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Sondas, Drenos e Cateteres

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DESCRIÇÃO
Os tipos de dispositivos implantáveis (sondas, drenos e cateteres) como mecanismos de
suporte terapêutico ao paciente.
PROPÓSITO
Identificar os conceitos que cercam os dispositivos implantáveis (sondas, drenos e cateteres) e
suas aplicabilidades, visando a facilitar o uso na prática profissional.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos um guia de semiotécnica para compreender
termos específicos da área abordada.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever os tipos de sondas e os cuidados de enfermagem
MÓDULO 2
Descrever os tipos de drenos e suas aplicabilidades, bem como os cuidados de enfermagem
MÓDULO 3
Descrever os tipos de cateteres venosos e os cuidados na implantação e manipulação
INTRODUÇÃO
Abordaremos os diferentes tipos de dispositivos implantáveis (sondas, drenos e cateteres) que
podem ser utilizados em nosso cotidiano profissional, de forma que sejamos capazes de
escolher o tipo de dispositivo adequado à cada situação no atendimento hospitalar.
Veremos as diferenças conceituais entre os dispositivos para entender a especificidade, os
cuidados e as técnicas de instalação e manipulação, assim como esclarecer quais deles
podemos encontrar e usar diariamente em nossa rotina laboral.
A compreensão dos processos aqui descritos facilitará as dinâmicas de cuidados ao paciente e
tornará possível a continuidade terapêutica, bem como minimizará as complicações inerentes
ao uso de cateteres.
MÓDULO 1
 Descrever os tipos de sondas e os cuidados de enfermagem
O QUE É SONDA?
 
Foto: Shutterstock.com.
Sonda é um tubo que tem como função o acesso a algum canal do organismo com a finalidade
de introdução ou retirada de substâncias no tratamento de determinada doença. É também um
instrumento para ser introduzido em um canal ou em uma cavidade para fins propedêuticos —
determinar a presença de estenose, corpo estranho ou outra situação mórbida.
Segundo Smeltzer (2019), a sonda pode ser fina e flexível, de maneira que explore ou dilate o
canal, ou rígida, normalmente com a extremidade pontiaguda com a finalidade de separar
tecidos de dissecação.
Conheça a diferença entre sonda e cateter:
O cateter é um instrumento tubular inserido no corpo com a finalidade de retirada de líquidos,
introdução de sangue, soro, medicamentos e investigações diagnósticas. Parecido com sonda,
não é mesmo?
O termo “sonda” é usado quando a introdução do dispositivo ocorre através de um orifício
orgânico natural, por exemplo, no caso de uma sonda nasogástrica.

O termo “cateter” é usado quando a finalidade é a introdução do dispositivo em um vaso
sanguíneo.
SONDAGEM GASTROINTESTINAL
A utilização de dispositivos se dá por via nasal, oral ou através da parede abdominal com a
finalidade de retirada de conteúdo ou objeto estranho, administração de medicações ou
substâncias nutricionais para o paciente. As sondas têm comprimentos diferentes,
dependendo do uso.
 
Imagem: Shutterstock.com.
 Sonda nasogástrica.
As principais funções possíveis para a intubação gastrointestinal incluem:
Descompressão do estômago, visando à remoção de gás e líquido.
Realização de irrigação do estômago (com água ou outros líquidos) para a remoção de toxinas
ingeridas.
Diagnóstico de distúrbios do sistema digestório.
Administração de medicamentos e alimentação.
Hemostasia de determinada região do trato gastrointestinal mediante compressão local.
Aspiração de conteúdo gástrico para análise.
As sondas gastrointestinais podem ter diversas composições de materiais, vários calibres
French (1Fr = 0.33mm), comprimentos e diferentes números de lúmens. Abordaremos os
principais tipos de sondas e os cuidados intrínsecos a cada um deles.
SONDAS NASOGÁSTRICAS
As sondas nasogástricas são amplamente utilizadas para funções emergenciais como
descompressão, aspiração ou lavagem. Seu local de ancoragem é a região gástrica.
As sondas também podem ser inseridas através da cavidade oral, porém isso só é viável nas
situações em que o paciente tenha seu nível de consciência deprimido — já que o
procedimento causa desconforto — e em situações de suspeita de fratura de base de crânio.
 
Foto: Shutterstock.com.
 ATENÇÃO
É proibida a introdução de sondas por via nasal na suspeita ou confirmação de fratura de base
de crânio!
A seguir, trataremos da sonda nasogástrica mais utilizada em nossa rotina assistencial, a
sonda Levin.
 
Imagem: Shutterstock.com.
 Sonda Levin.
A sonda Levin é um tubo feito de plástico ou borracha, transparente, com cerca de 125cm de
comprimento, lúmen único e vários calibres diferentes (os menores calibres são utilizados em
neonatologia e pediatria).
ESTE TIPO DE SONDA GÁSTRICA TEM FUNÇÕES
IMPORTANTES PARA O TRATAMENTO EM SITUAÇÕES
EMERGENCIAIS E EM UNIDADES DE TRATAMENTO
INTENSIVO (UTI). TAMBÉM PODE SER UTILIZADA EM
SITUAÇÕES OPERATÓRIAS, POR PERÍODOS DE ATÉ
QUATRO SEMANAS.
(SMELTZER et al., 2019)
As funções atribuíveis a esse modelo de sonda gástrica são:
Descompressão gástrica.
Lavagem gástrica para remoção de toxinas.
Aspiração de material gástrico.
Veja os materiais necessários para sondagem gástrica:
✓ Bandeja 
✓ EPIs 
✓ Seringa de 20ml 
✓ Ampola de água destilada 
✓ Estetoscópio 
✓ Saco plástico para descarte de resíduos 
✓ Fita indicativa de pH gástrico 
✓ Papel toalha 
✓ Sonda Levin 
✓ Gaze 
✓ Fixador de sonda 
Agora entenda como funciona a instalação da sonda Levin:
INSTALAÇÃO DA SONDA LEVIN
Para a instalação da sonda Levin, é necessário mensurar o comprimento da sonda a ser
introduzida no paciente para que fique corretamente posicionada no estômago.
 
A medida deve ser feita a partir de extremidade da sonda Levin: da ponta do nariz até o lóbulo
da orelha e deste até o apêndice xifoide.
 
Após a medida, deve-se marcar na sonda o ponto máximo de inserção com uma caneta ou fita
adesiva.
A MEDIÇÃO DEVE CONSIDERAR A DISTÂNCIA DA
EXTREMIDADE DO NARIZ ATÉ O LOBO DA ORELHA E DO
LOBO DA ORELHA ATÉ O PROCESSO XIFOIDE. DEVE-SE
ADICIONAR MAIS 15CM À POSIÇÃO DA SONDA
NASOGÁSTRICA.
(SMELTZER et al., 2019)
 
Imagem: Shutterstock.com / Leandro Souteiro.
 Fowler alta 30 a 45°.
Antes de mais nada, o paciente precisa ser informado com clareza sobre o procedimento, só
então ele deve ser mantido na posição Fowler alta: 30 a 45 graus.
 
Imagem: Shutterstock.com / Leandro Souteiro.
 Fowler alta – 30 a 45 graus.
Vamos conhecer como funciona:
Primeiro, é necessário realizar a inspeção das narinas do paciente com o objetivo de
reconhecer sujidades ou a presença de desvio de septo (neste caso, optar pelo uso da outra
narina).
 
Manter a cabeça do paciente fletida em relação ao tórax (encostar o mento no tórax).
 
Após a medição, as orientações e o posicionamento, deve-se realizar a lubrificação da sonda e,
então, introduzi-la até a demarcação realizada previamente.
 
Uma vez alcançado esse ponto, deve-se proceder à confirmação de posicionamento da sonda
(ver as indicações a seguir) e à fixação com fixador próprio ou fita adesiva (para garantir a
segurança do paciente quanto à retirada acidental).
 ATENÇÃO
Durante a introdução da sonda, solicitar ao paciente que auxilie o processo através da
deglutição dela.
Após a execução da sondagem, deve ser confirmado se realmente a sonda Levin está
posicionada na região gástrica. Essa confirmação visa a impedir que a sonda seja posicionada
no pulmão do paciente, o que poderia gerar uma complicação grave chamada broncoaspiração.
A confirmação de posicionamento da sonda gástrica se dá através de alguns métodos
possíveis:
Aspiração de conteúdo gástrico com uma seringa de 20ml e mensuração do pH (= ou < 6).
Avaliação visual da coloração do líquido aspirado (normalmente um tom esverdeado).
Administração de 20ml de ar pela sonda e ausculta do quadrante superior esquerdo com um
estetoscópio para identificar o ruído de ar no estômago (som de borbulho).
 SAIBA MAIS
Outros tipos de sondas gástricas:
Apesar de a sonda Levin ser a mais utilizada durante nossaprática profissional, não podemos
deixar de citar outros perfis de sondas gástricas:
• Sonda Sengstaken-Blakemore: de triplo lúmen, utilizada para hemostasia de varizes
esofágicas perfuradas. 
• Sonda Salem: radiopaca, de duplo lúmen, para evitar o refluxo do conteúdo gástrico.
SONDAS ENTERAIS
O objetivo principal das sondas enterais é infundir dietas.
A sonda mais utilizada para esta finalidade é a sonda enteral Dobbhoff, que tem como
particularidade seu material em silicone com demarcações radiopacas, duplo lúmen, um fio
guia em aço (para facilitar sua introdução) e uma ogiva distal com pesos de tungstênio
(facilitam a migração da sonda para o posicionamento correto).
A sonda Dobbhoff tem um comprimento de aproximadamente 170cm e calibre menor que o
das sondas gástricas, já que sua função é a nutrição do paciente.
 
Foto: Shutterstock.com.
 Sonda enteral.
Agora entenda como funciona a instalação da sonda enteral:
INSTALAÇÃO DA SONDA ENTERAL
A principal diferença de instalação em relação às sondas gástricas está relacionada à medição.
A sonda enteral fica posicionada em região duodenal (a primeira porção duodenal) enquanto a
sonda gástrica tem o ponto de ancoragem gástrica. Dessa forma, a medição deve ser a partir
da extremidade distal da ponta do nariz até o lóbulo da orelha, daí até a cicatriz umbilical e
deste ponto até a crista ilíaca anterossuperior. Após a mensuração, é necessário realizar a
marcação da sonda com caneta ou fita adesiva.
 
Importante: A medição deve considerar a distância da extremidade do nariz até o lobo da
orelha e deste até o processo xifoide. Deve-se adicionar mais 20 a 25cm para a posição
intestinal (SMELTZER et al., 2019).
 
Imagem: Shutterstock.com / Leandro Souteiro.
 Fowler alta – 30 a 45 graus.
Antes de mais nada, o paciente precisa ser informado com clareza sobre o procedimento e
deve ser mantido na posição Fowler alta. Entenda a seguir como funciona:
Primeiro, deve-se realizar a inspeção das narinas do paciente para o reconhecimento de
sujidades e identificação de desvio de septo (neste caso, deve-se optar pelo uso da outra
narina) ou até mesmo inflamação prévia no local. É importante manter a cabeça do paciente
fletida em relação ao tórax (encostar o mento no tórax).
 
Após as medidas, as orientações e o posicionamento, deve-se realizar a lubrificação da sonda
(com lidocaína gel) e iniciar a introdução até a demarcação realizada previamente.
 
Depois dos procedimentos de confirmação de posicionamento da sonda, deve-se realizar a
fixação com fixador próprio ou fita adesiva para garantir a segurança do paciente quanto à
retirada acidental.
 
Em seguida, executar a retirada do fio guia e encaminhar o paciente para realização de um raio
X.
Durante a introdução da sonda, deve-se solicitar ao paciente que auxilie através da deglutição,
como se estivesse bebendo água.
 ATENÇÃO
Vale ressaltar que a sonda enteral deve migrar para sua posição de destino (primeira porção
duodenal) e que, após a passagem, ficará inicialmente no estômago. É necessário posicionar o
paciente em decúbito lateral direito para facilitar essa migração, que ocorrerá de forma
completa em cerca de 24h.
Os métodos de confirmação de posicionamento da sonda enteral Dobbhoff são similares ao da
sonda gástrica, porém, o chamado padrão ouro é a confirmação através da realização de um
raio X, já que a superfície desse tipo de sonda possui características radiopacas.
 
Foto: Shutterstock.com
 Sonda de gastrostomia.
SONDAS DE GASTROSTOMIA (GEP) E
JEJUNOSTOMIA (JEP)
Estes tipos de sondas são introduzidos diretamente no segmento abdominal do paciente
através de um ato cirúrgico, ou seja, a enfermagem não tem ação diretamente ligada à sua
instalação, porém, é função da equipe de enfermagem observar todos os cuidados
relacionados à manutenção da sondagem.
As sondas de gastrostomia (GEP) e jejunostomia (JEP) são normalmente indicadas quando a
dieta enteral é necessária por tempo prolongado ou de forma permanente.
Em relação aos pacientes portadores de gastro ou jejunostomia, são adotados os mesmos
cuidados referentes à sonda nasoenteral, ou seja, manter sua permeabilidade, controle da
localização pelo teste de verificação do pH, fixação adequada e manutenção da pele ao redor
da sonda limpa e seca.
 ATENÇÃO
Fique atento à presença de lesões cutâneas peristomais, que podem ocorrer devido ao
extravasamento de enzimas digestivas. Nesse caso, as lesões locais, assim como possíveis
infecções cutâneas, devem ser tratadas.
COMPLICAÇÕES DE SONDAGENS
GASTROINTESTINAIS
No cuidado de pacientes em uso de dispositivos gastrointestinais (SNG, SNE, GEP e JEP),
devemos estar atentos às situações de risco, cujas principais complicações estão relacionadas
a:
Obstrução do lúmen do dispositivo: pode ser evitada com a lavagem da sonda com água
destilada após a administração de alguma substância ou após a aspiração de conteúdo.
Broncoaspiração: pode ser evitada com o posicionamento adequado do paciente no leito
(manter cabeceira elevada, na posição de Fowler) e a interrupção da dieta enteral quando for
realizar algum procedimento que necessite baixar a cabeceira do paciente.
Traumas locais: podem ser evitados realizando a técnica correta de instalação e a fixação
correta do dispositivo (SNG e SNE), evitando o tracionamento e possível deslocamento de
curativos (GEP e JEP).
SONDAS VESICAIS
Nas situações em que o paciente apresente distúrbios urológicos que impeçam a eliminação
natural de sua diurese, é necessário obter meios para que a urina seja eliminada de forma
artificial.
As sondas vesicais são usadas para essa drenagem artificial e podem ser introduzidas através
da uretra para que alcancem a bexiga ou ser diretamente inseridas na bexiga, ureter ou pelve
renal. Variam quanto ao material, comprimento, calibre e à quantidade de lúmens. Todas essas
variações estão ligadas diretamente à função que vão exercer e podem ser utilizadas nas
seguintes indicações:
 
Foto: Shutterstock.com.
 Sonda vesical.
Alívio na retenção urinária em razão de obstrução do trato urinário.
Auxílio na drenagem de diurese em situações pós-operatórias urológicas ou em outras
cirurgias.
Monitorização do débito urinário para acompanhamento de balanço hídrico de pacientes
críticos.
Esvaziamento vesical em pacientes com quadros de disfunção da bexiga neurogênica ou
retenção urinária.
Tratamento de lesões por pressão estágios 3 e 4, de forma que não ocorra extravasamento de
urina nas regiões em esquema terapêutico.
Coleta de materiais para exames laboratoriais em situações especiais (doenças que impeçam
o controle de esfíncter).
As sondas vesicais podem ser subdivididas em: sonda vesical de alívio e sonda vesical de
demora. Vejamos cada uma separadamente.
SONDA VESICAL DE ALÍVIO (SVA)
Este tipo de sondagem é realizado de forma intermitente, ou seja, a sonda não fica
permanentemente inserida na uretra do paciente. É utilizada para realizar o alívio em situações
de retenção urinária — que causa desconforto suprapúbico e ocorrência de bexigoma (aumento
de volume da bexiga com urina) — ou em caso de coleta de material para exames em que o
paciente não é cooperativo.
A técnica de inserção da SVA deve ser estéril e seguir etapas importantes para que não ocorra
contaminação do procedimento, o que resultaria em um risco de infecção (ver o item
instalação a seguir).
O dispositivo utilizado na sondagem vesical de alívio (SVA) é chamado de sonda uretral.
Confeccionado em plástico, possui um único lúmen com calibres em French (1Fr= 0.33mm)
variados. A numeração menor é utilizada em neonatal e pediatria e as maiores numerações em
pacientes adultos, ocorrendo também variações de acordo com o sexo do paciente.
 
Imagem: Shutterstock.com.
 Sonda uretral de alívio.
Agora entenda como funciona a instalação de sonda vesical de alívio (SVA).
INSTALAÇÃO DE SONDA VESICAL DE ALÍVIO (SVA)
Agora vamos seguir passo a passo a instalação deuma SVA por meio de um exemplo. Ao
admitir um paciente com relato de dor na região hipogástrica e a identificação de um bexigoma
pela equipe de saúde, o médico prescreveu a instalação de uma SVA.
 
Na realização do procedimento, o enfermeiro deve seguir a rotina determinada — o
procedimento de instalação de SVA na técnica estéril (alguns referenciais definem a
possibilidade de uso de técnica limpa), a informação ao paciente sobre o procedimento a ser
realizado, a subsequente instalação de biombo para preservação da intimidade e a realização
da higiene íntima.
Após essas etapas prévias, deve-se adotar seguinte a rotina:
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
ETAPA 5
ETAPA 6
ETAPA 7
ETAPA 8
ETAPA 9
ETAPA 10
ETAPA 11
ETAPA 12
ETAPA 13
ETAPA 1
Abertura dos campos com disposição dos materiais e preenchimento das cubas redondas com
solução antisséptica (clorexidina tópica ou degermante. Lembre-se de desprezar o primeiro
jato).
ETAPA 2
Colocação da luva estéril.
ETAPA 3
Formação de pequenos envelopes com a gaze estéril com o auxílio das pinças (embeba-as na
solução antisséptica).
ETAPA 4
Realização de antissepsia local com movimentos únicos.
ETAPA 5
Cobertura com o campo estéril do órgão genital.
ETAPA 6
Se homem, introdução de 20ml de gel anestésico na uretra, pressionando levemente a glande
para evitar seu extravasamento.
ETAPA 7
Se mulher, lubrificação da sonda com gel anestésico.
ETAPA 8
Introdução da sonda (o pênis deve estar retificado, quando o paciente é homem; na mulher, os
grandes lábios devem ser afastados com o dedo indicador e o polegar da mão dominante para
visualização do orifício uretral).
ETAPA 9
Confirmação do retorno da urina (neste momento, uma comadre deve ser posicionada próxima
ao ponto de drenagem e devem ser realizadas compressões suaves na região hipogástrica a
fim de ocorrer um esvaziamento vesical completo).
ETAPA 10
Ao término do fluxo urinário, retirada da sonda de forma suave e secagem da região com as
gazes.
ETAPA 11
Arrumação do leito do paciente, com descarte dos materiais utilizados e da urina drenada em
local adequado.
ETAPA 12
Checagem da prescrição médica e anotação do procedimento realizado no prontuário com
informações sobre o volume, o aspecto e a coloração da urina.
ETAPA 13
Assinatura e carimbo no prontuário.
Esse procedimento proporcionará alívio da retenção urinária do paciente. Muitas vezes também
é indicada a coleta de material para exame de urina (avaliação de infecção do trato urinário).
SONDAGEM VESICAL DE DEMORA (SVD)
A sondagem vesical de demora é necessária quando o período de permanência do controle de
urina for prolongado, como nos seguintes casos:
Retenção urinária ou obstruções vesicais.
Mensuração urinária em pacientes críticos.
Pacientes pré e pós-operatórios em cirurgias urológicas.
Grandes volumes de infusão e uso de diuréticos.
Lesões por pressão sacrais com incontinências.
A SVD é realizada com o uso da sonda Foley, um dispositivo fabricado em látex ou silicone, de
comprimentos variados, com duas ou três vias, e diferentes calibres (cateter vesical em
mulheres: 14 a 16Fr; cateter vesical em homens: 18 a 20Fr), em sistema fechado, ou seja, essa
sonda deve ser conectada a uma bolsa coletora para minimizar o risco de infecção do trato
urinário.
 
Imagem: Shutterstock.com.
 Sondagem vesical de demora em sistema fechado.
O enfermeiro deve ficar atento ao tempo ideal de permanência do dispositivo, a partir da
indicação médica clara e bem definida. A retirada deve ser imediata depois de superados os
motivos de indicação de seu uso.
No manual de medidas de prevenção de infecções relacionadas à assistência de saúde, a
Anvisa ressalta que:
A CADA DIA DE PERMANÊNCIA COM O CATETER DE
DEMORA SOMA-SE 5-10% DE RISCO DE PROBABILIDADE
DE AQUISIÇÃO DE INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO (ITU).
A PROPORÇÃO DE INFECÇÃO NO CATETER
INTERMITENTE É INFERIOR, SENDO 3,1% NA PRESENÇA
DE CATETER VESICAL E 1,4% NA AUSÊNCIA DE CATETER
VESICAL DE DEMORA.
(ANVISA, 2017).
Agora entenda como funciona a instalação de sonda vesical de demora (SVD):
INSTALAÇÃO DE SONDA VESICAL DE DEMORA (SVD)
Vamos a outro exemplo?
 
Júnior, 60 anos, internado em uma unidade de tratamento intensivo em estado crítico, recebeu
a prescrição médica de instalação de SVD para controle preciso de seu débito urinário e
balanço hídrico.
 
Nessa situação, você como enfermeiro responsável da unidade deverá executar o
procedimento de acordo com o COFEN, em sua Resolução n. 0450/2013, que define como ação
privativa do enfermeiro a instalação de dispositivos de sondagens vesicais.
 
O procedimento se iniciará após a informação ao paciente sobre o que será realizado e a
subsequente instalação de biombo para preservação da intimidade, seguido da realização da
higiene íntima. A sondagem vesical de demora deve ser realizada em técnica estéril para
impedir qualquer tipo de contaminação da sonda Foley, que é instalada através da uretra do
paciente, e consequente redução do risco de infecções do trato urinário.
 
Siga as etapas de instalação e atente para as diferenças ligadas ao sexo do paciente:
 
✓ Realize a abertura do material de cateterismo sobre o leito, entre as pernas do paciente (ou
em mesa de mayo), deixando uma das pontas próxima à região glútea. 
 
✓ Realize a abertura de todo material estéril que será utilizado (SVD, cuba, agulha (40 x 12) e
seringa (compatível com o volume a ser introduzido no balonete da SVD) e com técnica estéril
sobre o campo. No caso de sondagem masculina, deve ser acrescentada uma seringa para
administração de lidocaína na uretra do paciente e bolsa coletora de sistema fechado. 
 
✓ Dispense a clorexidina tópica na cuba estéril, desprezando o primeiro jato. 
 
✓ Abra as ampolas de água destilada (serão utilizadas para inflar o balonete da sonda). 
 
✓ Faça o calçamento das luvas estéreis, em técnica correta. 
 
✓ Realize a abertura do invólucro da SVD e execute a testagem do balonete e a válvula da
sonda utilizando seringa de 10 ml e ar, no volume recomendado, conforme o número da sonda. 
 
✓ O passo seguinte depois da constatação de funcionamento adequado do balonete, será a
conexão da sonda à bolsa coletora de diurese em sistema fechado. 
 
✓ Realize a aspiração da lidocaína gel a 2% na seringa (15 a 20 ml) com a ajuda de um técnico
de enfermagem (paciente masculino). 
 
✓ Faça antissepsia do meato até a base do pênis, realizando a troca da gaze estéril em cada
etapa (paciente masculino); ou com auxílio de pinça Pean e gazes estéreis, iniciando pelo
meato, orifício vaginal, pequenos lábios e grandes lábios, com movimentos unidirecionais da
região superior para a parte inferior da vulva, trocando a gaze (paciente feminino). 
 
✓ Posicione o pênis perpendicularmente ao corpo do paciente, introduza o bico da seringa no
meato urinário e injete o lubrificante anestésico lentamente. 
 
✓ Afaste os grandes lábios com o dedo indicador e o polegar da mão dominante, para
visualizar o orifício uretral. 
 
✓ Faça a lubrificação da sonda Foley utilizando gazes como meio. 
 
✓ Introduza a sonda Foley no meato urinário (7,5cm em mulheres; 15 a 20cm em homens) ou
até observar a drenagem de urina. 
 
✓ Execute o preenchimento do cuff da sonda vesical de demora, utilizando a seringa
previamente cheia de água destilada — o volume está impresso na via distal da sonda utilizada
para insuflar o balão. 
 
✓ Fixe a sonda na região suprapúbica com adesivo hipoalergênico (paciente masculino) ou na
face interna da coxa (paciente feminino). 
 
✓ Retire as luvas estéreis. 
 
✓ Prenda o coletor na parte inferior do leito (devidamente rotulado) para que ele fique abaixo
da altura da bexiga do paciente, facilitando assim a drenagem por gravidade. 
 
✓ Posicione o paciente de forma confortável. 
 
✓ Recolha o material da unidade do paciente. 
 
✓ Encaminhe o material permanente e o resíduo para o expurgo. 
 
✓ Higienize as mãos. 
 
✓ Cheque a prescriçãomédica e anote o procedimento realizado, registrando no prontuário do
paciente o volume, o aspecto e a coloração da urina. Assine e carimbe. 
 
Após a execução do procedimento e a liberação do fluxo urinário, o débito urinário poderá ser
mensurado de forma precisa, fazendo com que o controle de dados sobre o volume líquido do
paciente possa ser informado para melhor regime terapêutico.
 
Imagem: Shutterstock.com à esquerda e Pöllö / Wikimedia Commons / CC BY 3.0 à direita.
 Cateterismo suprapúbico à esquerda. Cateterismo urinário à direita.
A DIFERENÇA ENTE SONDA VESICAL DE
ALÍVIO E DE DEMORA
Assista ao vídeo em que o especialista Rodrigo Lima destaca as diferenças de indicação e
procedimento entre sonda vesical de alívio e sonda vesical de demora.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (IBFC, 2013) EM RELAÇÃO À SONDAGEM VESICAL, LEIA AS FRASES
ABAIXO E MARQUE (F) SE A AFIRMATIVA FOR FALSA E (V) SE FOR
VERDADEIRA. EM SEGUIDA, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM A
SEQUÊNCIA CORRETA: 
 
( ) DURANTE A PASSAGEM DA SONDA VESICAL NO SEXO FEMININO, A
PACIENTE DEVE FICAR EM POSIÇÃO DE LITOTOMIA, EXPONDO APENAS OS
GENITAIS. 
( ) REALIZA-SE IRRIGAÇÃO VESICAL PARA PREVENIR A OBSTRUÇÃO DA
SONDA VESICAL PELA REMOÇÃO DE COÁGULOS SANGUÍNEOS, SECREÇÕES
OU FRAGMENTOS. 
( ) NA SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO, DEVE SER INSUFLADO O BALÃO COM
A QUANTIDADE DE ÁGUA INDICADA NA SONDA DURANTE O PROCEDIMENTO
DE ESVAZIAMENTO DA BEXIGA. DEPOIS, DEVE SER DESINSUFLADO O BALÃO
PARA A RETIRADA DA SONDA. 
( ) NÃO HÁ NECESSIDADE DE TROCA ROTINEIRA DA SONDA VESICAL DE
DEMORA, DEVENDO SER REALIZADA EM SITUAÇÕES DE PRESENÇA DE
GRANDE QUANTIDADE DE RESÍDUOS NO SISTEMA DE DRENAGEM,
OBSTRUÇÃO DO CATETER OU DA BOLSA COLETORA, VIOLAÇÃO DO SISTEMA
E CONTAMINAÇÃO, ENTRE OUTRAS.
A) F, F, V, V.
B) V, V, F, F.
C) V, V, F, V.
D) F, V, F, F.
E) F, V, V, F.
2. (IABAS, 2017) COM RELAÇÃO À PASSAGEM DE SONDA NASOGÁSTRICA,
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) O comprimento da sonda a ser introduzido deve ser medido colocando-se a sua extremidade
na ponta do nariz do paciente, alongando-a até o lóbulo da orelha e daí até o apêndice cricoide.
B) Na hora da passagem da sonda, solicitar que o paciente tussa, o que facilita a progressão no
tubo digestivo.
C) O movimento de extensão da cabeça, no momento da sondagem, reduz a probabilidade de a
sonda penetrar na traqueia.
D) A realização da sondagem nasogástrica com o paciente em decúbito dorsal previne a
aspiração do conteúdo gástrico.
E) O comprimento da sonda a ser introduzido deve ser medido colocando-se a sua extremidade
na ponta do nariz do paciente, alongando-a até o lóbulo da orelha e daí até o apêndice xifoide.
GABARITO
1. (IBFC, 2013) Em relação à sondagem vesical, leia as frases abaixo e marque (F) se a
afirmativa for falsa e (V) se for verdadeira. Em seguida, assinale a alternativa que contém a
sequência correta: 
 
( ) Durante a passagem da sonda vesical no sexo feminino, a paciente deve ficar em posição
de litotomia, expondo apenas os genitais. 
( ) Realiza-se irrigação vesical para prevenir a obstrução da sonda vesical pela remoção de
coágulos sanguíneos, secreções ou fragmentos. 
( ) Na sondagem vesical de alívio, deve ser insuflado o balão com a quantidade de água
indicada na sonda durante o procedimento de esvaziamento da bexiga. Depois, deve ser
desinsuflado o balão para a retirada da sonda. 
( ) Não há necessidade de troca rotineira da sonda vesical de demora, devendo ser realizada
em situações de presença de grande quantidade de resíduos no sistema de drenagem,
obstrução do cateter ou da bolsa coletora, violação do sistema e contaminação, entre outras.
A alternativa "C " está correta.
 
O uso da sondagem vesical pode ser de alívio ou de demora e está ligado ao esvaziamento
vesical, no pós-operatório, seja para mensuração do débito urinário, ou também, por exemplo,
para irrigação das vias urinárias, impedindo o acúmulo de coágulos provocados pela cirurgia.
As técnicas de instalação diferenciam-se pelo dispositivo a ser utilizado ou pelo sexo do
paciente.
2. (IABAS, 2017) Com relação à passagem de sonda nasogástrica, assinale a alternativa
correta.
A alternativa "E " está correta.
 
A sondagem nasogástrica é um procedimento realizado privativamente pelo enfermeiro e deve
seguir uma ordem correta para que não ocorra erros que gerem prejuízos ao paciente.
MÓDULO 2
 Descrever os tipos drenos e suas aplicabilidades, bem como os cuidados de enfermagem
O QUE SÃO DRENOS?
 
Foto: Shutterstock.com.
Drenos são dispositivos em forma de tubo, fio ou outros formatos que visam ao escoamento
de líquidos presentes no interior de tecidos ou cavidades (regiões de feridas infectadas ou
não), com o objetivo de impedir o acúmulo de líquidos nessas regiões ou estimular a
cicatrização de feridas de forma terapêutica.
O posicionamento do dreno permitirá a saída de coleções de diversas categorias (patológicas
ou não) para controle adequado da terapia em cada tipo de situação. Seu posicionamento será
próximo à incisão cirúrgica (no caso de drenos pós-cirúrgicos) ou em cavidades para drenagem
de exsudato ou ar eventualmente acumulados nesses locais.
Os drenos podem ser confeccionados em diferentes tipos de materiais, formatos e tamanhos,
o que facilita a escolha do dispositivo correto para cada perfil de utilização. 
 
Dessa forma, abordaremos os principais drenos utilizados na nossa atividade laboral, para
facilitar a identificação e orientar os cuidados inerentes a cada dispositivo.
CLASSIFICAÇÃO DOS DRENOS
Os drenos podem ser classificados de acordo com sua formatação:
 
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Laminares — Apresentam composição mais macia, para maior maleabilidade; possuem
paredes finas e delgadas, geralmente feitos de látex. Seu calibre está dimensionado em
centímetros e pode variar entre 1 e 3cm. Os drenos laminares são indicados para drenagem da
cavidade peritoneal de líquidos espessos e viscosos.
 
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Tubulares — São drenos menos flexíveis do que os laminares, independentemente da matéria-
prima de que sejam feitos. Essa rigidez característica impede a aderência de suas paredes
internas, causada pela compressão dos tecidos nos quais eles estão inseridos. Seu calibre está
dimensionado em French (sistema de escala francesa), em que 1 French equivale a 0,33mm, ou
seja, quanto maior a numeração, maior o calibre. 
 
Os drenos tubulares estão indicados para drenagem de secreções mais volumosas em
posições mais profundas do que as localizações de drenos laminares e têm ainda como
característica a presença de orifícios em suas extremidades para potencializar a captação de
fluidos.
BOLSA DE KARAYA
Bolsa coletora utilizada para estomias feita de resina natural com propriedades protetoras
da pele.
Os drenos também podem ser classificados de acordo com a forma de captação dos fluidos
corporais:
 
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Sistema aberto — Neste perfil de captação, a extremidade externa do dreno é mantida aberta,
ou seja, não há interligação de circuitos, e ela é apenas ocluída com curativo, seja com gaze e
esparadrapo ou com uma bolsa de Karaya.
 
Foto: Shutterstock.com.
Sistema fechado — Neste perfil de captação, a extremidade externa do dreno é conectada
diretamente a uma bolsa coletora. Dessa forma, ocorre uma maior proteção das cavidades
onde estão inseridos os drenos, reduzindo os riscos de infecção. 
 
Esses sistemas podem ter uma ação de drenagem passiva (a drenagem ocorre de acordo com
as diferentes pressões entre o meio interno e o externo, a gravidade e a capilaridade) ou ativa
(a drenagem ocorre a partir de um mecanismo de sucção, em que uma pressão negativa é
gerada por uma formação de vácuo da bolsa coletora ou do sistema de vácuo hospitalar — este
sistema requer ações de manutenção especial).
Os tipos de drenagem dependem de três princípios fundamentais:
Capilaridade — As secreções são drenadas através da superfície externa do dreno, não
ocorrendo passagem de fluidospelo lúmen do dreno.
Gravidade — A drenagem ocorrerá pela gravidade devido ao posicionamento do sistema coletor
abaixo do nível do dreno.
Sucção — Os fluidos são drenados a partir da formação de um sistema de pressão negativa
produzida por vácuos, normalmente indicados em circunstâncias em que se prevê um acúmulo
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de líquidos acentuado ou por utilização por tempo prolongado.
Durante nossas atividades como enfermeiros, teremos contato constante com diversos tipos
de drenos. Cabe a nós reconhecer os que são usados em cada paciente. Os conceitos
primários que veremos a seguir facilitarão esse entendimento e os cuidados específicos em
cada caso.
TIPOS DE DRENOS
A escolha do tipo de dreno mais adequado ao paciente ocorre de acordo com a patologia, o
tratamento e os resultados que se deseja alcançar. Essa responsabilidade é da equipe médica,
ao enfermeiro cabe conhecer o dreno utilizado e os cuidados necessários em cada uso.
Os drenos são comumente utilizados em procedimentos cirúrgicos, durante a cirurgia ou pós-
operatório. Entre os drenos cirúrgicos, destacam-se o dreno de Penrose, o dreno Jackson Pratt,
o Hemovac e o dreno de tórax, que veremos a seguir.
Esses drenos servem para a drenagem de resíduos derivados das cirurgias, assim como a
retirada de fluidos contaminados, no caso de procedimentos cirúrgicos que abordam
seguimentos infectados.
DRENO DE PENROSE
É um tipo de dreno laminar em sistema aberto e passivo (capilaridade) e tem sua composição
em látex. A indicação de uso é pós-cirúrgico em que ocorre possível acúmulo de fluidos locais,
contaminados ou não.
O dreno de Penrose tem um comprimento de 30cm, mas pode ser cortado de acordo com a
necessidade de uso. Pode ter calibre fino, médio ou longo. Sua maior vantagem está ligada à
facilidade em se moldar às vísceras, reduzindo possíveis danos. Pode permanecer por longo
período sob risco mínimo de reação inflamatória. Por ser feito de látex, não possui toxicidade.
Esse dispositivo apresenta facilidade na manipulação e remoção, é muito utilizado em
sistemas de drenagens peritoneais e em outras regiões anatômicas, preferencialmente quando
os fluidos têm características espessas e viscosas.
 
foto: Shutterstock.com.
 Dreno de Penrose em incisão cirúrgica.
O dreno de Penrose tem como ponto de atenção a maior susceptibilidade à formação de fibrina
local, motivo pelo qual exige cuidados específicos.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Por ser um dreno de sistema aberto, a extremidade desse dispositivo deve ser protegida com
gaze e esparadrapo e, em algumas situações especiais (grande volume drenado), pode ser
utilizada uma bolsa de Karaya. A troca do curativo deve ser realizada sempre que for observado
saturação da cobertura local, para reduzir o período de contato entre a secreção drenada e a
pele do paciente.
 
É de extrema importância a limpeza da área do curativo com solução fisiológica, fixando o
dreno de Penrose em sua posição com a utilização de uma pinça ou gaze. Logo após a limpeza
da pele e da ferida, deve ser utilizada uma substância antisséptica sobre a pele, seguida do uso
do medicamento tópico indicado.
O dreno de Penrose pode ocasionar grande formação de fibrina ao seu redor. Portanto, é
cuidado de enfermagem realizar o tracionamento do dispositivo a cada 12h a fim de evitar a
oclusão do seu lúmen. Após o tracionamento, a superfície excedente do dreno deve ser cortada
e o curativo realizado de forma subsequente.
 ATENÇÃO
Toda manipulação deve ser realizada de forma estéril com o seguinte material: bandeja; pacote
de curativo completo; pacote de tesoura de pontos; pacote de gazes; frasco com antisséptico;
esparadrapo ou micropore; cuba rim; SF 0,9%.
DRENO COM RESERVATÓRIO DE JACKSON PRATT
(JP)
É um dreno em tubo, em sistema de sucção fechado, que tem a finalidade de remover os
líquidos que se acumulam em tecidos e cavidades após cirurgia ou em locais com presença de
infecção local.
 
Imagem: Shutterstock.com.
 Dreno Jackson Pratt em uma ferida de mastectomia.
Basicamente é um tubo de borracha fina com bulbo redondo e macio, cuja extremidade distal é
posicionada internamente no tecido onde o fluido acumulado deve ser drenado, enquanto a
extremidade proximal é acoplada a um sistema fechado que serve de reservatório em formato
de pera e que produz uma pressão negativa por vácuo após sua compressão.
Dreno com reservatório de Jackson Pratt tem sua composição em elastômero de silicone, o
que confere maior flexibilização e maciez. Sua indicação está normalmente ligada aos
seguintes procedimentos cirúrgicos: neurocirurgia, cirurgia plástica, cirurgia da face e pescoço,
mastectomia, cirurgia obstétrica/ginecológica geral ou laparoscópica.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Os cuidados voltados para este tipo de dreno têm como um dos objetivos evitar infecção no
local cirúrgico. Deve-se observar o posicionamento do tubo do dreno, a manutenção da pressão
negativa do coletor e a mensuração do volume drenado.
 
São necessárias inspeção e troca diária do curativo, observação da pele ao redor do óstio de
inserção do dreno e do aspecto do fluido drenado e execução de uma boa fixação. A limpeza
da região de inserção do dreno deve ser executada com solução fisiológica 0,9% e técnica
estéril.
CLAMPEADO
Fechado/interrompido.
O bom funcionamento do dreno JP está diretamente ligado ao vácuo produzido no reservatório
em pera — essa pressão negativa é realizada pelo profissional de enfermagem com sua
compressão. Lembre-se que, antes da abertura do coletor, para a retirada do material drenado e
sua subsequente higienização e produção de vácuo, o tubo deve ser clampeado e, tão logo
esteja fechado o coletor, deve ocorrer a liberação do fluxo do tubo.
 ATENÇÃO
Toda manipulação deve ser realizada de modo estéril com o seguinte material: bandeja; pacote
de curativo completo; pacote de tesoura de pontos; pacote de gazes; frasco com antisséptico;
esparadrapo ou micropore; cuba rim; SF 0,9%; frasco graduado.
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DRENO HEMOVAC/PORTOVAC
Trata-se de um dreno confeccionado em silicone ou polietileno no formato de tubo em sistema
fechado que funciona com uma bomba de sucção em sua extremidade externa, capaz de
reservar um volume de até 500 ml. Apresenta uma extensão intermediária em PVC com pinça
corta-fluxo, um conector de duas ou três vias e um cateter de drenagem com agulha de aço
cirúrgico, utilizado pela equipe médica no momento de sua instalação para perfuração do local
de passagem do dreno.
 
Foto: Shutterstock.com.
 Dreno Hemovac.
O dreno Hemovac diferencia-se do Jackson Pratt por possuir sua bomba de sucção em
formato de sanfona (o dreno JP possui formato de pera). Por isso, exige cuidados de
enfermagem similares: retirada e mensuração de líquido drenado.
 ATENÇÃO
O extensor deve se manter clampeado durante o processo e, após a retirada, deve-se realizar
compressão do reservatório para que ocorra a pressão negativa do circuito.
DRENO DE TÓRAX
É um tipo específico de dispositivo utilizado para o pós-operatório das cirurgias torácicas ou
cardíacas, posicionado em região pleural ou mediastinal ao final do procedimento cirúrgico.
Trata-se de um tubo produzido em polietileno que é introduzido na cavidade, geralmente com
mais de uma abertura na extremidade.
Há um tubo extensor no qual ocorre a conexão do dreno ao frasco coletor de polietileno rígido
com um suporte na base.
 
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 Tubo do dreno de tórax.
O dreno de tórax possui uma particularidade: a necessidade da presença de um selo de água
no frasco reservatório, cujo volume deve corresponder a 500ml de água destilada
(aproximadamente 2,5cm). Esse “selo d’água” impede que ocorra o refluxo de ar para dentro da
cavidade torácica e cause um pneumotórax no paciente.
 
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 Sistema completo de dreno de tórax.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
O dreno de tórax exige cuidados específicos:
 
Fazer curativo no sítio do dreno (parede torácica) a cada12 ou 24h ou sempre que
necessário;
Atentar para os locais de conexão, para que não ocorra nenhuma possibilidade de entrada
de ar no sistema;
Mensurar o fluido drenado a cada 12h ou 24h ou conforme indicação médica, (descontar
o volume do selo d’água). Por exemplo, se foi drenado 200ml de sangue, isso significa
que no frasco contém 700ml (500ml de selo d’água + 200ml de sangue);
Realizar a troca da água destilada do selo d’água (esta troca deve ser realizada a cada
12h, sendo necessário o clampeamento do tubo extensor antes da abertura do frasco
reservatório; é importante também fazer a demarcação do limite do selo com uma fita ou
um esparadrapo para identificação de onde termina o selo d’água e inicia a secreção
drenada).
 ATENÇÃO
Independentemente do tipo de dreno utilizado, os cuidados de enfermagem devem ser
executados de forma integral, respeitando os conceitos da SAE (Sistematização da Assistência
de Enfermagem) em sua totalidade, visto que qualquer etapa esquecida pode produzir como
consequência complicações no processo de cuidados do paciente.
Apresentamos neste módulo os tipos de drenos mais comuns na nossa atividade laboral,
porém existem outros drenos que são utilizados em situações específicas:
Dreno de Kehr, em procedimentos em vias biliares;
Dreno de Pigtail, em pós-operatório de nefrostomia;
Dreno de Abramson, em procedimentos abdominais com drenagem de grandes volumes.
INDICAÇÕES DE INSTALAÇÃO DE DRENOS
Assista ao vídeo em que o especialista Rodrigo Lima explica o que é um dreno cirúrgico e para
que ele serve, descrevendo sucintamente as diferenças de uso para os principais drenos
cirúrgicos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. JR, 28 ANOS, FOI SUBMETIDO À INSTALAÇÃO DE UM DRENO DE TÓRAX
APÓS ADMISSÃO EM EMERGÊNCIA, EM QUE FOI IDENTIFICADO UM
HEMOTÓRAX. EM RELAÇÃO A ESSE TIPO DE DISPOSITIVO ESPECÍFICO, É
IMPORTANTE DESTACAR:
A) Manter a ponta distal do dreno sob o selo d’água.
B) Manter o paciente em decúbito dorsal.
C) Colocar o frasco coletor no mesmo nível do tórax.
D) Colocar o paciente deitado do lado esquerdo.
E) Aspirar vias aéreas superiores.
2. O ENFERMEIRO JAIME, AO REALIZAR EXAME FÍSICO EM SEU PACIENTE,
OBSERVOU QUE ELE APRESENTAVA UM CURATIVO LIMPO E SECO
EXTERNAMENTE RECOBRINDO UM DISPOSITIVO LAMINAR, DE LÁTEX EM
SISTEMA ABERTO, ONDE FOI POSSÍVEL AVALIAR A SAÍDA DE PEQUENA
QUANTIDADE DE SECREÇÃO SEROSANGUINOLENTA EM REGIÃO
MONOGÁSTRICA. AO FAZER A LEITURA DESSE CASO, PODEMOS OBSERVAR
QUE SE TRATA DE QUAL TIPO DE DRENO?
A) Dreno de tórax
B) Dreno Jackson Pratt
C) Dreno Hemovac
D) Dreno de Kehr
E) Dreno de Penrose
GABARITO
1. JR, 28 anos, foi submetido à instalação de um dreno de tórax após admissão em
emergência, em que foi identificado um hemotórax. Em relação a esse tipo de dispositivo
específico, é importante destacar:
A alternativa "A " está correta.
 
Os cuidados com o selo d’água são importantes, pois têm como finalidade impedir a entrada de
ar na cavidade torácica do paciente.
2. O enfermeiro Jaime, ao realizar exame físico em seu paciente, observou que ele
apresentava um curativo limpo e seco externamente recobrindo um dispositivo laminar, de
látex em sistema aberto, onde foi possível avaliar a saída de pequena quantidade de secreção
serosanguinolenta em região monogástrica. Ao fazer a leitura desse caso, podemos observar
que se trata de qual tipo de dreno?
A alternativa "E " está correta.
 
O dreno de Penrose é um dispositivo que se destaca por sua composição em látex. É
classificado como laminar em sistema aberto.
MÓDULO 3
 Conhecer os tipos de cateteres venosos e os cuidados na implantação e manipulação
CATETERES VENOSOS
 
Foto: Shutterstock.com.
Os dispositivos venosos para coleta de material sanguíneo em exames laboratoriais ou em
infusão de medicações estão sempre presentes em nossa prática profissional, e é através
deles que normalmente iniciamos tanto o diagnóstico quanto as terapias infusionais para o
tratamento das patologias.
Os cateteres venosos podem ter inserções periféricas (procedimento realizado pela equipe de
enfermagem) ou centrais (procedimento realizado pela equipe médica), totalmente
implantados ou semi-implantados. O tipo de cateter a ser utilizado depende da terapia à qual o
paciente é submetido.
Através dos dispositivos vasculares é possível realizar uma série de condutas em saúde, tais
como:
Administração de fluidos, nutrientes, medicações, hemoderivados
Monitorização hemodinâmica
Hemodiálise
Nutrição parenteral
Quimioterapia
Procedimentos diagnósticos (coleta de material para exames, infusão de contraste etc.)
CATETERES VENOSOS PERIFÉRICOS
São dispositivos vasculares de curta duração, mais utilizados para inserção em acessos
vasculares venosos nos membros superiores, usualmente em emergências, quando é
necessária uma ação imediata com terapia intravascular (fácil inserção). Nessas situações, é
indicada a utilização de cateteres de maior calibre, preferencialmente utilizados em par.
Os cateteres periféricos são divididos em dois tipos:
Cateteres agulhados (Scalp): confeccionados em aço inoxidável, não flexíveis, com diferentes
calibres, cuja utilização está ligada às terapias infusionais de curta duração e baixo volume,
não sendo indicado período de permanência. Normalmente, são utilizados em situações em
que a infusão será realizada in bolus, ou seja, em esquema terapêutico farmacológico de dose
única. Podem também ser utilizados em coletas de material sanguíneo para exames
laboratoriais.
Importante: Os dispositivos agulhados se apresentam em numeração ímpar, variando de 19g
(mais calibrosos); 21g e 23g (calibres médios); 25g e 27g (calibres menores).
Cateteres sobre agulha (Jelco): possuem uma agulha recoberta por dispositivo siliconado (que
fica inserido no acesso vascular venoso do paciente). São ideais para punções venosas com
previsão de terapia infusional por tempo prolongado. A Anvisa indica em seu manual Medidas
de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde (2017) que rotineiramente o cateter
periférico não seja trocado em um período inferior a 96h.
Importante: Os cateteres não agulhados se apresentam em numeração par, variando de 14g
(maiores e mais calibrosos, diminuindo de calibre conforme vai aumentando sua numeração)
até 24g (pequenos e de menor calibre).
A punção venosa periférica deve ser evitada em articulações. Em pacientes adultos, as veias de
escolha devem ser as das superfícies dorsal e ventral do antebraço, enquanto em pediatria
deve ser considerado o uso das veias da mão, do antebraço e braço. Em crianças menores de 3
anos, pode-se optar pelo uso das veias da cabeça ou as veias do pé (em crianças que não
deambulam).
INDICAÇÕES PARA O PREPARO DA PELE
✓ Realizar fricção com solução a base de álcool com gliconato de clorexidina > 0,5%,
iodopovidona – PVP-I alcoólico 10% ou álcool 70%. O tempo de aplicação da clorexidina é de
30 segundos, realizada por meio de movimentos de vaivém; já o tempo de aplicação do PVPI é
de 1,5 a 2,0 minutos, com movimentos circulares (de dentro para fora). 
 
✓ Aguarde a secagem espontânea do antisséptico antes de proceder à punção. 
 
✓ A remoção dos pelos, quando necessária, deve ser realizada com tricotomizador elétrico ou
tesouras. Não utilize lâmina de barbear, pois aumenta o risco de infecção. 
 
✓ Limitar, no máximo, a duas tentativas de punção periférica por profissional e, no máximo,
quatro profissionais. Múltiplas tentativas de punção causam dor, atrasam o início do
tratamento, comprometem o vaso, aumentam custos e o risco de complicações. Pacientes
com dificuldade de acesso requerem avaliação minuciosa multidisciplinar para discussão das
opções apropriadas (ANVISA, 2017).
 
Imagem: Shuttertock.com.
 Cateter periférico agulhado.
 
Imagem: Shuttertock.com.
 Cateter venoso periférico sobre agulha (Jelco).
CATETERES VENOSOS CENTRAIS
São dispositivos implantados pelos médicos em veias centrais (jugulares internas, femorais ou
subclávias)com indicação para pacientes em casos críticos.
As indicações primárias para a realização desse procedimento são:
Impossibilidade de punção de veias periféricas
Monitoria hemodinâmica
Introdução de cateter de marca-passo cardíaco ou Swan Ganz
Administração de soluções hipertônicas ou irritantes (Nutrição Parenteral Total, NPT)
Suporte para infusão rápida de fluidos durante reanimação
Hemodiálise
Os calibres dos cateteres venosos centrais variam, porém os mais utilizados são os de 5
French, 7 French, 8 a 11 French, lembrando que quanto maior o French mais calibroso o cateter.
Por se tratar de um procedimento realizado por profissionais da medicina, cabe à equipe de
enfermagem realizar os cuidados relativos à separação do material para o procedimento e os
cuidados referentes ao sítio de inserção, como a troca do curativo, a manutenção da
permeabilidade, além das soluções que serão utilizadas na terapia.
 
Imagem: Shutterstock.com.
 Cateteres venosos centrais em veias (veia subclávia e jugular interna).
 ATENÇÃO
Existe um cateter central que pode ser instalado pela enfermagem, o cateter central de
inserção periférica (PICC). Trata-se de um cateter inserido em acesso periférico (veias cefálica,
basílica ou braquial), porém o posicionamento do seu ponto distal é em uma veia central (veia
cava superior).
 
Imagem: Shutterstock.com.
 Cateter central de inserção periférica (PICC).
CATETER VENOSO CENTRAL TOTALMENTE
IMPLANTADO (PORT-A-CATH)
Trata-se de um cateter inserido cirurgicamente abaixo da pele formando um túnel, onde é
confeccionada uma bolsa em região subcutânea (“port”) com membrana autosselante.
Este dispositivo pode ser acessado por agulha inserida através da pele e normalmente é
implantado nas veias jugular ou subclávia. O acesso ao dispositivo subcutâneo se dá através
de um tipo especial de agulha.
 
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 Cateter venoso central totalmente implantado (Port-A-Cath).
Sua indicação é para a administração de medicamentos e coleta de sangue, principalmente em
pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico. É indicado por possuir vantagens em
relação aos acessos vasculares periféricos, por sua durabilidade extensa – pode chegar a 2000
utilizações de sítio, incorrendo em menor taxa de infecções e quantitativo de punções
periféricas.
Além do menor risco de complicações como flebites e infiltrações, proporciona mais conforto
durante a terapia medicamentosa. Trata-se de um dispositivo amplamente utilizado em
quimioterapias em pacientes oncológicos.
 ATENÇÃO
O enfermeiro tem papel primordial no processo terapêutico, visto que é o profissional da equipe
multidisciplinar que tem contato mais recorrente com o sistema de cateteres implantados, seja
na realização de curativos, punções ou outros procedimentos.
CATETERES PERIFÉRICOS X CATETERES
CENTRAIS
Assista ao vídeo em que o especialista Rodrigo Lima fará uma breve discussão de quando cada
tipo de cateter deve ser utilizado para realização de terapias medicamentosas e
monitorizações hemodinâmicas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AO OBSERVAR QUE A SENHORA JS, 69 ANOS, DARIA INÍCIO A UMA
TERAPIA DE LONGA DURAÇÃO COM QUIMIOTERÁPICOS DEVIDO A UMA
MIOCARDITE, A ENFERMEIRA JOANA RESOLVEU QUESTIONAR A EQUIPE
MÉDICA SOBRE A POSSIBILIDADE DE UM TIPO ESPECÍFICO DE CATETER
VENOSO CENTRAL, QUE TEM COMO CARACTERÍSTICAS DURABILIDADE
MAIOR DO QUE OS ACESSOS PERIFÉRICOS TRADICIONAIS, ALÉM DE UM
MENOR RISCO DE PROCESSOS DE FLEBITE E NECROSE CUTÂNEA. SOBRE
QUAL TIPO DE DISPOSITIVO A ENFERMEIRA JOANA RESOLVEU PERGUNTAR
À EQUIPE?
A) Cateter venoso central
B) Cateter vesical de demora
C) Cateter venoso central totalmente implantado
D) Cateter tipo Jelco
E) Cateter parenteral
2. EM UM PACIENTE CHOCADO, COM NECESSIDADE DE REPOSIÇÃO RÁPIDA
DE GRANDES QUANTIDADES DE VOLUME, INCLUSIVE HEMODERIVADOS, A
MELHOR FORMA DE OBTER O ACESSO VENOSO É ATRAVÉS DE:
A) Punção de veia subclávia direita por ser acesso venoso central em sistema cava superior
mais facilmente executável.
B) Punção de veia jugular interna direita por ser acesso venoso central em sistema cava
superior com menor risco de pneumotórax acidental.
C) Punção de veia femoral direita, uma vez que o acesso venoso central é necessário para
reposição de hemoderivados e a punção femoral é mais facilmente executável com menor
risco de complicações.
D) Inserção de dois cateteres intravenosos periféricos calibrosos.
E) A escolha do melhor acesso depende da experiência do profissional.
GABARITO
1. Ao observar que a senhora JS, 69 anos, daria início a uma terapia de longa duração com
quimioterápicos devido a uma miocardite, a enfermeira Joana resolveu questionar a equipe
médica sobre a possibilidade de um tipo específico de cateter venoso central, que tem como
características durabilidade maior do que os acessos periféricos tradicionais, além de um
menor risco de processos de flebite e necrose cutânea. Sobre qual tipo de dispositivo a
enfermeira Joana resolveu perguntar à equipe?
A alternativa "C " está correta.
 
Em situações que demandem muito tempo de permanência de punções, com terapias
farmacológicas que apresentem maior risco de flebites ou processos necróticos, como, por
exemplo, a quimioterapia, é indicado o uso de cateter venoso central totalmente implantado.
2. Em um paciente chocado, com necessidade de reposição rápida de grandes quantidades de
volume, inclusive hemoderivados, a melhor forma de obter o acesso venoso é através de:
A alternativa "D " está correta.
 
Em situações de emergência, quando é necessário intervenção imediata, a indicação primária é
a obtenção de um acesso calibroso de mais fácil e rápida obtenção. Os cateteres periféricos
calibrosos são a primeira escolha nessas situações.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Exploramos os diferentes tipos de drenos, sondas e cateteres com os quais o enfermeiro terá
contato rotineiramente em sua atividade profissional. A capacitação para o reconhecimento de
cada tipo de dispositivo é essencial para que o enfermeiro tenha domínio sobre suas
atribuições e competências.
Avaliar as indicações e usar as técnicas adequadas — sejam de instalação, manipulação ou
cuidados de enfermagem — inerentes aos diferentes tipos de dispositivos dará o apoio
necessário para a evolução na profissão e nas atividades assistenciais na Atenção Primária,
Secundária e Terciária.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA. Medidas de prevenção de infecção
relacionadas à assistência de saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.
CARMAGNANI, I. M. et al. Procedimentos de enfermagem: guia prático. 2. ed. [Reimpr.]. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 330 p.
COFEN. Resolução COFEN N. 0450/2013. Normatiza o procedimento de Sondagem Vesical no
âmbito do Sistema Cofen / Conselhos Regionais de Enfermagem. Brasília, 2013.
HICPAC. Heathcare Infection Control Practices Advisory Comitee. Guidelines for prevention of
catheter associated urinary tract infections. Atlanta: 2009.
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. et al. Brunner & Suddarth: Tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados:
Leia mais sobre os cuidados relacionados aos cateteres venosos na biblioteca virtual do
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN): Cateteres periféricos: novas recomendações da
Anvisa garantem segurança na assistência.
Leia o documento Procedimento operacional padrão, cuidados com drenos cirúrgicos, do
Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, UNIRIO.
CONTEUDISTA
Angelo da Silva Ribeiro
 CURRÍCULO LATTES
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