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GRA 0009 FUNDAMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR (Aula 12) • Prof. MSc José R. Villavicencio Prof. J.R.VILLAVICENCIO 1 INFORMAÇÃO IMPORTANTE • Este material foi preparado de acordo com o previsto no Plano de Ensino Docente (PED), constando de um resumo do que vem exposto no caderno de apoio enviado pela Estácio. OBJETIVOS DO ESTUDO DA AULA 12 • Entender os aspectos relacionados com os Pagamentos e Aspectos Cambiais do comercio internacional e os fluxos operacionais como roteiros de exportação e Importação Pagamentos e recebimentos • As compras e vendas no mercado externo são realizadas contra pagamentos ou recebimento em moedas de livre conversibilidade e aceitabilidade, ou seja, as chamadas moedas fortes. • Não é o caso brasileiro, para o comercio com os países vizinhos, num contexto de integração regional. • Outra forma, o comerciante aqui estabelecido, ao fechar um negócio, terá necessariamente que efetuar uma operação de cambio. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 4 Pagamentos e recebimentos • A legislação brasileira que regulamenta o assunto, ainda é um tanto conservadora, não admitindo a manutenção no País de contas bancárias em moeda estrangeira, exceto em alguns casos. • Um pacote de medidas estabelecidas em 2006 admitiu a possibilidade de as empresas dedicadas ao comercio exterior mantiverem fora do País, depositado em instituições bancarias de sua livre escolha, parte dos valores correspondentes às suas transações externas, regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional, que, a seu critério, poderá alterar os parâmetros • Hoje é permitido 100% do valor transacionado Prof. J.R.VILLAVICENCIO 5 Participação bancaria no comércio exterior • O comercio exterior, por excelência, é uma atividade controlada pelo estado, sendo orientado com base em políticas que, mesmo focadas na disseminação e no fomento das relações comerciais com o resto do mundo, objetiva prioritariamente defender os interesses próprios de cada país. • Na condução de tais políticas, costumam ser empreendidas, por exemplo, ações para proteção a segmentos econômicos considerados frágeis, e incentivo aqueles que, acredita-se sejam extremamente competitivos internacionalmente. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 6 Participação bancaria no comércio exterior... • No Brasil, em termos práticos, uma transação de comercio exterior, além do seu respectivo licenciamento envolve também o cambio efetuado junto a uma instituição financeira. • Essa intervenção bancaria obrigatória, todavia, não contempla a remessa/recebimento de recursos financeiros em espécie de/para o exterior, mas a troca de moeda escritural por intermédio de credito e debito em contas de depósitos. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 7 Participação bancaria no comércio exterior...Instituições financeiras • Essas instituição financeira mantem entre si contas de depósitos, numa relação de parceria onde os bancos são conhecidos como correspondente. • É interessante notar que, para esse efeito, as filiais de um banco no exterior, são considerados bancos estrangeiros – sujeitos as leis, normas, dispositivos regulamentares locais. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 8 Participação bancaria no comércio exterior...Instituições financeiras • Nessa dinâmica de relacionamento, as contas de depósito em diferentes moedas que um determinado banco brasileiro possui junto a seu correspondente no exterior são conhecidas como nostro account. • Por sua vez as contas de depósito que os correspondente no exterior mantem junto a um banco brasileiro, na sua moeda ou em outras moedas estrangeira são conhecidas como vostro account. • Já as contas de depósitos de um terceiro banco com os quais os dois primeiros tenham relacionamento comercial e que estejam envolvidos em uma determinada operação são conhecidas como loro account Prof. J.R.VILLAVICENCIO 9 Modalidades de pagamento • As operações de comercio exterior admitem quatro modalidades de pagamentos: o Pagamento antecipado o Remessa direta (sem saque) o Cobrança; o Credito documentário (cata de crédito - fig 9.5 pag 104 • Cabe aos negociadores decidir pela opção que melhor se ajuste à transação em curso, considerando, para esse efeito, a confiança mutua em cada parceiro comercial, a praticidade e a segurança do mecanismo a ser implementado. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 10 Modalidades de pagamento Prof. J.R.VILLAVICENCIO 11 Pagamento antecipado Remessa direta (sem saque) Cobrança Cobrança a vista Cobrança a prazo Particularidade da Cobrança Crédito Documentário (carta de crédito) Carta de garantia Bid Letter of Credit (Bid Bond) Performance Letter (perfor. Bond) Refundment Letter of credit Stand By Letter of credit Pagamento antecipado • Previamente ao recebimento de mercadoria, o importador remete ao exportador os valores destinados ao pagamento da compra efetuada. • Tal modalidade de pagamento implica assunção total de risco inerentes a operação comercial, uma vez que não lhe é assegurado o cumprimento, pelo vendedor, de suas respectivas obrigações, ou seja, embarcar a mercadoria e enviar a documentação necessária para as formalidades do desembaraço aduaneiro no destino Prof. J.R.VILLAVICENCIO 12 Pagamento antecipado Fluxo Operacional Prof. J.R.VILLAVICENCIO 13 Aduana (origem) Aduana (destino) EXPORTADOR IMPORTADOR BANCO “A” (Brasil) BANCO “B” (exterior) 6 5 8 2 4 1 3 1. Negociação entre o exportador e o importador 2. Pagamento da importação 3. Remessa financeira –pgto da importação 4. Cambio da exportação 9fechamento e liquidação) 5. Despacho aduaneiro de exportação – embarque de mercadoria 6. Transporte internacional de carga 7. Remessa dos documentos representativos da transação comercial ao importador 8. Despacho aduaneiro de importação (posse da mercadoria) 7 Remessa direta (sem saque) • O saque, também conhecido como draft cambial ou letra de cambio, é um título de crédito endossável e representa o direito do exportador às divisas vinculadas a uma venda no mercado externo, sendo relevante o seu papel no pagamento e recebimentos realizados nas operação de comercio exterior. • Nesta modalidade, o vendedor embarca a mercadoria e remete ao comprador (sem intermediários) os documentos necessários ao desembaraço aduaneiro de importação. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 14 Remessa direta (sem saque) Fluxo Operacional Prof. J.R.VILLAVICENCIO 15 Aduana (origem) Aduana (destino) EXPORTADOR IMPORTADOR BANCO “A” (Brasil) BANCO “B” (exterior) 3 2 5 6 8 1 7 1. Negociação entre o exportador e o importador 2. Despacho aduaneiro de exportação (embarque das mercadorias 3. Transporte internacional de carga 4. Entrega dos documentos de export. + cambiais de cobrança 5. Despacho aduaneiro de importação – posse da mercadoria 6. Pagamento da Importação 7. Remessa financeira 8. Cambio exportação (fechamento e liquidação) 4 Cobrança • Nesta modalidade de pagamento, após a realização do embarque da mercadoria, o importador contrata um banco no seu país para efetuar a cobrança. • Essa instituição financeira conhecida como “banco remetente”, encaminha os saques (acompanhados dos demais documentos necessários ao desembaraço aduaneiro de importação) a um banco designado como cobrador, que seja seu correspondente no exterior. A cobrança pode ser executada a vista ou a prazo. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 16 Cobrança a vista • A cobrança a vista, o banco cobrador efetua contrato com o importador para que ele compareça àquela instituição financeira a fim de efetuar o pagamento correspondente a sua compra e receba os documentos essenciais aos trâmites alfandegários para tomar posse da mercadoria. • Este tipo de cobrança por envolver documentos tais como fatura comercial, conhecimento de embarque, romaneio de embarque, é conhecido como cobrança documentária. • A cobrança pode ser apenas cambial. Os documentos são enviados diretos do vendedor para o comprador sem transito pelo banco. É chamada de cobrança limpa ou cleancollection – usadas com produtos perecíveis como frutas, flores, que demandem tempo reduzido Prof. J.R.VILLAVICENCIO 17 Cobrança documentária – a vista Fluxo Operacional Prof. J.R.VILLAVICENCIO 18 Aduana (origem) Aduana (destino) EXPORTADOR IMPORTADOR BANCO “A” (Brasil) BANCO “B” (exterior) 3 2 7 6 4 9 1 8 5 1. Negociação entre o exportador e o importador 2. Despacho aduaneiro de exportação (embarque das mercadorias) 3. Transporte internacional de carga 4. Entrega dos documentos de export. + cambiais de cobrança 5. Remessa ao exterior dos documentos de export. + cambiais de cobrança 6. Recebimento dos documentos de export. Contra pagamento 7. Despacho aduaneiro de importação (posse de mercadorias) 8. Remessa financeira correspondente ao pgto da compra 9. Fechamento e liquidação do cambio de exportação Cobrança a prazo • O exportador procede da mesma forma que na cobrança a prazo, ou seja, embarca a mercadoria, entrega ao banco remetente as cambiais, além dos documentos inerentes ao trâmite alfandegário no destino, para que sejam encaminhados ao banco cobrador no país importador (naturalmente quando se trata de uma cobrança documentária • A cobrança pode ser apenas cambial. Os documentos são enviados diretos do vendedor para o comprador sem transito pelo banco. É chamada de cobrança limpa ou clean collection – usadas com produtos perecíveis como frutas, flores, que demandem tempo reduzido Prof. J.R.VILLAVICENCIO 19 Cobrança documentária – a prazo Fluxo Operacional Prof. J.R.VILLAVICENCIO 20 Aduana (origem) Aduana (destino) EXPORTADOR IMPORTADOR BANCO “A” (Brasil) BANCO “B” (exterior) 3 2 7 6 4 10 1 8 5 1. Negociação entre o exportador e o importador 2. Despacho aduaneiro de exportação (embarque das mercadorias) 3. Transporte internacional de carga 4. Entrega dos documentos de export. + cambiais de cobrança 5. Remessa ao exterior dos documentos de export. + cambiais de cobrança 6. Recebimento dos documentos de export. Contra aceites cambiais 7. Despacho aduaneiro de importação (posse de mercadorias) 8. Pagamento importação 9. Remessa financeira correspondente ao pgto da importação 9 10. Fechamento e liquidação do cambio de exportação Particularidade da cobrança • A cobrança tende a ser entendida como uma modalidade de pagamento mais segura que o pagamento antecipado ou remessa sem saque. • Na cobrança a prazo, é importante observar, no entanto, que na oportunidade de sua efetivação a posse da mercadoria já terá sido transferida ao importador, e, nesse caso, ao vendedor não restará muita coisa a fazer, caso o pagamento não ocorra, a não ser, é claro, tentar obter o ressarcimento dos prejuízos que lhe tenham sido causados, eventualmente por intermédio de uma ação judicial. – Os bancos não são obrigados a adotar medidas de ordem judicial buscando obter o pagamento da compra efetuada. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 21 Crédito Documentário carta de crédito • Carta de crédito nada mais é do que uma ordem de pagamento ao exportador, condicionada ao cumprimento de uma série de exigências relacionadas com a transação comercial em curso. • Didaticamente pode ser definida como um documento emitido por um banco localizado na praça do importador, dirigido a um banco no país exportador, solicitando-lhe que pague a esse vendedor os valores correspondentes a uma transação comercial, desde que comprovado o cumprimento de uma série de ações tais como embarque das mercadorias, e apresentação dos documentos vinculados a tal negociação. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 22 Crédito Documentário carta de crédito ... • A carta de crédito reconhecida como a modalidade de pagamento mais segura tanto para o exportador como para o importador, porque o vendedor tem a garantia de que, uma vez adotados os procedimentos de sua competência, receberá o pagamento do negocio, e o comprador por sua vez tem a garantia de que o vendedor somente terá direito ao pagamento se cumprir as exigências do crédito documentário. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 23 Crédito Documentário carta de crédito [CC]... Intervenientes • Esta modalidade tem como interveniente, o tomador, o banco emissor, o banco avisador, o beneficiário e o banco negociador. • Figura como tomador o importador que solicita a seu banco de relacionamento a abertura de um crédito em favor de determinado exportador. • Esse bco assume a função de bco emissor ao abrir a carta de crédito em favor do exportador (beneficiário do crédito), que passa a fazer jus aos valores correspondentes da transação, desde que cumpra certas exigências estabelecidas no corpo da própria carta de crédito. • Para que o exportador tome conhecimento da CC a seu favor, o bco emissor contrata um bco estabelecido na praça do exportador para que este lhe avise a respeito, e é conhecido como banco avisador. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 24 Crédito Documentário carta de crédito [CC]... Intervenientes • Finalmente, atua como banco negociador, a entidade financeira, também localizada na praça do exportador, responsável pelo pagamento a ele dos valores correspondentes à venda, naturalmente desde que adotadas as ações previstas na carta de crédito Prof. J.R.VILLAVICENCIO 25 Particularidades do Crédito Documentário (carta de crédito) • carta de crédito é um documento regido pelas Regras e Usos Uniformes sobre Créditos Documentários. • Ë um documento irrevogável, ou seja, salvo determinação em contrário (devidamente expressa), somente pode ser cancelada ou sofrer algum tipo de alteração, caso um acordo tenha sido firmado pelas partes envolvidas Prof. J.R.VILLAVICENCIO 26 Crédito documentário Fluxo Operacional Prof. J.R.VILLAVICENCIO 27 Aduana (origem) Aduana (destino) EXPORTADOR IMPORTADOR BANCO “A” (Brasil) BANCO “B” (exterior) 6 5 10 9 4 7 1 2 8 1. Negociação entre o exportador e o importador 2. Pedido de emissão de carta de crédito em favor do exportador 3. Encaminhamento da carta de crédito ao exportador pelo bco avisador (bco negociador)-didática 4. Encaminhamento do aviso do crédito documentário ao exportador 5. Despacho aduaneiro exportação (embarque da mercadoria 6. Transporte internacional de carga 7. Cumprimento das exigências do credito doc./fechamento e liquidação cambio de expor. 8. Remessa dos documentos de exportação ao exterior 9. Recebimento dos documentos de exportação 3 11. Reembolso do banco emissor ao banco negociador da carta de crédito 11 10. Despacho aduaneiro de importação (posse das mercadorias) Carta de Garantia • Algumas cartas de crédito foram criadas para ser utilizadas não exatamente como modalidade de pagamento, mas como garantia. • Esse documento têm por finalidade assegurar a uma parte (beneficiário de garantia) o cumprimento das obrigações por outro parceiro envolvido na transação. • Essas cartas de crédito especiais subdividem-se em quatro tipo, de acordo com sua aplicação. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 28 Carta de Garantia1 Bid Letter of Credit (Bid Bond) • Também conhecida como bid bond, é bastante utilizado em licitações internacionais, geralmente vinculadas à exportação de serviços envolvendo a realização de obras civis de engenharia (construções de usinas, estradas, aeroportos, etc) ou fornecimento de equipamento de alto valor agregado e de grande conteúdo tecnológico. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 29 Carta de Garantia1 Bid Letter of Credit (Bid Bond) • O órgão licitante pode exigir dos interessados na concorrência internacional a emissão de um bid bond em seu favor, destinado a assegurar que, uma vez encerrado o processo de licitação, a empresa declarada vencedora, assinará contrato comercial vinculado ao objeto da concorrência. • Caso tal empresa desista do negócio, o licitante poderá executar a garantia, ou seja, receber o valor previsto na carta de crédito, a título de ressarcimento das despesas e eventuais prejuízos que lhe tenham sido causado em virtude do processo licitatório frustrado. Prof. J.R.VILLAVICENCIO30 Carta de Garantia 2 Performance Letter of Credit • Idêntico ao anterior, também é muito solicitada nas licitações internacionais. • O órgão licitante poderá exigi-la da empresa vencedora da concorrência, como forma de assegurar que o empreendimento, objeto da licitação, será executado atendendo aos critérios, padrões e especificações técnicas previamente estabelecidos nesse sentido. • O beneficiário da carta de garantia, na hipótese de constatar-se o descumprimento do contrato comercial, poderá utilizá-la para recebimento dos valores nela previsto Prof. J.R.VILLAVICENCIO 31 Carta de Garantia 3 Refundment Letter of Credit • Também guarda uma relação muito próxima com os negócios internacionais, vinculados a construção civil e atividades correlatas. • As empresas responsáveis pela realização de obras de engenharia por exemplo, ao assumir um determinado trabalho, geralmente são obrigadas a efetuar gastos com atividades essenciais à implementação do projeto, tais como instalação de canteiro de obra e contratação de pessoal, e, em fase disso costumam solicitar aos beneficiários do projeto, um adiantamento de recursos financeiros para fazer face a esses compromissos iniciais. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 32 Carta de Garantia 4 Stand by Letter of Credit • Não necessariamente é utilizada em processos que envolvem uma concorrência internacional. • Na verdade ela costuma ser empregada nas operações de comercio exterior que não demandem um maior nível de complexidade ou de estruturação financeira. • Documento nascido da criatividade do sistema bancário americano, foi estabelecido com o objetivo de atender às demandas de seus clientes, sem contudo, ferir a legislação do EUA, uma vez que as instituições financeiras localizadas naquele pais eram impedidas de emitir cartas de crédito. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 33 Carta de Garantia 4 Stand by Letter of Credit • Atualmente é aplicado não somente nos bancos americanos. • A Stand by, portanto, é emitida em favor do exportador que somente executará na hipótese de o importador não realizar o pagamento relativo a compra efetuada, e, por esse motivo, diferencia-se dos créditos documentários convencionais basicamente em função de: Prof. J.R.VILLAVICENCIO 34 CC - De característica comercial – ampara a operação de compra e venda, contempla os dados comerciais da transação. S By – Embora possa vincular-se ao dados comerciais, fundamentalmente é financeira, sendo equivalente a fiança bancária. Necessariamente é cumprida, ou seja , é utilizada para pagamento da transação comercial É utilizada somente se o importador não efetuar o pagamento correspondente à compra realizada. Prof. J.R.VILLAVICENCIO 35
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