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EXMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA Nº VARA CÍVEL DA COMARCA DE CIDADE, CEARÁ
AÇÃO ORDINÁRIA DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAL E MATERIAL POR FATO DO SERVIÇO
NOME DO REQUERENTE, QUALIFICAÇÃO DO REQUERENTE, vem, com todo respeito, à presença de Vossa Excelência, por conduto da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO, através do Defensor Público abaixo firmatário, com especial fundamento no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil, Código de Processo Civil, além de outros cânones aplicáveis à espécie, e no mais atual entendimento jurisprudencial e doutrinário, propor, como de fato propõe, a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E MORAL POR FATO DO SERVIÇO em face de NOME DO RÉU, QUALIFICAÇÃO DO RÉU, pelas razões fáticas e de direito adiante alinhadas.
PRELIMINARMENTE 
Requer os benefícios da justiça gratuita, em razão de estar sendo assistido(a) pela Defensoria Pública, por ser pobre na forma da lei, conforme dispositivos insertos na Lei Federal 1.060/50, acrescida das alterações estabelecidas na Lei Federal 7.115/83, bem como em atendimento ao preceito constitucional, na esfera federal, da Lei Complementar Federal nº 80/94, reformada pela Lei Complementar Federal nº 132/2009 e, estadual, por meio da Lei Complementar Estadual nº. 06/97, tudo por apego á égide semântica prevista no artigo 5°, LXXIV da Carta da República de 1988.
SINOPSE FÁTICA 
DESCRIÇÃO DOS FATOS
FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
A proteção do consumidor é direito fundamental e princípio da ordem econômica (CF/88 arts. 5º XXXII, e art. 170, V), sendo o Código de Proteção e Defesa do Consumidor norma de ordem pública (CDC, art. 1º). Dessa forma, havendo violação de direitos do consumidor, deve o CDC ser aplicado de ofício pelo magistrado de 1º grau, bem como, por força do efeito translativo dos recursos, em 2º grau de jurisdição. 
O direito consumerista brasileiro tem por base a Teoria Geral do Direito do Consumidor - a qual trata da sua natureza jurídica, princípios, relação de consumo, princípios específicos e regras de interpretação – e visa efetivar a teoria da qualidade ou confiança positivada nos artigos 8 a 10. 
Determina a apuração incomunicável e cumulável de responsabilidade administrativa, criminal e cível do fornecedor, bem como estabelece a proteção pré-contratual, contratual e pós-contratual do consumidor. E vai mais longe, no artigo 7º o CDC determina “o dialogo das fontes”, ao estabelecer que o direito do consumidor é maior que o próprio código. 
Sabe-se, doutra banda, que a boa-fé é um princípio normativo que exige uma conduta das partes com honestidade, correção e lealdade. O princípio da boa-fé, assim, diz que todos devem guardar fidelidade à palavra dada e não frustrar ou abusar da confiança que deve imperar entre as partes. 
Nas palavras de Tereza Negreiros: 
“O princípio da boa-fé, como resultante necessária de uma ordenação solidária das relações intersubjetivas, patrimoniais ou não, projetada pela Constituição, configura-se muito mais do que como fator de compreensão da autonomia provada, como um parâmetro para a sua funcionalização à dignidade da pessoa humana, em todas as suas dimensões.” (Fundamentos para uma Interpretação Constitucional do Princípio da Boa-Fé, Ed. Renovar, Rio de Janeiro, 1998, pág. 222-223). 
No caso sub judice, a atitude promovida pelo(a) requerido(a) vetoriza-se em um ato ilícito que, na lição do inolvidável Orlando Gomes é: 
“Ação ou omissão culposa com a qual se infringe direta e imediatamente um preceito jurídico do direito privado, causando-se dano a outrem” (GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. Rio de Janeiro, Forense, 1987, pág. 314). 
Ora, Excelência, a partir do momento em que a requerente teve parte de seus bens avariados e decorrentes de causas externas à sua residência, causando-lhe dor e sofrimentos físico e mental, houve ilícito e quebra da boa-fé objetiva, que devem imperar entre os contratantes, notadamente quando há negligência no serviço. 
O dano causado pelo ato ilícito praticado pela requerida rompeu o equilíbrio jurídico-econômico anteriormente existente entre os contratantes. Assim, busca-se restabelecer o equilíbrio, recolocando os prejudicados no status quo ante. Aplica-se, nesse caso, o princípio restiutio in integrum. Indenizar pela metade seria fazer as vítimas suportarem o dano, os prejuízos. 
Por isso mesmo - e diferentemente do Código Civil de 1916 - o novo Código, no artigo 944, caput, positivou o princípio da reparação integral, segundo o qual o valor da indenização mede-se pela extensão do dano. 
Assim, quando alguém comete um ato ilícito, há infração de um dever e a imputação de um resultado. E a consequência do ato ilícito é a obrigação de indenizar, de reparar o dano, nos termos da parte final do artigo 927 do NCCB, in verbis: 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” 
O conceito de ato ilícito, por sua vez, está insculpido no artigo 186 do NCCB, senão vejamos: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Aliada ao ato ilícito praticado pela requerida, por seu preposto, está a quebra da boa-fé objetiva, que reside na conduta leal dos contratantes nos deveres ante e pós contrato. Aliás, é o próprio Código Civil Brasileiro que exige tal boa-fé na formação e cumprimento dos contratos, in textus: 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Com efeito, a consequência jurídica do ato ilícito praticado pela requerida é, portanto, o dever de ressarcir os danos que causou à requerente por conta do mal fornecimento de energia elétrica e da quebra da boa-fé. 
De mais a mais, dispõe o artigo 932 do NCCB o seguinte: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
(…) 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
Sobre tal disciplinamento legal, assim disserta o inolvidável jurisconsulto Pablo Stolze Gagliano: 
“Em nosso entendimento, com a utilização do advérbio “também” no seu caput (Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil...) a lei estabeleceu uma forma de solidariedade passiva, oportunizando à vítima exigir a reparação civil diretamente do responsável legal.” (ob. cit. pág. 152). 
“Não se trata de uma novidade no sistema, mas, sim, da consagração da idéia de que se deve propugnar sempre pela mais ampla reparabilidade dos danos causados, não permitindo que aqueles que usufruem dos benefícios da atividade não respondam também pelos danos causados por ela.” (ob. cit. pág. 249). 
Portanto, ocorrendo a prestação do serviço de forma a causar dano a outrem, vulnerou-se a aspiração do menos favorecido, como é o caso da requerente, redundando, assim, em FATO DO SERVIÇO, uma vez a consequência extrapolou o serviço em si, afetando direito diverso do próprio contrato de fornecimento de energia elétrica. 
Na linha do CDC, como se sabe, a responsabilidade é denominada OBJETIVA, ou seja:
“(...) aquela fundada no risco, sendo irrelevante a conduta culposa ou dolosa do causador do dano, uma vez que bastará a existência do nexo causal entre o prejuízo sofrido pela vítima e a ação do agente para que surja o dever de indenizar.” (Maria Helena Diniz, Dicionário Jurídico, São Paulo, Saraiva, 1998, vol. IV, pág. 181). 
O sujeito da relação, portanto, perde importância para efeito de responsabilidade, cabendo ao consumidor, como é o caso da requerente, a descrição e prova da ocorrência do dano, até para fundamentar seu interesse de agir, mas no que toca à existência dos demais elementos, deverá ser aplicada, se necessário, a regra da inversão do ônus da prova. 
No caso em apreço, observa-se que a relaçãocontratual objeto desta contenda encontra-se sob o pálio do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), que em seu artigo 6º, VI, elenca como direito básico do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”. 
Ficou evidente, que, através de atos de seus prepostos, a requerida não prestou o serviço nos moldes do contrato que ela mesma firmou, configurando-se VÍCIO DE QUALIDADE POR INSEGURANÇA DO SERVIÇO, sendo totalmente responsável pelos danos morais e materiais advindos da má prestação do serviço, nos termos do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. 
Trata-se, portanto, de responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor pelo serviço defeituoso, sejam estes de ordem material ou moral. Essa falha na prestação do serviço ocorre devido a não observância do dever de cuidado. 
Assim, pode-se pautar na doutrina e também no legislador pátrio, que inferem a responsabilização objetiva nas relações de consumo, eis que, na maioria das vezes, como no caso em questão, a relação é de hipossuficiência do consumidor em comparação ao fornecedor. 
Desta feita, estando patente a configuração do ilícito contratual cometido pela requerida, no tocante ao serviço que deveria ter sido prestado a contento, não restam dúvidas quanto à sua responsabilidade pela reparação dos danos causados, pois nesse ponto, o Código de Defesa do Consumidor foi taxativo, sem dar margem a qualquer outro tipo de interpretação. 
Neste pormenor, há de se observar que, em relação à reparabilidade do dano, seja material ou moral, a doutrina tem preceituado a aplicação de pena pecuniária em razão da teoria do desestímulo, segundo a qual, o critério na fixação do quantum indenizatório deve obedecer à proporcionalidade entre a lesão causada e aquilo que pode aplacá-la, levando-se em conta o efeito socioeducativo, que será a prevenção e o desestímulo. 
De salientar, ainda, os ditames insertos no artigo 34 do CDC: 
Art. 34 - O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus propostos ou representantes autônomos. 
Não há dúvida de que a requerida deve pagar por erro de seus prepostos, à semelhança do que já ficou demonstrado pelos ditames previstos no artigo 932, inciso III do NCCB c/c artigo 34 do CDC. 
Em caráter excepcional, como no caso das pessoas jurídicas de direito público e de direito privado prestadoras de serviços públicos, foi adotada a teoria objetiva ou do risco (art. 37, § 6º, da Constituição da República). Assim, para esta teoria, basta ao lesado demonstrar o nexo causal entre o fato lesivo e o dano. 
Por outro lado, sobre a exclusão da responsabilidade objetiva do Estado, é oportuna a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, in literis: 
Nos casos de responsabilidade objetiva o Estado só se exime de responder se faltar o nexo entre seu comportamento comissivo e o dano. Isto é: exime-se apenas se não produziu a lesão que lhe é imputada ou se a situação de risco inculcada a ele inexistiu ou foi sem relevo decisivo para a eclosão do dano. Fora daí responderá sempre. Em suma: realizados os pressupostos da responsabilidade objetiva, não há evasão possível.(Curso de Direito Administrativo, 14 edição, São Paulo: Malheiros, 2002, p. 865). 
No âmbito constitucional, os fatos aqui presentes são assim tratados: 
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Alterado pela EC-000.064-2010) 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Assim sendo, as prestadoras de serviços públicos respondem objetivamente pela mesma razão do Estado, ou seja, o risco administrativo. Já no tocante à eficiência do serviço, observa-se a norma consumerista, como adiante se vê: 
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: 
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. 
Com relação à responsabilidade civil, tem-se a norma do digesto consumerista nos seguintes termos: 
Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
Art. 22 - Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. 
Parágrafo único - Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste Código. 
A lei federal de concessões dos serviços públicos também traz norma semelhante sobre o assunto, senão vejamos: 
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. 
Hely Lopes Meirelles, em brilhante dissertação, assim resume a responsabilidade das concessionárias de serviços públicos: 
“(...) não é justo e jurídico que só a transferência da execução de uma obra ou um serviço originariamente público a particular descaracterize sua intrínseca natureza estatal e libere o executor privado das responsabilidades que teria o Poder Público se o executasse diretamente.” ( Direito Administrativo Brasileiro, ED. Malheiros, 28 edição, pág.627). 
O Pretório Excelsior, em lapidar e recente decisão do pleno, assim se pronunciou: 
CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO. I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. III - Recurso extraordinário desprovido. (RE 591.874-MT, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Pleno, j. 26.08.2009) 
É irrelevante, portanto, se a vítima é ou não usuário do serviço público. Basta, assim, que o dano seja produzido pelo prestador do serviço. Quem tem o bônus deve suportar o ônus. 
Ora, Excelência, é elementar, por decorrer da experiência comum de vida, que o aumento de tensão elétrica causa, indubitavelmente, um estouro em qualquer aparelho elétrico, sendo certo que em muitos casos pode incorrer em tragédia, como aconteceu no edifício Joelma, na década de setenta, em razão de uma pane em um aparelho de ar-condicionado. As provas cabais carreadas aos autos não deixam dúvidas da responsabilidade da empresa requerida. 
Assim, a causa direta e exclusiva do sinistro foi mesmo curto-circuito na rede elétrica externa da residência da requerente, causando-lhe prejuízos incontáveis. E o fato decorreu da omissão da demandada, qual seja, falta de manutenção na rede elétrica. Deve, ela, portanto,responder pelos danos que o autor e sua família suportaram. 
Para abrilhantar o debate, vejamos o que já têm decidido os nossos tribunais pátrios em casos similares: 
APELAÇÃO CÍVEL - PRELIMINAR - INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVAS - PERMISSIVO COM BASE NO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO - NÃO ACOLHIMENTO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS - DETERMINAÇÃO DE APURAÇÃO DO QUANTUM DEVIDO EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARTIGOS - POSSIBILIDADE - DEFINIÇÃO DA MODALIDADE DE LIQUIDAÇÃO - QUESTÃO A SER ENFRENTADA PELO JUÍZO DA EXECUÇÃO - PRECEDENTE STJ - DANOS MORAIS - REDUÇÃO QUANDO O VALOR FIXADO FOR EXORBITANTE - PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE - NECESSÁRIA CONSIDERAÇÃO. - Trata-se de recurso de apelação manejado pela Companhia Energética do Estado do Ceará em face de sentença que julgara procedente o pedido autoral, extinguindo o feito com resolução de mérito, para o fim de condenar a concessionária no pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 676.786,37 (seiscentos e setenta e seis mil, setecentos e oitenta e seis reais e trinta e sete centavos), bem como no pagamento de 100 (cem) salários mínimos a título de danos morais, consignando que restou demonstrado o nexo causal entre a falha havida na atividade da concessionária de energia elétrica e o dano suportado pela vítima. (…) - No mérito, quanto ao sinistro, aferível o nexo causal, nomeadamente pelo laudo acostado às pgs. 46/49, elaborado sob a chancela da Coordenadoria de Perícia Criminal da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará, no qual se vê em conclusão que o incêndio na residência da autora, o qual a consumira inteiramente, inclusive afetando quase todos os bens que guarneciam o imóvel, teve natureza elétrica, "provocado por superaquecimento de condutores e o consequente curto-circuito". (…) - Em relação aos danos morais, sem descurar do intenso abalo psíquico sofrido pela autora, há de se ter cautela quanto à sua dimensão. Nos termos da jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de Justiça, a revisão de indenização por danos morais é possível quando o valor fixado for exorbitante, de modo a afrontar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Tendo sido arbitrados em 100 (cem) salários mínimos os danos morais, hoje o equivalente a R$ 62.200,00 (sessenta e dois mil e duzentos reais), há por bem adequá-los. É do magistério de MARIA HELENA DINIZ: "Na reparação do dano moral, o magistrado deverá apelar para o que lhe parecer equitativo ou justo, agindo sempre com um prudente arbítrio, ouvindo as razões das partes, verificando os elementos probatórios, fixando moderadamente uma indenização. O valor do dano moral deve ser estabelecido com base em parâmetros razoáveis, não podendo ensejar uma fonte de enriquecimento nem mesmo ser irrisório ou simbólico. A reparação deve ser justa e digna. Portanto, ao fixar o quantum da indenização, o juiz não procederá a seu bel prazer, mas como um homem de responsabilidade, examinando as circunstâncias de cada caso, decidindo com fundamento e moderação (Revista Jurídica Consulex, nº 3, de 31.03.97)." Dentro dessa perspectiva, está-se reduzindo os danos extrapatrimoniais para o patamar de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), considerando a condição das partes e o fato em si. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE - AC 0095255-28.2009.8.06.0001 - Relª Vera Lúcia Correia Lima - DJe 18.12.2012 - p. 32) 
DIIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO CÍVEL EM SEDE DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANO MATERIAL EM EQUIPAMENTO DECORRENTE DE CURTO CIRCUITO NA REDE ELÉTRICA - EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - INTELIGÊNCIA DO ART. 37, § 6º, DA CF/88 - ALEGAÇÃO DE CASO FORTUITO - PÁSSARO QUE POUSOU NA LINHA DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA - INOCORRÊNCIA - COMPROVADO NEXO CAUSAL - DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE CULPA - INCIDÊNCIA DO COMANDO NORMATIVO INSCULPIDO NO ART. 927 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - LUCROS CESSANTES NÃO COMPROVADOS NOS AUTOS AFASTADOS - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO - SENTENÇA MODIFICADA, PARA CONDENAR A CONCESSIONÁRIA AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO NO VALOR DE ORÇAMENTO APRESENTADO NA FASE ADMINISTRATIVA, ACRESCIDO DE JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA, A PARTIR DA DATA DO DANO - SÚMULA 54 DO STJ - HONORÁRIOS DE ADVOGADO ARBITRADO EM 10% DO VALOR DA INDENIZAÇÃO - 1- Dano ocorrido em equipamento em decorrência de curto circuito, na rede de energia elétrica pública, gera dever de indenizar por parte da concessionária independentemente de comprovação de culpa. Art. 37, §6º, da CF/88 . 2- Pressupõe-se que o dano foi causado por curto circuito comprovadamente ocorrido na rede pública, se o equipamento estava ligado à rede elétrica contígua, funcionando regularmente até aquele momento. 3 - Acidente com pássaro na rede elétrica não constitui caso fortuito e não elide responsabilidade objetiva de concessionária de energia elétrica. 4- Lucro cessante não se pressupõe. Necessário prova nos autos. 5- O dever de indenizar limita-se a recuperação do equipamento danificado ao estado em que se encontrava. 6- Incidem juros de mora e correção monetária sobre o valor a ser pago pela apelada, no patamar utilizado por este Tribunal de Justiça, contados a partir da data do dano. Inteligência da súmula 54 do STJ . (TJCE - AC 0098046-04.2008.8.06.0001 - Rel. Carlos Alberto Mendes Forte - DJe 16.08.2012 - p. 124) 
APELAÇÃO CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - CURTO CIRCUITO - INCÊNDIO DA RESIDÊNCIA DOS AUTORES - DESTRUIÇÃO TOTAL - FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. (TJRS - AC 70037404753 - 10ª C.Cív. - Rel. Des. Paulo Roberto Lessa Franz - J. 24.02.2011 ) 
DIREITO CIVIL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - CURTO-CIRCUITO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA - DANO MATERIAL E MORAL CONFIGURADO - QUANTUM ARBITRADO DE FORMA RAZOÁVEL - Correção monetária e juros de mora, nos casos de condenação por danos morais, devidos desde o arbitramento do valor. Sucumbência recíproca. Inocorrência. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJAL - AC 2012.008117-9 - (1.0251/2013) - Rel. Des. Tutmés Airan de Albuquerque Melo - DJe 27.03.2013 - p. 20) 
Vejamos, por fim, o entendimento do STJ e STJ sobre o assunto: 
PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL - ESTADO E CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA - INCÊNDIO - INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS - SUPOSTA OFENSA AOS ARTS. 6º, VIII , E 14 DO CDC - FALTA DE PREQUESTIONAMENTO - NEXO CAUSAL - COMPROVAÇÃO - SÚMULA 7/STJ - ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 165 , 458, II , 535, II , 551, § 1º , E 554, DO CPC , E 128 DA LC 35/79 (LOMAN) - NÃO-OCORRÊNCIA - DOUTRINA - PRECEDENTES - 1. É inadmissível a suposta ofensa aos arts. 6º, VIII , e 14 do CDC , por falta de prequestionamento ( Súmulas 282 e 356 do STF ). 2. O tribunal de justiça, com base nos fatos e provas, concluiu que: (I) não há nexo de causalidade entre o evento e qualquer conduta (ação/omissão) da concessionária de serviço público e do Estado do Maranhão; (II) o incêndio não foi potencializado por negligência ou imperícia do corpo de bombeiros, que somente foi acionado uma hora depois de iniciado o sinistro; (III) o incêndio foi provocado por curto-circuito ocorrido na rede elétrica interna do imóvel, sob responsabilidade da proprietária-recorrente, e não na externa, o que afasta a obrigação da concessionária de energia elétrica. 3. O julgamento da alegada responsabilidade civil pelo fato do serviço (CDC, art. 14 ) - Seja para se reconhecer a existência de ação/omissão imputáveis à concessionária e ao estado, seja para se estabelecer o nexo causal entre a ação/omissão e o incêndio - Pressupõe, necessariamente, o reexame do contexto fático-probatório, atividade cognitiva vedada nesta instância especial (Súmula 7/STJ ). (…) 11. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (STJ - RESP 200400524208 - (654684 MA) - 1ª T. - Rel. Min. Denise Arruda - DJU 14.06.2007 - p. 00252) 
AGRAVOREGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO - ADMINISTRATIVO - AÇÃO INDENIZATÓRIA - COMPROVAÇÃO DE DANOS - AUSÊNCIA DO NECESSÁRIO PREQUESTIONAMENTO - OFENSA REFLEXA AO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO - PROBATÓRIO JÁ CARREADO AOS AUTOS - IMPOSSIBILIDADE - INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF - REPERCUSSÃO GERAL NÃO EXAMINADA EM FACE DE OUTROS FUNDAMENTOS QUE OBSTAM A ADMISSÃO DO APELO EXTREMO - (...) 6- In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: "RECURSO INOMINADO. REPARAÇÃO DE DANOS - ENERGIA - RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA - FIOS DE ALTA TENSÃO - CHOQUE - CURTO CIRCUITO - QUEIMA DA LAVOURA - PRELIMINARES DE INÉPCIA DA INICIAL E COMPLEXIDADE DA CAUSA AFASTADAS - COMPROVADO O DANO, O FATO GERADOR E O NEXO DE CAUSALIDADE - FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO - SENTENÇA MANTIDA - 1- Afastada preliminar de inépcia da inicial, porquanto a peça inaugural não padece de quaisquer das máculas elencadas no art. 295 e §s do CPC . Ademais, em vista da própria natureza do sistema que rege os Juizados Especiais são os mesmos pautados pela simplicidade, forte art. 2º da Lei 9.099/95 . 2- Não há falar em incompetência dos Juizados Especiais Cíveis para análise da causa sendo prescindível a produção de prova pericial para o desate da lide, constituindo a matéria aqui discutida tema recorrente junto às turmas recursais. 3- Logrou o autor demonstrar, quer por meio da oitiva de testemunhas, quer por fotos ou mesmo orçamentos, que os danos evidenciados na plantação de soja em sua propriedade foram causados por faíscas decorrentes de choques entre os fios da rede elétrica. 4- Contexto probatório que autoriza conferir verossimilhança às alegações do autor, impondo-se o sucesso da demanda indenizatória a título de abalo material. 5- A sua vez a ré, na condição de pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço público de energia elétrica, tem os limites de sua responsabilidade civil estabelecidos no art. 37, § 6º da CF . O CDC , de seu norte, corrobora este entendimento no sentido de que a responsabilidade da ré é objetiva, nos termos do art. 14 deste Diploma Legal. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO." 7- Agravo regimental desprovido. (STF - AgRg-RE-AG 716.672 - Rel. Min. Luiz Fux - DJe 19.02.2013 - p. 29)
É inequívoca, portanto, a responsabilidade civil da empresa promovida. Os danos morais e materiais sofridos pela promovente são notórios. Por tudo isto está clara e fartamente demonstrada a responsabilidade de indenizar daquela. 
DO DANO MATERIAL E MORAL 
O dano material está indiscutivelmente configurado nos autos. A residência da autor teve avarias devidamente comprovadas através de laudos e fotografias, decorrentes de atos omissivos dos prepostos da empresa ré, devendo esta restabelecer o status quo ante daquela e arcar com todas as despesas necessárias ao conserto. Por enquanto, o prejuízo material gira em torno de VALOR DO DANO MATERIAL. 
Com relação ao dano moral ou extrapatrimonial, tem-se que o mesmo pode ser conceituado como uma lesão aos direitos da personalidade. Estes são atributos essenciais e inerentes à pessoa. Concernem à sua própria existência e abrangem a sua integridade física, psíquica ou emocional, sob diversos prismas. O direito da personalidade é, em última razão, um direito fundamental e emana do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. 
No âmbito constitucional, não se pode olvidar que a Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso X, normatizou, de forma expressa, que são invioláveis a intimidade, a vida privada e a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Trata-se de previsão inserida no Título dos Direitos e Garantias Fundamentais, ou seja, os bens jurídicos ali referidos são cruciais para o desenvolvimento do Estado Democrático. 
A concessão do dano moral tem por escopo proporcionar ao lesado meios para aliviar sua angústia e sentimentos atingidos. In casu, a falta de cumprimento contratual pela empresa requerida, nas condições em que os fatos ocorreram, enseja indenização por dano moral, que se traduz em uma forma de se amenizar a dor e o sofrimento do requerente, afetada que ficou em sua dignidade, sendo certo que se é verdade que não há como mensurar tal sofrimento, menos exato não é que a indenização pode vir a abrandar ou mesmo aquietar a dor aguda. 
A indenização por dano moral, como registra a boa doutrina e a jurisprudência, há de ser fixada tendo em vista dois pressupostos fundamentais, a saber: a proporcionalidade e razoabilidade. Tudo isso se dá em face do dano sofrido pela parte ofendida, de forma a assegurar-se a reparação pelos danos morais experimentados, bem como a observância do caráter sancionatório e inibidor da condenação, o que implica o adequado exame das circunstâncias do caso, da capacidade econômica do ofensor e a exemplaridade - como efeito pedagógico - que há de decorrer da condenação. 
Vejamos, a propósito, o que ensina o mestre Sílvio de Salvo Venosa em sua obra sobre responsabilidade civil: 
"Os danos projetados nos consumidores, decorrentes da atividade do fornecedor de produtos e serviços, devem ser cabalmente indenizados. No nosso sistema foi adotada a responsabilidade objetiva no campo do consumidor, sem que haja limites para a indenização. Ao contrário do que ocorre em outros setores, no campo da indenização aos consumidores não existe limitação tarifada." (Direito Civil. Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed. Atlas, 2004, p. 206). 
Nas palavras do emérito Desembargador Sérgio Cavalieri Filho: 
“...o dano moral não está necessariamente vinculado a alguma reação psíquica da vítima. Pode haver ofensa à dignidade da pessoa humana se, dor, sofrimento, vexame, assim como pode haver dor, sofrimento, vexame sem violação da dignidade....a reação química da vítima só pode ser considerada dano moral quando tiver por causa uma agressão à sua dignidade.” (Programa de Responsabilidade Civil, 10ª edição, Atlas, 2012, São Paulo, pág.89). 
A reparação do dano moral não visa, portanto, reparar a dor no sentido literal, mas sim, aquilatar um valor compensatório que amenize o sofrimento provocado por aquele dano, sendo a prestação de natureza meramente satisfatória. Assim, no caso em comento, clarividente se mostra a ofensa a direitos extrapatrimoniais, haja vista toda a angústia e transtorno que o(a) requerente e sua família vêm sofrendo. 
Com relação à prova do dano extracontratual, está bastante dilargado na doutrina e na jurisprudência que o dano moral existe tão-somente pela ofensa sofrida e dela é presumido, sendo bastante para justificar a indenização, não devendo ser simbólica, mas efetiva, dependendo das condições socioeconômicas do autor, e, também, do porte empresarial da ré. É corrente majoritária, portanto, em nossos tribunais a defesa de que, para a existência do DANO MORAL, não se questiona a prova do prejuízo, e sim a violação de um direito constitucionalmente previsto. 
Trata-se do denominado DANO MORAL PURO, o qual se esgota na própria lesão à personalidade, na medida em que estão ínsitos nela. Por isso, a prova destes danos restringir-se-á à existência do ato ilícito, devido à impossibilidade e à dificuldade de realizar-se a prova dos danos incorpóreos. Não é sem razão que os incisos V e X do artigo 5º da CF/88 asseguram com todas as letras a reparação por dano moral, senão vejamos: 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” 
Sobre o assunto, disserta Cavalieri Filho, in literis:“...o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só justifica a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural...” (Ob. cit. pág.97). 
E ainda disserta o ilustre magistrado: 
A reparação por dano moral não pode constituir de estímulo, se insignificante, à manutenção de práticas que agridam e violem direitos do consumidor. Verificada a sua ocorrência, não pode o julgador fugir à responsabilidade de aplicar a lei, em toda a sua extensão e profundidade, com o rigor necessário, para restringir e até eliminar, o proveito econômico obtido pelo fornecedor com a sua conduta ilícita. A previsão de indenizações módicas ou simbólicas não pode ser incorporada `a planilha de custos dos fornecedores, como risco de suas atividades (ob. cit. pág.105). 
O Código do Consumidor também assegura a reparação dos danos nos seguintes termos: 
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 
No que se refere à fixação do quantum a título de dano moral, a boa doutrina e a jurisprudência majoritária têm entendido que o montante fica ao prudente arbítrio do juiz, mas devendo-se levar em conta os fatos, à reprimenda ao ofensor como forma de se dissuadir ao cometimento de novos atentados ao patrimônio de outrem, à capacidade financeira do ofensor e a amenização da situação imposta ao postulante. 
Com efeito, entende o(a) requerente que o valor correspondente a 30 (trinta) salários mínimos é bastante razoável à indenização pelo golpeamento de suas dignidade durante todo esse tempo. Relativamente aos danos materiais, além dos valores aqui elencados, outros serão apurados e informados no decorrer da lide. 
DOS PEDIDOS 
Em face do exposto, requer, se digne VOSSA EXCELÊNCIA de: 
a) Conceder os benefícios da justiça gratuita, nos moldes já dissertados em preliminar; 
b) Mandar citar a requerida para, querendo, responder a presente, sob pena de revelia; 
c) Conceder a inversão do ônus da prova em favor do(a) requerente, nos moldes entabulados pelo Código de Defesa do Consumidor; 
d) Determinar, por se tratar de relação de consumo e por consequência de interesse social, a intimação do douto representante do Ministério Público. 
e) Provado quanto baste e empós os ulteriores termos legais, JULGAR PROCEDENTE a presente esgrima, para o fim de: 
e.1) CONDENAR a requerida a pagar, a(o) requerente, uma indenização por dano moral (art. 5º. CF/88 c/c arts. 6º, inciso VI, e 14 do CDC), em montante a ser arbitrado por este juízo, sugerindo-se, com base na capacidade financeira das partes e no grau e extensão do dano, o valor correspondente a 30 (trinta) salários mínimos, como parâmetro mínimo; 
e.2) CONDENAR a requerida a pagar, a(o) requerente, os danos materiais a este causados, no valor inicial de VALOR DO DANO MATERIAL, além de eventuais outros valores que poderão ser revelados no decorrer da lide (art. 286, II, do CPC), acrescidos de correção tendo por base o IGP-M, a contar do arbitramento, com juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação; 
f) Finalmente, condenar a requerida nas cominações de direito e, se for o caso, em verbas sucumbenciais, as quais deverão ser direcionadas à DEFENSORIA PÚBLICA GERAL DO ESTADO DO CEARÁ ; 
Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, juntada de novos documentos, perícias, depoimentos pessoais e inquirição de testemunhas (oportunamente arroladas), tudo desde já requerido.
Dá à causa, para efeitos meramente processuais, o valor de VALOR DA CAUSA.
Nesses termos.
Pede deferimento.
CIDADE, DIA DE MÊS DE ANO.
NOME DO(A) DEFENSOR(A) PÚBLICO(A)
Defensor(a) Público(a)
Indicar Órgão de Atuação
 
Av. Pinto Bandeira, nº 1.111, Luciano Cavalcante, Fortaleza-CE
CEP 60.811-170, Fone: (85) 3101-3434

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