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Exame físico Neurológico Rafaela Pelloi - MED UFGD FUNÇÃO CORTICAL SUPERIOR (FUNÇÃO COGNITIVA) ● Nível de consciência: alerta, confuso, sonolento, torporoso, comatoso ● Escala de Coma de Glasgow → ● LOTE ● Linguagem e fala (afasia, disfasia, disartria, etc.) PESCOÇO E COLUNA CERVICAL ● Movimentos da cabeça: pede ao paciente que execute movimentos de extensão, flexão, rotação e lateralização da cabeça. ➔ Dificuldade ou limitação → doenças osteoarticulares, musculares, meningites, radiculopatias e hemorragia subaracnóidea ● Rigidez da nuca: o examinador coloca uma das mãos na região occipital do paciente em decúbito dorsal e, suavemente, tenta fletir a cabeça dele. ➔ Se o movimento for fácil e amplo, não há rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre. ➔ Caso contrário, fala-se em resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca (meningite e na hemorragia subaracnóidea) ● Prova de Brudzinski: o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente em decúbito dorsal e membros estendidos e, com a outra, colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. ➔ Positiva → quando o paciente flete os membros inferiores, havendo casos nos quais se observam flexão dos joelhos e expressão fisionômica de sensação dolorosa. COLUNA LOMBOSSACRAL ● Para a parte propriamente neurológica, pode-se buscar por estiramento de raiz nervosa: ● Prova de Lasègue: com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador faz a elevação de um membro inferior estendido. ➔ Positiva → quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30° de elevação) ● Prova de Kernig: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. diagnóstico da meningite, da hemorragia subaracnóidea e da radiculopatia ciática. ➔ Positiva → quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. ● Outra manobra de Kernig é elevar ambos os MMII ao mesmo tempo; positiva se desencadear dor e flexão nos joelhos. Exame físico Neurológico Rafaela Pelloi - MED UFGD MARCHA ● Disbasia → distúrbio da marcha ● Marcha ceifante/hemiplégica: membro inferior do pct fica esticado e rígido → típica de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral ou encefálico (AVC ou AVE), com lesão do trato piramidal. ● Marcha parkinsoniana: pct anda de forma vagarosa, enrijecido, sem movimento automático dos braços. A cabeça fica inclinada para frente e os passos miúdos e rápidos, dando a impressão de que o doente vai cair para frente. ● Marcha cerebelar ou marcha do ébrio: o pct ziguezagueia como uma pessoa embriagada. Este tipo de marcha traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. ● Marcha tabética: para se locomover, o paciente mantém o olhar fixo no chão; os membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo de modo intenso. Com os olhos fechados, a marcha piora acentuadamente ou se torna impossível. Indica perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula. Um exemplo é a tabes dorsalis (neurolues). ● Marcha vestibular: o paciente com lesão vestibular (labirinto) apresenta lateropulsão quando anda; é como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. Se o paciente é solicitado a ir de frente e voltar de costas, com os olhos fechados, em um ambiente amplo, ele descreve uma figura semelhante a uma estrela, daí ser denominada também marcha em estrela ● Marcha escarvante: quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior. ● Marcha em tesoura ou espástica: os dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam, e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. O movimento das pernas lembra uma tesoura em ação. Este tipo de marcha é bastante frequente nas formas espásticas da paralisia cerebral. ● Marcha claudicante: ao caminhar, o paciente “manca” para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. EQUILÍBRIO ● Técnica: Solicitar ao paciente para assumir a posição ereta, com os pés juntos e olhos abertos.Verificar se o pct está utilizando o controle visual, se precisa “enxergar o piso” para manter-se de pé. Em sequência, solicitar ao paciente que feche os olhos → paciente pode apresentar oscilações do corpo, com desequilíbrio e forte tendência à queda (prova de Romberg positiva). ● Síndrome cerebelar axial: alterações no equilíbrio ocorrem mesmo com controle visual, e para manter-se de pé, o pct alarga sua base de sustentação (MMII afastados) e exibe oscilações do tronco. ● Mielinólise funicular: lesões dos funículos posteriores da medula. Alterações já na marcha. Embora demonstre instabilidade, é capaz de ficar em pé desde que haja controle visual. Logo após fechar os olhos, as oscilações aumentam e a queda é inevitável (Sinal de Romberg). ● Lesão labiríntica: lesão do nervo vestibular. Tanto a marcha como o equilíbrio apresentam desvios sempre para um lado. Exame físico Neurológico Rafaela Pelloi - MED UFGD MOTRICIDADE ● Sistema motor voluntário → córtex frontal (giro pré-central) → via ou fascículo corticoespinal (piramidal) → tronco encefálico → raízes e os nervos → músculos. ● Motricidade espontânea: solicitar ao paciente abrir e fechar a mão, estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o pé. ● Força muscular: usar a força do examinar contra os movimentos. ● Manobras deficitárias: pct fecha os olhos e eleva os braços com a palma das mãos voltadas para cima e pede que ele permaneça assim por alguns minutos → verificar se ocorre desvio pronador. ➔ Manobra de Mingazzini: pct em decúbito dorsal ficar na posição ao lado por 1 minuto. ● Exemplos de testes de resistência: TÔNUS MUSCULAR ● Hipotonia→ observa-se o achatamento das massas musculares no plano do leito (inspeção), consistência muscular diminuída (palpação), passividade aumentada, extensibilidade aumentada. A hipotonia ocorre nas lesões do cerebelo, no coma profundo, nas lesões das vias da sensibilidade proprioceptiva consciente, das pontas anteriores da medula, dos nervos, na coreia aguda e em algumas encefalopatias (mongolismo). ● Hipertonia → observa-se consistência muscular e extensibilidade aumentadas, passividade diminuída. A hipertonia piramidal, denominada espasticidade, é eletiva (entensores do MMII e flexores do MMSS) e elástica. A hipertonia extrapiramidal não é eletiva e é plástica (fica na posição que vc move o pct - pensar numa boneca - Sinal da roda denteada) Exame físico Neurológico Rafaela Pelloi - MED UFGD COORDENAÇÃO ● A coordenação adequada traduz o bom funcionamento de pelo menos dois setores do sistema nervoso: o cerebelo (centro coordenador) e a sensibilidade proprioceptiva. ● Prova indicador-nariz → paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz com o indicador. Repete a prova algumas vezes, primeiro com os olhos abertos, depois, fechados. O paciente deve estar preferencialmente de pé ou sentado. ➔ Se conseguir de olhos fechados → cerebelo e prop estão ok ➔ Se não conseguir de olhos fechados, verifique se consegue de olhos abertos → caso ele consiga → problema de propriocepção. Se não conseguir nem de olhos abertos → problema cerebelo. ● Prova calcanhar-joelho→ em decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o joelho com o calcanhardo membro a ser examinado. A prova deve ser realizada várias vezes, de início com os olhos abertos, depois, fechados. ● Dismetria (distúrbio na medida do movimento) quando o paciente não consegue alcançar com precisão o alvo, errando para mais ou para menos. ● Diadococinesia → pedir pro pct realizar movimentos repetidos como os da imagem ao lado ➔ Normal: eudiadococinesia ➔ Alterado: disdiadococinesia ➔ Sem movimento: adiadococinesia REFLEXOS MOTORES ● Exteroceptivos ou superficiais → ➔ cutâneo plantar: passar a borda romba na região plantar da mão e do pé e o pct vai flexionar os dedos, se extender → Sinal de Babinski (lesão piramidal → É o 1º sinal de liberação a surgir nos quadros neurológicos piramidais agudos, por ex., doença vascular encefálica) ➔ cutâneo abdominal → passar a borda romba na região abdominal → se não tem reflexo → alteração da via piramidal* considerar outras questões associadas (ex.:pct obeso) Exame físico Neurológico Rafaela Pelloi - MED UFGD ● Profundos → ● IMPORTANTE QUE O PACIENTE NÃO ESTEJA CONTRAINDO A MUSCULATURA ➔ supinador/braquiorradial (C5, C6 nervo radial): acima da proeminência óssea da mão → reflexo muito sutil. ➔ bicipital (C5, C6 nervo musculocutâneo): com o polegar pressionar a cabeça do bíceps e bater o martelo em cima do seu dedo → flexão do braço ➔ tricipital (C7 nervo radial): segurar o braço pra cima, deixar ele suspenso → bater o martelo → contração do tríceps (pendulo). Bem díficil, pois o pct normalmente deixa a musculatura contraido ➔ patelar (L3, L4 nervo femoral): bater o martelo na região patelar → o reflexo é a extensão da coxa. ➔ aquileu (S1 nervo isquiático): segura o pé do pct e bate no tendão de aquiles → extensão do pé ● Clônus → Hiperextensão brusca do pé → movimentos involuntários ● Flapping→ consiste no desencadeamento de movimentos involuntários quando distensão brusca das mãos, sendo associado geralmente à encefalopatia hepática. SENSIBILIDADE ● O sistema sensorial pode ser dividido em somatossensitivo, visceral e sentidos especiais (visão, audição, olfato, paladar e vestibular). ● Sensibilidade superficial → passar por todas as partes do corpo do paciente semi despido e com os olhos fechados. ● tátil (toque/dedo/algodão/gaze) ★ Anestesia: quando há ausência de sensibilidade. ★ Hipoestesia: quando a sensibilidade está diminuída, mas ainda está presente (pode ser avaliada quando se faz estímulos bilateralmente e pede-se para o paciente comparar o quanto sente de cada lado). ★ Hiperestesia: nesse caso, a sensibilidade está muito aumentada. ● térmica (usar frascos de água quente ou fria) ● dolorosa (usar agulha/alfinete) ★ Analgesia: quando, mesmo diante de estímulos dolorosos, o paciente não relata dor; ★ Hipoalgesia: diminuição da sensibilidade dolorosa; ★ Hiperalgesia: nesse caso, o paciente sente mais dor do que o esperado diante de determinado estímulo ● Sensibilidade profunda → paciente com olhos fechados. ● cinética (mexer no dedo - pode ser das mãos ou hálux - do pct para cima e para baixo, depois parar o dedo e questionar o paciente qual posição o dedo está) ● vibratória (colocar diapasão nas proeminências ósseas) ● estereognosia (colocar objeto conhecido na mão do paciente - ex. moeda/caneta-, e pedir para ele dizer o que tem) ● grafestesia (fazer um número da mão do paciente e perguntar que número foi feito - importante saber o grau de escolaridade do pct).
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