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1 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Discromias Termo genérico que engloba TODA E QUALQUER ALTERAÇÃO DA COR DA PELE. Na maioria das vezes, relaciona-se com a quantidade de melanina. Outros tipos de pigmentos também podem causar discromia. Os pigmentos podem ser endógenos (bilirrubina, alcaptona, derivados da hemoglobina) e exógenos (cloroquina, tetraciclinas, clofazimina, ouro, entre outros), podendo produzir discromias localizadas ou generalizadas; e congênitas, hereditárias ou adquiridas. As discromias podem ser divididas em: Acromias ou hipocromias → Ausência ou diminuição de melanina Hipercromias → Aumento de melanina Leucomelanodermias → Associação das duas anteriores Discromias por outros pigmentos As discromias pós-inflamatórias são discromias residuais que acontecem após processos inflamatórios; e podem ser hipercrômicas, hipocrômicas e, mais raramente, acrômicas. As discromias hipercrômicas tendem a ser mais intensas e duradouras em pacientes com fototipos mais elevados. Obs: As discromias pós-inflamatórias acrômicas podem apresentar o fenômeno de Köebner (excepcionalmente) – PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES DE UM VITILIGO LATENTE. ATENÇÃO! → Coloração azulada – Acúmulo de melanócitos na derme média/profunda – Efeito Tyndall (fenômeno óptico) ⇢ Nevo azul, nevo de Ota, mancha mongólica, entre outros. → Coloração violácea – Ruptura da camada basal com queda de pigmento melânico na derme papilar associada aos melanófagos ⇢ Líquen plano e eritema fixo. ACROMIAS E HIPOCROMIAS Podem ser: Hereditárias − Albinismo e síndromes de Chédiak-Higadhi, Klein-Waardenburg e Gross-McKusick-Been, por exemplo Congênitas − Nevo acrômico Adquiridas − Vitiligo, acromias infecciosas (hanseníase, pinta, LES) e residuais pós-inflamatórias ALBINISMO Grupo de doenças genéticas cuja anormalidade está na SÍNTESE DE MELANINA, mas com melanócitos de estrutura e quantidade normais. A partir disso, obtém-se: Albinismo oculocutâneo (AOC) → Alteração da síntese de melanina envolvendo os melanócitos da pele, cabelos e olhos Albinismo ocular (AO) → Envolve apenas o pigmento da retina dos olhos Mais raramente, pode haver hipopigmentação cutânea sem acometimento ocular. Por causa do acometimento ocular, também pode ocorrer alterações estruturais e fisiológicas da região, inclusive com eventual acometimento do nervo óptico. As alterações incluem: pigmentação da íris e retina, hipoplasia da fóvea, nistagmo, estrabismo, alterações de fibras ópticas do quiasma óptico e diminuição da acuidade visual. Além disso, os pacientes ainda são mais suscetíveis ao desenvolvimento de CA de pele por causa do déficit de proteção melânica. O albinismo ainda por der descrito como: Completo − Universal; a doença se revela logo após o parto 2 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 − O RN tem coloração da pele rosa-clara, pelos brancos, posterior fotossensibilidade e alterações oculares Incompleto − Variante do completo − Pele pouco pigmentada, com cabelos claros e alterações oftalmológicas menos frequentes, mas com persistência da transparência da íris (diafonia) Parcial − Lesões hipopigmentadas, geralmente múltiplas, localizadas ao longo da linha média do corpo desde o nascimento − ***Importante diagnóstico diferencial com o vitiligo A classificação mais definitiva do albinismo é baseada no defeito do locus genético. ALBINISMO OCULOCUTÂNEO (AOC) Distúrbio de pigmentação generalizada mais comum → Frequência estimada de 1:20.000 habitantes Pode ser classificada em AOC1, AOC2, AOC3 e AOC4 AOC1 Mutação do gene da TIROSINASE. Divide-se em: AOC1A − Forma mais grave − Ausência da atividade da tirosinase → TIROSINASE NEGATIVA − Mutação do gene TYR − Completa ausência de melanina na pele, cabelos brancos, pupilas vermelhas e diminuição da acuidade visual AOC1B − Redução da atividade da tirosinase → TIROSINASE PARCIALMENTE ATIVA − Ao nascimento, os pacientes não conseguem ser distinguidos da variante AOC1A, mas, nos primeiros anos de vida, desenvolvem uma pigmentação amarelada nos cabelos e, com o passar da idade, acumulam pigmentos na pele, cabelos e olhos − “Albinismo amarelo mutante” − Ainda existe uma variante sensitiva à temperatura, uma vez que a tirosinase tem atividade limitada à temperatura de 35°C, ou seja, não há atividade da enzima acima dessa temperatura − Na puberdade, há desenvolvimento de pelos escuros em regiões acrais AOC2 Mutação no LOCUS DO GENE P, proteína de transporte presente na membrana do melanossomo. Enzima tirosinase positiva. Pacientes claros, com pigmentação perto do normal, que aumenta com a idade Acuidade visual diminuída, mas com melhora entre a infância e a adolescência AOC3 Mutação na PROTEÍNA 1 associada à tirosinase (TRP1), localizada no cromossomo 9. Descrita apenas em pacientes negros Caracterizada por pelos castanho-claros, pele morena clara, íris azul ou marrom, nistagmo e acuidade visual diminuída AOC4 Mutação no GENE MATP, envolvido no processamento e transporte de proteínas do melanossomo. Fenótipo similar a variante AOC2 Uma das formas mais comuns de albinismo no Japão; é rara em caucasianos ALBINISMO OCULAR (AO) Também apresenta quatro formas clínicas. ALTERAÇÃO LIGADA AO CROMOSSOMO X Nas mulheres afetadas: Alterações características do pigmento ocular → ASPECTO DE SALPICO DE LAMA, pigmento punctato da retina em uma íris translúcida Pele pode ser mais clara do que deveria Pode haver nistagmo e redução da acuidade visual Nos homens: Pele normal e pigmento nos pelos A íris apresenta-se azul ou marrom e todas as alterações do sistema óptico estão presentes 3 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Melanócitos normais e há MACROMELANOSSOMOS NA PELE → BIÓPSIA NECESSÁRIA PARA O DIAGNÓSTICO As outras três formas estão associadas à SURDEZ e podem ser transmitidas de forma AUTOSSÔMICA DOMINANTE, RECESSIVA ou LIGADA AO X. SÍNDROMES RELACIONADAS COM O ALBINISMO Síndrome de Hermansky-Pudlak e Síndrome de Chédiak- Higashi → Decorrentes de distúrbios na FORMAÇÃO DOS MELANOSSOMOS Síndrome de Griscelli → Defeito no TRANSPORTE DOS MELANOSSOMOS SÍNDROME DE HERMANSKY-PUDLAK AOC + ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS Pseudo-hemofilia (angio-hemofilia) com episódios hemorrágicos incluindo epistaxe, hemoptise, sangramento gengival e pós-parto Pode evoluir com fibrose pulmonar e consequente diminuição da função pulmonar Pode estar presente colite granulomatosa, com sintomas de diarreia sanguinolenta e dor abdominal Óbito geralmente por doença pulmonar, hemorragia ou colite SÍNDROME DE CHÉDIAK-HIGASHI AOC discreto, cabelo prateado ou com brilho metálico, nistagmo, fotofobia e infecções bacterianas de repetição Alteração básica → GRÂNULOS CITOPLASMÁTICOS GRANDES NAS CÉLULAS PRODUTORAS DE GRÂNULOS, incluindo neutrófilos No geral, ocorre morte ainda na infância, por infecção ou síndrome linfoproliferativa com infecção de vários órgãos, resultando em hepatoesplenomegalia e linfadenopatia – Infecção ou linfoma Indica-se transplante de medula óssea SÍNDROME DE GRISCELLI AOC com alteração pigmentar variável, cabelos prata-metálicos, infecções piogênicas frequentes, neutropenia e trombocitopenia Hipogamaglobulinemia e alteração da imunidade mediada por células Alterações neurológicas progressivas Histologicamente, os melanócitos são hiperpigmentados por acúmulo de melanossomo Cabelos com grande acúmulo e pigmentos (diferente da síndrome de Chédiak-Higashi, que tem acúmulo discreto) O tratamento indicado para alguns pacientes é o transplante de medula óssea SÍNDROMES COMALTERAÇÃO DA COR DA PELE E MECANISMO PATOGÊNICO NÃO DEFINIDO ALBINOIDISMO Não ocorre acromia tão intensa como na AOC Olhos normais, no geral, mas pode haver fotofobia Alteração na produção de melanina, mas mecanismo não definido Provável transmissão autossômica dominante SÍNDROME DE CROSS-MCKUSICK-BREEN Síndrome de Cross ou síndrome oculocerebral com hipopigmentação da pele Provavelmente NÃO está relacionada com o albinismo por causa das características associadas ao retardo no desenvolvimento neuropsicomotor e espasticidade Pele branca, cabelos amarelos, olhos pequenos com córneas turvas e nistagmos espasmóditos Fibromatose gengival DIAGNÓSTICO Exame clínico → Alterações oculares e/ou cutâneas História familiar positiva Necessário avaliação laboratorial hematológica e histopatológica TRATAMENTO Evitar ao máximo a exposição solar, inclusive com mudanças de vida como trabalho noturno Uso de bloqueador solar, chapéu, roupas de manga comprida Encaminhamento para o oftalmologista para casos com acometimento ocular Uso de óculos escuros para evitar catarata precoce Transplante de MO para alguns casos, como síndromes de Chédiak-Higashi e Griscelli PIEBALDISMO Leucodermia congênita 4 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Caráter hereditário autossômico dominante Diagnóstico clínico Mutação no GENE c-KIT ou GENE SLUG, envolvidos no desenvolvimento do MELANOBLASTO NÃO EXISTE METANÓCITOS NAS ÁREAS AFETADAS LESÃO CARACTERÍSTICA: mancha acrômica em forma triangular envolvendo a fronte e uma mecha de cabelo próxima a ela, incluindo os clínicos Figura 1 Poliose e mácula acrômica em paciente com piebaldismo Presença de máculas hipercrômicas dentro das lesões acrômicas e em pele normal Pode acometer tórax, abdome e extremidades NÃO OCORREM LESÕES ACRÔMICAS NO DORSO Olhos e ouvidos raramente afetados Figura 2 Piebaldismo Tratamento → Transporte de melanócitos nos casos circunscritos; + orientação para fotoproteção POLIOSE Presença localizada de cabelos brancos *Canície (cabelos grisalhos por causa da idade) – Generalizada Perda da melanina ciliar levando à descoloração ou embranquecimento do cílio; mais frequente nos cílios, mas pode acontecer no cabelo e em outros pelos do corpo Pode ser congênita ou adquirida SÍNDROME DE WAARDENBURG (SW) Genodermatose incomum Apresentação clínica heterogênea Defeito de estruturas derivadas da crista neural PIEBALDISMO NÃO É CARACTERÍSTICO DA SW, MAS A POLIOSE É COMUM NAS DUAS DESORDENS Afeta aproximadamente um em cada 42.000 nascidos vivos sem predileção por raça ou sexo Anomalia genética de transmissão autossômica dominante que provoca alterações na sobrevivência, proliferação, migração e/ou diferenciação de precursores de melanócitos destinados ao ouvido interno (na qual os melanócitos são fundamentais para a capacidade auditiva), íris e pele Responsável por aproximadamente 3% dos casos de surdez congênita São reconhecidas até o presente, mutações em seis genes diferentes, todos necessários ao desenvolvimento normal dos melanócitos CLÍNICA 5 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 MANIFESTAÇÕES MAIS FREQUENTES Deslocamento lateral dos cantos internos dos olhos (distopia canthorum) Hiperplasia da porção medial dos supercílios (sinofris) Base nasal proeminente e alargada Alterações na pigmentação da íris (heterocromia) e da pele Surdez neurossensorial congênita uni ou bilateral Mecha branca frontal Encanecimento precoce MANIFESTAÇÕES MENOS FREQUENTES Hipoplasia da asa do nariz Extremidade do nariz arredondada Lábios cheios com nítido "arco de Cupido" no lábio superior Fenda labial e palatina Malformação cardíaca (comunicação interventricular) Malformações dos membros Megacólon congênito (doença de Hirschsprung) CLASSIFICAÇÃO TIPO I Distopia cantórica (deslocamento lateral do canto interno do olho) combinado com distopia dos pontos lacrimais e blefarofimose Base nasal proeminente e alargada Hipoplasia dos ossos nasais e maxila encurtada Sinofris Alterações cutâneas pigmentares Defeito no gene PAX 3 no cromossomo 2q35 TIPO II Surdez (77%) e heterocromia de íris (47%), mas SEM DISTOPIA CANTÓRICA Mutação no gene MITF, cromossomo 3 TIPO III Semelhante ao tipo I, mas com comprometimento neurológico e malformação musculoesqueléticas, principalmente das extremidades Também gene PAX3 Klein-Waardenburg TIPO IV Shah-Waardenburg ou Waardenburg-Hirshsprung Associação da SW tipo 2 com megacólon aganglicônico congênito Hipopigmentação mais extensa Distúrbio no gene SOX102 DIAGNÓSTICO Presença de três ou mais características clássicas. Fenótipo variável Auxílio da biologia molecular para identificar o gene acometido DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Principal: piebaldismo associado à surdez (síndrome de Woolf) Albinismo Vitiligo Síndrome de Teiz (hipopigmentação generalizada associada à surdez congênita) Albinismo ocular associado à surdez neurossensorial TRATAMENTO Tentar amenizar incômodos estéticos referidos pelo paciente Pode ocorrer repigmentação espontânea e contração das máculas hipo/acrômicas SÍNDROME DE TIETZ Distúrbio autossômico dominante Hipomelanose generalizada associada a surdo- mudez Não há fotofobia ou nistagmo Sobrancelhas ausentes Alguns pacientes apresentaram mutação no gene da síndrome de Waardenburg, aproximando ambas as síndromes NEVO ACRÔMICO Manchas acrômicas 6 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Congênitas Tamanho variável Bordas irregulares Resposta à histamina ou atrito provoca ERITEMA Muitas vezes é hipocrômico* DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NEVO ANÊMICO, que acontece por causa de uma constrição vascular (ao invés de alteração pigmentar de origem melânica) → A prova de histamina e fricção NÃO produzem eritema HIPOMELANOSE DE ITO Redução do número de melanossomos e presença de melanócitos com dendritos curtos *NÃO há queda pigmentar Manchas acrômicas, irregulares ou em disposição bizarra, seguindo as linhas de Blaschko e acometendo pelo menos um segmentos do corpo Observada ao nascimento ao surge na primeira infância Histologicamente: diminuição da melanina na camada basal e, em alguns casos, também de melanócitos 70% dos casos apresentam anormalidades congênitas extracutâneas Retardo mental, epilepsia, alterações oculares, dentais, dos cabelos e do sistema musculoesquelético são as mais comuns Forma de mosaicismo genético – Diversas alterações cromossômicas podem estar envolvidas VITILIGO Manchas acrômicas, em geral bilaterais e simétricas, de etiologia desconhecida. EPIDEMIOLOGIA Qualquer idade, mas mais frequenta na 2ª ou 3ª década de vida Das pessoas que desenvolvem a doença, aproximadamente 15% têm menos de 10 anos e 95% menos de 40 anos Frequência de 1% da população Não tem preferencia por sexo ou raça Comprometimento familiar é relativamente comum – 20% Muito associada a distúrbios psicossociais ETIOPATOGENIA Manchas → Diminuição ou inexistência de melanócitos. 7 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 As teorias procuram elucidar a causa da destruição dos melanócitos. As mais consideradas são: 1) Neurogênica − Fatores neuroquímicos (neuropeptídeo Y, norepinefrina e acetilcolina) inibiriam a melanogênese → Efeito tóxico sobre os melanócitos − A disposição metamérica fala a favor dessa hipótese 2) Autoimune − Destruição dos melanócitos por mecanismo imunológico − Frequente associaçãode vitiligo com doenças autoimunes e presença no soro de autoanticorpos contra vários órgãos 3) Autodestruição dos melanócitos por substâncias envolvidas ne formação da melanina − Substâncias: quinonas, fenóis e outras − Apenas em indivíduos geneticamente suscetíveis 4) Estresse oxidativo − Por causa da atividade reduzida de catalase na epiderme e do acúmulo de espécies reativas de oxigênio Há história familiar em 20% dos casos. Acredita-se, então, que o vitiligo seja herdado de forma não Mendeliana, multifatorial e poligênica, com penetrância incompleta. Diversos genes já foram associados. CLÍNICA Inicialmente → Lesões HIPOCRÔMICAS *Algumas lesões recentes podem ter borda discretamente eritematosa Em seguida → MANCHA ACRÔMICA com BORDA, em geral, HIPERCRÔMICA (VITILIGO TRICRÔMICO) Crescimento da mancha CENTRÍFUGO e com formato OVALADO – Como se houvesse uma “fuga” do pigmento para a periferia; por isso também a forma ovalada Localizações mais frequentes: − Face − Punhos − Dorso dos dígitos − Genitália − Dobras naturais da pele − Regiões periorificiais − Eminências ósseas (cotovelos, maléolos) SEMPRE SÃO SIMÉTRICAS – SIMETRIA É REGRA Fenômeno de Köebner presente em 30 a 60% dos casos – Surgimento de lesões típicas de vitiligo em regiões traumatizadas próximas da lesão de vitiligo APRESENTAÇÕES CLÍNICAS Três formas principais: NÃO SEGMENTAR 8 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Com as seguintes apresentações: Vulgar – Múltiplas lesões, simétricas, generalizada, pode haver envolvimento de mucosas Universal – Despigmentação quase completa, frequentemente associada à síndrome de poliendocrinopatia Acro facial/acral – Periorificial e ponta dos dedos SEGMENTAR Três subtipos: Segmentar propriamente dito – Lesões tendem a acometer apenas um segmento do corpo e respeitam a linha média; progressão inicial costuma ser mais rápida; comum envolvimento precoce dos pelos, mas as lesões tendem a ser mais estáveis quando uma vez estabelecidas Focal – Apenas uma ou poucas lesões em uma determinada área da pele ou da mucosa Mucoso – Mesmo da focal, mas acometendo a mucosa − Pode se manter estável ou evoluir para as formas segmentar ou não segmentar MISTA Raro → Alguns pacientes com a forma segmentar podem apresente, em geral, mais tardiamente, lesões de vitiligo ALHURES, configurando a FORMA MISTA. Variante em confete ou ponctué – Muito rara ATENÇÃO! Pode haver comprometimento focal dos cabelos (poliose) e anormalidades oculares, em geral sem queixas de alteração da visão, por alterações no pigmento da retina, assim como na orelha interna e na meningite asséptica (destruição dos melanócitos da leptomeninge). A luz de Wood detecta manchas ainda em formação, sendo muito útil, principalmente, em caucasianos. POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES PATOLOGIAS TIREOIDIANAS Várias Mais comum, principalmente hipotireoidismo – até 18% dos pacientes, especialmente nos com vitiligo generalizado e componente familiar Autoimunes – Tireoidite de Hashimoto Neoplasias Bócios Nódulos hiperfuncionantes Circulação ou não de autoanticorpos tireoidianos, como anti-TPO e anti-tireoglobulina Provável reconhecimento dos autoanticorpos tireoidianos que acabam sendo reconhecidos pelos melanócitos TODO PACIENTE COM VITILIGO DEVE TER UMA INVESTIGAÇÃO TIREOIDIANA MELANOMA Provável autoanticorpos dirigidos contra melanócitos neoplásicos causando lesões de vitiligo Pode-se fazer um diagnóstico precoce de melanoma quando um paciente abre um quadro de vitiligo 9 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 ADULTO COM VITILIGO – SEMPRE EXAMINAR MINUCIOSAMENTE A SUPERFÍCIE CUTÂNEA EM BUSCA DE LESÕES SUSPEITAS DE MELANOMA CONDIÇÕES AUTOIMUNES Diabetes do adulto imunodependente, anemia perniciosa Doença de Addison, LES, AR, halo nevo e alopecia areata (pequenas clareiras onde há uma parada temporária da papila dérmica, não tendo produção da haste pilosa) Síndrome de Harada – Destruição dos melanócitos meningeanos e meningite asséptica Síndrome de Vogt-Koyanagi – Vitiligo + uveíte + disacusia + alopecia e, quando associada à meningite asséptica, passa a ser chamada síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada Síndrome de Alezzandrini – Vitiligo facial, poliose e degeneração unilateral do epitélio pigmentar da retina com atrofia da íris, disacusia e alterações visuais ATENÇÃO! Nevo halo ou halo nevo → Formação de halo acrômico em volta de um nevo. O SI está reconhecendo a lesão como suspeita de melanoma. Mais comum em crianças HISTOLOGIA Inicialmente, diminuição progressiva de melanócitos, seguida, na maioria das vezes, por sua ausência Pode-se observar infiltração de histiócitos e linfócitos na derme papilar Células de Langerhans geralmente alteradas em quantidade e função Diagnóstico diferencial → Lupus vitiligoide – Dificultado a partir do grau de vacuolização da epiderme e espessamento da membrana basal TRATAMENTO Estabilização da doença + repigmentação Para definir o tratamento, faz-se necessário classificar o vitiligo: De acordo com a extensão da superfície corporal acometida: − < 10% − De 10 a 25% − De 25 a 50% − >25% E; Estável ou em progressão Idade do paciente − A repigmentação é melhor em crianças VITILIGOS LOCALIZADOS PODEM SER CONDUZIDOS POR QUALQUER MÉDICO OPÇOES TERAPÊUTICAS Primeiro, realizar abordagem psicológica, esclarecendo todas as dúvidas do paciente e estabelecendo uma relação de confiança. O tratamento é longo e precisa de uma boa adesão. MODALIDADE TÓPICA PARA O VITILIGO FOCAL Tacrolimus Ointment − Imunossupressor, imunomodulador − Usado para evitar rejeição de transplantes − Não tem os mesmo efeitos colaterais que a corticoterapia prolongada promove Daivobet (Calcipropriol-Betametazona) − Calcitropiol – Análogo da vitamina D → Ação imunomoduladora e estímulo à melanogênese − Quando associado à betametasona, tem ação sinérgica, funcionando como um modificador da resposta imune (*também utilizado na psoríase) − Não muito bem tolerado na face Pimecrolimus − Classe dos inibidores da calcineurina − Atividade imunomoduladora sem efeitos colaterais dos corticoides tópicos Corticosteroide tópico − Melhores resultados para face e pescoço − Cuidado com os efeitos colaterais – Atrofia de pele, estrias, telangiectasia, hirsutismo e erupção acneiforme Obs: Professor → Primeiro dessensibilização da região com pulsos de corticoide de alta potência e, posteriormente, iniciar o imunomodulador. MODALIDADE SISTÊMICA Drogas da classe dos Metoxsalenos − Brasil – Oxsoralen (cápsulas gelatinosas de 10 mg) − Demandam exposição solar de forma controlada 10 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Corticoide − Quando o vitiligo está progredindo rapidamente − VO ou IM ANTIOXIDANTES Admite a teoria do estresse citotóxico como contribuinte ou mantenedor das lesões de vitiligo; ainda controverso Existem algumas associações utilizadas, entretanto, a mais comum é composta por: − Ácido fólico 2 mg − Vitamina C 500 mg − Vitamina B12 100 mg LASERS, LUZES, MICROAGULHAMENTO Promove a migração e proliferação de melanócitos e a melanogênese, além de inibir a autoimunidade Boa resposta Fototerapia com UVB narrow band, 3x/semana – Considerado mais efetivo, além de ser mais fácil (não requer proteção ocular após sessão e eventuais efeitos colaterais do uso de oxsoraleno sistêmico – náuseas, cefaleia) Excimer Laser – Vantagem de ser dirigido a uma lesão individualizada, reduzindo a exposição do paciente ao raio RV; pode ser indicado em monoterapia oucombinação com outras modalidades terapêuticas Sempre com cuidado por causa do risco/existência do fenômeno de Köebner CIRURGIAS Resultados satisfatórios Transplante de melanócitos → Coleta com posterior inserção nas áreas que serão tratadas Indicada para vitiligo não responsivo (*mão e pés costumam ser pouco responsivos a medicamentos – provavelmente por serem áreas em proeminências ósseas), casos de vitiligo segmentar ou estável; e lesões pouco numerosas e de pequenas ou médias dimensões É fundamental o uso da proteção solar para evitar queimaduras com consequente risco de desencadear fenômeno de Kõebner, assim como o aparecimento de neoplasias. O vitiligo é completamente imprevisível, sujeito a períodos de erupção, remissão e recrudescência, embora a regra seja progressão lenta. Pode existir aumento na incidência de neoplasias cutâneas malignas, principalmente nos pacientes tratados com fototerapia prolongada. Lesões sobre áreas de panículo adiposo repigmentam muito melhor do que aquelas sobre proeminências ósseas. A repigmentação tem início com os folículos pilosos, ocorrendo na sequência a formação de ilhotas de pele pigmentada dentro da área acrômica (daí a contraindicação absoluta de epilação a laser nos pacientes), ou a partir da periferia da lesão. LEUCODERMIA POR SUBUSTÂNCIAS QUÍMICAS Compostos fenólicos, como o éter monobenzílico de hidroquinona (manufatura da borracha), podem produzir ACROMIA IDÊNTICA AO VITILIGO Diferença → Morfotopografia do utensílio contactante (sandália de borracha, condom, elástico de calças e sutiã etc.) ATENÇÃO! Composto muito utilizado no tratamento do MELASMA. É muito característica a ocorrência de despigmentação em confete definitiva nesses pacientes. *Alguns inseticidas e germicidas contém fenóis e catecóis (menos associado, dificulta diagnóstico diferencial) 11 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Acromia definitiva em confete pelo monobenzileter de hidroquinona HIPOMELANOSE MACULAR PROGRESSIVA Hipomelanose do mestiço Comum em adolescentes ou adultos jovens miscigenados Múltiplas lesões hipocrômicas, de tamanhos variados, arredondadas, confluentes, não descamativas, simétricas e assintomáticas Localizadas principalmente no tronco; tendem a confluir para a linha média Exame com lâmpada de Wood realça as máculas hipocrômicas e revela fluorescência avermelhada nos óstios foliculares Pode haver associação com P. acnes LEUCODERMIA GUTATA OU OU LEUCODERMIA SOLAR OU HIPOMELANOSE GUTATA IDIOPÁTICA “Sarda branca” Máculas hipo/acrômicas, eventualmente centenas, arredondadas, de bordas bem definidas, pequenas (3 a 7 mm) Localizadas principalmente nas pernas e em áreas expostas de MMSS, sobretudo em mulheres com fototipos baixos e > 30 anos Histologicamente → Redução de melanina e melanócitos Pode haver atrofia da epiderme e hiperceratose osteoceratósica Tratamento: fotoproteção, lasers, crioterapia com nitrogênio líquido e dermabrasão LEUCODERMIA DOS VAGABUNDOS Hábito de higiene precário Manchas hipocrômicas difusas localizadas nas regiões inguinais, nádegas, cintura e axila Seria resultado de múltiplas infestações ectoparasitárias com hipocromia pós-inflamatória HIPOCROMIA/ACROMIA PÓS-INFLAMATÓRIA Hipocromia residual pode surgir como consequência de QUALQUER PROCESSO DE NATUREZA INFLAMATÓRIA, sendo rara uma verdadeira acromia Característica – Acromia após crioterapia. Em pacientes com fototipos mais elevados, frequentemente há hipercromia simultânea HIPERCROMIAS ALTERAÇÕES OU HIPERPIGMENTADAS Podem ser de natureza hereditária (congênita ou não) ou adquirida. Pode obedecer a diferentes causas, como vinculadas aos melanócitos e/ou aos queratinócitos, e a diversos pigmentos, a exemplo da melanina, pigmentos biliares, depósitos de hemossiderina, caroteno, externos (tatuagens), entre outros. O uso de medicamentos também pode causar hipercromias, assim como o tabagismo melanose oral. HIPERCROMIAS CARACTERIZADAS POR MELANÓCITOS NA DERME 12 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Melanócitos ectópicos na derme, determinando lesões de cor AZULADA ou CASTANHO-AZULADA em função do efeito Tyndall. MANCHA MONGÓLICA Manchas congênitas azuladas Migração incompleta de melanócitos durante a embriogênese, que se acumulam na derme reticular → Padrão azulado = Fenômeno de Tyndall (fenômeno refrativo) Em geral únicas ou em pequeno número, medindo alguns centímetros Mais comumente localizadas na região sacrococcígea ou glúteos Autolimitadas; benignas – Costumam desaparecer parcial ou totalmente ao longo dos anos Mais frequentes em: orientais >> negros >> caucasianos Também pode ser extensa, acometendo todo o dorso e ombros, ou ainda maiores → Nesses casos, pode não ser autolimitada; é necessário investigar doenças lisossomais de depósito HIPERCROMIAS CARACTERIZADAS PELO AUMENTO DE MELANINA OU DE MELANÓCITOS NA EPIDERME EFÉLIDES (SARDAS) Pequenas máculas acastanhadas em áreas expostas ao sol Tornam-se mais pigmentadas após exposição solar; quando comparada com lentigos, cuja cor não se altera com fotoexposição NÃO HÁ AUMENTO DE MELANÓCITOS → Na microscopia eletrônica, existem MELANOSSOMOS ESFÉRICOS AUMENTADOS DE TAMANHO + QUERATINÓCITOS PIGMENTADOS , portanto, há aumento de melanina na camada basal com número de melanócitos normais São as sardas escura, hiperpigmentação associada a fotoexposição de maior ou menor proporção Exposição actínica aguda ou crônica – Fator desencadeante Diretamente relacionada a fatores genéticos de susceptibilidade Formas extensas podem represar uma apresentação fenotípica mínima de uma doença genética de larga expressão chamada Xeroderma Pigmentoso – defeito no reparo de DNA, são vulneráveis a desenvolver CA de pele de forma precoce Uma criança com efélides me diz que sua pele tem pouca capacidade regenerativa frente as agressão ultravioleta → Demanda maiores cuidados de fotoproteção Tratamento difícil; do ponto de vista estético, podem ser clareadas com lasers e prevenidas com fotoproteção Não são exclusivas da pele; podem atingir outras áreas fotoexpostas HIPERCROMIA PERIORBITÁRIA “Olheiras” Depósito dérmico de melanina Alterações na microcirculação local, promovendo estase venosa + Modificações hormonais, estresse, exposição ao sol agravam a condição Campo fértil para especulação e pouca efetividade resolutiva O déficit de sono talvez tenha relação, pois promove modificações hormonais aumentado secreção de cortisol, então é possível que retarde a microcirculação nesses locais Existe uma frouxidão natural da pele dessa região, talvez seja um fator que colabore Tratamento: − Associações magistrais: Retinol + Vitamina K + Vitamina C 13 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 − Vitamina C + Ácido fítico + Ácido Kójico *Produtos comerciais pouco efetivos Revisões sistemáticas apontam bons resultados com preenchedores (com ácido hialurônico) → Diminuição da frouxidão natural da pele induzindo a produção de substâncias estruturais a partir da ação do ácido hialurônico, que é integrante do tecido dérmico; com uma melhor arquitetura, há melhora da função celular – assim, pode-se ter um remodelamento do colágeno, melhorando a flacidez e o aspecto visual Lasers e luzes necessitam de recomendação e aplicação cuidadosa devido à proximidade com o globo ocular (pode cegar, principalmente luz intensa pulsada*) OLHEIRA VERDADEIRA X OLHEIRA FALSA Verdadeira → Hipercromia periorbitária Pseudo-olheira → Projeção da órbita; efeito de luz e sombra na região periorbital MANCHAS OU MÁCULASCAFÉ-AU-LAIT Manchas acastanhadas, de limites e formas variáveis, porém definidas, que podem ser isoladas ou múltiplas, sendo, geralmente, associadas a síndromes. Perceptíveis ao nascimento ou tornam-se mais evidentes durante o início da infância Aumento da atividade dos melanócitos (melanogênese) e do conteúdo de melanina nos queratinócitos, mas com número de melanócitos normais Congênitas Podem existir como entidade autônoma, mas estão muito frequentemente associadas à Neurofibromatose e Síndrome de McCune Albright, entre várias outras − Neurofibromatose: a presença nas axilas é o Sinal de Crowe (manchas café-au-lait na axila, independentemente do número, denunciam a possibilidade de neurofibromatose) − Tanto a Neurofibromatose quanto a Síndrome de McCune Albright afetam pele e SNC e/ou SNP – são denunciadas pelo surgimento dessas manchas (são esses pequenos “sinais”, que, a depender da escola, o número aceitável delas é de 3 a 5 ou mais de 5 para que o risco do paciente desenvolver neurofibromatose no futuro seja maior) − Há dois tipos de neurofibromatose: (1) com envolvimento do SNC e (2) sem envolvimento; mas ambas requerem monitoramento − Então, as máculas café com leite contribuem para o monitoramento do paciente − Futuramente, a maioria desses pacientes desenvolvem pequenas tumorações, neurofibromas, que podem chegar a centenas ou milhares disseminadas pelo corpo, pelo tegumento, causando alteração estética significativa − Além desses tumores, existem outros chamados de neuromas plexiformes que causam verdadeiras dismorfias corporais HIPERCROMIAS ADQUIRIDAS MELASMA (CLOASMA) Uma das patologias mais comuns e mais frustrantes; tratamento difícil – basta o paciente se expor ao sol novamente que a mancha volta. Não existe cura. Campo fértil para especulação e pouca efetividade resolutiva. Máculas acastanhadas hipercrômicas, podendo ser maiores ou menores, mais ou menos disseminadas que predominam em áreas fotoexpostas, principalmente na face − Na maioria das vezes, limita-se à face, mas pode surgir no colo (“V” do decote), MMSS − Na face, pode ocorrer na região frontal, temporal, malar, supralabial, do dorso nasal e mandibular; acometimento centrofacial é o mais comum Não é exclusivo do sexo feminino, apesar de ser mais frequente; história familiar positiva na maioria dos casos; parece ter predisposição genética Predomina em mulheres de fototipo III-IV 14 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 Gatilho → Fotoexposição crônica sem fotoexposição adequada associado a distúrbios hormonais (uso de anticoncepcionais em pessoas com fatores predisponentes, por exemplo) Logo, é uma FOTODERMATOSE Na gravidez, as mulheres desenvolvem hiperpigmentação de forma FISIOLÓGICA – Cloasma gravídico – Tende a desaparecer à medida que os níveis hormonais retornam aos seus níveis basais Tratamento agressivo pode ocorrer piora principalmente em melanodermos → Hiperpigmentação pós inflamatória LEMBRAR: Placas simétricas hiperpigmentadas em face ou não Presença de melanócitos hiperfuncionais Principais fatores predisponentes → Alterações hormonais + Exposição ao sol MELASMA - Acromia em confete e ocronose exógena por uso prolongado de hidroquinona LÂMPADA DE WOOD Lâmpada UV Pode ser utilizada para definir a profundidade do melasma → Quanto mais clara, mais profundo o melasma e mais difícil de clarear; se mais escuro, há maior concentração de melanina na epiderme, portanto, é mais superficial e, consequentemente, mais fácil de responder ao tratamento TRATAMENTO Fotoproteção + agentes despigmentantes. Restrição solar é indispensável. Fórmula de Kligman: → Tretinoína – 0,05% → Hidroquinona – 4,0% → Dexametasona – 0,1% → Veículo (creme, gel) – 30,0g Associado com filtro solar FPS 60 → 6 meses para clarear Peelings superficiais: tem indicação desde que feito por um profissional que saiba a profundida de onde o agente utilizado está indo Microagulhamento: tem indicações Laser: Depende do tipo de laser, pode piorar ou melhorar; depende da modalidade de tratamento; resultado inconsistente na literatura → Como o melasma é fotodependente, há possibilidade de estimulá-lo caso não seja indicado adequadamente. Nenhuma modalidade de tratamento é definitiva. FITOFOTODERMATOSE Manchas acastanhadas de formas bizarras (dependente de fotossensibilizante) que se instalam após lesão eritematosa ou eritematobolhosa, produzidas pela exposição da pele a substâncias denominadas begaptenos presentes no limão e em hortaliças (alho, salsão, rabanete) seguida da exposição ao sol Begapteno – Substância que estimula o melanócito a produzir melanina Perfumes cítricos também podem conter begaptenos também É tempo-dependente → Alteração melanocítica intracelular é temporária Localizam-se preferencialmente nas mãos (ato de espremer limão, laranja) e colo (toque com perfume que contenha bergamota) Bronzeadores caseiros, sobretudo feitos com folha de figueira, são causas frequentes de queimaduras de 3º grau, portanto, eventualmente fatais Pode-se minimizar a inflamação com uso de corticoide tópico e fotoproteção 15 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2 FITOFOTODERMATITE por suco de caju HIPERCROMIAS PÓS-INFLAMATÓRIAS Hipercromia residual consequente a processos inflamatórios, tanto na epiderme quanto na derme. Independentemente da natureza, ao se resolver, deixa manchas hipercrômicas que tendem a esmaecer lentamente. Mais intensas e duradouras em pessoas de fototipos mais elevados. Quando a hipercromia é principalmente epidérmica, pode ser tratada com hidroquinona; tretinoína e corticosteroide associados potencializam o resultado terapêutico. Quando o pigmento é dérmico, eventualmente o laser pode ser útil. FASE TARDIA DE ERITEMA PIGMENTAR FIXO HIPERPIGMENTAÇÃO POR MEDICAMENTOS E SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Clofazimina → Cinza-azulada difusa; tende a regredir meses após sua suspensão 5-fluorouracila → Hipercromia exatamente sobre as veias usadas nas infusões intravenosas Amiodarona → Azul-acinzentado na pele em 10% dos usuários após uso prolongado; lentamente reversível após suspensão Corpromazina Antimaláricos Tetraciclinas Citostáticos Arsênico Prata Ouro Hidantoína Contraceptivos E outros. OUTRAS DISCROMIAS Alterações inflamatórias podem cursar com hipocromia (mais frequente em pacientes com história de atopia por uma resposta diferente do sistema melanocítico ou pacientes com pré-disposição de vitiligo, pode fazer hipocromia ou acromia sobre cicatrizes) ou hipercromia residual (pós acne, pós picada de inseto, pós tratamento de psoríase etc. Geralmente o pigmento não é só melanina) Várias drogas também podem ser responsáveis por quadros de hipercromia Há áreas naturalmente mais pigmentadas, como axila e região genital; se passar um despigmentante é algo temporário e até possivelmente aberrante. 16 Dermatologia – Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2021.2
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