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GLICÓLISE INTRODUÇÃO A glicose é o principal substrato oxidável na maioria dos seres vivos. A glicólise é a principal via de utilização na glicose. Ocorre no citosol. Pode ocorrer com a disponibilidade de oxigênio (aerobiose) ou sem a disponibilidade de oxigênio (anaerobiose). Converte uma molécula de glicose em duas moléculas de piruvato. Tem como produto final: 2 piruvatos + 2 ATPs + 2 NADH. Possui 10 reações divididas em 2 fases. PRINCIPAIS CAMINHOS METABÓLICOS QUE UTILIZAM GLICOSE Quatro vias mais significativas que utilizam a glicose, devido a quantidade da mesma que flui através dessas vias. Síntese de polímeros estruturais: matriz extracelular e polissacarídeos da parede celular. Oxidação via pentose-fosfato: ribose-5-fosfato. Armazenamento: glicogênio, amido e sacarose. Oxidação por glicose: piruvato. DESTINOS PARA O PIRUVATO Os destinos dependem da disponibilidade ou não disponibilidade de oxigênio. Condições de hipóxia ou condições anaeróbicas: fermentação do piruvato até etanol. Condições anaeróbicas: fermentação do piruvato até lactato. Condições aeróbicas: ciclo de Krebs. CONSUMO DE ENERGIA Ocorre através da hidrolise de ATP. As etapas da glicólise podem ser endergônicas ou exergônicas: Etapas endergônicas: há o preparo da molécula de glicose para ser clivada. Etapas exergônicas: há a síntese de ATP, onde essas moléculas se formam a partir da energia liberada durante o processo oxidativo. VIA GLICOLÍTICA A glicólise é dividida em dois estágios: Estágio 1 (preparatório ou de investimento): há o gasto de 2 moléculas de ATP e converte a glicose em gliceraldeído-6-fosfato. Estágio 2 (compensação ou de pagamento): duas moléculas de 3 carbonos (G3P) são convertidos em duas moléculas de piruvato. ESTÁGIO 1 – FASE PREPARATÓRIA OU DE INVESTIMENTO Nessa fase dois ATPs são hidrolisados para fosforizar a molécula de glicose. Produto: 2 gliceraldeído-3-fosfato. 1° REAÇÃO FOSFORILAÇÃO DA GLICOSE ΔG da reação é negativo e grande. Dependente de energia, sendo acoplado à clivagem de uma molécula de ATP. Catalisado pela enzima hexocinase. A hexocinase é regulada, ou seja, é inibida alostericamente pelo produto (glicose-6-fosfato). Essa enzima está presente em baixas concentrações nos tecidos extra-hepáticos e possui baixo Km, ou seja, alta afinidade pelo seu substrato (glicose). Sua função é permitir o uso da glicose pelos tecidos mesmo quando os níveis de sangue no sangue forem baixos. Nas células do parênquima hepáticos e ilhotas pancreáticas, a reação é catalisada pela glicocinase, que possui sua atividade induzida e afetada por mudanças nutricionais. Essa enzima possui alto Km, ou seja, baixa afinidade por seu substrato (glicose). Ela opera em ótimas condições em níveis elevados de glicose no sangue. Sua função é remover a glicose do sangue após a alimentação. Após ser fosforilada, a glicose não pode mais sair da célula, mantendo o nível de glicose na célula mais baixo, em relação a concentração extracelular. O produto final dessa reação (glicose-6-fosfato), além de ser usada nas próximas etapas da via, também é utilizada em outras vias metabólicas: gliconeagênese, via das pentoses, glicogenagênese e glicogenólise. 2 ° REAÇÃO ISOMERAÇÃO DA GLICOSE 6P À FRUTOSE 6P Reação reversível. Reação de isomerização aldose-cetose. Catalisada pela enzima fosfohexose-isomerase. 3° REAÇÃO FOSFORILAÇÃO DA FRUTOSE-6-FOSFATO ΔG da reação é negativo e grande. Reação reversível nas condições celulares. Catalisada pela enzima fosfofrutocinase (PFK). Faz com que a reação seja altamente regulada. Enzima alostérica: tem sua atividade aumentada quando a carga energética é baixa e diminuída quando a carga energética é alta. Enzima induzível: sua síntese pode ser induzida em determinada situação metabólica. A PKF possui papel importante na regulação da velocidade da via. A molécula de frutose 6P é fosforilada na hidroxila do carbono 1, gerando uma frutose 1,6-bifosfato. 4° REAÇÃO QUEBRA DA FRUTOSE 1,6-BIFOSFATO EM DUAS TRIOSES Reação reversível. ΔG da reação é alto. Mesmo com o ΔG alto, a reação é reversível (in vivo) pois há uma rápida remoção dos produtos pelas reações subsequentes. Catalisada pela enzima aldose. A frutose 1,6-bifosfato é clivada pela aldose e gera duas moléculas isômeras de 3 carbonos: glirealdeído 3P (3P) e dihidroxiacetona fosfato (DHAP). 5° REAÇÃO INTERCONVERSÃO DE GAP E DHAP Reação reversível. Até essa reação a molécula de glicose foi parcialmente quebrada em 2 moléculas de gliceraldeido-3-fosfato. Catalisada pelas enzimas aldolase e triose fosfato isomerase (TPI). FASE 2 – FASE DE PAGAMENTO OU DE COMPENSAÇÃO Produção de 4 ATPs. Formação de dois intermediários fosfatados (compostos de alta energia): 1,3- bifosfaglicerato e fosfoenolpiruvato. Saldo líquido: 2 ATPs + 2 NADH + 2 piruvatos. Produto: 2 piruvatos + 2 NADH (+H+) + 4 ATPs. 6° REAÇÃO OXIDAÇÃO DO GAP E REDUÇÃO DO NAD+ Reação reversível. Catalisada pela enzima glirealdeído-3-fosfato desidrogenase. Oxidação e fosforilação simultânea do G3P, formando uma molécula 1,3-bifosfaglicerato. Formação da primeira molécula de alta energia na glicólise. O fosfato inorgânico (Pi) é usado como doador de fosfato. REDUÇÃO DO NAD+ Gera energia para a formação da ligação covalente entre G3P e o Pi. A reação de oxidação reduz a molécula de NAD+ a NADH. O NADH nessa reação pode gerar ATO, a partir da reoxidação pela cadeia transportadora de elétrons. 7° REAÇÃO FOSFORILAÇÃO DA 1° MOLÉCULA DE ATP Síntese de ATP a partir de um fosfato de alta energia. Fosforilação em nível de substrato: formação de 2 moléculas de triose fosfato a partir da glicose, gerando 2 moléculas de ATP. Catalisada pela enzima fosfoglicerato-cinase. 8° REAÇÃO TRANSFERÊNCIA DO FOSFATO DO CARBONO 3 PARA O CARBONO 2 Reação reversível. Catalisada pela enzima fosfoglicerato-mutase. Conversão do 3-fosfoglicerato em 2- fosfoglicerato. 9° REAÇÃO PRODUÇÃO DO 2° FOSFATO DE ALTA ENERGIA Reação reversível. Catalisada pela enzima enolase. Essa enzima reorganiza a molécula para que fique de uma forma em que mais energia seja liberada na sua hidrólise. Desidratação e redistribuição de energia dentro da molécula. Formação do fosfoenolpiruvato (PEP), que é o 2° composto de alta energia gerado na glicólise. Essa formação acontece devido à proximidade do grupo hidroxila com o íon fosfato. 10° REAÇÃO PRODUÇÃO DA 2° MOLÉCULA DE ATP ΔG da reação é grande e negativo. Reação é irreversível nas condições celulares. Ocorre a síntese de ATP. Fosforilação em nível do substrato: o PEP transfere seu grupo fosfato para o ADP, formando uma molécula de ATP. Reação regulada. Catalisada pela enzima piruvato-cinase. EQUAÇÃO GERAL DA GLICÓLISE REGULAÇÃO DA VIA GLICOLÍTICA A glicólise possui 3 reações irreversíveis e exergônicas, que são os principais sítios de regulação da via. As reações reguladoras: 1° reação: catalisada pela hexocinase. 3° reação: catalisada pela enzima fosfofrutocinase. 10° reação: catalisada pela enzima piruvato-cinase. Princípio de máxima economia: quando o balanço de ATP for positivo (se houver muito ATP nas células), a via será inibida; já em baixas concentrações de ATP, a via é ativada. A via nunca está parada, mas sim acontece em maior ou menor velocidade, se a via glicolítica for paralisada, o organismo é levado à morte. FERMENTAÇÃO Em condições anaeróbicas o piruvato será reduzido pelo NADH, formando: Lactato: fermentação lática. Etanole CO2: fermentação alcoólica. FERMENTAÇÃO LÁTICA A reação é catalisada pelo complexo enzimático lactato-desidrogenase. A molécula de NAD+ é regenerada e pode ser reutilizada na via. Ocorre no músculo, hemácias, em algumas outras células e em alguns microrganismos. FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA Conversão do piruvato em etanol e CO2. Duas reações sucessivas: 1° reação (reação de descarboxilação): o piruvato é convertido em acetaldeído, com liberação de CO2. Essa reação é catalisada pela piruvato- descarboxilase. 2° reação (reação de reoxidação): conversão do acetaldeído em etanol pela reoxidação do NADH a NAD+. Essa reação é catalisada pela álcool- desidrogenase. VISÃO GERAL DA GLICOLISE
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