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INSTITUTO BRASIL EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O LAUDO PERICIAL CONTÁBIL 
NA VISÃO DOS MAGISTRADOS DE MACAPÁ E SANTANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ 
2008 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O LAUDO PERICIAL CONTÁBIL 
NA VISÃO DOS MAGISTRADOS DE MACAPÁ E SANTANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macapá 
2008 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O LAUDO PERICIAL CONTÁBIL 
NA VISÃO DOS MAGISTRADOS DE MACAPÁ E SANTANA 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Controladoria, Perícia, Auditoria e Docência 
Superior do Instituto Brasil Extensão e Pós 
Graduação, como requisito para obtenção do grau de 
especialista em Controladoria, Auditoria, Perícia e 
Docência Superior. 
 
Orientador: Prof. Esp. Elismagno 
Sobrinho de Lucena 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACAPÁ 
2008 
 
1 TEMA 
 
 Perícia Contábil. 
 
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
O Laudo Pericial Contábil na visão dos Magistrados de Macapá e Santana. 
 
3 JUSTIFICATIVA 
 
A Perícia Contábil é um conjunto de procedimentos técnicos e científicos 
destinados a buscar a verdade dos fatos através de provas elucidativas, utilizadas pelo 
perito contador na elaboração do laudo judicial. Diante deste fato, o perito contador 
assume um papel de extrema importância junto ao Poder Judiciário, fornecendo 
subsídios de suporte à tomada de decisões do magistrado. Assim, a função, tanto do 
perito-contador como do perito-contador assistente, é de grande responsabilidade, pois 
ambos exercem um papel relevante para a realização da justiça; haja vista que para o 
Juiz esclarecer uma questão é necessário informações, ou melhor, a apreciação por 
parte destes profissionais dos fatos em que se façam mister a aplicação de 
conhecimentos técnicos ou científicos específicos da área contábil, quer mediante a 
formulação dos quesitos, quer mediante a elaboração das respostas. 
Diante deste universo de casos, o perito contador deve buscar permanentemente 
a qualificação profissional através da aprendizagem e aperfeiçoamentos constantes, de 
forma a estar apto e preparado. Principalmente quanto ao acompanhamento da 
legislação vigente e específica do profissional contador para aplicar com domínio os 
métodos e técnicas contábeis para então argumentar e elaborar com qualidade 
requerida o laudo pericial. Sem vícios, incertezas e dúvidas, redigindo-o de forma clara, 
precisa e inequívoca, cumprindo de forma eficiente o seu papel junto ao Poder 
Judiciário. 
Isto, porque a qualidade do laudo Pericial pode significar a valorização do perito 
judiciário diante do magistrado. 
Então, os profissionais de contabilidade que militam no campo da perícia contábil 
devem possuir o conhecimento e prática das normas legais referentes à prova pericial, 
estabelecendo o ordenamento e a observância dos prazos e demais controles, isto é, 
fazendo com que a disciplina para o desempenho da atividade pericial seja exigida de 
todos que estejam envolvidos no trabalho. 
No desempenho da atividade pericial, o perito-contador deve, além de ser 
profissionais pautados de conhecimento especializado, também apresentar integridade 
moral e ética, de lealdade e honestidade para com o Juiz e as partes litigantes e 
legalmente habilitados no Conselho Regional de Contabilidade de seu Estado. 
De forma a cumprir bem o seu encargo na exposição da verdade, com bom 
senso, conduta moderada e tanto quanto possível harmonizadora. A formação ética é o 
alicerce ou a parte mais nobre e relevante que deve se levar em consideração. É 
imprescindível que o profissional da área contábil tenha em mente o compromisso ético 
de trabalhar, sempre, em defesa dos interesses profissionais, zelando pelo prestígio e 
dignidade da classe e pela demonstração da mais pura expressão da verdade. 
O critério de certeza, segurança, confiabilidade que precisa ter um Laudo 
Pericial, por natureza precisa recusar a simulação como uma formação de prova ou 
indução de opinião. 
Já que não é papel deste profissional aconselhar ou imaginar situações e nem 
acreditar que estas possam ser sugeridas, mas oferecer suas idéias com 
fundamentação técnica-científica através de um embasamento sólido calcado na 
realidade, pois não é pertinente ao Laudo Pericial se instrumento de formulações de 
hipóteses, probabilidades, simulações e muito menos de amostragens. Pois, estes 
recursos tendem a apresentar inequívoco, logo sendo débil quanto à força probante que 
um laudo precisa oferecer. 
Fatos que ressaltam ser fundamental que o Contador, quando no exercício da 
atividade pericial, jamais se utilize da honrosa missão de assessorar a justiça ou uma 
das partes litigantes para auferir benefício próprio ou para proveito pessoal, pois a 
classe contábil somente terá o seu reconhecimento, perante a sociedade, quando todos 
os Contadores se conscientizarem de que uma classe depende do valor individual de 
seus integrantes; sendo indispensável que cada um assuma a responsabilidade de 
exercer a profissão com dignidade, zelo, competência técnico-profissional e, acima de 
tudo, com uma elevada consciência ética. 
 Portanto, um perito contábil deve preocupar-se com a realidade e não com a 
conjectura de um fato que apenas poderia ser admitido como verdadeiro. E, como a 
produção de um Laudo Pericial para fins judiciais implica emissão de opinião técnica e 
científica é impertinente tudo o que não se relacione à capacidade legal de profissional 
incumbido de realizar a tarefa, ou seja, limitando-se a matéria patrimonial e no que esta 
represente o compreendido pela doutrina científica, normas técnicas e informações 
pertinentes. 
 
4 PROBLEMA 
 
Sendo o Laudo Pericial de total responsabilidade do perito contador e por trata-
se de um instrumento de suporte ao usuário da perícia, o perito contador atende na 
atualidade, as normas, princípios, métodos e técnicas da perícia contábil com total rigor, 
na elaboração de seus laudos periciais? 
Há qualidade no trabalho pericial desenvolvido pelo Perito Contador na 
elaboração do Laudo Pericial na visão dos Magistrados de Macapá e Santana? 
O Laudo fundamentado pelo perito Contador por meio de provas convincentes é 
suficiente para que o Juiz tome a decisão certa? 
Como elaborar metodologicamente um Laudo pericial para fins judiciais? 
Quais são as maiores dificuldades encontradas pelo Perito Contador na 
elaboração do laudo pericial? 
 
5 HIPÓTESE 
 
A função de perito contábil é atribuição exclusiva de profissional graduado em 
Ciências Contábeis devidamente registrado no CRC – Conselho Regional de 
Contabilidade, possuidor de grande saber, técnico ou científico, e vivência profissional 
para constatação da verdade sobre a matéria a ser analisada, além de ser ético e 
moralmente qualificado. 
 
Então, a nomeação, escolha ou contratação de um Perito Contador é feita entre 
os profissionais registrados no Conselho Regional de Contabilidade na categoria de 
contador com formação na área. Sendo requisito a ética profissional, competência 
técnica e científica e experiência profissional para o desenvolvimento da perícia, além 
de atualização permanente sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade, as técnicas 
aplicadas á perícia, a legislação de sua profissão e as normas jurídicas, com o objetivo 
de servir honrosamente ao poder judiciário, apresentando o laudo de acordo com as 
normas e procedimentos técnicos. 
O Perito Contador, não pode julgar na falta de conhecimento, uma vez que no 
início do processo, lhe é dado o direito de recusa, portanto, quando um problema surgir, 
ele responderá, mesmo quando o erro não for cometido por ele, haja vista que a 
responsabilidade do processo é exclusivamente sua. O perito deve ser imparcial e 
verdadeiro, cumprindo os prazos estabelecidos pelo juiz para a conclusão dos 
trabalhos, para que não venha prejudicar a parte que o indicou, caso contrário cabe-lhe 
puniçõesprevistas nos artigos 146 e 147, do Código de processo civil e artigos 342, 
343 e 347 do Código de Processo Penal. 
Para suprir os requisitos necessários o perito-contador, no exercício da perícia 
contábil judicial, tem a obrigação de conhecer e seguir os ritos previstos no Código de 
Processo Civil – CPC, instrumento de consultas freqüentes para todos os profissionais 
que militam na área da perícia judicial. 
Assim, este profissional, deve manter adequado nível de competência 
profissional, pelo conhecimento atualizado de Contabilidade, das Normas Brasileiras de 
Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia, da 
legislação relativa à profissão contábil e das normas jurídicas, atualizando-se 
permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação 
continuada e especialização, realizando seus trabalhos com a observância da 
eqüidade. 
O perito deve ser independente, não se deixando influenciar pelas partes ou 
pessoas interessadas no processo, e suas conclusões não podem ser emitidas em 
benefício de qualquer delas, porém devem demonstrar a verdade da coisa em 
julgamento, prevalecendo sempre a justiça. 
É importante ressaltar que, de acordo com a NBC-P-2, item referente à 
competência técnico-profissional, a nomeação, a escolha ou a contratação para o 
encargo de perito-contador deve ser considerada como distinção e reconhecimento da 
capacidade e honorabilidade do Contador, devendo este escusar-se dos serviços, por 
motivo legítimo ou foro íntimo, ou sempre que reconhecer não estar capacitado a 
desenvolvê-los, contemplada a utilização do serviço de especialista de outras áreas, 
quando parte do objeto da perícia assim o requerer. 
A responsabilidade do perito-contador assistente não é advogar em favor da 
parte que o contratou, mas aprofundar-se nos direitos de seu cliente e, através dos 
meios legais e éticos, dentro de seus conhecimentos procurando razões que venham a 
favorecê-lo. Essas razões são imprescindíveis, haja vista que elas devem nortear ou 
orientar o perito-contador assistente na formulação dos quesitos. 
 Para que o trabalho da pericia na elaboração do Laudo Pericial seja considerado 
de qualidade, devem existir quesitos imprescindíveis como objetividade, precisão, 
clareza, fidelidade, concisão e confiabilidade. Os peritos precisam melhorar suas 
técnicas em alguns aspectos como: reduzir o excesso de termos técnicos utilizados no 
Laudo Pericial, produzindo textos para uma leitura fácil, evitar palavras de sentido dúbio 
que possibilite fácil leitura e entendimento dos fatos controvertidos do processo. Uma 
vez que esses aspectos são de grande relevância para o desenvolvimento dos 
trabalhos periciais com qualidade. 
 O perito contador é um especialista em determinada matéria científica, a qual 
escapa ao campo das preocupações intelectuais do juiz para examinar, vistoriar, avaliar 
e arbitrar em seu campo de formação. O fato é apresentado ao Juiz em versões e com 
argumentos com os quais as partes procuram conhecê-lo. A função do perito é propiciar 
ao magistrado interpretação do fato à luz de sua especialidade, não fazendo 
julgamento, mas explicitando a realidade, muitas vezes obscura das partes conflituosas. 
Sendo o Laudo Pericial a materialização da perícia nos autos de um processo judicial, 
torna-se elemento de contribuição para que o magistrado possa proferir sua decisão. 
Deste modo, a agilidade na resolução de qualquer ação depende da consistência do 
laudo. 
 A metodologia utilizada pelo perito contador na elaboração do laudo pericial deve 
obedecer as Normas Brasileiras de Contabilidade, os procedimentos de perícia contábil, 
aspectos estes relevantes para as conclusões apresentadas nos laudos contábeis. 
 Dentre as maiores dificuldades encontradas pelos peritos contadores na 
elaboração de laudos periciais, podem citar: a obtenção dos documentos necessários, 
apoio dos demais peritos envolvidos. 
 
6 OBJETIVO GERAL 
 
 Abordar a visão do Magistrado de Macapá e Santana Com referência ao Laudo 
Pericial Contábil. 
 
7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 O Laudo Pericial como instrumento de suporte na tomada de decisão do 
Magistrado em Macapá e Santana. 
Expor como pode o profissional contábil, na função de perito, conquistar um 
espaço pela sua competência ao apresentar um Laudo Pericial bem redigido e 
fundamentado que realmente dê diretrizes para uma decisão mais consistente ao 
Magistrado de Macapá e Santana. 
Analisar a estrutura, prazos, impugnações, quesitos e procedimentos do Laudo 
Pericial. 
Demonstrar a importância de um Laudo Pericial bem elaborado, detalhado com 
clareza quanto aos pontos mais críticos de um processo e levando-o a tomar uma 
melhor decisão. 
Esclarecer quanto ao conceito, importância da perícia, de conhecimento técnico 
específicos na área e requisitos do Perito Contábil. 
Ressaltar a necessidade da ética e sigilo no Laudo da Perícia Contábil. 
 
8 METODOLOGIA 
 
 A pesquisa é de natureza básica e parte de uma vasta pesquisa bibliográfica em 
livros, artigos, revistas, jornais e sites da internet que tratam do assunto fazendo 
análises para produção da monografia. 
 O caráter desta pesquisa é exploratório buscando identificar a visão dos 
Magistrados de Macapá e Santana em relação ao Laudo Pericial Contábil. 
 Como procedimento técnico metodológico será aplicado um questionário 
padronizado com perguntas abertas e subjetivas que permita a expressão do ponto de 
vista do público alvo sobre a temática proposta. 
 O universo desta foi limitado às varas de Macapá e Santana. 
 A análise de dados será quantitativa e exposta por meio de tabelas e gráficos. 
 
9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O termo perícia tem origem latina peritia, que significa conhecimento (adquirido 
pela experiência), habilidade, saber, talento, assim, perícia trata-se de uma diligência 
realizada ou executada por peritos, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos objeto 
do litígio judicial ou de interesse extrajudicial. 
Na definição do dicionário Aurélio, encontra-se: "qualidade de perito; habilidade, 
destreza, vistoria ou exame de caráter técnico e especializado; conhecimento, ciência 
(FERREIRA, 1999, p. 1545). 
Para NBC–T–13 (Normas Brasileiras de Contabilidade), item 13.1.1., apresenta-
se, de forma específica, a seguinte definição: 
 
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos 
destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a 
subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou 
parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e 
profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. 
 
Para Sá (1996, p. 14), a perícia contábil é: 
 
A verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer 
opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, 
vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e 
qualquer procedimento necessário à opinião. 
 
Sendo assim, D’Áurea (1962, p.121) afirma: 
 
A perícia é o conhecimento e experiência das coisas. A função pericial é, 
portanto, aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada em 
certas matérias e assuntos examina as coisas e os fatos, reportando sua 
autenticidade e opinando sobre as causas e efeitos da matéria examinada. 
 
Tais definições induzem a concluir ser a perícia atribuição pertinente de quem é 
especialista em determinado assunto e possuidor de qualidades e técnicas superiores 
aos demais profissionais da área, no caso, a contábil. 
É imprescindível evidenciar o significado da perícia e sua real importância no 
auxilio à questões jurídicas sobre aspectos contábeis, para isso deve-se compreender 
bem o termo, leis de regulamentação e reais aplicação. 
Segundo Gonçalves (1968, p.1) "a perícia é, pois o exame hábil (...) com objetivo 
de resolver questõescontábeis, ordinariamente originárias de controvérsias, dúvidas e 
de casos específicos determinados ou previstos em lei". 
No processo judicial, de acordo com o CPC, artigo 145, o Juiz será assistido por 
perito, quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. 
Artigo 145: Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou 
científico, o Juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421: 
§ 1º Os peritos escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente 
inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo VI, seção 
VII, deste Código. 
§ 2º Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão 
opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. 
§ 3º Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham 
os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do 
Juiz. 
A perícia contábil foi introduzida no Brasil pelo Código de Processo Civil de 1939 
e regulamentada em 1946 por intermédio do Decreto-Lei nº 9.295, artigo 25, letra c. 
Considerada uma especialização da ciência contábil, é, ainda, pouco difundida e 
explorada. Mas, foi através do Código civil de 1973, que a perícia no Brasil foi 
empregada de forma mais, evidente e explicita. 
A Perícia Judicial surgirá sempre que o magistrado não for suficientemente apto 
para realizar a verificação dos fatos que desencadearam o litígio, seja pela ausência de 
conhecimentos técnicos ou científicos, ou pela impossibilidade de colher os dados 
necessários para a resolução da questão. Contudo, para realizar a investigação, os 
exames, as vistorias e certificar-se da verdade ou realidade dos fatos, surge a figura do 
perito como um auxiliar da justiça, que assessora o Juiz na formação de seu 
convencimento, quando o assunto em pauta depender de conhecimento técnico ou 
científico. 
A perícia contábil pode ser requerida para efeito de prova ou opinião por uma ou 
por ambas as partes, ou determinada pelo juiz na tentativa de auxiliá-lo no julgamento 
de uma lide. E, dependendo de sua natureza, basta que se manifeste o interesse de se 
desvendar algum tipo de irregularidade, imperfeição ou inadequação praticado por uma 
ou mais pessoas. 
A perícia se constitui em quatro espécies distintas: a perícia judicial, a perícia 
semijudicial, a perícia extrajudicial e a perícia arbitral. 
A perícia judicial contábil é aquela que tem origem da necessidade do 
magistrado em elucidar fatos contidos no processo, o qual necessita de um especialista 
para esclarecer e chegar a uma decisão. 
De maneira geral a perícia tem por objetivo a constatação, a prova, a veracidade 
sobre seu objeto através de sua materialização que é o laudo mediante exame, vistoria 
e avaliação, para ordenamento da instância decisória, judicial ou extrajudicial. 
Contudo, existe uma escassez bibliográfica sobre o assunto que dificulta àqueles 
que dela necessitam e não pertencem à área, adquirir uma visão clara e precisa sobre 
aspectos contábeis, os quais requerem vivência e sólido conhecimento. Em 
conseqüência, gera fatos distorcidos e, às vezes, polêmicos. 
O código de Ética do Contabilista é relativamente pequeno e de rápida assimilação; 
está dividido em cinco capítulos e quatorze artigos. O primeiro capítulo é composto de 
um único artigo e determina que o Código tem por objetivo fixar a forma pela qual se 
devem conduzir os contabilistas no exercício profissional. O II capítulo determina quais 
são os deveres e as proibições do contabilista no desempenho de suas funções. O 
capítulo III trata das regras para a fixação dos valores dos serviços com relação ao 
contrato. O capítulo IV diz respeito aos deveres em relação aos colegas e às classes. E 
o capítulo V trata das penalidades no não cumprimento das regras do Código. 
Fatores relevantes para a ética na perícia segundo A NBC-P- 2: 
a) A competência profissional: pelo conhecimento, não só das técnicas contábeis, como 
também da legislação inerente á profissão e das Normas Técnicas de Contabilidade. 
b) A independência profissional: devendo denunciar quaisquer interferência que 
possam colocá-lo em situação de constrangimento quando do desenvolvimento de seu 
trabalho, de preferência evitando-as, evitando assim, compromete sua independência 
profissional. 
c) O impedimento: o perito, embora nomeado nos outros, poderá estar impedido de 
executar a perícia, devendo declarar-se suspeito. As hipóteses de suspeição estão 
relacionadas no item 2.3 da NBC-P-2. Em resumo, está impedido de executar a perícia 
o contabilista que tenha vínculo de parentesco com uma das partes ou de seus 
procuradores; que tenha mantido nos últimos 5 (cinco) anos relação de emprego com 
uma das partes ou de seus procuradores; tenha mantido relação de negócio como 
sócio ou acionista com uma das partes ou seus procuradores; seja amigo íntimo ou 
inimigo capital de quaisquer da partes; tiver algum interesse no resultado do trabalho 
pericial. 
d) A recusa: o perito nomeado, indicado ou escolhido, deverá recusar o trabalho ou 
renunciar á função quando ocorrer alguma das hipóteses de impedimento; quando 
considerar-se suspeito por razões íntimas; quando o objetivo ou acúmulo de trabalho 
não poderá cumprir os prazos caso venha a aceitar o encargo; quando houver motivo 
de força maior. 
e) Os honorários: para estimativa de seus honorários, o perito deverá levar em 
consideração os fatores de relevância, vulto e complexidade, horas a serem 
consumidas, qualificação do pessoal técnico que participará dos trabalhos, a forma de 
reajuste, os demais custos, inclusive estadias e locomoção se for o caso. O CEPC, no 
seu art. 80 veda ao profissional "oferecer ou disputar serviços profissional mediante 
aviltamento de honorários ou concorrência desleal". 
f) O sigilo: é o dever do perito mesmo depois de entregue o laudo ou terminar os 
compromissos assumidos, manter total sigilo do que apurar, só divulgando na hipótese 
de haver obrigação legal de fazê-lo. 
g) Responsabilidade e Zelo: exercer sua profissão com responsabilidade, cumprindo 
prazos e zelando pela qualidade do seu trabalho, bem como respeitando os seus 
colegas peritos. 
h) Utilização de trabalho especialista: durante a realização de seu trabalho, caso haja 
necessidade, em fase de parte da matéria periciada exigir, poderá o perito utilizar-se de 
especialistas de outras áreas. 
É essencial que o trabalho pericial seja conduzido com respeito mútuo e zelo 
pela ética profissional. 
O compromisso moral e ético do perito para a sociedade e para com a classe 
contábil, constitui essencial fundamento de sustentação da realização profissional. 
Buscando enriquecer e divulgar a linha de conduta que deve ser seguida pelos 
Auditores e Peritos Contábeis, na seqüência resgatamos o artigo 5º da Resolução nº 
803/96, Código de Ética Profissional do Contabilista, emitida pelo CFC, no que 
concerne às atividades do Contador, enquanto Perito, Assistente-Técnico, Auditor ou 
Árbitro, atendo-nos ao tema principal que é a ética. 
I. "Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da 
especialização requerida"; 
II. Abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de 
perícia, mantendo-se absoluta independência moral e técnica na elaboração do 
respectivo laudo; 
III. Abster-se de expressar argumentos ou dar a reconhecer sua convicção pessoal 
sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que 
estiver servindo, mantendo-se o seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos 
propostos; 
IV. Considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua 
apreciação; 
V. Mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer 
efeito sobre peça contábil objeto de seu trabalho; 
VI. Abster-se de dar parecer ou emitir opiniãosem estar suficientemente informado e 
munido de documentos; 
VII. Assinalar equívocos em divergências que encontrar no que concerne à aplicação 
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade 
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; 
VIII. Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças 
contábeis observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade 
editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; 
IX. Atender à fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho 
Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que 
solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem a 
execução dos trabalhos". 
Após estas exposições, fica dispensado de demonstrações que a 
responsabilidade pelo respeito à ética por parte dos Auditores e Peritos é fundamental 
para a plena execução das suas atividades com o devido profissionalismo que estes 
trabalhos necessitam. 
Sobre ética a Resolução CFC Nº 857, do artigo 2.6 do Sigilo do profissional Perito 
Contador, estabelece que: 
 O perito contador e o perito contador assistente, em obediência ao Código de 
Ética Profissional do Contabilista, devem respeitar a assegurar o sigilo do que 
apurarem durante a execução de seu trabalho, proibida a sua divulgação, salvo 
quando houver obrigação legal de faze-lo. Este perdurar depois de entregue o 
laudo pericial contábil ou o parecer pericial contábil. 
 O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do 
trabalho antes de concluído. 
 É permitido ao perito contador e ao perito contador assistente esclarecer o 
conteúdo do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil somente em 
defesa da sua conduta técnica profissional, podendo, para esse fim, requerer 
autorização a quem de direito. 
Os procedimentos de perícia visam fundamentar as conclusões do perito 
contador em seu lado pericial, de maneira precisa, suficiente, clara e objetiva em 
relação ao objeto da perícia. 
O perito então, é o profissional que desenvolve seu trabalho pautado na 
verificação e percepção de fatos constatados através de provas, para ao final emitir um 
laudo contendo as conclusões verificadas. 
A palavra laudo é derivada do latim laudare é significa pronunciar. O termo 
nestes moldes foi conceituado por Marco Túlio Cícero em pro Murema (75), no livro 
Perícia Contábil de Sá (2008, p.36). Assim, diz que “o laudo é, de fato, um 
pronunciamento ou manifestação de um especialista, ou seja, o que entende ele sobre 
uma questão ou várias, que se submetem a sua apreciação.” 
O laudo, portanto, é o resultado do trabalho investigado, feito pelo perito 
contador nomeado pelo juiz para auxiliá-lo em assuntos contábeis, para que a justiça 
emita um parecer durante um julgamento baseado em um laudo realizado pelo 
especialista da área. 
Em suma, o laudo pericial contábil deverá conter uma estrutura padrão, o que 
caracteriza ser imprescindível que contemple uma ordem seqüencial lógica que 
corresponda ao desenrolar dos fatos. De acordo com Magalhães, Souza, Fávero e 
Lonardoni (2008, p.33). 
 
A apresentação do Laudo Pericial é fator de grande importância, pois mesmo 
que o perito tenha realizado um excelente trabalho técnico ou científico, se não 
apresentar de maneira adequada e com boa estética, isento de erros, rasuras e 
rabiscos, a receptividade por parte de juiz e das partes (advogados) pode ser 
afetada. É recomendável que no Laudo Pericial seja apresentada a indicação 
do número dos autos,vara, comarca, em papel tamanho ofício, sem timbre, com 
observação de margem convencional para arquivamento, datilografado ou 
editado em computador, em espaço duplo e com a identificação do perito... é 
recomendável criteriosa revisão do laudo para evitar omissão de alguma 
informação ou erros comuns de datilografia... deve ser rubricado em todas suas 
folhas e assinado na última sobre a identificação do perito. 
 
 Como se vê, o laudo é importante e se não for realizado como se deve, dentro da 
legalidade, verdade e ética, o perito assinou e rubricou o documento como expressão 
da verdade e sofrerá na pena da lei as sansões estabelecidas. Além disso, o laudo é 
um documento que precisa ser claro e apresentar uma formatação específica e que se 
enquadre às necessidades da justiça. 
 Segundo Caldeira (2002, p.3) 
 
O laudo pericial contábil é de grande relevância na decisão dos juízes, o perito 
deve se preocupar com a qualidade do seu trabalho, um erro na produção do 
laudo acarreta em uma prova mal regulada, que pode não expressar a verdade, 
trazendo com isso desconfianças e questionamentos ao seu trabalho, além de 
induzir o magistrado na tomada de uma decisão incorreta. 
 
 Ou seja, é mister que o perito contábil entenda que também é responsável pela 
imagem dos profissionais que atuam nesta área e se o laudo não for realizado dentro 
dos parâmetros fundamentais a este exercício, estará não só prejudicando o resultado 
de um julgamento, mas sim, toda uma classe de profissionais da área da contabilidade. 
 Ainda com relação ao trabalho pericial é dever do perito contador manter 
independência profissional, sigilo, procedimentos éticos quanto aos honorários periciais, 
ter conhecimento relacionado à outras áreas ligadas a perícia contábil, ter acesso à 
internet e atualizações das leis e educação continuada, afinal, é de fundamental 
importância que o perito contador esteja em constante atualização para desenvolver 
seus laudos com fundamento e conhecimentos atualizados. 
 A opinião do perito deve estar justificada, ou seja, expor as razões pela qual 
chegou a tal conclusão fundada em elementos sólidos, como livro contábil ou fiscal, 
sistemas de dados, como também ao alcance de quem, vai utilizá-la, devendo ser 
exposto de forma clara, precisa e detalhada com a finalidade de dar segurança a quem 
vai utilizar suas conclusões. 
 Portanto, a qualidade do trabalho do perito é demonstrada na confiança e 
segurança que seu relato e opinião desperta naqueles que se utilizará de seu Laudo 
Pericial. 
 
10 CRONOGRAMA 
 
Etapas Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro 
Escolha do 
Tema 
Início de 
Abril 
 
Pesquisa 
Bibliográfica 
02/04/08 
Até o fim 
do mês 
 
Revisão 
Bibliográfica 
 De 15 à 
28/05/0
8 
 
Redação do 
Projeto 
Início dia 
01 
 Encerrament
o dia 10 
 
Formatação 
do Projeto 
 Início 
dia 20 
 Conclusão 
dia 28 
 
Entrega do 
Projeto à 
Coordenação 
 Dia 30 
Orientação 
para a 
monografia 
Início dia 
01 
 
Pesquisa de 
campo 
 Início 
dia 05 
 Conclusão 
dia 18 
 
Análise e 
sistematizaç
ão dos 
resultados da 
pesquisa 
 Início 
dia 07 
 Conclusão 
dia 21 
 
Elaboração 
da 
Monografia 
 Início 
dia 16 
 Conclusão 
dia 28 
 
Defesa Dia 10 
 
 
11 REFERÊNCIAS 
 
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