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psicologia

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2013
1a Edição
Psicologia social
Prof. Fernando Scheeffer
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Fernando Scheeffer
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S315p
 Scheeffer, Fernando
 Psicologia social / Fernando Scheeffer. Indaial: Uniasselvi, 2013.
 192 p.; il.
 ISBN 978-85-7830-747-9
1. Psicologia social. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 301.1
III
aPresentação
Caro acadêmico!
Iniciamos neste momento os estudos referentes à disciplina Psicologia 
Social e a partir de agora temos um interessante caminho a ser percorrido. 
A Psicologia Social enquanto área da Psicologia talvez seja uma das áreas 
mais emblemáticas e intrigantes dadas as divergências e os entraves que a 
acompanham. Estas especificidades podem ser exemplificadas a partir da 
dificuldade de delimitação do seu objeto de estudo ou até mesmo diante da 
dificuldade de definição da mesma. 
A Psicologia Social vê o social, ou seja, o que circunda o ser humano, 
algo a ser privilegiado ao se buscar a compreensão do comportamento 
humano e aí reside a sua principal contribuição para a Psicologia e para 
as ciências humanas como um todo. Esta importância se dá por propor 
compreender o ser humano a partir de um enfoque histórico-cultural, 
diferente do individualizante, que acompanhou a Psicologia por longo 
tempo e que acreditava que os mais variados aspectos relacionados ao 
comportamento humano poderiam ser desvendados a partir do acesso aos 
próprios sujeitos pura e simplesmente.
Diante dessas palavras iniciais, o presente Livro de estudos apresenta 
três momentos distintos, organizados em uma sequência lógica, ou seja, as 
ideias apresentadas em cada unidade são essenciais para a compreensão dos 
seguintes e à continuação do estudo. 
A partir dessa ressalva, a primeira unidade busca explorar alguns 
elementos introdutórios indispensáveis a quem se aventura a explorar a 
Psicologia Social. Primeiramente, busca-se defini-la e delimitar seu objeto de 
estudo, para daí então compreender sua origem tanto a nível mundial como 
no Brasil. Feito isso são apresentadas as diferentes “Psicologias Sociais”, 
que não passam de leituras de mundo diferenciadas e, consequentemente, 
propostas diferentes de intervenção na realidade social.
A segunda unidade traz uma reflexão a respeito do desenvolvimento 
humano por uma perspectiva chamada, neste material, de enfoque 
psicossocial, enfoque este que busca encontrar no “outro” explicações para 
o que somos e como nos desenvolvemos. Nesta seção, além de ser discutida 
esta abordagem, são feitas algumas inferências a respeito da infância, 
adolescência, idade adulta e velhice, etapas do desenvolvimento humano.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
A terceira unidade busca propiciar a aproximação com conceitos 
extremamente relevantes em Psicologia Social, como: subjetividade, 
identidade, atividade, consciência, representações sociais, ideologia e 
alienação. Estas categorias são chamadas de fundamentais, pois possibilitam 
que tenhamos um referencial teórico e técnico que nos instrumentaliza a 
analisarmos vários fenômenos à luz da Psicologia Social.
Prontos para entrar em contato com este campo de estudo? 
Mãos à obra!
Prof. Fernando Scheeffer
V
VI
VII
UNIDADE 1 – PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO..............................................1
TÓPICO 1 – PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO ...................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 A PSICOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA ......................................................................................3
3 DEFINIÇÃO E OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA SOCIAL ........................................7
4 RELAÇÃO COM ÁREAS AFINS .....................................................................................................10
5 O SIGNIFICADO DO TERMO “SOCIAL”: POSSIBILIDADES DE INTERPRETAÇÃO ...12
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................15
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................18
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................19
TÓPICO 2 – A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL ..............................................................21
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................21
2 PSICOLOGIA SOCIAL MODERNA: UM FENÔMENO CARACTERISTICAMENTE 
AMERICANO ......................................................................................................................................22
3 A PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL ..........................................................................................24
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................29
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................30
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................31
TÓPICO 3 – A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA ....................................................................33
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................33
2 O MODELO ESTADUNIDENSE DE PSICOLOGIA SOCIAL ..................................................34
3 ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS ..................................................................................36
3.1 PERCEPÇÃO OU COGNIÇÃO SOCIAL ....................................................................................36
3.2 ATITUDES .........................................................................................................................................38
3.3 PRECONCEITO, ESTEREÓTIPOS E DISCRIMINAÇÃO......................................................41
3.4 INFLUÊNCIA SOCIAL ...................................................................................................................44
3.5 PAPÉIS SOCIAIS ............................................................................................................................46
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................48
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................49
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................50
TÓPICO 4 – A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA ......................................................................51
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................51
2 A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA PSICOLOGIA SOCIAL ...................................................52
3 A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA...........................................................................................54
4 A PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA .................................................................................59
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................65
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................66
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................67
sumário
VIII
UNIDADE 2 – DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL ..........69
TÓPICO 1 – O LUGAR DO OUTRO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO ........................71
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................71
2 DESENVOLVIMENTO HUMANO: PRINCÍPIOS GERAIS .....................................................71
3 O PAPEL DO OUTRO E DAS RELAÇÕES SOCIAIS NO
 DESENVOLVIMENTO HUMANO ................................................................................................75
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................79
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................80
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................81
TÓPICO 2 – INFÂNCIA
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................83
2 A INFÂNCIA ENQUANTO CONSTRUÇÃO SOCIAL ..............................................................83
3 O INTERACIONISMO DE PIAGET E VYGOTSKY ...................................................................85
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................93
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................94
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................95
TÓPICO 2 – ADOLESCÊNCIA ...........................................................................................................97
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................97
2 DEFININDO ADOLESCÊNCIA ......................................................................................................97
3 A INVENÇÃO DA ADOLESCÊNCIA ............................................................................................98
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................104
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106
TÓPICO 4 – IDADE ADULTA E VELHICE ......................................................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 IDADE ADULTA .................................................................................................................................107
3 VELHICE ..............................................................................................................................................110
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................114
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................115
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................116
TÓPICO 5 – COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E PRÓ-SOCIAL ........................................117
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................117
2 O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL: AGRESSÃO .............................................................117
3 O COMPORTAMENTO PRÓ-SOCIAL: ALTRUÍSMO ..............................................................120
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................124
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................125
UNIDADE 3 – CATEGORIAS FUNDAMENTAIS EM PSICOLOGIA SOCIAL ......................127
TÓPICO 1 – SUBJETIVIDADE E IDENTIDADE ............................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 SUBJETIVIDADE: UM DOS OBJETOS DA PSICOLOGIA ......................................................129
3 IDENTIDADE .....................................................................................................................................133
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................138
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................139
IX
TÓPICO 2 – ATIVIDADE E CONSCIÊNCIA ..................................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 ATIVIDADE .........................................................................................................................................141
3 CONSCIÊNCIA ...................................................................................................................................143
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................146RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................149
TÓPICO 3 – REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ....................................................................................151
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................151
2 COMO NASCE A TEORIA ...............................................................................................................151
3 CONCEITO ..........................................................................................................................................152
4 COMO SÃO CRIADAS AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS .....................................................154
5 COMO AS INVESTIGAMOS ..........................................................................................................155
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
TÓPICO 4 – IDEOLOGIA E ALIENAÇÃO ......................................................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 IDEOLOGIA ........................................................................................................................................163
3 ALIENAÇÃO .......................................................................................................................................168
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................171
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................174
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................175
TÓPICO 5 – COMUNIDADE E SOCIEDADE .................................................................................177
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................177
2 O CONCEITO DE COMUNIDADE ................................................................................................177
3 COMUNIDADE VERSUS SOCIEDADE: DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS .......................180
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................185
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................186
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................187
X
1
UNIDADE 1
PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E 
DEFINIÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• compreender a origem e a evolução da Psicologia Social;
• defini-la e diferenciá-la das áreas afins; 
• apresentar as diferentes perspectivas em Psicologia Social.
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você 
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades 
propostas.
TÓPICO 1 – PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO 
TÓPICO 2 – A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
TÓPICO 3 – A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
TÓPICO 4 – A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
1 INTRODUÇÃO
A ideia deste primeiro tópico é trazer princípios fundamentais que 
contribuam para a compreensão de todo o caderno. Em um primeiro momento 
serão trazidos elementos que permitam compreender o surgimento da Psicologia 
enquanto ciência. Você tem noção do que é a Psicologia? Qual o seu objeto de 
estudo? Por que é possível afirmar que não existe uma única Psicologia e sim 
“Psicologias”? É importante que estas e outras questões estejam claras para 
adentrarmos na Psicologia, uma divisão ou campo da Psicologia. É importante 
que você tenha claro que mais do que trazer respostas prontas ou verdades, 
pretenderemos problematizar várias questões que ainda permeiam a Psicologia 
Social. Dentre as várias divergências ainda existentes, encontraremos uma 
diversidade enorme de definições, de compreensão a respeito do seu objeto de 
estudo, bem como sua relação com outras ciências humanas. 
Ao final da leitura deste tópico é importante que você consiga perceber 
qual a intenção da Psicologia social, bem como se aproprie dos principais 
dilemas presentes neste campo de estudo, dentre eles o significado do termo 
“social”, questões essenciais para uma primeira aproximação com essa área do 
conhecimento. 
2 A PSICOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA
FIGURA 1 – PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
FONTE: Disponível em: <http://psicologia-fadeup-jpgf.webnode.com.pt/materia-/>. Acesso em: 
31 out. 2011.
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
4
O termo Psicologia talvez seja um dos que, para o leigo, tenha um sentido 
mais controverso e pouco definido. Qualquer pessoa se dispõe a falar sobre e 
acredita se apropriar dela em vários momentos. O fato é que no cotidiano ela 
acaba tendo vários sentidos, poucos ancorados em uma sistemática mais 
rigorosa. Esta Psicologia “despreocupada” costumeiramente é denominada de 
“Psicologia do senso comum”, muito diferente da Psicologia dos psicólogos ou 
esta compreendida enquanto ciência.
Esta breve contextualização não pretende desconsiderar o saber popular, 
mas sim deixar claro que nesse momento a intenção é apresentar a Psicologia 
científica. 
A partir de uma análise mais rigorosa e sistemática, percebe-se que um 
primeiro desafio é defini-la. De acordo com a origem grega da palavra, Psicologia 
significa o estudo (logos) acerca da alma ou espírito (psique). A etimologia da palavra 
não traduz a dificuldade e a diversidade de possibilidades de interpretação do 
objeto de estudo e do próprio conceito de Psicologia.
Típico das ciências humanas são as diversas leituras da realidade e isso, 
no caso da Psicologia, é percebido diante da diversidade de abordagens presentes 
na mesma. Essas diferentes abordagens trazem consigo divergentes teorias e 
formas de analisar e intervir diante de um mesmo fenômeno. De forma unificada, 
normalmente se define a Psicologia como a ciência que estuda o comportamento. 
Nesse sentido não há consenso, visto que para a Psicanálise (uma das abordagens 
em Psicologia), por exemplo, o objeto de estudo da Psicologia é o inconsciente.
Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2002), as três mais importantes 
tendências teóricas da Psicologia neste século são o Behaviorismo, chamado 
também de Psicologia comportamental, a Gestalt e a Psicanálise. O Behaviorismo, 
de base americana, tornou-se bastante importante por ter definido o fenômeno 
psicológico como algo bastante concreto, o comportamento (behavior). A Gestalt 
tem seu berço na Europa, a partir da premissa de que o todo é maior que a 
soma das partes. Esta encontra no fenômeno da percepção as condições para a 
compreensão do comportamento humano.A Psicanálise teve como principal 
precursor Sigmund Freud e surge da prática médica propondo um objeto de 
estudo totalmente inusitado, o inconsciente, se contrapondo à tradição da 
Psicologia em voga entendida como ciência da consciência e da razão. Abaixo 
é apresentada uma síntese dos principais achados e contribuições das escolas 
psicológicas citadas anteriormente. 
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
5
QUADRO 1 – PRINCIPAIS ABORDAGENS PSICOLÓGICAS DO SÉCULO XX
Principais representantes Objeto e método de estudo Fatores determinantes
Behaviorismo
Watson (1878-1958) - EUA
Skinner (1904-1990)
Comportamento humano 
o b s e r v á v e l . S e u t i l i z o u 
frequentemente de pesquisas 
sobre estímulos e respostas em 
animais em laboratório.
Somos governados pelas 
consequências dos nossos 
atos. Reforços e punições 
promovem condicionamento 
e modelam o comportamento 
e o desenvolvimento humano.
Gestalt
Koffka (1886-1941) - Alemanha Pe r c e p ç ã o e c o n s c i ê n c i a 
humana. Promoviam situações 
exper imenta is com seres 
humanos e animais.
A percepção humana possui 
leis próprias. O ser humano 
não atende de forma direta à 
lógica estímulo–resposta.
Psicanálise
Freud (1856-1939) – Áustria
Lacan (1901-1981) – França 
Jung (1875-1961) – Suíça 
Relação entre inconsciente e 
consciente. Principal método: 
associação livre (escuta pela 
fala), análise dos sonhos e atos 
falhos.
A subjetividade humana é 
determinada pelos vínculos 
afetivos estabelecidos ao longo 
da vida.
FONTE: O autor
DICAS
Para melhor compreender as diversas teorias em Psicologia é válido o contato 
com a obra “Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia”, organizada por Bock, 
Furtado e Teixeira (São Paulo: Saraiva, 2002) ou então “A diversidade da Psicologia: uma 
construção teórica”, organizada por Kahhale (São Paulo: Cortez, 2008), uma das poucas obras 
que se dedica exclusivamente a essa questão.
O fato é que o próprio termo comportamento atualmente tem um sentido 
bem mais amplo do que no passado. O comportamento inclui muito mais do 
que movimentos ou ações flagrantes, como os que fazemos ao andar. Inclui 
os chamados comportamentos incobertos, atividades muito mais sutis, como 
perceber, pensar, sentir. A Psicologia se ocupa desta infinidade de formas dos 
sujeitos se expressarem e se apresentarem para o mundo. A Psicologia, nesta 
ótica, trata e se atém a todas as formas de manifestação do ser humano. 
Ouve-se muito a ideia de que a Filosofia é a mãe de todas as ciências. Isto 
é um fato e no caso da Psicologia não é diferente. Muito antes de se tornar uma 
ciência, o homem já buscava explicações sobre si mesmo. As primeiras explicações 
sobre o ser humano e sua conduta foram de natureza sobrenatural, assim como 
todos os eventos. Aos poucos a Filosofia toma as rédeas e os mais variados 
eventos passam a ser analisados por uma ótica racional. Desta forma, a matriz 
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
6
da Psicologia é a Filosofia, e já por volta de 500 a.C. temas como alma, espírito, 
já eram discutidos na Grécia por filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles. O 
primeiro tratado de Psicologia é considerado Da anima, redigido por Aristóteles. 
Seguem abaixo as principais contribuições destes para a Psicologia.
QUADRO 2 – CONTRIBUIÇÕES DOS FILÓSOFOS GREGOS PARA A FORMAÇÃO DA 
PSICOLOGIA
Filósofo Contribuições para a formação da Psicologia Influência nas
a b o r d a g e n s a t u a i s d a 
Psicologia
Sócrates 
(469 - 399 a.C.)
Postula que a principal característica do homem é 
a razão e que esta o diferencia de outros animais.
Teorias Psicológicas que se 
apoiam no estudo da razão 
e da consciência, como, por 
exemplo, o Cognitivismo.
Platão
(427 - 347 a.C.)
Concebe a razão (alma) separada do corpo, tendo 
como elemento de ligação a medula. A razão 
se localizaria na cabeça. Para ele, as ideias ou 
características humanas eram geradas a partir do 
próprio interior do homem.
Teorias Psicológicas que 
se apoiam no inconsciente, 
como, por exemplo, a 
Psicanálise de Freud e a 
Psicologia Analítica de Jung.
Aristóteles 
(384 - 322 a.C.)
Alma e corpo não podem ser dissociados. Para ele, 
a psyche seria o princípio ativo da vida. O homem 
possuiria a alma racional, com a função pensante. 
Estuda os fenômenos de sensação e percepção 
(órgãos dos sentidos). Reconhece a influência dos 
fatores externos que são percebidos pelos órgãos 
sensoriais. Considerado o pai da Psicologia por ter 
escrito o tratado Da Anima.
Te o r i a s q u e a t r i b u e m 
destaque às influências do 
ambiente na constituição 
d o h o m e m , c o m o o 
Comportamentalismo.
FONTE: Bock (2002)
Já a Psicologia, enquanto ciência, nasce tendo como marco histórico o ano 
de 1875, quando Wilhelm Wundt (1832-1926) criou o primeiro Laboratório de 
Psicologia experimental, em Leipzig, na Alemanha. Wundt se ateve ao estudo das 
reações a estímulos realizados sob condições controladas por ele. Ao estudar as 
sensações e as percepções adotando o método experimental, o mesmo abandonou 
ideias abstratas expressas no conceito de alma em voga para se arraigar aos 
princípios e métodos científicos, um tipo de conhecimento extremamente rigoroso 
e sistemático.
IMPORTANT
E
Segundo o Oxford American Dictionary, ciência é a atividade intelectual e 
prática que abarca a estrutura e o comportamento do mundo físico e natural por meio da 
observação e da experimentação. Esta parece ser uma forma bastante objetiva, mesmo que 
simplificada, de conceituar ciência. 
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
7
Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2002), na Psicologia o status de ciência 
é obtido à medida que a mesma se liberta da Filosofia e passa a se pautar em 
novos padrões de produção de conhecimento, ao:
• Definir claramente seu objeto de estudo (comportamento, consciência etc.).
• Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas do conhecimento.
• Formular métodos de estudo do seu objeto.
• Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área.
As variadas teorias psicológicas, a partir desse momento, passam a 
obedecer aos critérios básicos do método científico, isto é, buscar a neutralidade, 
os dados passam a ser passíveis de comprovação e o conhecimento acaba sendo 
acumulativo, ou seja, permite a continuação de pesquisas na área.
Embora a Psicologia tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que 
ela encontra condições para crescer rapidamente. A partir do que foi apresentado, 
uma constatação interessante é que as primeiras ciências a se desenvolverem 
foram justamente as que tratam do que está mais distante do homem, como, por 
exemplo, a Astronomia. As que se referem ao que está mais próximo são as que 
tiveram desenvolvimento mais tardio. Nesse sentido, a Psicologia é uma das 
áreas mais novas da Ciência, com, aproximadamente, 135 anos. Em termos de 
história, isso é muito pouco e exemplifica a fragilidade da mesma em explicar 
ainda muitas coisas.
3 DEFINIÇÃO E OBJETO DE ESTUDO DA 
PSICOLOGIA SOCIAL
FIGURA 2 – GENEALOGIA DO GÊNERO, RAÇA, ESPÉCIE
FONTE: Disponível em: <http://permissaveniablogspotcom.blogspot.com/2010/06/cotacao.
html>. Acesso em: 31 out. 2011.
A partir do conceito de Psicologia parece óbvio que a Psicologia Social 
deveria então estudar o comportamento social, porém, como afirma Lane (2008), 
surgem algumas polêmicas: quando o comportamento se torna social? São 
possíveis comportamentos não sociais nos seres humanos?
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
8
Para Ramos (2003), a dificuldade de definição da Psicologia Social pode 
ser explicada na imprecisão de seus objetivos. Sendo uma disciplina relativamente 
recente, ainda não há consenso no sentido dedelimitação dos seus objetivos de 
forma precisa e ainda da extensão da sua aplicação. 
Considerada por muitos como um mix entre Psicologia e Sociologia, no 
polo da Psicologia a impressão que se tem é que tudo que não pertence à Psicologia 
fisiológica seria Psicologia social: suas funções psíquicas só se compreenderiam no 
jogo das suas relações sociais. O comportamento humano é social pela sua natureza 
e/ou pelos seus fins. No polo da Sociologia todo estudo dos fatos sociais, tendo o 
homem como centro, converter-se-ia em uma Psicologia Social. 
Kimbal Young (apud RAMOS, 2003) traz uma concepção de Psicologia 
Social bastante interessante e completa. Segundo ele, o estudo da personalidade 
é o grande objetivo da Psicologia Social, no entanto, enquanto que a Psicologia 
individual estuda os aspectos organopsicológicos da personalidade, a Psicologia 
Social trata do estudo da personalidade e do desenvolvimento em relação à 
ambiência social. Essa definição deixa claro o grande objetivo e o recorte bastante 
específico da Psicologia Social: estudar a personalidade como expressão da 
interação do indivíduo em seu meio social e cultural. 
Lane (2008) afirma que o enfoque da Psicologia Social é estudar o 
comportamento no que ele é influenciado socialmente. Isso acontece desde 
o momento que nascemos ou até mesmo antes do nascimento. Essa influência 
histórico-social se faz sentir, primordialmente, pela aquisição da linguagem. 
Podemos perceber, então, que é bastante difícil encontrarmos comportamentos 
humanos que não envolvam componentes sociais, embora sejam estes os 
elementos que se tornaram o enfoque da Psicologia Social. Em outras palavras, a 
Psicologia Social estuda a relação entre o indivíduo e a sociedade. 
Para Rodrigues, Assmar e Jablonski (1999), a Psicologia Social é a área da 
Psicologia que procura estudar a interação social. Segundo os mesmos autores 
(1999, p. 24), “[...] a Psicologia Social é o estudo científico de manifestações 
comportamentais de caráter situacional suscitadas pela interação de uma pessoa 
com outras pessoas ou pela mera expectativa de tal interação [...]”. Para os autores, 
a Psicologia Social estuda os fenômenos sociais, comportamentais e cognitivos 
decorrentes da interação entre as pessoas. 
O que caracteriza o aspecto social do comportamento estudado é a 
importância dada à influência de fatores situacionais. Todas as definições, em 
maior ou menor grau, acabam por acentuar os fatores psicológicos individuais, 
ora os fatores sociológicos presentes na interação social. Segundo Bock, Furtado 
e Teixeira (2002), a interação social, a interdependência entre os indivíduos, o 
encontro social são os objetos investigados por essa área da Psicologia.
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
9
IMPORTANT
E
Fenômenos cognitivos ou mesmo o termo cognição significam “aquisição 
de conhecimento” ou a forma como as pessoas processam as informações. Cognição é 
sinônimo de processos mentais que estão por detrás dos comportamentos. São exemplos: 
atenção, percepção, memória etc. Esse termo é bastante presente na Psicologia Social de 
base norte-americana (Psicologia social cognitiva), vertente que será apresentada no tópico 
seguinte.
Para Ramos (2003), após o exercício de buscar definir Psicologia Social, 
normalmente se chega à conclusão de que ela acaba por estudar três ordens gerais 
de fenômenos: em primeiro lugar, a Psicologia Social estuda as bases psicológicas do 
comportamento social e, nesse sentido, aproxima-se da Psicologia do indivíduo. Em 
seguida, estuda as interações psicológicas dos indivíduos na vida social. Por último, a 
Psicologia Social se atém à influência dos grupos sobre a personalidade, acaba então 
sendo uma espécie de Sociologia psicológica ou uma Psicologia cultural.
DICAS
Para aprofundar algumas questões introdutórias em relação à Psicologia Social, 
um livro de fácil compreensão é: LANE, Silvia T. M. O que é Psicologia social. Coleção 
Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 2008.
Partindo da convicção de que ela não é uma ciência autônoma, e mais do 
que isso, diante da dificuldade de delimitação de suas especificidades, a seguir, 
buscaremos fazer algumas relações, apontaremos semelhanças e diferenças 
com áreas que de alguma forma “disputam” o mesmo objeto de estudo, até por 
fazerem também parte das chamadas ciências humanas.
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
10
4 RELAÇÃO COM ÁREAS AFINS
FIGURA 3 – COMUNICAÇÃO – FALAR EM PÚBLICO
FONTE: Disponível em: <http://www.babado.org/tag/medo>. Acesso em: 31 out. 2011.
Dificilmente, ao entrar em contato com a Psicologia Social, não surge 
dúvida em relação à diferença entre Psicologia Social e outros setores afins do 
conhecimento, tais como: Sociologia, Antropologia, Filosofia e até mesmo as 
demais áreas da Psicologia. Rodrigues, Assmar e Jablonski (1999) relatam as 
aproximações e os distanciamentos da Psicologia Social com outros campos do 
saber de maneira bastante perspicaz. 
Uma primeira área do conhecimento que tem relações bastante próximas 
com a Psicologia Social e que, provavelmente, acaba sendo a área que gera mais 
dúvida em relação às diferenças é a Sociologia. De maneira bastante breve, 
podemos afirmar que a Sociologia é a ciência que tem como objeto de estudo a 
sociedade, as instituições sociais e as relações sociais. Podemos dizer que é uma 
“teoria da sociedade”. A Sociologia pode ser considerada uma ciência social 
cujo objeto de estudo é a sociedade moderna. Em outros termos, é uma teoria da 
modernidade.
Dificilmente se encontra um psicólogo social ou um sociólogo que 
afirme, categoricamente, que Psicologia Social e Sociologia são ramos totalmente 
distintos. A maioria se inclina a acreditar que tem um objeto formal até distinto, 
embora reconheçam que exista algo em comum de maneira bastante nítida. 
É comum e coerente, inclusive, a afirmação de que quando temos um campo 
de interseção entre Psicologia e Sociologia, é exatamente aí que encontramos a 
Psicologia Social, que estudaria não só o indivíduo nas suas reações sociais como 
também a sociedade nos seus aspectos psicológicos. Dessa forma, a Psicologia 
Social e a Sociologia têm um objeto idêntico ou quase idêntico, no entanto, diferem 
na maneira pela qual estudam esse objeto, formulando perguntas diferentes 
aos seus processos investigativos. Talvez uma afirmação possível e simples 
para delimitar a diferença seria a de que enquanto o psicólogo social estuda o 
indivíduo no grupo, o sociólogo considera o grupo como um todo. Não há como 
negar, porém, uma área de interseção grande entre essas duas disciplinas e, em 
alguns momentos alguns estudos, acabam por pouco ou nada diferirem.
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
11
Já a distinção entre a Psicologia Social e a Antropologia é bem mais 
nítida. De forma extremamente simplificada, é possível dizer que a Antropologia 
se refere à ciência que estuda as culturas humanas nos mais variados aspectos. 
Normalmente, ela é dividida em Antropologia biológica e Antropologia cultural. 
A primeira, como o nome já indica, dedica-se aos aspectos biológicos dos seres 
humanos e, por isso, normalmente, é classificada como uma ciência natural, 
enquanto que a segunda busca analisar e compreender o desenvolvimento das 
sociedades humanas ao redor do mundo e é considerada uma ciência social. 
Não se tem dúvida de que os estudos antropológicos fornecem dados 
valiosos para o entendimento do comportamento humano em diferentes culturas, 
principalmente os ligados à Antropologia cultural, entretanto, a Antropologia 
estuda as produções humanas nas diferentes culturas, embora não faça isso de 
forma individualizada tal como pretende em alguns momentos fazer a Psicologia 
Social. Em suma, a Antropologia é uma área de importância incontestada para a 
Psicologia Social,embora tenha nuances e características bastante distintas.
 Diferente da Psicologia Social, da Sociologia e da Antropologia, citadas 
anteriormente e que compartilham o método científico (observação – hipótese – 
experimentação – generalização), a Filosofia coloca-se em um patamar diferente. 
Embora trabalhe com enunciados precisos e rigorosos, por ter como objeto de estudo 
coisas abstratas, ela busca encadeamentos lógicos a partir da utilização da razão. Mais 
importante do que as respostas alcançadas via experimentação, a Filosofia contenta-
se em suscitar perguntas e questionar aquilo que comumente se tem como natural. 
Dessa forma, em relação à Psicologia Social, a primeira diferença consiste 
exatamente na diferença entre objetividade por parte da Psicologia Social e 
especulação por parte da Filosofia. Vale ressaltar que nos referimos a métodos e a 
objetos de estudo diferentes, o que faz com que seja inconveniente a terminologia 
melhor/pior. Embora todo psicólogo ou mesmo toda pessoa tenha suas convicções 
filosóficas, como a melhor organização da sociedade, finalidade da vida em 
sociedade etc., a Psicologia Social acaba por se ater a questões mais superficiais, 
diferente da Filosofia, que busca e faz questão de ser radical (ir à raiz das coisas). A 
grande diferença reside, então, sobretudo, no grau de abstração de uma e de outra. 
Outra dúvida que aparece com frequência quando se entra em contato 
com a Psicologia Social é a da diferença entre ela e os demais setores ou áreas da 
Psicologia. Como será colocado a seguir, ao se discutir o significado do termo 
“social”, não há consenso em relação a isso. Por um lado, é possível dizer que 
em comum com as demais áreas da Psicologia (Psicologia Clínica, Psicologia 
Organizacional, Psicologia Escolar etc.), temos o fato de que todas se veem 
constantemente às voltas com o estudo das interações humanas. Por outro lado, 
a distinção entre as várias áreas da Psicologia parecem se dar pela ênfase posta 
no estudo de certos fenômenos psicológicos em detrimento de outros. No caso da 
Psicologia Social parece evidente o fato de que o que a caracteriza, como colocado 
no item 2 (definição e objeto de estudo), é a ênfase dada às relações sociais, ao 
estudo da influência dos fatores situacionais no comportamento humano. 
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
12
5 O SIGNIFICADO DO TERMO “SOCIAL”: POSSIBILIDADES 
DE INTERPRETAÇÃO
Muitas poderiam ser as áreas nas quais as comparações teriam sentido e 
importância, no entanto, foram escolhidas algumas em que as dúvidas são mais 
comuns, com o intuito de exercitarmos as relações, a partir da compreensão da 
definição e objeto de estudo expostos no item 2 desse tópico. Feito isso, para 
encerrar esse primeiro contato com a Psicologia Social, buscaremos aprofundar o 
significado do termo “social” a seguir.
FIGURA 4 – ECONOMIA CRIATIVA
FONTE: Disponível em: <http://www.papocriativo.com.br/tag/economia-criativa/>. Acesso em: 
31 out. 2011.
Reflexão interessante é a trazida por Moreira (2007) a respeito da formação 
em Psicologia Social e as primeiras perguntas que os alunos fazem ao entrar em 
contato com a disciplina: “O que é Psicologia Social?”, “O que faz um psicólogo 
social?”. Aparentemente essas perguntas e as respectivas respostas deveriam 
ser trabalhadas como conteúdo obrigatório e como introdução da disciplina de 
Psicologia Social, no entanto, o autor revela que, na prática cotidiana, o que se 
percebe é que essas questões permanecem pouco claras.
Moreira (2007) expõe que, ao lecionar a disciplina de Psicologia Social, 
propôs aos alunos que expusessem o significado da palavra “social” para eles. 
Vale ressaltar que esses alunos não tinham qualquer contato anterior com a 
disciplina. Suas visões foram construídas a partir dos comentários de outros 
alunos que cursaram alguma disciplina afim ou mesmo pelo que já haviam lido 
ou escutado a respeito, nos mais diversos meios de informação. Moreira percebeu 
que algumas ideias estão frequentemente associadas à Psicologia Social e que as 
respostas podiam ser agrupadas em três categorias básicas, entre elas a de que 
“toda psicologia é social”, a de que “a psicologia social trabalha com os pobres” 
e, finalmente, que “a psicologia social é essencialmente crítica”. Buscaremos, a 
seguir, analisar as seguintes proposições, tentando esclarecer o que há de verdade 
e mito nessas afirmações.
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
13
A primeira ideia presente e expressa por parte dos alunos se refere à 
opinião de que “toda psicologia é social”. Freud, em 1921, na sua obra “Psicologia 
de grupo e análise do ego”, aponta que toda a psicologia individual pode ser 
considerada uma psicologia social, pelo fato de que não é possível pensar o 
sujeito fora de suas relações com o outro. Em consonância com essa afirmação, 
Silvia Lane, em várias obras, faz exatamente essa afirmação: toda psicologia é 
social ou pelo menos deveria ser. “[...] esta afirmação não significa reduzir as 
áreas específicas da Psicologia à Psicologia Social, mas sim cada uma assumir 
dentro da sua especificidade a natureza histórico-social do ser humano”. (LANE, 
1984, p. 19). O que está implícita nessa afirmação é o fato de ela defender que não 
há a possibilidade de conhecer e compreender qualquer comportamento humano 
isolando-o ou fragmentando-o, como se existisse em si e por si. 
O sujeito com o qual a Psicologia trabalha é um ser relacional e histórico e, 
nesse sentido, as explicações que tomam como base a natureza, a herança genética 
e o comportamento inato acabam sendo colocadas em xeque nessa concepção. 
Diante do exposto, a afirmação de que “toda psicologia é social” parece ter sentido 
ao se compartilhar a premissa colocada até então. Como não existe uma única 
Psicologia e sim “psicologias”, temos dificuldade de colocar um ponto final nessa 
discussão, visto que algumas abordagens não compartilham esses pressupostos. 
Outra proposição recorrente é a de que “a psicologia social trabalha com 
os pobres”. Nesse caso o “social” acaba estando bastante atrelado à Assistência 
Social e na qual a Psicologia teria, nesse caso, a função de intervir no meio 
social, a fim de “ajudar” as classes menos favorecidas. É interessante o fato de 
que a universalidade da expressão “toda psicologia é social” se perde, pois é a 
Psicologia Social que se dedica e trabalha com os pobres. O “social”, nesse caso, 
acaba sendo quase um sinônimo de “carente”. 
É fato que a Psicologia Social produziu e produz constantemente 
metodologias para a intervenção em grupos e comunidades das periferias das 
grandes cidades e para a população em situação de vulnerabilidade social, 
sobretudo com o intuito de incluir esses grupos e comunidades, em defesa da 
cidadania. No entanto, o grande equívoco talvez esteja no ponto em que se reduz 
o campo de atuação da Psicologia Social a somente isso. 
A Psicologia Social debruça-se sobre todo e qualquer fenômeno coletivo da 
sociedade e às relações sociais existentes. Entretanto, a partir de uma perspectiva 
crítica, em uma sociedade desigual e produtora de desigualdades de toda ordem 
como no Brasil, ela acaba por se ater a esta problemática de forma significativa, 
com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de grande 
parte da população que vive em condições precárias.
A última ideia presente no estudo relatado por Moreira (2007) é a de que 
a Psicologia Social tem natureza crítica. Nesse sentido, essa concepção parece 
ser equivocada, já que parte do princípio de que todas as outras psicologias e 
suas práticas seriam alienadas e alienantes. Não seriam se fizessem a almejada 
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
14
crítica social. Nessa ótica, a Psicologia Social seria o “certo”, enquanto as outras 
psicologias seriam “erradas”, dando à PsicologiaSocial um status superior e, 
inclusive, autorizando-a a criticar os mais diversos campos da Psicologia. Outro 
problema reside na dificuldade, a partir dessa suposta superioridade, de ser 
feita uma crítica interna, um olhar sobre a própria Psicologia Social, acertos e 
equívocos.
Diante do que foi apresentado até então sobre o significado do “social” 
acrescido ao termo Psicologia, é importante notarmos que facilmente podemos 
cair em armadilhas, visto que não é raro esse termo significar muitas coisas e, 
em alguns momentos, totalmente distintas. No caso da nomenclatura “Psicologia 
Social”, e voltando às discussões expostas no início desse tópico, o “social” acaba 
por significar “relações sociais” ou até mesmo “sociedade”, adjetivo que designa 
o que é relativo à sociedade, como é trazido por vários dicionários da língua 
portuguesa. 
O termo “social” exprimiria a aplicação da Psicologia aos fatos sociais, 
assim como a Psicologia educacional se voltaria à educação e a Psicologia 
organizacional às organizações. Em síntese, o termo “social” traz a ideia de 
um “olhar para fora”, contrário à cegueira que fez por muito tempo parte da 
Psicologia e que levou à mesma a falácia de achar que o ser humano pode ser 
explicado e compreendido a partir dele mesmo, ignorando o entorno, as várias 
variáveis externas que acabam por interferir no desenvolvimento humano e na 
construção da subjetividade.
ESTUDOS FU
TUROS
Na Segunda Unidade, abordaremos a temática desenvolvimento humano por 
um viés psicossocial, que é o da Psicologia Social. Na Terceira unidade, entraremos em 
contato com vários conceitos importantes em Psicologia Social, dentre eles a subjetividade.
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
15
OS OUTROS
S. T. M. Lane
O ser humano ao nascer necessita de outras pessoas para a sua 
sobrevivência, no mínimo de mais uma pessoa, o que já faz dele membro 
de um grupo (no caso, de uma díade – grupo de dois). E toda a sua vida será 
caracterizada por participações em grupos, necessárias para a sua sobrevivência, 
além de outros, circunstanciais e esporádicos, como os de lazer ou aqueles que se 
formam em função de um objetivo imediato.
Assim, desde o primeiro momento de vida, o indivíduo está inserido 
num contexto histórico, pois as relações entre o adulto e a criança recém-nascida 
seguem um modelo ou padrão que cada sociedade desenvolve e que considera 
correta. São práticas consideradas essenciais e, portanto, valorizadas; se não 
forem seguidas, dão direito aos “outros” de intervirem direta ou indiretamente. 
E, quando se fala em “dar o direito”, significa que a sociedade tem normas e/
ou leis que institucionalizam aqueles comportamentos que historicamente vêm 
garantindo a manutenção desse grupo social.
Em cada grupo social encontramos normas que regem as relações 
entre indivíduos, algumas são mais sutis, ou restritas a certos grupos, como as 
consideradas de “bom-tom”, outras são rígidas, consideradas imperdoáveis se 
desobedecidas, até aquelas que se cristalizam em leis e são passíveis de punição 
por autoridades institucionalizadas. Essas normas são o que, basicamente, 
caracteriza os papéis sociais, e que determinam as relações sociais: os papéis de 
pai e de mãe se caracterizam por normas que dizem como um homem e uma 
mulher se relacionam quando eles têm um filho, e como ambos se relacionam 
com o filho e este, no desempenho de seu papel com os pais.
Do mesmo modo, o chefe de uma empresa só o será, em termos de papel, 
se houver chefiados que, exercendo seus respectivos papéis, atribuam um sentido 
à ação do chefe, ou seja, um complementa o outro: para agir como chefe tem que 
ter outros que ajam como chefiados. Essa análise poderia ser feita em todas as 
relações sociais existentes em qualquer sociedade – amigos, namorados, estranhos 
LEITURA COMPLEMENTAR
UNI
No texto a seguir fica clara a importância dada aos outros, às relações sociais. 
Buscando explicar como nos tornamos sociais, a autora ressalta a importância dos “outros” 
na construção do que somos. Leia com atenção, pois além de se relacionar com o conteúdo 
apresentado anteriormente, também é importante para a leitura da Unidade 2.
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
16
na rua, que interagem circunstancialmente, balconista e freguês – em relação 
a todos existem expectativas de comportamentos mais ou menos definidos e 
quanto mais a relação social for fundamental para a manutenção do grupo e da 
sociedade, mais precisas e rígidas são as normas que a definem.
E a pergunta que sempre ocorre é: e a individualidade? Aquelas 
características peculiares de cada indivíduo? Afinal, se nós apenas desempenhamos 
papéis, e tudo que se faz tem sua determinação social, onde ficam as características 
que individualizam cada um de nós?
A resposta é, mais ou menos, como aquela estória do pai dizendo à filha: 
“Você pode se casar com quem quiser, desde que seja como o João...”. Em outras 
palavras, podemos fazer todas as variações que quisermos, desde que as relações 
sejam mantidas, isto é, aquelas características do papel que são essenciais para 
que a sociedade se mantenha tal e qual.
Existem teorias que definem os papéis sociais em termos de graus 
máximos e mínimos, de variações possíveis, e exemplificam com fatos como: 
a rainha Elizabeth (Inglaterra), na abertura do Parlamento, desempenha um 
papel totalmente definido; qualquer ação ou não ação que saia fora do protocolo 
gera confusão. Por outro lado, quando Zé da Silva está em um país estranho, 
se aventurando por conta própria (sem ser um “turista” o que já é um papel), 
atuando como um cidadão comum, sem ter as determinações daquela sociedade e, 
sabendo que a qualquer momento ele poderá se explicar como sendo estrangeiro, 
ele se dá o direito de fazer como sente, como gosta, “ele pode ser ele mesmo”, 
ou seja, fazer coisas que não faria se as pessoas o conhecessem, o identificassem 
como filho de “fulano”, casado com “sicrana”, que trabalha na firma X.
Agora podemos pensar em toda a variedade de situações que nós vemos 
cotidianamente e reconhecermos situações em que somos mais determinados e 
outras em que somos menos determinados, ou seja, “livres”.
Essa liberdade de manifestarmos a nossa personalidade também tem a 
sua determinação histórica: naquelas atividades sociais que não são importantes 
para a manutenção da sociedade, ou, às vezes, até o contrário, a contravenção 
necessária para reforçar o considerado “correto”, “normal” – os grupos 
considerados “marginais” reafirmam os sérios e trabalhadores, desde que não 
ponham em risco a ordem da sociedade; então a ordem é: façam como quiserem, 
sabendo que o “querer” é limitado; porém, naquelas situações, as quais podem 
abalar todo o sistema de produção da sobrevivência social, a liberdade se restringe 
a um “estilo” (ser mais ou menos sorridente, mais ou menos sério, mais expansivo 
ou mais tímido, entre outros). Assim como a rainha Elizabeth na abertura do 
Parlamento, o trabalhador se relaciona com suas ferramentas e máquinas, com 
seus chefes e mesmo com seus colegas de trabalho segundo um protocolo muito 
bem definido, pois, afinal, se ele não o fizer, o outro se sairá melhor ou ele perderá 
o emprego.
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
17
O viver em grupos permite o confronto entre as pessoas e cada um vai 
construindo o seu “eu” nesse processo de interação, através de constatações 
de diferenças e semelhanças entre nós e os outros. É nesse processo que 
desenvolvemos a individualidade, a nossa identidade social e a consciência de 
si mesmo.
FONTE: Lane (2008, p. 12-16)
18
Neste tópico, que pretendeu aproximá-lo(a) do conceito de Psicologia 
Social (definição e objeto de estudo), as principais informações podem ser 
agrupadas nos seguintes itens:
• É possível definir a psicologia comoa ciência que estuda o comportamento.
• É clara a dificuldade de definição da Psicologia Social por não se ter consenso 
em relação aos seus objetivos e aplicação.
• Psicologia Social pode ser definida como a área da Psicologia que estuda a 
relação entre indivíduo e sociedade ou, então, a interação social.
• A Psicologia Social compartilha com as demais ciências humanas o estudo do 
homem e, por esse motivo, as diferenças e semelhanças com as demais áreas 
em alguns momentos gera dúvida por grande parte dos que se atrevem a 
conhecê-la com mais afinco. A maior dúvida está na diferença entre Psicologia 
Social e Sociologia, porque é comum o fato dela ser colocada entre a Psicologia 
e a Sociologia.
• O termo “social” desperta vários significados e conotações. Em seu sentido 
“puro” se refere às relações sociais, à sociedade: Psicologia Social seria então a 
aplicação da Psicologia aos fatos sociais.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
1 A partir das informações trazidas neste tópico, defina Psicologia Social, 
diferencie-a das demais áreas da Psicologia e da Sociologia e, por último, 
explique o significado do termo “social” presente nesta nomenclatura.
AUTOATIVIDADE
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os seguintes livros:
RAMOS, A. Introdução à Psicologia Social. 4. ed. São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 2003.
FIGUEIREDO, Luís Cláudio Mendonça; DE SANTI, Pedro Luiz Ribeiro. 
Psicologia: uma nova introdução. 2.ed. São Paulo: EDUC, 2004.
20
21
TÓPICO 2
A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 5 – PSICOLOGIA SOCIAL
FONTE: Disponível em: <http://psicologiaadm.blogspot.com/2011/04/psicologia-social-do-que-
se-trata.html>. Acesso em: 1 nov. 2011.
Falar em invenção da Psicologia Social não significa acreditar que seu 
surgimento se deve a um mero acaso ou “capricho” de algum intelectual buscando 
evidência, mas invenção a partir da premissa de que é fruto de uma necessidade 
histórica, em que se exige um novo campo do saber, que possa trazer respostas e 
propor soluções até então inacessíveis e inconcebidas. A partir dessa constatação, 
explicar o aparecimento relativamente recente de um campo de conhecimento 
e de um conjunto de práticas, para se ocupar das “relações sociais” entre os 
indivíduos, é o que nos propomos a seguir. 
Iniciaremos buscando melhor compreender seu surgimento em nível 
mundial, para daí, então, refletirmos sobre as peculiaridades do surgimento e 
construção da Psicologia Social no Brasil.
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
22
2 PSICOLOGIA SOCIAL MODERNA: UM FENÔMENO 
CARACTERISTICAMENTE AMERICANO
FIGURA 6 – MEDITAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://prcardson.blogspot.com/2011/03/confissao-positiva-realmente-
vale-pena.html>. Acesso em: 1 nov. 2011.
São infindáveis as controvérsias ou mesmo a ênfase dada na bibliografia da 
área a respeito do histórico da Psicologia Social. Temos desde os que ignoram essa 
temática a alguns poucos que se atrevem a fazer algumas inferências. Muito poucos 
são os que buscam aprofundar essa questão de forma consistente.
Entre os que consideram esse tema relevante, há o consenso de que existem 
resquícios da Psicologia Social tal como é concebida hoje, desde o momento em 
que se buscou estudar e compreender a natureza social do homem ou mesmo a 
formação da sociedade. No entanto, de forma mais sistemática, normalmente, tem-
se sua demarcação, enquanto área do conhecimento, no final do século passado 
ou mesmo durante este século. Buscaremos melhor compreender esse momento 
em específico, deixando de lado a “pré-história” da Psicologia Social (as bases 
filosóficas que serviram como alicerce ao momento que vivenciamos hoje).
Em se tratando de marcos, datas e nomes, ao final do século XIX, encontramos 
grande produção no que foi denominado “Psicologia das massas”. Nessa época 
surgem livros como “As leis da imitação”, de Gabriel Tarde (1890), “A Psicologia das 
multidões”, de Gustave Le Bon (1895), “As representações individuais e coletivas”, 
de Émile Durkheim (1898) e, ainda, os dez volumes de “Psicologia dos povos”, de 
Wundt, entre 1900 e 1920 (MAYORGA; PRADO, 2007).
Nesse sentido, não há consenso em relação ao seu surgimento exatamente, 
no entanto, muitos autores acabam por considerar como marco inaugural da 
Psicologia Social, e inauguração da denominação “psicologia social”, a publicação, 
em 1908, de “Social psychology” pelo sociólogo Edward A. Ross, e “An introduction 
TÓPICO 2 | A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
23
to social psychology”, pelo psicólogo William McDougall. O que parece ser consenso 
é que a Psicologia Social surge no século XX como uma área da Psicologia que faz 
uma ponte entre a Psicologia e a Sociologia. Sua formação está muito atrelada aos 
movimentos ideológicos e conflitos presentes nesse período.
Já ao se referir a acontecimentos recentes que contribuíram para a 
solidificação da Psicologia Social enquanto estudo científico e sistemático, temos um 
desenvolvimento bastante grande após a Primeira Guerra Mundial. Juntantemente 
com outras ciências sociais, buscou-se procurar compreender as crises e as convulsões 
que abalavam o mundo naquela ocasião. No entanto, seu reconhecimento e o período 
de maior produção se dão, segundo Farr (1999), após a Segunda Guerra Mundial. 
A guerra, com suas nuances e consequências, acabou por impulsionar de 
forma avassaladora o desenvolvimento da Psicologia Social, semelhante ao que 
a Primeira Guerra Mundial fez com os testes psicométricos. Nessa perspectiva, a 
Segunda Guerra Mundial é um elemento-chave para a compreensão da construção 
da Psicologia Social e, a partir dela, é possível significar as características da 
mesma tal qual conhecemos hoje.
Na Segunda Guerra Mundial são inúmeras as pesquisas realizadas pelos 
cientistas sociais, com o intuito de buscar respostas para várias questões que 
se colocavam naquele momento. Como exemplo, foram realizados inúmeros 
levantamentos sociais com o objetivo de adequar os soldados à vida do exército, 
bem como entender a participação nos combates e as consequências associadas. 
As várias pesquisas realizadas naquele momento foram importantes por 
uma série de razões, sobretudo para o desenvolvimento de programas conjuntos 
de pesquisa entre Psicologia e Sociologia. Vários programas interdisciplinares têm 
início nesse período, em várias universidades. Esse fato em específico é de suma 
importância para o desenvolvimento da Psicologia Social na era moderna. Em 
muitas disciplinas, inclusive em Psicologia Social, a geração de estudantes de pós-
graduação após a guerra foi qualitativamente e quantitativamente rica.
É possível afirmar que foram muitos os fatores que moldaram e interferiram 
no desenvolvimento histórico da Psicologia Social. Acontecimentos da vida real 
podem e acabam tendo uma influência marcante e, muitas vezes, dramática no 
desenvolvimento histórico das disciplinas acadêmicas. Em relação à Psicologia 
Social isso não foi diferente. Para Cartwright (apud FARR, 1999, p. 24) “[...] se 
fôssemos obrigados a nomear uma pessoa que teve o maior impacto nesse campo, 
essa deveria ser Adolf Hitler”. O que fica claro é a importância e os grandes reflexos 
da Segunda Guerra Mundial para a Psicologia Social. 
Além dos estudos anteriormente citados, o próprio surgimento do nazismo 
na Alemanha fez com que vários intelectuais migrassem para a América, dentre 
eles, Kurt Lewin, Heider, Kohler, Wertheimer etc. Foi de particular importância 
a migração dos psicólogos da Gestalt da Áustria e da Alemanha para a América. 
A presença desses personagens e de muitos outros nos Estados Unidos, mais 
especificamente, foi crucial para o engrandescimento da Psicologia Social. 
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
24
Nesse sentido, ao buscarmos compreender a origeme as raízes da 
Psicologia Social, percebemos que, apesar de encontrarmos resquícios em toda 
a tradição ocidental, seu florescimento atual é reconhecido como um fenômeno 
caracteristicamente americano. As raízes são vistas como europeias e as flores 
como especificamente americanas. É nos Estados Unidos que ganha um status 
experimental e surge inclusive a primeira forma estruturada de Psicologia Social, 
conhecida como Psicologia Social Cognitiva. 
Embora entremos em maiores detalhes em um tópico posterior é importante 
deixar claro, nesse momento, que a Psicologia Social americana pode ser considerada 
uma forma psicológica de Psicologia Social. Embora seja incontestável que faça 
parte do nascimento da Psicologia Social a relação com a Sociologia e outras 
ciências sociais, o enfoque emergente tem uma natureza bastante individual, típica 
da tradição psicológica dominante da Psicologia Social nos EUA, e alvo de críticas 
por muitos que atestam seu caráter ideológico e mantenedor das relações sociais 
existentes, ou seja, uma Psicologia claramente conservadora.
ESTUDOS FU
TUROS
As características bem como as diferenças entre as considerada Psicologia social 
psicológica e a Psicologia social sociológica serão abordadas em breve quando buscarmos 
compreender as diferentes “psicologias” sociais: Psicologia social cognitiva e Psicologia 
sócio-histórica.
3 A PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL
FIGURA 7 – PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL
FONTE: Disponível em: <http://ucha.blogia.com/2009/061601-psicologia-do-esporte-no-brasil-
uma-historia-a-ser-contada....php>. Acesso em: 1 nov. 2011.
TÓPICO 2 | A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
25
No Brasil, semelhante ao que ocorreu em toda a América Latina, a 
influência maior na Psicologia foi a norte-americana. É pertinente a afirmação 
de que a primeira obra em Psicologia Social foi publicada em 1921. De autoria de 
Francisco José de Oliveira Viana e intitulada “Pequenos estudos de Psicologia”, 
foi composta de vários artigos, dentre eles alguns com temas enfatizando o meio 
social e o meio político. 
É importante ressaltar que nessa época já havia um pensamento psicossocial 
no Brasil. Dentre os autores mais relevantes, destacam-se, ainda no século XIX 
e na passagem para o século XX, Sylvio Romero, Raimundo Nina Rodrigues e 
Manoel Bomfim, todos frutos de um momento no qual se tinha o predomínio das 
ideias positivistas de forma bastante evidente. O regime escravocrata era uma 
questão bastante discutida em suas obras.
IMPORTANT
E
Positivismo: termo complexo e com reflexos em várias áreas, designa uma 
corrente de pensamento que prevê que a ciência é a única explicação legítima da realidade. 
A Psicologia, assim como nas demais ciências humanas defende a noção de que se deve 
adotar os mesmos métodos nas ciências da natureza, como a objetividade e a mensuração.
Na década de 30 surgem os primeiros cursos superiores em Psicologia 
Social, dos quais se destaca o ministrado em 1935 por Arthur Ramos e que resultou 
na edição do livro “Introdução à Psicologia Social”, em 1936. 
Ao tentar compreender a origem da Psicologia Social no Brasil, exercício 
interessante é, primeiramente, analisar o que a Psicologia buscou explicar e fazer 
através dos tempos. Antunes (1999) expõe que já no Brasil Colonial encontramos 
estudos sobre fenômenos psicológicos embutidos em outras áreas, como: Teologia, 
Pedagogia, Política e Arquitetura. 
A produção daquele momento se debruçava sobre o estudo das emoções, 
sentidos, autoconhecimento, adaptação ambiental, diferenças raciais, entre 
outros temas. Escritos por autores de formação jesuítica, a intenção claramente 
detectável era a de contribuir para o controle dos indígenas.
Mais tarde, com a vinda da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, 
são muitas as alterações sociais associadas. O crescimento das cidades, sem 
infraestrutura e preparo apropriado, faz emergir problemas até então não tão 
alarmantes, como: doenças, miséria, prostituição e loucura. Surge uma demanda 
de serviços até então inexistentes, como: educação em seus diversos níveis. 
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
26
É nesse período (século XIX) que se desenvolvem, no país, as ideias de 
saneamento (físico e moral) e higienização das cidades. Os conteúdos psicológicos 
aparecem nas produções médicas para caracterizar as doenças mentais e morais 
presentes nas prostitutas, nos pobres e nos loucos. É o período da criação dos 
grandes hospícios. Buscava-se uma sociedade livre da desordem e dos desvios.
O final do século XIX trouxe a República e no século XX tem-se a 
modernização da sociedade brasileira, a Psicologia começa a se separar como 
área. Acontece a efetivação da Psicologia enquanto ciência autônoma e a produção 
da Psicologia se atém à Educação, as escolas transformam-se em verdadeiros 
laboratórios e surge o movimento chamado Escola Nova.
IMPORTANT
E
Escola Nova foi o nome dado ao movimento que ganhou impulso na década 
de 1930 que pregava a Educação como elemento-chave para o crescimento do país. Buscou 
uma renovação na Educação a partir da defesa de métodos ativos e criativos, diferente do 
que era feito até então.
As ideias psicológicas nesse período podem ser caracterizadas pelo 
interesse em diferenciar as pessoas, pois a predominância é a de que as 
capacidades são inerentes ou não aos indivíduos. Com esse intuito, percebe-se 
o desenvolvimento dos testes psicológicos, instrumentos que permitiam essa 
prática diferenciadora e categorizadora da Psicologia. O chavão “o homem certo 
no lugar certo” também está presente, principalmente associado à Administração 
e à gestão do trabalho, no qual se busca, a todo custo, a seleção de trabalhadores 
para as empresas.
Em síntese, para Bock (2003), temos o controle como marca fundamental 
no período colonial, a higienização no início do século XIX e a diferenciação no 
século XX. Já no século XX a institucionalização da Psicologia torna-se evidente 
e, em 1962, tem-se como marco a Lei nº 4.119, que regulamentou a profissão no 
país. Nos anos que se seguem, proliferaram, no país, os cursos de Psicologia, 
associações profissionais e científicas, assim como a abertura de campos de 
trabalho, indicando que a Psicologia passa a se desenvolver com vigor.
Diante do que foi colocado até então, fica claro que a tradição da Psicologia 
no Brasil foi marcada por um compromisso com as elites, a partir da constatação 
de que o interesse maior era controlar, higienizar, categorizar e diferenciar, 
objetivos claramente de uma minoria e necessários à manutenção e/ou incremento 
do lucro, dentre outros interesses secundários. 
TÓPICO 2 | A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
27
Assim, a Psicologia se institui como uma ciência extremamente 
conservadora, pouco ou praticamente nada preocupada com qualquer tipo 
de projeto de transformação social. Adotou no seu início uma perspectiva 
essencialmente naturalizante de homem e de seu desenvolvimento psíquico 
(BOCK, 2003).
UNI
Você deve se perguntar: o que significa isso? Vamos lá!
O que fica evidente até esse momento é uma concepção de fenômeno 
psicológico como algo possível de ser explicado a partir do próprio sujeito. O 
fenômeno psicológico pode ser considerado naturalizado e universal, por se ter 
a prevalência da ideia de que está em todos nós, ao nascermos, e se desenvolverá 
conforme o homem for entrando em contato com o meio no qual está inserido. 
Essa concepção teve como resultado uma Psicologia de costas para a realidade 
social, já que naquele momento não se sentiu necessidade de fazer referência ao 
cotidiano vivido pelas pessoas, à cultura, às relações sociais, para compreender o 
mundo psíquico. Nessa concepção predominante até então, a sociedade não tem 
papel algum, já que é vista como algo externo ao sujeito, que nada tem a ver com 
seu desenvolvimento.
Nesse sentido aPsicologia se instituiu na sociedade como uma profissão 
basicamente corretiva, utilizada apenas quando desvios ou patologias fossem 
detectados. Caso tudo esteja bem, é sinal de que a natureza fez o seu trabalho e não há 
necessidade da contribuição da área. A Psicologia nasce, então, associada a patologias, 
desvios, doenças, conflitos, desequilíbrios e desajustes, pouco contribuindo para a 
qualidade de vida ou mesmo promoção de saúde da maioria da população.
As coisas começam a mudar no final da década de 70 diante dos novos 
acontecimentos sociopolíticos, como a luta pela redemocratização do país, as 
grandes greves operárias e a ascensão dos movimentos sociais, sobretudo como 
forma de protesto à ditadura militar. 
Na Psicologia ocorre a criação de vários sindicatos e os conselhos da 
categoria passam a ser ocupados por grupos mais progressistas. A partir desse 
momento é dada a largada para um período em que a Psicologia e os próprios 
psicólogos se perguntarão sobre a relação de seu trabalho ou do próprio fenômeno 
psicológico com a realidade social. A preocupação e a importância dadas à 
realidade social passam a ser algo inusitado, o que impulsiona o desenvolvimento 
da Psicologia social de forma importante. Nessa perspectiva, a grande divergência 
está em defini-la enquanto uma área ou campo da Psicologia ou uma perspectiva 
em disputa com a própria Psicologia, pressupostos e fazeres predominantes.
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
28
Assim, como afirmam Bock, Furtado e Teixeira (2002), a Psicologia 
Social, como área do conhecimento, passa a estudar o psiquismo humano, objeto 
da Psicologia, agora por uma nova ótica, tentando compreender como se dá a 
construção da subjetividade a partir das relações sociais vividas pelo homem. 
O mundo objetivo passa a ser visto como um fator a ser levado em conta 
ao buscar compreender o psiquismo humano. Esse enfoque, distinto da Psicologia 
“tradicional”, justificou o surgimento dessa nova área da Psicologia: a Psicologia 
Social, que no Brasil, principalmente na década de 80, buscou autonomia científica, 
com um aumento significativo de estudos realizados. Nessa década, ainda, foram 
criados os primeiros cursos de doutorado específicos na área, várias associações 
científicas, dentre elas a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), 
em julho de 1980.
Segundo Bomfim (2003), muitos são os fatores relacionados ao surgimento 
e à produção de conhecimento em Psicologia Social no Brasil. A autora destaca 
três: o progresso de áreas afins, como: Sociologia, Antropologia, Educação, dentre 
outras; o avanço da Psicologia Social em países da Europa, nos Estados Unidos 
e, mais recentemente, na América Latina; e, ainda, as condições nacionais que, 
aliadas às novas demandas, abriram caminho nesse campo do conhecimento, 
agora um enfoque psicossocial.
TÓPICO 2 | A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
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LEITURA COMPLEMENTAR
Por que a Psicologia Social é considerada uma subdisciplina da Psicologia? 
Questão importante, sim, pois como uma especialidade pode ser entendida na 
diversidade a partir de um tronco comum. Se voltarmos ao seu desenvolvimento, 
descobriremos que no seu início, não só na Europa ou nos Estados Unidos, mas 
também em diversos países latino-americanos, as menções de algo como uma 
Psicologia Social ou que represente temas considerados como próprios a ela, era 
produzida por pessoas que pertenciam não só à Psicologia, mas também e com 
muita frequência à Sociologia, à Filosofia Social, ao campo da Ciência política ou 
da História e da Antropologia. 
Sociólogos como Gabriel Tarde e Émile Durkheim, na França do final do 
século XIX e início do século XX, fizeram importantes contribuições à Psicologia 
coletiva. No entanto, para muitos, Augusto Comte ainda é considerado o 
antecessor. 
Na história da Psicologia Social estadunidense, aparecem como fundadores 
um psicólogo, W. McDougall, e um sociólogo, E. Ross. O interacionismo 
simbólico tem início com a obra de um filósofo: G. H. Mead; e na segunda metade 
do século XX, Stryker já alardeava a existência social de uma Psicologia social 
psicológica e outra sociológica. Para fazer uma história breve, cabe dizer que 
quase todos os temas abordados pela Psicologia Social se enriquecem com os 
aportes provenientes de outras ciências sociais, com as quais mantém diálogos 
frutíferos, ou seja, é certo que a história dessa disciplina pode ser contada desde 
dentro, mas também de fora dela mesma. Se as origens da Psicologia social são 
pluridisciplinares, então, como são suas fronteiras? São claras essas fronteiras?
FONTE: Montero apud Mayorga; Prado (2007, p. 8)
UNI
No texto a seguir, você perceberá que a Psicologia Social não é uma área 
totalmente nova, mas sim um novo recorte feito e com semelhanças e diferenças um 
tanto confusas em relação a outras ciências humanas. Fique atento a esta peculiaridade da 
Psicologia Social e que servirá como uma primeira reflexão do que trataremos no próximo 
tópico, em que procuraremos conceituá-la, diferenciá-la de áreas afins, assim como delimitar 
seu objeto de estudo.
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico são trazidas algumas informações a respeito da origem 
da Psicologia Social, sendo que as informações mais significativas podem ser 
resumidas nos seguintes itens:
l	A Psicologia Social tal qual a conhecemos hoje surge a partir de uma necessidade 
histórica.
l	Tem-se como marco inaugural da Psicologia Social a publicação, em 1908, de 
“Social psychology”, pelo sociólogo Edward A. Ross, e “An introduction to social 
psychology”, pelo psicólogo William McDougall.
l	A Psicologia social cognitiva, assim como a Psicologia social moderna, é 
principalmente um produto do após-guerra.
l	No Brasil, a primeira obra em Psicologia Social data de 1921, embora a Psicologia 
Social enquanto área do conhecimento tenha crescido e se desenvolvido de 
forma significativa na década de 70, a partir da vinculação do fenômeno 
psicológico com a realidade social.
31
1 A partir do que foi colocado até então, relate os marcos de início da Psicologia 
Social no mundo e no Brasil. Feito isso, exponha os momentos históricos 
que alavancaram seu desenvolvimento e acabaram por contribuir para seu 
formato atual.
AUTOATIVIDADE
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia o seguinte livro:
BRAGHIIROLLI, E. Psicologia geral. Petrópolis: Vozes, 2004.
32
33
TÓPICO 3
A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 8 – PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
FONTE: Disponível em: <http://carlospsicologo.blogspot.com/>. Acesso em: 1 nov. 2011.
O estudo dos processos mentais (cognição) se dá em várias áreas da 
Psicologia e inclusive na Psicologia Social. De base norte-americana, a Psicologia 
social cognitiva é a primeira vertente de Psicologia Social existente, tendo como 
principal representante, no Brasil, Aroldo Rodrigues. A seguir, compreenderemos 
melhor as características desta Psicologia Social, origem, principais conceitos e 
sobre que tipo de questões ela vem se preocupando recentemente. 
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UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
2 O MODELO ESTADUNIDENSE DE PSICOLOGIA SOCIAL
FIGURA 9 – REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
FONTE: Disponível em: <http://psicomental.com/category/emocoes/page/4/>. Acesso em: 1 
nov. 2011.
Em se tratando de Psicologia, não só Psicologia Social, é fato que o modelo 
estadunidense influenciou significativamente a Psicologia brasileira a partir de 
1930, buscando dar a ela um caráter de neutralidade e, com isso, automaticamente, 
levou-a a certo afastamento da realidade social, o que mais tarde inclusive será 
alvo de críticas ferrenhas.
ESTUDOS FU
TUROS
A chamada crise da relevância da Psicologia Social será aprofundada no tópico 
seguinte, ao entrarmos em contato com a outra vertente

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