Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO BRASIL EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO O LAUDO PERICIAL CONTÁBIL NA VISÃO DOS MAGISTRADOS DE MACAPÁ E SANTANA MACAPÁ 2008 O LAUDO PERICIAL CONTÁBIL NA VISÃO DOS MAGISTRADOS DE MACAPÁ E SANTANA Macapá 2008 O LAUDO PERICIAL CONTÁBIL NA VISÃO DOS MAGISTRADOS DE MACAPÁ E SANTANA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Controladoria, Perícia, Auditoria e Docência Superior do Instituto Brasil Extensão e Pós Graduação, como requisito para obtenção do grau de especialista em Controladoria, Auditoria, Perícia e Docência Superior. Orientador: Prof. Esp. Elismagno Sobrinho de Lucena MACAPÁ 2008 1 TEMA Perícia Contábil. 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA O Laudo Pericial Contábil na visão dos Magistrados de Macapá e Santana. 3 JUSTIFICATIVA A Perícia Contábil é um conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a buscar a verdade dos fatos através de provas elucidativas, utilizadas pelo perito contador na elaboração do laudo judicial. Diante deste fato, o perito contador assume um papel de extrema importância junto ao Poder Judiciário, fornecendo subsídios de suporte à tomada de decisões do magistrado. Assim, a função, tanto do perito-contador como do perito-contador assistente, é de grande responsabilidade, pois ambos exercem um papel relevante para a realização da justiça; haja vista que para o Juiz esclarecer uma questão é necessário informações, ou melhor, a apreciação por parte destes profissionais dos fatos em que se façam mister a aplicação de conhecimentos técnicos ou científicos específicos da área contábil, quer mediante a formulação dos quesitos, quer mediante a elaboração das respostas. Diante deste universo de casos, o perito contador deve buscar permanentemente a qualificação profissional através da aprendizagem e aperfeiçoamentos constantes, de forma a estar apto e preparado. Principalmente quanto ao acompanhamento da legislação vigente e específica do profissional contador para aplicar com domínio os métodos e técnicas contábeis para então argumentar e elaborar com qualidade requerida o laudo pericial. Sem vícios, incertezas e dúvidas, redigindo-o de forma clara, precisa e inequívoca, cumprindo de forma eficiente o seu papel junto ao Poder Judiciário. Isto, porque a qualidade do laudo Pericial pode significar a valorização do perito judiciário diante do magistrado. Então, os profissionais de contabilidade que militam no campo da perícia contábil devem possuir o conhecimento e prática das normas legais referentes à prova pericial, estabelecendo o ordenamento e a observância dos prazos e demais controles, isto é, fazendo com que a disciplina para o desempenho da atividade pericial seja exigida de todos que estejam envolvidos no trabalho. No desempenho da atividade pericial, o perito-contador deve, além de ser profissionais pautados de conhecimento especializado, também apresentar integridade moral e ética, de lealdade e honestidade para com o Juiz e as partes litigantes e legalmente habilitados no Conselho Regional de Contabilidade de seu Estado. De forma a cumprir bem o seu encargo na exposição da verdade, com bom senso, conduta moderada e tanto quanto possível harmonizadora. A formação ética é o alicerce ou a parte mais nobre e relevante que deve se levar em consideração. É imprescindível que o profissional da área contábil tenha em mente o compromisso ético de trabalhar, sempre, em defesa dos interesses profissionais, zelando pelo prestígio e dignidade da classe e pela demonstração da mais pura expressão da verdade. O critério de certeza, segurança, confiabilidade que precisa ter um Laudo Pericial, por natureza precisa recusar a simulação como uma formação de prova ou indução de opinião. Já que não é papel deste profissional aconselhar ou imaginar situações e nem acreditar que estas possam ser sugeridas, mas oferecer suas idéias com fundamentação técnica-científica através de um embasamento sólido calcado na realidade, pois não é pertinente ao Laudo Pericial se instrumento de formulações de hipóteses, probabilidades, simulações e muito menos de amostragens. Pois, estes recursos tendem a apresentar inequívoco, logo sendo débil quanto à força probante que um laudo precisa oferecer. Fatos que ressaltam ser fundamental que o Contador, quando no exercício da atividade pericial, jamais se utilize da honrosa missão de assessorar a justiça ou uma das partes litigantes para auferir benefício próprio ou para proveito pessoal, pois a classe contábil somente terá o seu reconhecimento, perante a sociedade, quando todos os Contadores se conscientizarem de que uma classe depende do valor individual de seus integrantes; sendo indispensável que cada um assuma a responsabilidade de exercer a profissão com dignidade, zelo, competência técnico-profissional e, acima de tudo, com uma elevada consciência ética. Portanto, um perito contábil deve preocupar-se com a realidade e não com a conjectura de um fato que apenas poderia ser admitido como verdadeiro. E, como a produção de um Laudo Pericial para fins judiciais implica emissão de opinião técnica e científica é impertinente tudo o que não se relacione à capacidade legal de profissional incumbido de realizar a tarefa, ou seja, limitando-se a matéria patrimonial e no que esta represente o compreendido pela doutrina científica, normas técnicas e informações pertinentes. 4 PROBLEMA Sendo o Laudo Pericial de total responsabilidade do perito contador e por trata- se de um instrumento de suporte ao usuário da perícia, o perito contador atende na atualidade, as normas, princípios, métodos e técnicas da perícia contábil com total rigor, na elaboração de seus laudos periciais? Há qualidade no trabalho pericial desenvolvido pelo Perito Contador na elaboração do Laudo Pericial na visão dos Magistrados de Macapá e Santana? O Laudo fundamentado pelo perito Contador por meio de provas convincentes é suficiente para que o Juiz tome a decisão certa? Como elaborar metodologicamente um Laudo pericial para fins judiciais? Quais são as maiores dificuldades encontradas pelo Perito Contador na elaboração do laudo pericial? 5 HIPÓTESE A função de perito contábil é atribuição exclusiva de profissional graduado em Ciências Contábeis devidamente registrado no CRC – Conselho Regional de Contabilidade, possuidor de grande saber, técnico ou científico, e vivência profissional para constatação da verdade sobre a matéria a ser analisada, além de ser ético e moralmente qualificado. Então, a nomeação, escolha ou contratação de um Perito Contador é feita entre os profissionais registrados no Conselho Regional de Contabilidade na categoria de contador com formação na área. Sendo requisito a ética profissional, competência técnica e científica e experiência profissional para o desenvolvimento da perícia, além de atualização permanente sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade, as técnicas aplicadas á perícia, a legislação de sua profissão e as normas jurídicas, com o objetivo de servir honrosamente ao poder judiciário, apresentando o laudo de acordo com as normas e procedimentos técnicos. O Perito Contador, não pode julgar na falta de conhecimento, uma vez que no início do processo, lhe é dado o direito de recusa, portanto, quando um problema surgir, ele responderá, mesmo quando o erro não for cometido por ele, haja vista que a responsabilidade do processo é exclusivamente sua. O perito deve ser imparcial e verdadeiro, cumprindo os prazos estabelecidos pelo juiz para a conclusão dos trabalhos, para que não venha prejudicar a parte que o indicou, caso contrário cabe-lhe puniçõesprevistas nos artigos 146 e 147, do Código de processo civil e artigos 342, 343 e 347 do Código de Processo Penal. Para suprir os requisitos necessários o perito-contador, no exercício da perícia contábil judicial, tem a obrigação de conhecer e seguir os ritos previstos no Código de Processo Civil – CPC, instrumento de consultas freqüentes para todos os profissionais que militam na área da perícia judicial. Assim, este profissional, deve manter adequado nível de competência profissional, pelo conhecimento atualizado de Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia, da legislação relativa à profissão contábil e das normas jurídicas, atualizando-se permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e especialização, realizando seus trabalhos com a observância da eqüidade. O perito deve ser independente, não se deixando influenciar pelas partes ou pessoas interessadas no processo, e suas conclusões não podem ser emitidas em benefício de qualquer delas, porém devem demonstrar a verdade da coisa em julgamento, prevalecendo sempre a justiça. É importante ressaltar que, de acordo com a NBC-P-2, item referente à competência técnico-profissional, a nomeação, a escolha ou a contratação para o encargo de perito-contador deve ser considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do Contador, devendo este escusar-se dos serviços, por motivo legítimo ou foro íntimo, ou sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização do serviço de especialista de outras áreas, quando parte do objeto da perícia assim o requerer. A responsabilidade do perito-contador assistente não é advogar em favor da parte que o contratou, mas aprofundar-se nos direitos de seu cliente e, através dos meios legais e éticos, dentro de seus conhecimentos procurando razões que venham a favorecê-lo. Essas razões são imprescindíveis, haja vista que elas devem nortear ou orientar o perito-contador assistente na formulação dos quesitos. Para que o trabalho da pericia na elaboração do Laudo Pericial seja considerado de qualidade, devem existir quesitos imprescindíveis como objetividade, precisão, clareza, fidelidade, concisão e confiabilidade. Os peritos precisam melhorar suas técnicas em alguns aspectos como: reduzir o excesso de termos técnicos utilizados no Laudo Pericial, produzindo textos para uma leitura fácil, evitar palavras de sentido dúbio que possibilite fácil leitura e entendimento dos fatos controvertidos do processo. Uma vez que esses aspectos são de grande relevância para o desenvolvimento dos trabalhos periciais com qualidade. O perito contador é um especialista em determinada matéria científica, a qual escapa ao campo das preocupações intelectuais do juiz para examinar, vistoriar, avaliar e arbitrar em seu campo de formação. O fato é apresentado ao Juiz em versões e com argumentos com os quais as partes procuram conhecê-lo. A função do perito é propiciar ao magistrado interpretação do fato à luz de sua especialidade, não fazendo julgamento, mas explicitando a realidade, muitas vezes obscura das partes conflituosas. Sendo o Laudo Pericial a materialização da perícia nos autos de um processo judicial, torna-se elemento de contribuição para que o magistrado possa proferir sua decisão. Deste modo, a agilidade na resolução de qualquer ação depende da consistência do laudo. A metodologia utilizada pelo perito contador na elaboração do laudo pericial deve obedecer as Normas Brasileiras de Contabilidade, os procedimentos de perícia contábil, aspectos estes relevantes para as conclusões apresentadas nos laudos contábeis. Dentre as maiores dificuldades encontradas pelos peritos contadores na elaboração de laudos periciais, podem citar: a obtenção dos documentos necessários, apoio dos demais peritos envolvidos. 6 OBJETIVO GERAL Abordar a visão do Magistrado de Macapá e Santana Com referência ao Laudo Pericial Contábil. 7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS O Laudo Pericial como instrumento de suporte na tomada de decisão do Magistrado em Macapá e Santana. Expor como pode o profissional contábil, na função de perito, conquistar um espaço pela sua competência ao apresentar um Laudo Pericial bem redigido e fundamentado que realmente dê diretrizes para uma decisão mais consistente ao Magistrado de Macapá e Santana. Analisar a estrutura, prazos, impugnações, quesitos e procedimentos do Laudo Pericial. Demonstrar a importância de um Laudo Pericial bem elaborado, detalhado com clareza quanto aos pontos mais críticos de um processo e levando-o a tomar uma melhor decisão. Esclarecer quanto ao conceito, importância da perícia, de conhecimento técnico específicos na área e requisitos do Perito Contábil. Ressaltar a necessidade da ética e sigilo no Laudo da Perícia Contábil. 8 METODOLOGIA A pesquisa é de natureza básica e parte de uma vasta pesquisa bibliográfica em livros, artigos, revistas, jornais e sites da internet que tratam do assunto fazendo análises para produção da monografia. O caráter desta pesquisa é exploratório buscando identificar a visão dos Magistrados de Macapá e Santana em relação ao Laudo Pericial Contábil. Como procedimento técnico metodológico será aplicado um questionário padronizado com perguntas abertas e subjetivas que permita a expressão do ponto de vista do público alvo sobre a temática proposta. O universo desta foi limitado às varas de Macapá e Santana. A análise de dados será quantitativa e exposta por meio de tabelas e gráficos. 9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O termo perícia tem origem latina peritia, que significa conhecimento (adquirido pela experiência), habilidade, saber, talento, assim, perícia trata-se de uma diligência realizada ou executada por peritos, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos objeto do litígio judicial ou de interesse extrajudicial. Na definição do dicionário Aurélio, encontra-se: "qualidade de perito; habilidade, destreza, vistoria ou exame de caráter técnico e especializado; conhecimento, ciência (FERREIRA, 1999, p. 1545). Para NBC–T–13 (Normas Brasileiras de Contabilidade), item 13.1.1., apresenta- se, de forma específica, a seguinte definição: A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. Para Sá (1996, p. 14), a perícia contábil é: A verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. Sendo assim, D’Áurea (1962, p.121) afirma: A perícia é o conhecimento e experiência das coisas. A função pericial é, portanto, aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada em certas matérias e assuntos examina as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre as causas e efeitos da matéria examinada. Tais definições induzem a concluir ser a perícia atribuição pertinente de quem é especialista em determinado assunto e possuidor de qualidades e técnicas superiores aos demais profissionais da área, no caso, a contábil. É imprescindível evidenciar o significado da perícia e sua real importância no auxilio à questões jurídicas sobre aspectos contábeis, para isso deve-se compreender bem o termo, leis de regulamentação e reais aplicação. Segundo Gonçalves (1968, p.1) "a perícia é, pois o exame hábil (...) com objetivo de resolver questõescontábeis, ordinariamente originárias de controvérsias, dúvidas e de casos específicos determinados ou previstos em lei". No processo judicial, de acordo com o CPC, artigo 145, o Juiz será assistido por perito, quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. Artigo 145: Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o Juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421: § 1º Os peritos escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo VI, seção VII, deste Código. § 2º Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. § 3º Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do Juiz. A perícia contábil foi introduzida no Brasil pelo Código de Processo Civil de 1939 e regulamentada em 1946 por intermédio do Decreto-Lei nº 9.295, artigo 25, letra c. Considerada uma especialização da ciência contábil, é, ainda, pouco difundida e explorada. Mas, foi através do Código civil de 1973, que a perícia no Brasil foi empregada de forma mais, evidente e explicita. A Perícia Judicial surgirá sempre que o magistrado não for suficientemente apto para realizar a verificação dos fatos que desencadearam o litígio, seja pela ausência de conhecimentos técnicos ou científicos, ou pela impossibilidade de colher os dados necessários para a resolução da questão. Contudo, para realizar a investigação, os exames, as vistorias e certificar-se da verdade ou realidade dos fatos, surge a figura do perito como um auxiliar da justiça, que assessora o Juiz na formação de seu convencimento, quando o assunto em pauta depender de conhecimento técnico ou científico. A perícia contábil pode ser requerida para efeito de prova ou opinião por uma ou por ambas as partes, ou determinada pelo juiz na tentativa de auxiliá-lo no julgamento de uma lide. E, dependendo de sua natureza, basta que se manifeste o interesse de se desvendar algum tipo de irregularidade, imperfeição ou inadequação praticado por uma ou mais pessoas. A perícia se constitui em quatro espécies distintas: a perícia judicial, a perícia semijudicial, a perícia extrajudicial e a perícia arbitral. A perícia judicial contábil é aquela que tem origem da necessidade do magistrado em elucidar fatos contidos no processo, o qual necessita de um especialista para esclarecer e chegar a uma decisão. De maneira geral a perícia tem por objetivo a constatação, a prova, a veracidade sobre seu objeto através de sua materialização que é o laudo mediante exame, vistoria e avaliação, para ordenamento da instância decisória, judicial ou extrajudicial. Contudo, existe uma escassez bibliográfica sobre o assunto que dificulta àqueles que dela necessitam e não pertencem à área, adquirir uma visão clara e precisa sobre aspectos contábeis, os quais requerem vivência e sólido conhecimento. Em conseqüência, gera fatos distorcidos e, às vezes, polêmicos. O código de Ética do Contabilista é relativamente pequeno e de rápida assimilação; está dividido em cinco capítulos e quatorze artigos. O primeiro capítulo é composto de um único artigo e determina que o Código tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os contabilistas no exercício profissional. O II capítulo determina quais são os deveres e as proibições do contabilista no desempenho de suas funções. O capítulo III trata das regras para a fixação dos valores dos serviços com relação ao contrato. O capítulo IV diz respeito aos deveres em relação aos colegas e às classes. E o capítulo V trata das penalidades no não cumprimento das regras do Código. Fatores relevantes para a ética na perícia segundo A NBC-P- 2: a) A competência profissional: pelo conhecimento, não só das técnicas contábeis, como também da legislação inerente á profissão e das Normas Técnicas de Contabilidade. b) A independência profissional: devendo denunciar quaisquer interferência que possam colocá-lo em situação de constrangimento quando do desenvolvimento de seu trabalho, de preferência evitando-as, evitando assim, compromete sua independência profissional. c) O impedimento: o perito, embora nomeado nos outros, poderá estar impedido de executar a perícia, devendo declarar-se suspeito. As hipóteses de suspeição estão relacionadas no item 2.3 da NBC-P-2. Em resumo, está impedido de executar a perícia o contabilista que tenha vínculo de parentesco com uma das partes ou de seus procuradores; que tenha mantido nos últimos 5 (cinco) anos relação de emprego com uma das partes ou de seus procuradores; tenha mantido relação de negócio como sócio ou acionista com uma das partes ou seus procuradores; seja amigo íntimo ou inimigo capital de quaisquer da partes; tiver algum interesse no resultado do trabalho pericial. d) A recusa: o perito nomeado, indicado ou escolhido, deverá recusar o trabalho ou renunciar á função quando ocorrer alguma das hipóteses de impedimento; quando considerar-se suspeito por razões íntimas; quando o objetivo ou acúmulo de trabalho não poderá cumprir os prazos caso venha a aceitar o encargo; quando houver motivo de força maior. e) Os honorários: para estimativa de seus honorários, o perito deverá levar em consideração os fatores de relevância, vulto e complexidade, horas a serem consumidas, qualificação do pessoal técnico que participará dos trabalhos, a forma de reajuste, os demais custos, inclusive estadias e locomoção se for o caso. O CEPC, no seu art. 80 veda ao profissional "oferecer ou disputar serviços profissional mediante aviltamento de honorários ou concorrência desleal". f) O sigilo: é o dever do perito mesmo depois de entregue o laudo ou terminar os compromissos assumidos, manter total sigilo do que apurar, só divulgando na hipótese de haver obrigação legal de fazê-lo. g) Responsabilidade e Zelo: exercer sua profissão com responsabilidade, cumprindo prazos e zelando pela qualidade do seu trabalho, bem como respeitando os seus colegas peritos. h) Utilização de trabalho especialista: durante a realização de seu trabalho, caso haja necessidade, em fase de parte da matéria periciada exigir, poderá o perito utilizar-se de especialistas de outras áreas. É essencial que o trabalho pericial seja conduzido com respeito mútuo e zelo pela ética profissional. O compromisso moral e ético do perito para a sociedade e para com a classe contábil, constitui essencial fundamento de sustentação da realização profissional. Buscando enriquecer e divulgar a linha de conduta que deve ser seguida pelos Auditores e Peritos Contábeis, na seqüência resgatamos o artigo 5º da Resolução nº 803/96, Código de Ética Profissional do Contabilista, emitida pelo CFC, no que concerne às atividades do Contador, enquanto Perito, Assistente-Técnico, Auditor ou Árbitro, atendo-nos ao tema principal que é a ética. I. "Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização requerida"; II. Abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo-se absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo; III. Abster-se de expressar argumentos ou dar a reconhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo-se o seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos; IV. Considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua apreciação; V. Mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peça contábil objeto de seu trabalho; VI. Abster-se de dar parecer ou emitir opiniãosem estar suficientemente informado e munido de documentos; VII. Assinalar equívocos em divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; VIII. Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; IX. Atender à fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem a execução dos trabalhos". Após estas exposições, fica dispensado de demonstrações que a responsabilidade pelo respeito à ética por parte dos Auditores e Peritos é fundamental para a plena execução das suas atividades com o devido profissionalismo que estes trabalhos necessitam. Sobre ética a Resolução CFC Nº 857, do artigo 2.6 do Sigilo do profissional Perito Contador, estabelece que: O perito contador e o perito contador assistente, em obediência ao Código de Ética Profissional do Contabilista, devem respeitar a assegurar o sigilo do que apurarem durante a execução de seu trabalho, proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de faze-lo. Este perdurar depois de entregue o laudo pericial contábil ou o parecer pericial contábil. O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do trabalho antes de concluído. É permitido ao perito contador e ao perito contador assistente esclarecer o conteúdo do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil somente em defesa da sua conduta técnica profissional, podendo, para esse fim, requerer autorização a quem de direito. Os procedimentos de perícia visam fundamentar as conclusões do perito contador em seu lado pericial, de maneira precisa, suficiente, clara e objetiva em relação ao objeto da perícia. O perito então, é o profissional que desenvolve seu trabalho pautado na verificação e percepção de fatos constatados através de provas, para ao final emitir um laudo contendo as conclusões verificadas. A palavra laudo é derivada do latim laudare é significa pronunciar. O termo nestes moldes foi conceituado por Marco Túlio Cícero em pro Murema (75), no livro Perícia Contábil de Sá (2008, p.36). Assim, diz que “o laudo é, de fato, um pronunciamento ou manifestação de um especialista, ou seja, o que entende ele sobre uma questão ou várias, que se submetem a sua apreciação.” O laudo, portanto, é o resultado do trabalho investigado, feito pelo perito contador nomeado pelo juiz para auxiliá-lo em assuntos contábeis, para que a justiça emita um parecer durante um julgamento baseado em um laudo realizado pelo especialista da área. Em suma, o laudo pericial contábil deverá conter uma estrutura padrão, o que caracteriza ser imprescindível que contemple uma ordem seqüencial lógica que corresponda ao desenrolar dos fatos. De acordo com Magalhães, Souza, Fávero e Lonardoni (2008, p.33). A apresentação do Laudo Pericial é fator de grande importância, pois mesmo que o perito tenha realizado um excelente trabalho técnico ou científico, se não apresentar de maneira adequada e com boa estética, isento de erros, rasuras e rabiscos, a receptividade por parte de juiz e das partes (advogados) pode ser afetada. É recomendável que no Laudo Pericial seja apresentada a indicação do número dos autos,vara, comarca, em papel tamanho ofício, sem timbre, com observação de margem convencional para arquivamento, datilografado ou editado em computador, em espaço duplo e com a identificação do perito... é recomendável criteriosa revisão do laudo para evitar omissão de alguma informação ou erros comuns de datilografia... deve ser rubricado em todas suas folhas e assinado na última sobre a identificação do perito. Como se vê, o laudo é importante e se não for realizado como se deve, dentro da legalidade, verdade e ética, o perito assinou e rubricou o documento como expressão da verdade e sofrerá na pena da lei as sansões estabelecidas. Além disso, o laudo é um documento que precisa ser claro e apresentar uma formatação específica e que se enquadre às necessidades da justiça. Segundo Caldeira (2002, p.3) O laudo pericial contábil é de grande relevância na decisão dos juízes, o perito deve se preocupar com a qualidade do seu trabalho, um erro na produção do laudo acarreta em uma prova mal regulada, que pode não expressar a verdade, trazendo com isso desconfianças e questionamentos ao seu trabalho, além de induzir o magistrado na tomada de uma decisão incorreta. Ou seja, é mister que o perito contábil entenda que também é responsável pela imagem dos profissionais que atuam nesta área e se o laudo não for realizado dentro dos parâmetros fundamentais a este exercício, estará não só prejudicando o resultado de um julgamento, mas sim, toda uma classe de profissionais da área da contabilidade. Ainda com relação ao trabalho pericial é dever do perito contador manter independência profissional, sigilo, procedimentos éticos quanto aos honorários periciais, ter conhecimento relacionado à outras áreas ligadas a perícia contábil, ter acesso à internet e atualizações das leis e educação continuada, afinal, é de fundamental importância que o perito contador esteja em constante atualização para desenvolver seus laudos com fundamento e conhecimentos atualizados. A opinião do perito deve estar justificada, ou seja, expor as razões pela qual chegou a tal conclusão fundada em elementos sólidos, como livro contábil ou fiscal, sistemas de dados, como também ao alcance de quem, vai utilizá-la, devendo ser exposto de forma clara, precisa e detalhada com a finalidade de dar segurança a quem vai utilizar suas conclusões. Portanto, a qualidade do trabalho do perito é demonstrada na confiança e segurança que seu relato e opinião desperta naqueles que se utilizará de seu Laudo Pericial. 10 CRONOGRAMA Etapas Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Escolha do Tema Início de Abril Pesquisa Bibliográfica 02/04/08 Até o fim do mês Revisão Bibliográfica De 15 à 28/05/0 8 Redação do Projeto Início dia 01 Encerrament o dia 10 Formatação do Projeto Início dia 20 Conclusão dia 28 Entrega do Projeto à Coordenação Dia 30 Orientação para a monografia Início dia 01 Pesquisa de campo Início dia 05 Conclusão dia 18 Análise e sistematizaç ão dos resultados da pesquisa Início dia 07 Conclusão dia 21 Elaboração da Monografia Início dia 16 Conclusão dia 28 Defesa Dia 10 11 REFERÊNCIAS ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação – referências – elaboração. Rio de Janeiro, agosto. 2000. BRASIL. Código de processo civil. Colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Luiz Eduardo Alves de Siqueira. 31 ed. São Paulo: Saraiva, 2001. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Luiz Eduardo Alves de Siqueira. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2001. BRASIL. Novo Código Civil: Exposição de Motivos e Texto – Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições técnicas, 2002. CABRAL. Curso de Perícia Contábil Judicial e Extrajudicial. Rio de Janeiro: Unigranrio Editora, 2000. CALDEIRA, Sidenei. A influência do laudo pericial contábil na decisão dos juízes em processos nas varas cíveis. Disponível em:http://www.urisantiago.br/nadri/artigos/A%20INFLU%cancia%20dolaudo%20pericial.pdf. Acesso em: 20 set. 2008. http://www.urisantiago.br/nadri/artigos/A%20INFLU%cancia%20dolaudo%20pericial.pdf CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Decreto-Lei nº 9.295, de 1946. Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Técnico em Contabilidade, e dá outras providências. Brasília, DF: CFC, 1946. ________. Princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade de auditoria e perícia/Conselho Federal de Contabilidade. Brasília:CFC, 2006. ________. Resolução nº 560, de 1983. Dispõe sobre as prerrogativas profissionais de que trata o artigo 25 do Decreto-Lei nº 9.295, de 1946. Brasília, DF: CFC, 1983. ________. Resolução nº 803/96, 819/97, 857/99, 858/99, 942/02, 950/05. Brasília 1999. D’AUREA, Francisco. Revisão de Perícia Contábil. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1962. FARIA, Ernesto. Dicionário escolar latino-português. Revisão de Ruth Junqueira de Faria. 6 ed. Rio de Janeiro: FAE, 1992. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3 ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. GOLÇALVES, Reynaldo de Souza. Peritagem Contábil. Rio de Janeiro: Forense, 1968. MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias, SOUZA, Cloves de, FAVERO, Hamilton Luiz e LONARDONI, Mário. Perícia Contábil. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. MORAIS, Antonio Carlos; FRANÇA, José Antonio de. Perícia judicial e extrajudicial: uma abordagem conceitual e prática. Brasília, DF: Qualidade, 2001. NEVES, Antonio Gomes das. Curso básico de Perícia Contábil. Brasília: 2006. NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria Andrade. Código de processo civil comentado e legislação processual civil extravagante em vigor. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de.Perícia Contábil. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1995. PEREIRA NETO, João de Deus. Apostila de Normas de Perícia Contábil. Brasília: 2006. PIRES, Marco Antônio Amaral. Laudo pericial contábil na decisão judicial. 1 ed. Curitiba: Juruá, 2007. SÁ, Antonio Lopes de. Perícia Contábil. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2008. TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Cadernos de processo civil: prova pericial, 13. São Paulo: LTr, 1999.
Compartilhar