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1 
 
 
NOTA JURÍDICA CONASEMS n. 18/2011 
 
 
 
Interessado: Secretarias Municipais de Saúde 
 
Assunto: Resolução nº 39 do Conselho Nacional de Assistência Social 
 
 
As Secretarias Municipais de Saúde que integram o CONASEMS consultam o 
Núcleo de Direito Sanitario acerca da força normativa da Resolução nº 39 do 
Conselho Nacional de Assistência Social que dispõe sobre o processo de 
reordenamento dos benefícios eventuais no âmbito da Política de Assistência Social 
em relação à Política de Saúde. 
Segundo o art. 18 da Lei 8.472/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – 
LOAS) compete ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) normatizar as 
ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da 
assistência social. 
O Decreto nº 7.079/10, em seu art. 35, estabelece que ao CNAS cabe exercer 
as competências estabelecidas em regulamento específico. O regulamento 
específico em tela é o Regimento Interno do CNAS que, em seu art. 2º, define que, 
entre outras atribuições, o Conselho tem competência para normatizar as ações e 
regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da 
assistência social. 
O mesmo Regimento Interno, em seu art. 21 define que para a consecução 
de suas finalidades, caberá ao Conselho, entre outras, expedir normas de sua 
competência, necessárias à regulamentação e implementação da Política Nacional 
de Assistência Social. Essas normas, assim como demais deliberações do 
 
 
2 
 
Conselho, serão consubstanciadas em Resoluções, nos termos do art. 14 do 
regimento. 
Desse modo, as resoluções exaradas pelo Conselho Nacional de Assistência 
Social tem apenas o condão de normatizar e regular as condutas dos atores do 
campo da assistência social, não gerando orientações, nem tampouco obrigações, 
na área da saúde. O texto da resolução nº 39, inclusive, deixa claro que o que se 
pretende não é dizer o que é obrigação da Saúde, mas sim aquilo que não é 
obrigação do da Assistência Social, nos termos do seu artigo 1º: 
 
Art. 1º Afirmar que não são provisões da política de assistência 
social os itens referentes a órteses e próteses, tais como 
aparelhos ortopédicos, dentaduras, dentre outros; cadeiras de 
roda, muletas, óculos e outros itens inerentes à área de saúde, 
integrantes do conjunto de recursos de tecnologia assistiva ou 
ajudas técnicas, bem como medicamentos, pagamento de 
exames médicos, apoio financeiro para tratamento de saúde 
fora do município, transporte de doentes, leites e dietas de 
prescrição especial e fraldas descartáveis para pessoas que 
têm necessidades de uso 
 
 
Ocorre que a partir da edição desta Resolução, os gestores da área de 
assistência social estão reorientando suas ações e, certamente, procurarão os 
gestores da saúde com o intuito de negociar as responsabilidades dos setores pelas 
prestações em tela. 
Nesse ponto imperioso destacar que as ações e serviços de saúde de 
competência do SUS já estão definidos na Constituição Federal (art. 200), na Lei 
8.080/90 (art. 6º) e na Resolução nº 322/03 do Conselho Nacional de Saúde, sendo 
esses as únicas normas aptas a dizer quais são as provisões contempladas na área 
da saúde. 
 
 
3 
 
O art. 200 da Constituição assim estabelece: 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos 
termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de 
saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
 
 
Na mesma linha o art. 6º da Lei 8.080/90 : 
 
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde 
(SUS): 
I - a execução de ações: 
a) de vigilância sanitária; 
b) de vigilância epidemiológica; 
c) de saúde do trabalhador; e 
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de 
saneamento básico; 
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; 
 
 
4 
 
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; 
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho; 
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos 
e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; 
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde; 
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo 
humano; 
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, 
guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e 
radioativos; 
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. 
(...) 
 
 
Por fim, a Resolução nº 322/03 do CNS: 
 
Quinta Diretriz: Para efeito da aplicação da Emenda Constitucional nº 29, 
consideram-se despesas com ações e serviços públicos de saúde aquelas com 
pessoal ativo e outras despesas de custeio e de capital, financiadas pelas três 
esferas de governo, conforme o disposto nos artigos 196 e 198, § 2º, da 
Constituição Federal e na Lei n° 8080/90, relacionadas a programas finalísticos 
e de apoio, inclusive administrativos, que atendam, simultaneamente, aos 
seguintes critérios: 
I – sejam destinadas às ações e serviços de acesso universal, igualitário e 
gratuito; 
II – estejam em conformidade com objetivos e metas explicitados nos Planos 
de Saúde de cada ente federativo; 
III – sejam de responsabilidade específica do setor de saúde, não se 
confundindo com despesas relacionadas a outras políticas públicas que atuam 
 
 
5 
 
sobre determinantes sociais e econômicos, ainda que com reflexos sobre as 
condições de saúde. 
(...) 
Sexta Diretriz: Atendido ao disposto na Lei 8.080/90, aos critérios da Quinta 
Diretriz e para efeito da aplicação da EC 29, consideram-se despesas com 
ações e serviços públicos de saúde as relativas à promoção, proteção, 
recuperação e reabilitação da saúde, incluindo: 
I - vigilância epidemiológica e controle de doenças; 
II - vigilância sanitária; 
III - vigilância nutricional, controle de deficiências nutricionais, orientação 
alimentar, e a segurança alimentar promovida no âmbito do SUS; 
IV - educação para a saúde; 
V - saúde do trabalhador; 
VI - assistência à saúde em todos os níveis de complexidade; 
VII - assistência farmacêutica; 
VIII - atenção à saúde dos povos indígenas; 
IX - capacitação de recursos humanos do SUS; 
X - pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde, promovidos 
por entidades do SUS; 
XI - produção, aquisição e distribuição de insumos setoriais específicos, tais 
como medicamentos, imunobiológicos, sangue e hemoderivados, e 
equipamentos; 
XII - saneamento básico e do meio ambiente, desde que associado diretamente 
ao controle de vetores, a ações próprias de pequenas comunidades ou em 
nível domiciliar, ou aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), e 
outras ações de saneamento a critério do Conselho Nacional de Saúde; 
XIII - serviços de saúde penitenciários, desde que firmado Termo de 
Cooperação específico entre os órgãos de saúde e os órgãos responsáveis 
pela prestaçãodos referidos serviços. 
XIV – atenção especial aos portadores de deficiência. 
XV – ações administrativas realizadas pelos órgãos de saúde no âmbito do 
SUS e indispensáveis para a execução das ações indicadas nos itens 
anteriores; 
 
 
 
6 
 
Desse modo, a decisão acerca de quais ações e serviços de saúde deverão 
ser realizados pelo Sistema Único da Saúde é uma decisão que cabe apenas ao 
setor saúde, a partir das balizas estabelecidas na Constituição Federal, na Lei 
8.080/90 e em deliberação de seu Conselho Nacional, atualmente expressa na 
Resolução nº 322/03. 
É importante ter clareza que as ações e serviços que competem ao SUS não 
podem ser estabelecidas por outros setores que não os da saúde e somente por 
meio de lei. Somente a lei poderá dispor sobre as atribuições do SUS, conforme 
determina o art. 200 da CF. 
Assim, propomos que as secretarias municipais de saúde continuem a 
realizar as suas atividades em saúde como sempre o fizeram, sem se obrigar a 
cumprir as determinações da Assistência Social que somente obriga o próprio setor 
da Assistência Social. 
 
Brasília, 05 de abril de 2011. 
 
Núcleo de Direito Sanitário do CONASEMS

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