames: Coleta de amostra menos contaminada para exame de urina Medir Volume Residual imediatamente após micção Injetar contraste para exames radiológico da bexiga e vias urinárias Avaliação urodinâmica Investigar causa de anúria Terapêutico: Dilatação uretral (por urologista) Reeducação miccional (por especialista) SVI: A cateterização intermitente é realização da SVA com intervalos regulares (4 a 6 horas durante o dia). Usada para a medida do Volume Residual Pós esvaziamento (VRP). Também indicado para pacientes com Retenção Urinária Crônica Em geral, as sondas para o cateterismo urinário de alívio/intermitentes são feitas em material siliconado, de plástico ou do tipo nelaton. A pessoa que receberá os cuidados: Aspectos culturais relacionados à eliminação vesical Materiais e método para sondagem vesical: Planejamento para realização do procedimento Amanda Salema – T14 Materiais para SVD Kit pronto e pacote cirúrgico A escolha da sonda adequada: Preparação do ambiente e comunicação antes do procedimento: Amanda Salema – T14 Prevenção de Infecções do Trato Urinário Associadas a Cateteres (ITUAC) Pacientes em hospitais devem ter os cateteres urinários inseridos usando-se uma técnica asséptica e um equipamento estéril Prender os cateteres fixos para impedir o movimento e a tração sobre o cateter Manter um sistema de drenagem urinária fechado Manter um fluxo de urina desobstruído pelo cateter, o tubo e a bolsa de drenagem Manter a bolsa de drenagem urinária abaixo do nível da bexiga o tempo todo Evitar que a bolsa de drenagem urinária toque o solo ou se arraste nele. Ao esvaziar a bolsa de drenagem urinária, utilizar um receptáculo medidor separado para cada paciente. Não deixar a torneira de drenagem tocar o receptáculo. Antes de transferências ou de atividades, drenar toda a urina do tubo para a bolsa e esvaziar a bolsa de drenagem. Esvaziar a bolsa de drenagem quando estiver cheia pela metade. Efetuar a higiene perineal de rotina diariamente usando lenços antissépticos. Certifique-se de usar um lenço para limpar toda a extensão do cateter exposto. Obter as amostras de urina usando a escotilha de coleta de amostras. Limpar a escotilha com desinfetante. Usar uma seringa/cânula estéril. Programas para a melhora da qualidade e orientação educacional regular quanto ao cuidado do cateter.
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