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Prurido - DERMATOLOGIA

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O que é ? 
 É definido como “a incômoda 
sensação que desencadeia o desejo ou 
o reflexo de coçar”. o prurido, é um 
evento extracutaneo, um produto 
da atividade do sistema nervoso 
central (SNC). 
 Etiologia 
O prurido é classificado em cinco 
categorias relacionadas com a sua 
origem. 
■ prurido dermatológico: surge de 
doencas cutaneas como eczemas, 
psoríase, prurido do inverno, 
escabiose e urticária 
■ prurido sistemico: surge de 
doencas internas como doenca 
hepática colestática primária, 
doenca de Hodgkin, policitemia 
vera e determinadas condicões 
multifatoriais, frequentemente 
alteracões metabólicas 
■ prurido neurogenico/neuropático: 
surge de doencas do SNC ou 
periférico, como tumores cerebrais, 
esclerose múltipla, 
neuropatia, irritacão ou compressão 
nervosa, como na notalgia 
parestésica e prurido braquirradial 
■ prurido psicogenico/psiquiátrico: 
parasitofobia 
■ prurido misto ou de superposicão. 
 
A principal relevancia clínica 
encontra-se nas condicões 
pruriginosas cronicas, que duram 
mais de 3 meses. Em muitos casos, 
tais como pele seca (xerodermia), 
dermatite atópica (DA), psoríase, 
urticária, escabiose e outras 
doencas inflamatórias cutaneas, o 
prurido cronico compreende um 
complexo de sintomas associados à 
pele, mais amplo que no caso do 
prurido agudo em decorrencia, por 
exemplo, da picada de inseto. 
O prurido por compressão nervosa ou 
irritacão de nervo que ocorre na 
notalgia parestésica e no prurido 
braquirradial é frequentemente 
neuropático, podendo ser 
combinado com sensacões de 
pinicacão ou queimacão. 
Outras formas de prurido podem ser 
observadas, tais como prurido 
associado a delírio de parasitose ou 
a transtorno obsessivo-compulsivo 
(p. ex., escoriacão psicogenica ou 
classicamente denominada 
escoriacão neurótica). 
 Entenda . 
Já identificados diversas 
substancias pruritogénicas 
envolvidas na ativacão de 
receptores de fibras nervosas 
periféricas. Incluem-se neste grupo 
vários mediadores como histamina, 
diversas interleucinas (IL6, IL8, IL31), 
leucotrienos, fator de necrose 
tumoral alfa (TNFα), e factor de 
crescimento neuronal. Estas 
substancias são libertadas após 
dano tecidual por queratinócitos, 
fibroblastos, mastócitos e 
macrófagos. ativando fibras 
nervosas periféricas.Na transmissão 
do prurido a nível periférico, as 
fibras nervosas não mielinizadas de 
tipo C desempenham um papel 
essencial. Estas dividem-se em dois 
grupos. Fibras insensíveis a estímulos 
mecanicos, e fibras sensíveis a 
estímulos mecânicos. O prurido e a dor utilizam muitas ferramentas 
neurofisiológicas e centros de processamento similares e induzem reacões 
autonomicas semelhantes na pele. A dor cronica e a sensibilizacão central ao 
prurido são fenomenos neurofisiologicamente relacionados. 
 
 Classificação clínica do prurido 
 
 Internacões entre prurido e dor 
sensacões de prurido podem ser 
reduzidas pela sensacão dolorosa 
causada pela escarificacão da pele 
( de tanto coçar acaba ferindo a pele 
e cessando o prurido 
temporariamente). O prurido, por sua 
vez, pode reduzir a sensacão de dor; 
do mesmo modo, a analgesia pode 
reduzir esta inibicão e aumentar o 
prurido. Este fenomeno é 
particularmente relevante aos 
agonistas dos receptores opioides 
administrados via medular, os quais 
induzem analgesia que 
frequentemente se combina com 
prurido segmentar. Uma vez que os 
opioides podem induzir prurido. 
 
 
 
 Classificação clínica mediadores e mecanismos diagnóstico tratamento 
 
 
prurido dermatológico 
 
Histamina 
interleucinas, 
prostaglandinas e 
proteases 
dermatoses 
inflamatórias(dermatite 
atopica, psoríase, 
Reações 
farmacológicas, ácaros 
e urticarias) e pele seca 
Anti-inflamatórios, 
imunomoduladores 
tópicos e tratamento 
sistemico (anti-
histamínicos, 
ciclosporina A, 
pimecrolimo, tacrolimo 
e corticosteroide) 
 
prurido sistêmico 
 
 Opiodes 
doença crônica 
hepática insuficiência 
renal crônica 
Naltrexona, 
gabapentina, 
agonistas dos 
receptores κ- 
opioides 
prurido 
neurogênico/neuropático 
danos às fibras 
nervosas, 
neuropeptídios(tais 
como a substância 
p) e proteases 
prurido pós-herpético, 
notalgia parestésica, 
prurido braquiorradial 
e prurido pós-AVC 
Gabapentina, 
pregabalina e 
capsaicina 
 
prurido 
psicogênico/psiquiátrico 
 
 
serotonina e 
norepinefrina 
 
delírio de parasitoses, 
estresse e depressão 
Olanzapina, pimozida 
e antidepressivos 
inibidores seletivos 
da recaptacão da 
serotonina 
prurido misto ou de 
superposição 
 
 - 
 
 - 
Inibidores de acão 
central no prurido e 
substancias anti- 
inflamatórias tópicas 
 
 
Histamina 
é o alvo principal dos tratamentos 
antipruriginosas. Entre os receptores 
da histamina, os receptores H1 são 
presumidamente os principais 
envolvidos nas reacões mediadas pela 
histamina. Os inibidores dos 
receptores H1 são capazes de 
suprimir o prurido induzido pela 
histamina, a urtica e o eritema 
axonico reflexo na pele humana, 
embora um leve eritema residual 
permaneca. 
 
 Clínica 
É necessário distinguir o prurido 
idiopático do secundário . Não se 
deve esquecer também que há uma 
variedade enorme de dermatoses 
intrinsecamente pruriginosas 
(urticária, escabiose, dermatofitose, 
dermatite de Duhring-Brocq) 
 
Prurido secundário a doencas 
sistemicas 
É o que ocorre em determinadas 
doencas como linfoma de Hodgkin, 
leucoses, cancer visceral (prurido 
paraneoplásico), cirrose, diabetes 
melito etc. Na gravidez e na 
icterícia obstrutiva, o aumento de 
ácidos biliares no sangue é 
responsável pelo prurido. Na cirrose 
biliar primária, que ocorre, 
geralmente, em mulheres com mais 
de 30 anos, o prurido, muitas vezes, 
é a manifestacão inicial da doenca e 
leva, por vezes, a uma melanose de 
grandes áreas da pele, inclusive com 
mosqueamento de pontos 
vitiligoides. Outras formas de 
prurido secundário são: o prurido de 
anemia, que se cura com a 
administracão de ferro, e o prurido 
uremico. 
 
 Prurido renal ou uremico 
O prurido renal é um prurido 
paroxístico que ocorre em pacientes 
com insuficiencia renal cronica. O 
termo prurido uremico é usado 
como sinonímia, apesar de o prurido 
não se dever à elevacão nos níveis 
da ureia sérica. O prurido renal não 
está relacionado com sexo, raca, 
duracão da diálise ou etiologia da 
insuficiencia renal cronica. 
 
 Deficiencia de ferro 
Pode haver prurido localizado 
(especialmente vulvar ou perianal) 
ou mesmo generalizado, em 
situacões de deficiencia de ferro, 
mesmo na ausencia de anemia, que 
cessa com a suplementacão deste 
mineral. 
 
 Policitemia vera 
O prurido ocorre em cerca de 30 a 
50% dos pacientes. O prurido 
induzido pelo contato com a água 
pode preceder o surgimento da 
policitemia vera por vários anos. O 
Figura 1 escoriações provocadas pelo próprio paciente frente a 
prurido intenso 
tratamento sugerido consiste no 
uso de ácido acetilsalicílico, 
corticosteroides tópicos, anti-
histamínicos anti-H1 e/ou anti-H2, 
fototerapia com ultravioleta B e 
inibidores seletivos da recaptacão da 
serotonina como a paroxetina. 
 
 Prurido hepático ou colestático 
Quase todas as doencas hepáticas 
apresentam-se com prurido. As 
doencas mais frequentemente 
relacionadas são cirrose biliar 
primária, colangite esclerosante 
primária, coledocolitíase obstrutiva, 
hepatites virais, hepatite cronica 
pelo vírus da hepatite C, carcinoma 
dos ductos biliares e colestase. As 
doencas comumente menos 
associadas a prurido são cirrose 
alcoólica, hemocromatose, doenca 
de Wilson, hepatite cronica ativa 
autoimune e hepatite B cronica. 
O prurido é a manifestacão inicial da 
cirrose biliar primária 
A icterícia colestática induzida por 
medicamento pode desenvolver-se 
em curto espaco de tempo e 
acometer pacientes sem histórico 
de hepatopatia. É clássico o 
desencadeamento destequadro na 
gravidez pelo estolato de 
eritromicina. Vale lembrar que a 
gestacão por si só́ também é capaz 
de desencadeá-la. 
O prurido colestático tende a ser 
generalizado, migratório, não 
associado a qualquer lesão cutanea 
específica e não melhora com a 
cocadura da pele. Tipicamente, é 
pior nas mãos e nos pés, à noite e nas 
áreas comprimidas pela roupa. 
tratamento do prurido colestático 
depende da causa subjacente e 
inclui colecistectomia, remocão da 
medicacão implicada 
 
Prurido de origem endócrina 
 
Diabetes melito 
O prurido generalizado pode ocorrer 
como primeira manifestacão da 
doenca endócrina, mas não é 
significativamente mais comum do 
que entre indivíduos não diabéticos. 
Já o prurido localizado 
especialmente nas regiões genital e 
perianal, é significativamente mais 
comum entre mulheres diabética e 
geralmente associado a um controle 
inadequado dos níveis glicemicos. 
Em alguns casos, o prurido pode ser 
resultante de Predisposicão à 
candidíase ou infeccão dermatofítica; 
A neuropatia diabética mais 
frequentemente causa sintomas de 
dor, pinicacão ou queimacão, 
embora também tenha sido descrita 
sensacão de prurido 
 Prurido anal, vulvar e escrotal 
Afastadas determinadas causas, 
como eczema de contato, 
candidíase, oxiuríase, tricomoníase 
etc., resta uma forma clínica de 
prurido essencial com localizacão 
anal, vulvar ou escrotal, na qual 
ocorre uma liquenificacão que se 
intensifica com o tempo. O prurido 
anal, bem como o vulvar, pode 
traduzir um conflito psicológico; 
esses tipos de prurido, não raro, 
traduzem uma autopunicão; 
contudo, atualmente, credita-se à 
origem psicogenica. Tanto o prurido 
anal como o vulvar pioram à noite. 
O prurido anal é localizado no anus 
e na área da pele perianal. Ocorre 
em cerca de 1 a 5% da populacão 
geral, acometendo mais homens que 
mulheres . O prurido anal primário 
(idiopático) é definido como o 
prurido dessa área que ocorre sem 
nenhuma relacão aparente com 
etiologia anorretal ou intestinal. 
Sua incidencia varia entre 25 e 95% 
dos casos relatados de prurido anal, 
podendo-se teorizar várias causas 
como origem. Os fatores dietéticos 
ou hábitos pessoais são os mais 
comuns, tais como excessiva 
ingestão de café, higiene pessoal 
inadequada e/ou coito anal; a 
considerar transtornos psicogenicos. 
O prurido anal secundário é 
atribuído a uma etiologia 
identificável. Pode dever-se a doenca 
hemorroidária, fissuras anais ou 
fístulas, psoríase, líquen escleroso e 
outras dermatoses, além de doencas 
sexualmente transmissíveis, doenca 
parasitária (helmintos), dermatite de 
contato ao papel higienico ou a 
sabonetes, radioterapia e doenca 
neoplásica. 
No prurido anal, o exame físico pode 
revelar desde um tegumento de 
aspecto normal a alteracões 
eritematosas discretas ou grave 
irritacão com eritema, escoriacões, 
liquenificacão e exsudatos. O teste 
de contato de leitura tardia pode ser 
considerado uma ferramenta 
diagnóstica auxiliar útil nos casos 
que não respondem ao tratamento 
inicial, uma vez que a dermatite de 
contato alérgica pode ser a causa 
dos sintomas, incluindo perfumes 
(sabonetes e papel higienico). O 
prurido vulvar é um sintoma 
comum em todas as faixas etárias. 
As causas do prurido vulvar na 
mulher adulta incluem candidíase, 
infeccões por clamídia, vaginites 
bacterianas, neoplasia vulvar, 
vaginite atrófica pós-menopausa. As 
O prurido escrotal, além de uma 
natureza psicogenica, pode ter 
como causas mais comuns a 
dermatite por irritante primário, o 
eczema de contato imunológico, a 
candidíase, o eczema seborreico e a 
psoríase. Dentre as causas menos 
frequentes, doenca de Paget 
extramamária e radiculopatia 
lombossacra. 
 
 Avaliação diagnostica 
Uma anamnese detalhada oferece 
dados relevantes ao processo de 
origem do prurido. As 
características mais importantes da 
avaliacão do prurido são: O início, a 
natureza e a duracão auxiliam na 
determinacão da causa e orientam a 
investigacão. 
pontos importantes a se considerar 
na avaliacão do paciente com 
queixa de prurido: 
■ início agudo do prurido sem lesões 
cutaneas primárias, em poucos dias, 
é menos presuntivo de doenca 
sistemica subjacente do que o 
prurido cronico generalizado 
■ o prurido localizado geralmente 
não é relacionado com a doenca 
sistemica subjacente 
■ a maioria dos pacientes com 
prurido não relacionado com uma 
doenca dermatológica demonstra 
apenas escoriacões ou 
outras alteracões secundárias 
■ lesões secundárias no dorso médio 
superior sugerem que uma doenca 
primariamente cutanea é a causa 
do prurido, 
enquanto a ausencia de lesões 
nessa área geralmente se associa a 
causas sistemicas de prurido, 
representando o denominado “sinal 
da borboleta” decorrente de 
incapacidade das mãos do paciente 
de alcancar essa área, ou mesmo a 
distúrbio psicogenico 
quando múltiplos elementos da 
família são acometidos, escabiose 
ou outras infestacões e parasitoses 
devem ser consideradas 
■ prurido sazonal frequente no 
inverno, nos climas frios, sugere 
prurido do idoso 
■ a relacão entre prurido e atividade 
física é importante, pois pode 
sugerir origem colinérgica. O 
prurido provocado pelo 
resfriamento da pele após saída do 
banho pode representar policitemia 
vera ou prurido aquagenico 
idiopático o prurido generalizado 
noturno em associacão com calafrios, 
sudorese e febre pode ser a forma de 
apresentacão da 
doenca de Hodgkin. O prurido pode 
preceder o início da doenca por 5 
anos. 
 
 
 
 
 Exame físico 
O exame cuidadoso e completo da 
pele do paciente, couro cabeludo, 
cabelo, unhas, membranas mucosas e 
região anogenital é necessário. O 
exame físico geral deve incluir 
palpacão dos linfonodos, fígado e 
baco na investigacão de doenca 
sistemica ou malignidade subjacente. 
Avaliacão laboratorial 
Frente ao quadro de prurido 
generalizado de etiologia 
desconhecida, é possível indicar 
alguns exames subsidiários, alguns 
orientados pelo exame físico. A 
biopsia cutanea pode, por vezes, ser 
valiosa, complementada pela 
imunofluorescencia direta (útil nos 
casos de PB), o que pode ser útil 
frente a quadros nos quais se 
observa pele de aspecto normal. O 
exame histopatológico de uma lesão 
secundária não específica pode 
sinalizar doenca dermatológica 
específica. 
 
 Tratamento do prurido 
De modo geral, o prurido pode ser 
tratado com corticosteroide local 
(creme ou pomada), corticosteroide 
sistemico (excepcionalmente), anti-
histamínicos, tranquilizantes, 
locões e emulsões antipruriginosas 
(mentol 0,1 a 0,2%; timol 0,5%; 
liquor carbonis detergens [LCD] 2 a 
4%; fenol 0,5%), banhos de aveia e 
cipro-heptadina (fármaco 
antisserotonínico). A psicoterapia 
tem suas indicacões, bem como o 
PUVA e, até mesmo, o simples 
ultravioleta B.

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