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NOTA JURÍDICA CONASEMS n. 17/2011 
 
 
 
Interessado: COSEMS-GO 
 
 
Assunto: Parcela extra do incentivo financeiro para o custeio do programa de 
Agentes Comunitários de Saúde 
 
 
O Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de Goiás (COSEMS-GO) 
consultam o Núcleo de Direito Sanitário a respeito da destinação que deve ser dada 
ao incentivo extra para o custeio da implantação do programa de Agentes 
Comunitários de Saúde. 
 
Informa o COSEMS que o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-
GO) exarou resolução em consulta feita pela Prefeitura do Município de Rialma 
(Resolução RC nº 25/10) contendo o seguinte entendimento: “o incentivo adicional é 
parcela extra cuja aplicação é vinculada, nos termos da Portaria nº 648 de março de 
2006, destinada aos Agentes Comunitários de Saúde servindo como estímulo por 
parte da união, não integrando as verbas destinadas ao pagamento de salários e 
outros”. 
 
Diante de tal posicionamento, e considerando que, conforme o art. 199, § 3º, 
do Regimento Interno do TCM-GO, as respostas às consultas tem caráter normativo 
e constitui prejulgamento da tese, embora não do fato ou caso concreto, o 
COSEMS-GO solicita parecer do Núcleo de Direito Sanitário do CONASEMS quanto 
ao conteúdo da Resolução RC nº 25/10 do TCM-GO . 
 
Primeiramente, destaque-se que o Tribunal de Contas dos Municípios de 
Goiás fundamenta seu posicionamento na Portaria GM/MS nº 648 de 28 de março 
de 2006, que instituiu a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a 
 
 
 
2 
 
 
revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o 
Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde 
(PACS). 
 
Ocorre que esta portaria em nenhum momento determina a forma como 
deverá ser utilizada a parcela extra do incentivo para a implantação do Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Nos termos do Capítulo III da Portaria nº 
648 de 28/03/06 (Política Nacional de Atenção Básica), os recursos do Teto 
Financeiro do Bloco Atenção Básica deverão ser utilizados para financiamento das 
ações de Atenção Básica descritas nos Planos de Saúde do Município e do Distrito 
Federal. 
 
Especificamente no tocante ao incentivo do PACS, a portaria diz o que se 
segue: 
 
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS implantadas são 
transferidos a cada mês, tendo como base o número de Agentes Comunitários de 
Saúde (ACS), registrados no cadastro de equipes e profissionais do Sistema de 
Informação de Atenção Básica – SIAB, na respectiva competência financeira. 
 
Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de cada ano, cujo valor será 
calculado com base no número de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no 
cadastro de equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica – 
SIAB, no mês de agosto do ano vigente. 
 
 Desse modo, não há na Portaria nº 648 de 28/03/06 nenhuma referência 
sobre a forma de aplicação da parcela extra. Ou seja, ela não está vinculada a 
nenhum fim especifico, nem tampouco tem alguma utilização proibida. O incentivo 
repassado comporá o Bloco de Atenção Básica, podendo ser utilizado em quaisquer 
 
 
 
3 
 
 
ações da atenção básica, cabendo aos gestores decidirem, com coerência ao Plano 
de Saúde e aos compromissos assumidos no Pacto pela Saúde, em que atividade 
esses recursos serão aplicados. 
 
Dizer, portanto, que a parcela extra não poderá ser utilizada para o 
pagamento do décimo - terceiro salário é um equivoco, assim como também é 
errado afirmar que o incentivo deverá ser aplicado no pagamento de salário. Isso 
porque este recurso não está vinculado a nenhum fim especifico. 
 
Não há também na portaria nenhum dispositivo determinando que o incentivo 
extra deva ser utilizado para pagamento de um valor adicional aos agentes 
comunitários como forma de estímulo por parte da União, pois, apenas reforçando o 
que já foi dito anteriormente, nenhum dos recursos transferidos no Bloco de Atenção 
Básica está vinculado a um fim específico, sendo apenas obrigatória sua aplicação 
em ações da atenção básica. 
 
Desse modo, desacertado o entendimento do Tribunal de Contas dos 
Municípios de Goiás constante da Resolução RC nº 25/10. 
 
 
Brasília, 04 de fevereiro de 2011. 
 
 
 
Fernanda Vargas Terrazas 
Consultora Jurídica do CONASEMS 
OAB/SP 234.650

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