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Aleitamento materno

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Eduarda Miot Panazzolo
ALEITAMENTO MATERNO
Tipos de aleitamento 
· Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos; recomendação da OMS = 6 meses. 
· Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. 
· Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
· Aleitamento materno complementado: quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. 
Ps: iniciar complementado no 6º mês e manter até 2 anos ou mais = desmame natural (criança perde interesse por volta dessa idade). 
Importância do aleitamento
· Fatores nutritivos e imunológicos: evita morte infantis (13% em menores de 5 anos). 
· Proteção contra alergia e infecções: reduz índice principalmente de pneumonia e diarreia (53% em menores de 6 meses e 20% em menores de 2 anos). 
· Proteção contra doenças crônica: HAS, DM, obesidade. 
· Fortalece vínculo mãe-filho. 
· Desenvolvimento cognitivo: gorduras contidas no leite ajudam a formar SNC (capa de mielina, melhor transmissão do impulso nervoso). 
· Saúde bucal: movimentos orofaciais de sucção estimulam extensão da mandíbula e maxila e a consequente formação da arcada dentária.
Vantagens para a mãe 
· Retração uterina pela ocitocina: útero rapidamente volta ao seu tamanho quase original.
· Peso: amamentar 8 a 10x/dia perde 500kcal/dia = 10 kg em 30 dias. 
· Amenorreia e diminuição da fertilidade pós-parto: depende da frequência e duração das mamadas; no início do aleitamento é frequente e pode ficar 60 dias sem menstruar ou durante todo o período de amamentação. 
· Proteção contra CA de mama, ovário e endométrio. 
· Diminui o risco de osteoporose, DM2, DCV e obesidade. 
· Menor custo financeiro. 
· Maior vínculo afetivo e qualidade de vida.
Anatomia da mama
· Células mioepiteliais: contraem o alvéolo para ejetar o leite. 
· Células alveolares: produção do leite, pelo estimulo da prolactina (PRL). 
· Ducto lactífero: conduz leite até o mamilo, onde é ejetado. 
· Aréola: parte mais escura; ideal é criança colocar a língua na aréola e não no bico. 
· Glândula de Montgomery: produzem gordura para lubrificar a aréola, o que diminui o risco de fissuras. 
· Estroma: tecido de sustentação que permeia ductos e lóbulos. Ps: o aumento do estroma (alvéolos e lóbulos) é o que define a quantidade de leite produzido, e não o tamanho da mama.
· As mulheres adultas possuem, em cada mama, entre 15 e 25 lobos mamários, que são glândulas túbulo-alveolares constituídas, cada uma, por 20 a 40 lóbulos. Esses, por sua vez, são formados por 10 a 100 alvéolos. Envolvendo os alvéolos, estão as células mioepiteliais e, entre os lobos mamários, há tecido adiposo, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, tecido nervoso e tecido linfático.
Fisiologia da lactação
Durante a gravidez
· Aumenta número de ductos e de células alveolares. 
· Aumento dos níveis de hormônios ovarianos: 
1. Estrogênio: ramificação dos ductos. 
2. Progesterona: formação dos lóbulos. 
3. Lactogênio placentário, PRL, gonadotrofina coriônica: impedem a saída leite do peito no período gestacional. 
· A mama, na gravidez, é preparada para a amamentação (lactogênese fase I) sob a ação de diferentes hormônios. Os mais importantes são o estrogênio, responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e o progestogênio, pela formação dos lóbulos. Outros hormônios também estão envolvidos na aceleração do crescimento mamário, tais como lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica. Na primeira metade da gestação, há crescimento e proliferação dos ductos e formação dos lóbulos. Na segunda metade, a atividade secretora se acelera e os ácinos e alvéolos ficam distendidos com o acúmulo do colostro. A secreção láctea inicia após 16 semanas de gravidez.
Após o nascimento 
· Queda dos níveis de estrogênio e progesterona. 
1. Liberação de PRL (prolactina) pela hipófise anterior: produção de leite. 
2. Liberação de ocitocina pela hipófise posterior: ejeção de leite.
· Tudo começa com a sucção: série de impulsos nervosos que chegam até hipotálamo pelo nervo vago.
· Hipotálamo estimula hipófise a produzir hormônios da lactação: PRL e ocitocina. 
· Produção de leite nos alvéolos. 
· Ao mesmo tempo, ocitocina, nas células mioepiteliais, estimula a contração do alvéolo e ejeção do leite pelos lóbulos até o mamilo. 
· Situações que reduzem a produção de leite: estresse materno, dor, angústias da mãe, mãe que bebe pouca água (precisa de 2,5 a 3L de água por dia).
· Com o nascimento da criança e a expulsão da placenta, há uma queda acentuada nos níveis sanguíneos maternos de progestogênio, com consequente liberação de prolactina pela hipófise anterior, iniciando a lactogênese fase II e a secreção do leite. Há também a liberação de ocitocina durante a sucção, hormônio produzido pela hipófise posterior, que tem a capacidade de contrair as células mioepiteliais que envolvem os alvéolos, expulsando o leite neles contido.
· Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto a criança mama, sob estímulo da prolactina. A ocitocina, liberada principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança, também é disponibilizada em resposta a estímulos condicionados, tais como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por outro lado, a dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, a insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir a liberação da ocitocina, prejudicando a saída do leite da mama. 
Galactopoiese
· Controle autócrino.
· Depende da sucção e esvaziamento das mamas. Inibição mecânica e química.
· Se o esvaziamento das mamas é prejudicado, pode haver uma diminuição na produção do leite, por inibição mecânica e química. O leite contém os chamados “peptídeos supressores da lactação”, que são substâncias que inibem a produção do leite. A sua remoção contínua com o esvaziamento da mama garante a reposição total do leite removido. Outro mecanismo local que regula a produção do leite, ainda não totalmente conhecido, envolve os receptores de prolactina na membrana basal do alvéolo. À medida que o leite se acumula nos alvéolos, a forma das células alveolares fica distorcida e a prolactina não consegue se ligar aos seus receptores, criando assim um efeito inibidor da síntese de leite (VAN VELDHUIZEN-STAAS, 2007).
Técnicas para amamentar 
· Posição confortável para mãe e bebê: bebê tem que abraçar a mãe: “barriga-barriga”. 
· Boa pega: 
a) Abocanha toda aréola. 
b) Suga com a língua: faz “massagem” na aréola. 
c) Sem dor: colocar dedo mínimo para tirar o vácuo. 
d) Dificuldade: mamilo plano ou invertido. 
e) Evita traumas mamilares. 
f) Estimula ganho de peso e reflexos. 
Ps: “Lábio de peixe” faz vácuo e sucção. O bico do peito se alonga e joga leite no palato mole, o que estimula a deglutição = sincronia. 
· Oferecer ambas as mamas: não necessariamente na mesma mamada; depende do volume produzido.
· Orientação: esvaziar uma mama antes de oferecer a outra. Se estiver cheia, haverá inibição da produção.
Leite materno
· Composição físico-química diferentes em cada fase da lactação.
· Durante o período de lactação plena (entre 7 e 305 dias de lactação), há variação dos componentes nutricionais do leite.
1. Colostro 
· Primeiro leite secretado (3 a 7 dias): leite mais claro, “clara de ovo”. 
· Rico em anticorpos: 90% teor proteico (Ig), vitamina A, zinco, minerais, eletrólitos, fator crescimento = PROTEÇÃO da criança. 
· Facilita a eliminação do mecônio nos primeiros dias de vida e permite a proliferação de Lactobacillus bifidus na luz intestinal do bebê. 
· Mecônio são as fezesdos primeiros dias: ricos em sais biliares/bilirrubina, de coloração verde musgo e grudento. Sua eliminação diminui risco de obstrução intestinal. 
2. Leite de transição 
· Produzido entre 7 e 15 dias. 
· Rico em caseína.
3. Leite maduro 
· Maior produção de lactose, gordura e calorias: mais esbranquiçado. 
· Proteína bem equilibrada, melhor digestão e absorção. 
· O leite anterior é rico em proteína do soro e lactose, no de transição é maior a quantidade de caseína e no leite posterior gordura, necessária para saciar o lactente.
Composição do leite materno
Água 
· Maior constituinte do leite materno (80%). 
· Suficiente para as necessidades hídricas do bebê: NÃO precisa suplementar com chá ou água. A água distende o estômago e bebê sente menos fome. 
· “Oferecer água para o bebê pode diminuir a frequência das mamadas. A água dilui os fatores nutricionais e de defesa, pode estar contaminada e aumentando o risco de diarreia”. 
Proteínas 
· 70-80% = lactoalbumina: menor potencial alergênico, mais fácil digestão (forma flocos de menor tamanho no estômago da criança) e menor tempo de esvaziamento gástrico, não provoca sobrecarga renal. 
Ps: no leite de vaca, o principal constituinte é caseína (digestão mais difícil).
· Baixa concentração de tirosina e fenilalina: síntese de proteínas, neurotransmissores (dopamina, epinefrina e noraepinefrina), hormônios da tireoide, melanina. 
· Alta concentração de cistina e taurina: fundamentais no desenvolvimento do SNC. 
Gordura 
· Gorduras polissaturadas conferem melhor digestibilidade. 
· Contém ácidos graxos de cadeia longa: desenvolvimento neuropsicomotor (mielinização), formação da retina, síntese de prostaglandinas, DHA e ARA (ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 de cadeia longa, cruciais para o crescimento cognitivo e o desenvolvimento da visão e do sistema imunológico).
· Triglicerídeos: lise de bactérias, vírus e protozoários. 
Carboidrato 
· A lactose é o principal deles: metabolizada em galactose (formação de substância branca, cerebrosídeos) e glicose, facilita a absorção de cálcio e ferro, promove acidez e colonização pelo Lactobacillus bifidus (diminui diarreias infecciosas). 
Outros 
· Baixa concentrações de Na, K, Cl, Ca, Mg, fósforo: evita sobrecarga renal. 
· Pouco ferro, flúor zinco, cobre manganês, selênio, iodo, porém com maior biodisponibildidade. 
Ps: absorção de ferro é total. 
· Fatores imunológicos: IgA secretora, macrófagos, lactoferrina, lisozima.
· IgA secretória: não é digerida pelas secreções gástrica e intestinal não sendo absorvida. IgA específica atua contra patógenos os quais a mãe é exposta e que será transferida para o RN. Reveste a mucosa intestinal impedindo a agressão por bactérias, toxinas ou antígenos estranhos.
· Fator bífido é um carboidrato nitrogenado, substrato para o crescimento do Lactobacillus bifidus, bacilos anaeróbios que compõem a flora intestinal predominantemente em crianças amamentadas exclusivamente ao peito. São flora saprófita e impedem proliferação de microorganismos patogênicos.
· Lisozima é produzida por macrófagos e neutrófilos e age através da lise da parede celular de bactérias Gram – e +.
· A lactoferrina é uma proteína carreadora de ferro que, por quelação, diminui a biodisponibilidade de ferro para os patógenos principalmente Staphylococcus sp., E. coli e Candida sp. e aumenta a biodisponibilidade para o lactente. A terapia com ferro oral pode inibir esse processo.
Principais dificuldades de manejo 
Mamilos planos/invertido 
· Manter a aréola flácida. 
· Tentar diferentes posições. 
· Protrair o bico do seio por estímulo com seringa: sucção/vácuo. 
· Conchinhas: bico do peito fica livre e seco.
Trauma mamilar/fissura 
· Pode amamentar, porém bebê pode regurgitar raias de sangue provenientes da lesão. 
1. Medidas preventivas: técnica adequada, amamentação frequente (bebê não vem com tanta fome e não machuca a mãe), manter mamilos secos, não manter o bebê no seio após término da mamada, cuidado ao interromper (colocar o dedo mínimo), tratar monilíase. 
2. Manejo da fissura: corrigir técnica (SEMPRE corrigir a pega), alternar posições, manter mamilos secos, concha protetora, lanolina, analgésicos. 
Ingurgitamento mamário 
· Falha na regulação fisiológica da lactação: congestão/aumento da vascularização, retenção de leite nos alvéolos, edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático. 
· É a descida do leite, muito comum nas primeiras semanas de amamentação, causa muita dor. 
· Predispõe mastite (dor). 
· Manejo: 
1. Corrigir a pega e amamentar o bebê com frequência. 
2. Alternar as posições no seio. 
3. Massagear mama e retirar leite, compressa fria.
· NÃO esvaziar; já que o esvaziamento estimula ainda mais produção. 
· Massagem circular do bico para fora, com força. Tudo que é quente estimula produção de leite. Frio, inibe. 
4. Ibuprofeno, se necessário.
5. Suporte para as mamas (sutiã): controle da produção.
Mastite/abcesso 
· Causas: mamilos rachados ou fissurados, ducto bloqueado não tratado, baixa resistência a infecções. 
Ps: normalmente Strepto da pele entra pelo mamilo e infecta lóbulo. 
· Pode continuar amamentando, porém, a secreção purulenta deixa o leite salgado. 
· Comumente chamado de “peito empedrado”.
· Manejo: 
a) Repouso.
b) Corrigir a pega e alternar posição.
c) Amamentar com frequência/ordenha manual. 
d) Analgésico para aliviar a dor. 
e) Antibiótico: Cefalexina 500 mg, 6/6h por 7 dias. 
f) No caso de abcesso, drenagem cirúrgica. 
Mãe ocupada
· Praticar a ordenha do leite, usar máscara para ordenhar. 
· Amamentar quando estiver em casa.
· Armazenar o leite ordenhado em geladeira (até 12h) ou congelar por 14 dias. 
· Descongelar e aquecer em banho-maria, fora do fogo para não desnaturar.
Produção láctea insuficiente
· Causas de baixa produção de leite:
a) Técnica incorreta de aleitamento materno. 
b) Fadiga materna: mãe cansada e estressada. 
c) Frequência reduzida da mamada, sucção fraca, bebê ingere outros líquidos. 
d) Problema anatômico, cirurgia prévia (redutora). 
e) Ingurgitamento mamário: esvaziamento inadequado/mamilo plano. 
f) Doença materna. 
g) Drogas.
h) Tabagismo, etilismo, estresse, nutrição materna. 
· Suplementação com outro leite pode ser necessária. Quando a mãe tem leite suficiente, ordenhar e oferecer ao bebê.
· Medicamentos (galactagogos): 
1) Metoclopramida 10mg 3x/dia VO, 1-2 semanas. 
2) Domperidona 10-20mg, 3 a 4x/dia. 
3) Sulpirida 50mg 1 a 2x/dia (medicação ansiolítica, melhora padrão de sono e produção de PRL).
· Teste da balança: “tenho pouco leite” → pesar o bebê; se está no peso normal, a produção de leite está normal.

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