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Instrumentos ópticos – pág. 1 EXPERIÊNCIA 10 INSTRUMENTOS ÓPTICOS 1. OBJETIVOS a) Medir a ampliação, para diversas combinações de lentes, em um microscópio composto. b) Medir o tamanho de objetos, com o auxílio de um microscópio composto. c) Medir a ampliação de um telescópio e de uma luneta de Galileu. d) Efetuar cálculos telemétricos com auxílio de um telescópio. 2. TEORIA BÁSICA MICROSCÓPIO COMPOSTO Quando um objeto de tamanho O, estiver a uma distância p, de uma lente convergente de distância focal f, a distância da imagem p' poderá ser calculada pela equação dos pontos conjugados (ver teoria da Experiência 09, Espelhos e Lentes ): 'ppf 111 += (1) A ampliação M desta lente será: O I p 'pM =−= (2) onde I representa o tamanho da imagem. A lente convergente poderá ser utilizada como uma lupa, desde que a imagem seja virtual e isto ocorre quando p < f. A lupa também é denominada microscópio simples. O microscópio composto é utilizado para obter um aumento grande de pequenos objetos. Ele consiste essencialmente de um sistema de duas lentes convergentes, sendo uma denominada objetiva (próxima do objeto) e a outra ocular (próxima ao olho do observador). Na prática, tanto a objetiva quanto a ocular são sistemas de lentes, altamente aperfeiçoadas, com a finalidade de corrigir as aberrações. Considera-se, por simplicidade, a objetiva e a ocular como lentes convergentes delgadas. Na figura 1 está representada a imagem real I' produzida pela objetiva de distância focal f1, de um objeto de tamanho O. Esta imagem real I' será considerada como objeto para a ocular de distância focal f2, produzindo então uma imagem virtual I, na distância mínima de visão distinta s ≅ 25 cm. Instrumentos ópticos – pág. 2 Figura 1 - Representação esquemática de um microscópio composto O aumento ou ampliação M1 produzido pela objetiva é dado por: 1 1 1 p 'p M −= A figura 1 não está em escala, mas o objeto é sempre colocado próximo do foco da objetiva, sendo a distância p1 ≅ f1 com boa aproximação. A imagem I' se forma muito perto do foco da ocular e como sua distância focal é pequena, p'1 ≅ b, isto é, a imagem I' se forma a uma distância da objetiva aproximadamente igual ao comprimento do tubo do microscópio, que é b. Portanto, o aumento da objetiva pode ser dado por: 1 1 f bM −= (3) O aumento da ocular é: 2 2 2 p 'p M −= Considerando a imagem I' como objeto para a ocular e sabendo que ela se forma muito próxima do foco F2, pode-se dizer que p2 ≅ f2. O observador vê a imagem I do objeto I' (da ocular) na distância mínima de visão distinta, que é aproximadamente 25 cm. Então p'2 ≅ -25 cm. O sinal " menos " significa que a imagem I é virtual e direita em relação ao objeto I' (da ocular). 2 2 25 f M = (4) b f1 p1 f2 O F1 F2 F2 F1 I’ observador I p’ p2 objetiva ocular p’2 = s ≅ 25 cm Instrumentos ópticos – pág. 3 O aumento total é dado pelo produto dos aumentos da objetiva e da ocular. 21 21 25 ff bMMM −== O sinal " menos “ significa que a imagem final é invertida em relação ao objeto O. Desde que este fato esteja subentendido, a ampliação pode ser escrita em módulo: 21 25 ff .bM = (5) Observação: b, f1 e f2 devem ser expressos em centímetros. Os fabricantes de microscópios fornecem os aumentos M1 e M2, ao invés das distâncias focais f1 e f2. Nesta experiência, mede-se a ampliação de um microscópio por meio de um objeto padrão de dimensões conhecidas. O objeto é uma escala com traços, como esquematizado na figura 2. Entre dois números consecutivos há 10 divisões menores, perfazendo 200 partes em 10 mm. | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Figura 2 - Escala padrão O aumento experimental ME será obtido pelo produto dos aumentos da objetiva e da ocular, expressos em função dos tamanhos de objeto e imagem: O I 'I.O I'.IMMME === 21 (6) TELESCÓPIOS Um telescópio é um instrumento que amplia o ângulo visual do objeto remoto. Consiste fundamentalmente de uma lente objetiva (voltada para o objeto), que produz uma imagem real e invertida do objeto, e uma lente ocular (próxima do olho do observador), que produz uma imagem virtual desta imagem real. Na prática, com a finalidade de corrigir aberrações, comumente usam-se sistemas de lentes, que se comportam como lentes delgadas para efeitos de cálculos. Na figura 3 representa-se, genericamente, um telescópio. A imagem real I', de um objeto de tamanho O, é produzida por uma objetiva de distância focal f1. Esta imagem real I' será considerada como objeto para a ocular de distância focal f2, produzindo então uma imagem virtual I, na distância mínima de visão distinta s ≅ 25 cm. 10 9 8 0 1 9 10 10 mm Instrumentos ópticos – pág. 4 Quando o objeto está muito distante, sua imagem real I' se forma quase no foco da objetiva. Então p'1 ≅ f1. O observador, que está com o olho quase encostado na ocular, verá a imagem virtual I se formar na distância mínima de visão distinta s. A imagem real I' serve como objeto para a ocular, localizada perto do foco desta. Então tem-se p2 ≅ f2. A figura 3 não está em escala e, portanto, não satisfaz à condição t ≅ f1 + f2, sendo t o comprimento do tubo do telescópio. E como f2 é pequeno, comparado a f1, t é praticamente igual a f1. Assim, para focalizar um telescópio, a ocular dever ser posicionada sobre o foco da objetiva. O observador deve olhar através da ocular e deslocá-la alguns centímetros até obter a imagem nítida I na distância mínima de visão distinta. Figura 3 - Representação esquemática de um telescópio O aumento do telescópio, por definição, é: α β tg tg M = (7) α é o ângulo subentendido pelo objeto, visto pelo observador a olho nu. Como o objeto está muito distante, este ângulo α é praticamente o mesmo que está indicado na figura 3. 111 f 'I 'p 'I p Otg −≅−==α β é o ângulo subentendido pela imagem I, vista pelo observador através da ocular. Mas I' é o objeto (da ocular) para a imagem I. 22 f 'I p 'I s Itg ≅==β p1 p’1 p2 f1 f2 O α F1 F1 F2 β objetiva I I’ ocular p’2 = s ≅ 25 cm t observador Instrumentos ópticos – pág. 5 1 2 f 'I f 'I M −= 2 1 f f M −= (8) O aumento do telescópio é dado pela razão da distância focal da objetiva pela distância focal da ocular. O sinal negativo indica que a imagem final é invertida em relação ao objeto. Dois tipos de telescópios serão considerados: o refrator e a Luneta de Galileu. a. Telescópio refrator Este telescópio também é conhecido como telescópio astronômico. Possui uma ocular convergente, portanto com distância focal positiva. A objetiva forma a imagem real e invertida do objeto dentro da distância focal da ocular. Esta imagem real funciona como objeto para a ocular, produzindo uma segunda imagem que é direita e virtual. A imagem final é virtual e invertida em relação ao objeto inicial. O esquema deste telescópio está representado na figura 3. b. Luneta de Galileu Esta possui uma lente divergente como ocular, isto é, com f2 negativa. A imagem da objetiva se forma atrás da ocular. A lente divergente inverte a imagem real da objetiva de tal forma que o observador vê uma imagem final direita. A Luneta de Galileu é mais conhecida, ou utilizada, na forma de binóculos de teatro, tendo aumento pequeno. O diagrama esquemático da Luneta está na figura 4. Figura 4 - Representaçãoesquemática da Luneta de Galileu A parte experimental consistirá em medir os aumentos de um telescópio refrator e de uma Luneta de Galileu. O diagrama abaixo mostra como medir estes aumentos. Depois de focalizado um dado telescópio e o olho do observador encostado à ocular, a imagem de tamanho I será vista na distância mínima de visão distinta ( s ≅ 25 cm ). A olho nu, o objeto de tamanho O estará a uma distância “d”, mas na distância “s” parecerá ter um tamanho O’, denominado tamanho aparente. p1 f1 O F1 I’ objetiva F1 f2 I ocular F2 observador F2 I’ Instrumentos ópticos – pág. 6 A ampliação M, dada pela eq. (7), pode ser expressa de outra forma: d O s I tg tg M == α β (9) 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. D. Halliday,R.Resnick e J.Walker; Fundamentos de Física; Vol.3; Ed. LTC 2. Sears; Zemansky;Young e R.Fredman; Física III; Ed. Pearson,Addison Wesley. 3. P A.Tipler; Física-Eletricidade e Magnetismo,Ótica; Vol.2;4°Edição;Ed.LTC 4. Introdução ao Laboratório de Física; J.J.Piacentini, B.C.S.Grandi, M.P.Hofmann, F.R.R.de Lima, E. Zimmermann; Ed. da UFSC. d s Observador β α I O’ O Instrumentos ópticos – pág. 7 4. ESQUEMAS Figura 5 - Microscópio (Detalhes) ESQUEMA DO TELESCÓPIO objetiva ocular I O observador s t d cursores Paquímetro Objeto "O" Instrumentos ópticos – pág. 8 5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PRIMEIRA PARTE - Microscópio Composto 1. Aguarde as explicações iniciais do professor antes de mexer no equipamento. 2. Utilize como objeto "O" uma escala padrão fornecida, com comprimento de 10 mm e possuindo 200 divisões (régua), para medir o aumento experimental do microscópio ME. 3. Meça o tamanho da imagem na tela do monitor com o paquímetro, cuja leitura será "I". Calcule ME (ME = I/O). 4. A partir das suas medidas experimentais, determine o aumento teórico do microscópio, sabendo que o mesmo deverá ser múltiplo de 5. 5. Faça as medidas necessárias para preencher a Tabela I, utilizando o microscópio para as posições do cursor indicadas. 6. Na Tabelas II, o objetivo principal é calcular o número de fendas/cm (NE) de lâminas fornecidas utilizando os aumentos medidos anteriormente. A posição do cursor deve ser escolhida entre aquelas já utilizadas (2,5; 3,2; 5,0), não precisando ter sequência crescente ou decrescente. Coloque a lâmina "A", que é uma rede de difração. Meça a separação entre um número igual de linhas claras e escuras da rede, como indicado na Figura 6. Utilize o aumento teórico para calcular "O" e então o número de fendas por centímetro. 7. Faça as medidas para as outras redes fornecidas. 8. Para completar a Tabela 2, meça o diâmetro de um fio de cabelo de um membro do seu grupo. I (11 fendas) Figura 6 - Rede de difração vista ao microscópio SEGUNDA PARTE - Telescópio refrator e de Galileu. ( Esquema ) 1. Coloque a objetiva ( f1 = 250 mm ) e a ocular ( 15x ) sobre o banco óptico. Focalize o objeto, que é uma régua disposta na posição horizontal. 2. Com o auxílio dos cursores, que devem estar posicionados na distância mínima de visão distinta(s ≅ 25,0cm ), meça I, procurando enquadrar dentro do campo de visão do telescópio a maior parte possível da régua. Meça d e O. Anote na Tabela III do relatório. Calcule ME. 3. Para montar a Luneta de Galileu, substitua a ocular de 15x pela lente divergente ( f2 = - 40 mm ). Focalize a imagem da régua, meça I, d e O. Calcule ME. Instrumentos ópticos – pág. 9 6. RELAÇÃO DO MATERIAL Microscópio: 01 microscópio Zeiss. 01 monitor. 01 par de cursores deslizantes com suporte. 01 escala padrão de 10 mm com 200 divisões (E). 01 rede de 80 fendas / cm (A). 01 rede de 40 fendas / cm (B). 01 rede (malha) metálica de 2,4 fendas / mm (C). Telescópio: 01 trilho de ferro fundido de 50 cm. 01 trena. 01 suporte metálico para trilho tipo V. 01 lente convergente de 250 mm. 01 lente divergente de - 40 mm. 01 ocular de 15x. 02 suportes de lentes quadrados 3 x 3 cm. 01 suporte com cursor deslizante p/ telescópio. 01 escala em papel para servir de objeto. 7. QUESTIONÁRIO 1. Calcule os erros percentuais entre os aumentos medidos e os teóricos, para as várias posições do cursor utilizadas na Tabela I. 2. Calcule o erro percentual entre o NE e o NT fornecido para a Tabela II, onde N= número de fendas/cm. 3. Justifique a escolha feita da posição do cursor nas medidas realizadas na Tabela II. 4.a. Calcule os aumentos ME dos dois telescópios, dizendo se as imagens são direitas ou invertidas. Para a Luneta de Galileu, calcule o erro percentual entre o valor medido e o valor teórico. 4.b. Calcule a distância focal da ocular de 15x a partir do aumento ME do telescópio refrator e a equação (8). Calcule o erro percentual deste valor sabendo que o valor teórico é dado pela equação (4). 5. Com o telescópio refrator você obtém uma imagem de 15 cm para uma pessoa com altura de 1,70 m, de pé e no outro lado de um rio de largura desconhecida. Calcule a largura do rio, explicando a resposta. Instrumentos ópticos – pág. 10 GRUPO: SEMANA: ALUNOS: EXPERIÊNCIA 10 INSTRUMENTOS ÓPTICOS PRIMEIRA PARTE - Microscópio composto Tabela I Posição do cursor I (mm) O (mm) Aumento medido ME Aumento teórico MT 2,5 3,2 5,0 Tabela II Lâmina Posição do cursor Aumento Teórico I (mm) O (mm) Número de fendas selecionadas Número de fendas/cm NE A B C Microscópio Fi o de ca be lo Micrômetro SEGUNDA PARTE - Telescópios Tabela III Refrator f1 = 250 mm ocular = 15x Galileu f1 = 250 mm f2 = - 40 mm d (m) s (cm) I (cm) O (cm) ME
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